O IV congresso (de picaretas) do PT e a “fúria” contra a mídia demo-tucana
No final dos trabalhos da Constituinte e às vésperas das primeiras eleições diretas após o regime militar em 89, o então parlamentar Lula da Silva afirmou que o Congresso Nacional teria “por baixo uns trezentos picaretas”, passados mais de vinte anos hoje poderíamos afirmar que pelo menos três mil picaretas participaram como delegados do IV Congresso do PT realizado no último final de semana em Brasília, incluindo neste balaio os “pilantroskos” de “O Trabalho” e da “Esquerda Marxista”. O evento nacional petista foi marcado pela “fúria” dos capos partidários com as investidas da revista “Veja” contra o ex-todo poderoso da corrente majoritária “Articulação” José Dirceu. A fascista revista demo-tucana resolveu “barbarizar” a vida de Dirceu, espionando seu quarto-escritório sediado em um luxuoso hotel de Brasília. Às vésperas de seu julgamento pelo STF e em plena guerra interna contra os “Paloccianos”, Dirceu visualizou na tremenda ousadia da “Veja” uma tentativa de liquidar seu cacife político junto ao governo da presidenta Dilma, muito mais ligada aos neomonetaristas do PT, como Palocci, do que aos próprios ex-companheiros da luta armada.
A contra-ofensiva de Dirceu consistiu em fazer aprovar no Congresso uma enorme emenda a favor de uma branda regulação da grande mídia burguesa, na verdade um enunciado de medidas inócuas que servem apenas como um sinal de alerta “vermelho” contra possíveis novas investidas da “Veja” e similares contra os capos petistas. Mas a principal resolução da pomposa emenda intitulada “Compromisso com uma agenda estratégica para as comunicações no Brasil”, consistia na ameaça da distribuição das verbas estatais aos grandes meios de comunicação: “Democratizar a distribuição das verbas públicas de publicidade visando o estímulo à pluralidade de fontes de informação nas diferentes esferas da federação”. Com este recado direto aos Civita e Marinho, o PT pretende confirmar que pretende seguir estimulando a “concorrência” investindo pesado em complexos burgueses de comunicação como a rede Record.
Além das “mensagens” subliminares, a mídia capitalista da qual o PT pela sua natureza de classe é completamente refém, o IV Congresso petista também aprovou uma ampla política de alianças para as próximas eleições municipais que inclui o novato PSD do ex-“demo-nazistinha” Kassab. Fora mesmo das coligações somente os tucanos e sua corte (PPS e Demo), e até mesmo o PSOL foi considerado um possível parceiro para 2012. Na verdade, o PT está mais preocupado com suas ferozes disputas viscerais do que com a falida oposição “conservadora” e a inofensiva oposição de “esquerda”. O movimento operário, ainda atado às ilusões da política de colaboração de classes da frente popular, está muito distante da construção de uma alternativa revolucionária de poder, ficando a mercê de falsários de todas as gradações, o que desgraçadamente inclui até os revisionistas que falam em nome do legado da Quarta Internacional.