CUT, CTB e CONLUTAS apóiam medida de Dilma para beneficiar o “bando das quatro” grandes montadoras transnacionais (WW, Ford, GM e Fiat)
O aumento do IPI para carros importados, anunciado no começo da semana pela equipe econômica do governo Dilma, vem sendo apresentado pelas centrais sindicais chapa branca e também pela "oposicionista " CONLUTAS, como uma medida "nacionalista" e em "defesa do emprego no Brasil", uma verdadeira falácia! O objetivo de Dilma ao elevar o IPI, que poderá representar um aumento de até 30% no preço do veiculo importado, não tem absolutamente nada de "nacionalista", pelo contrário, visa beneficiar as grandes montadoras multinacionais imperialistas, instaladas em vários países do mundo para remeter seus lucros para as matrizes centrais. A tal medida "nacionalista" não atingirá os carros importados trazidos do México, país que por coincidência as quatro grandes montadoras (WW, Ford, GM e Fiat) tem verdadeiras fábricas de "maquiagem", onde importam de suas matrizes os veículos e "maquiam" na região para passar como produto "latino". Isto sem falar na isenção de importação já dada aos veículos produzidos na área do MERCOSUL (a Argentina é infestada por "maquiladoras" japonesas como a Toyota). Acontece que o "bando das quatro" impôs já há algum tempo ao governo brasileiro um acordo automotivo com o México, que faz parte da zona de livre comércio com os EUA, no qual considera os veículos "maquiados" no país de Zapata como nacionais. Como a nova medida de Dilma não irá interferir na prática na importação do "bando das quatro", somente as montadoras chinesas e coreanas terão suas taxas de importação elevadas.
Somente tolos e burocratas sindicais corrompidos podem supor que a medida de Dilma representa uma defesa de nossos empregos, quando fica absolutamente cristalino o fato de se tratar de um claro "dumping " estatal para beneficiar os "amos do norte". Como em toda disputa capitalistas pelos mercados, os grandes burgueses contam com seus "aliados" nos governos "gerentes" de plantão, neste caso os trustes imperialistas do velho mundo e EUA foram buscar a valorosa " ajuda" de Dilma, já as montadoras coreanas em franca ascensão pediram o apoio da oposição Demo-Tucana, que rapidamente entrou com um recurso no STF contra a medida considerada "protecionista" do governo da frente popular. Neste "cabo de guerra" inter-burguês, o "santo" mercado já anunciou um aumento geral de preços do conjunto dos veículos, importados ou não, para "celebrar" o boom nas vendas do setor automotivo, ao contrário dos anúncios da chegada do "fantasma da crise".
As centrais sindicais governistas CUT e CTB, se desmancharam em elogios para a falsa "guinada" nacionalista de Dilma, ignorando inclusive as intenções de demissão do "bando das quatro" em suas fábricas no Brasil, em função das facilidades dadas para a via da importação mexicana e argentina. A "surpresa" ficou por conta da oposicionista CONLUTAS, que dirigindo um Sindicato de Metalúrgicos na base de produção da GM (São José dos Campos) foi politicamente a reboque da empresa na bajulação ao governo da frente popular. Para a classe operária a luta consequente pela defesa do emprego e reposição salarial não passa por apoiar um capitalista "ianque" contra outro capitalista asiático. Somente a mobilização permanente, independente do governo e dos patrões, poderá infringir uma derrota real nos planos de arrocho e desemprego levados a cabo pelo governo pró-imperialista do PT e seus aliados da oposição de "esquerda".