A histeria do “deus” mercado acerca da falta de autonomia do Banco Central
A última decisão do COPOM de reduzir em meio ponto percentual a taxa selic praticada pelo BC provocou uma verdadeira histeria dos agentes financeiros apoiados pela mídia capitalista. A "gritadeira" foi fundamentada no fato da equipe econômica palaciana ter “cantado” a redução dos juros uma semana antes da decisão do COPOM, no bojo do anúncio da elevação do superávit primário para o pagamento da dívida interna. Não contentes com o “presente” de dez bilhões de reais os “sagrados” rentistas não admitiram que um órgão do Estado (COPOM) aceite “ordens” da Presidenta da República, formalmente eleita no jogo da democracia dos ricos, o qual os barões do mercado juram “respeitar”.
Por seu turno, diante da forte reação dos rentistas, que teve direito até à campanha na imprensa burguesa, os “capos” do Planalto “amarelaram” todos, incluindo a própria Dilma. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, chegou mesmo a conceder uma entrevista exclusiva à Globo News para negar que estaria recebendo “pressão política” para reduzir a estratosférica taxa de juros brasileira. Já o ministro Mantega afirmou que nunca aceitaria nenhum tipo de “indução” do PT no rumo da política econômica nacional.
O fato é que a ínfima redução dos juros não vai alterar em nada a política da frente popular de arrocho fiscal e monetário para privilegiar os grandes bancos e rentistas. A classe operária não ganha absolutamente nada com a redução da taxa Selic, ao contrário, só assiste passiva a diminuição de seus rendimentos no Fundo de Garantia e na própria Caderneta de Poupança, sua pequena reserva econômica para enfrentar a falta de assistência do Estado em setores vitais como a saúde, por exemplo. O setor burguês industrial em plena “queda de braço” com os agiotas do mercado financeiro, mais uma vez, conseguiu arrastar as direções reformistas (CUT, UNE, etc...) para a “Alencarina” campanha pela redução da taxa de juros.