quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PSTU implora por “frente classista” com PSOL, enquanto Marcelo Freixo se alia à “tropa de elite” da burguesia para concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro

O PSTU lançou nos últimos dias um patético chamado para a conformação de uma “frente classista e socialista” com o PSOL do Rio de Janeiro. De olho na popularidade do deputado estadual Marcelo Freixo, candidato a prefeito da capital fluminense e novo “queridinho” da classe média carioca, o PSTU pretende entabular uma aliança eleitoral para realizar o sonho de emplacar um vereador na coligação, fazendo com que talvez Ciro Garcia volte ao parlamento burguês municipal. Ironicamente, os morenistas fizeram essa proposta justamente na mesma semana em que a “grande mídia” divulgou que Freixo estava se reunido com Fernando Gabeira (PV), aliado do DEM/PSDB e também havia acertado que o diretor de Tropa de Elite, José Padilha, seria o coordenador de sua campanha de TV. Padilha irá articular encontro com doadores e declarou “vou organizar encontros com empresários que queiram ajudar” (Folha de S.Paulo, 18/09). O candidato do PSOL à prefeitura do Rio de Janeiro também anunciou que espera ter o apoio de Marina Silva, aproximação que está sendo alinhavada pela própria Heloísa Helena, recém-ingressa no movimento de Marina, mas que permanece no PSOL.

A moribunda “oposição de esquerda” se fragmentará ainda mais nestas eleições municipais. O PSOL irá buscar alianças não só com o PV, mas também com o PDT, o PPS e até o PSB das oligarquias nordestinas... além do próprio PT. Tanto que chegou a oferecer para Eduardo Suplicy a legenda do partido para que este falso vestal concorresse à prefeitura de São Paulo tamanha a identidade do PSOL com esse tipo de gente. Em Belém, Edmilson Rodrigues está cabalando apoio a sua candidatura com este mesmo arco de partidos patronais. Edmilson se encontra bem posicionado nas pesquisas eleitorais, tendo como “credenciais” junto à burguesia sua gestão passada, quando estava no PT, onde atacou direitos, reprimiu greves através da guarda municipal e retirou conquistas dos trabalhadores. O PCB segue o mesmo caminho, basta lembrar que nas eleições passadas, em 2010, ingressou em uma coligação burguesa cujo candidato a governador era Lucas Barreto, do PTB, apoiado pela oligarquia Sarney no Amapá.

O mais hilário é que o PSTU, mesmo sabendo de tudo isso, implora por uma suposta “frente classista e socialista” com arroubos ortodoxos com essas legendas venais e ainda tem a cara-de-pau de afirmar que “Achamos que é possível chegar a um acordo programático que preserve a independência de classe. Vamos nos esforçar para isso”. E que esforço fará o PSTU! Em nome do seu eleitoralismo topam tudo para fechar essa aliança oportunista. Já fizeram isso em 2006 quando apoiaram Heloísa Helena como candidata a presidente da república, com esta defendendo as maiores aberrações “programáticas” (respeito à constituição burguesa, defesa da propriedade privada, repressão ao MLST, criminalização do aborto...) que passavam longe de qualquer vestígio de “independência de classe”! Os que posam de principistas se mostram, na verdade, profundos eleitoralistas. De fato, a frente só não sai se o PSOL não quiser, já que o partido não tem qualquer interesse em “premiar” o PSTU, via coligação proporcional, com uma vaga de vereador da capital fluminense, já concorrida à tapa dentro da própria legenda entre correntes como CST, MTL e os eternos “independentes” do grupo de Chico Alencar, como o atual vereador Eliomar Coelho.

Como se vê, apesar de todo o “esforço” do PSTU para fechar uma frente eleitoral com o PSOL no Rio de Janeiro, Freixo está muito mais interessado em construir uma alternativa burguesa pra-valer que se contraponha à candidatura de Eduardo Paes (PMDB), conquistando o mesmo eleitorado de classe média “indignada” partidária da ética na política e anticorrupção que Gabeira e Padilha agrupam e influenciam. Ainda não será desta vez que o PSTU conseguirá na cidade maravilhosa conquistar seu “lugarzinho ao sol” no parlamento municipal. Aos morenistas, cada vez mais diluídos e adaptados à democracia dos ricos, o regime burguês parece ter lhe reservado o eterno papel de manter-se comportadamente na gerência do sindicalismo de (poucos) resultados próprio do economicismo vulgar dominante na Conlutas!