O governo da “ex-poste” Dilma deve anunciar nas próximas horas a tão esperada “reforma ministerial”. Não se trata sequer de uma verdadeira mudança das pastas mais estratégicas do Planalto, que se mantém sob a mesma orientação programática neoliberal do governo da frente popular. As alterações que a neopetista Dilma irá realizar no seu gabinete vão mais no sentido de reacomodar figuras “menores” da política burguesa, especialistas em preparar saques nos “cofres públicos” a serviço de pequenas máfias partidárias. Acontece que a presidenta pretende solidificar sua campanha eleitoral de 2014 com a recomposição integral de sua base aliada, “arranhada” pelas fissuras das últimas eleições municipais. Para cumprir este objetivo, Dilma trará de volta o PR para o ministério dos transportes, o grupo pedetista de Carlos Lupi para a pasta do trabalho e, por último, reacomodará o PMDB do vice Temer em posições mais “vantajosas” para a realização de “negócios” lastrados pelo Estado capitalista. A tentativa de trazer o PSD de Kassab para o governo esbarra na insignificância dos cargos oferecidos, no caso a criação de uma nova pasta (pequenas empresas) para o vice-governador de São Paulo, Afif domingos. Como o PSD não obteve a agricultura, que deverá ser remanejada para o PMDB mineiro, Kassab optou por esperar mais um pouco para declarar apoio à candidatura de Dilma. O elemento em comum deste “troca troca” com status de “reforma ministerial” é o retorno para o Planalto de “figurinhas” carimbadas pela marca da corrupção mais escancarada, o que parece não preocupar em nada a anturragem Dilmista, segura de uma reeleição tranquila com a “cooptação” e o atendimento das “reivindicações” mais sentidas das diversas frações da parasitária oligarquia cartorial brasileira.
A pífia “minirreforma” da gerentona Dilma ocorre na esteira política do anúncio de mais um pacote de renúncia fiscal do governo para grandes grupos econômicos. Desta vez, os beneficiados foram os atacadistas de alimentos e empresas transacionais fabricantes de produtos de higiene pessoal. Neste último setor oligopolizado, as isenções foram ainda maiores, cerca de 12,5%, beneficiando diretamente a UNILEVER, P&G, Natura etc.. Dilma espera “aquecer o consumo" pela via de uma pequena redução de preços da cesta básica para o consumidor final e ao mesmo tempo atender as demandas da burguesia sedenta de mais “incentivos” do governo central. Parece mesmo que o anúncio, realizado pelo IBGE, do “pibinho” já está colhendo os primeiros frutos...
Mas, a economia do mundo real, que indicou o melhor desempenho do mês de Janeiro dos últimos cinco anos, irá mesmo pavimentar as pretensões eleitorais da presidenta, que não abriu mão de sua “caneta” para prolongar sua estadia no Palácio do Planalto. Os “sequelados” políticos da férrea determinação da presidenta por mais “poder” para sua “ala” estatal, estão não só no PT, mas também no PDT e até no PMDB. A antiga tendência petista “Articulação” sofre uma implacável perseguição judicial, que volta e meia ameaça inclusive a liderança de Lula. Já o neto do “velho” Brizola, teve mesmo que entregar seu cargo no governo para o retorno da máfia de Lupi. O novo Ministro do Trabalho será o inexpressivo Manoel Dias. No PMDB as coisas não foram muito diferentes, o Ministro da Agricultura Mendes Ribeiro, sem base no PMDB nacional, terá que ceder lugar aos seus “companheiros” mineiros, apadrinhados do bandido Temer.
A oposição “conservadora” assiste atônita às “diabrites” de Dilma, a espera de um cataclisma que não está no horizonte político. O “chefe” do bando tucano agora atende pelo nome do “mauricinho drogado” Aécio Neves, assessorado pelo decano das privatizações FHC. A oposição de “esquerda” aguarda ansiosa os próximos passos de Marina Silva para definir uma coligação eleitoral entre o PSOL e o debutante REDE. Existe no cenário eleitoral uma possibilidade do surgimento de uma chapa composta entre a ecologista do “Central Park” e novo herói do “PIG”, Joaquim Barbosa. A dúvida no ar é se os parceiros do PSOL, PSTU e PCB, o acompanhariam nesta “jornada” Marineira...
Para os marxistas revolucionários, a tarefa que se coloca no momento é a vigorosa denúncia do regime da democracia dos ricos, em todas as suas facetas políticas. Desde o farto “banquete” promovido pelo Planalto, passando pelo retorno dos quadrilheiros ao governo, até as “mobilizações” da esquerda pequeno-burguesa e reformista contra a posse de um sinistro parlamentar para a comissão de direitos humanos do Parlamento. Os comunistas leninistas devem explicar pacientemente às massas mais politizadas, que nomes como o de Renan e Marco Feliciano são na verdade as “melhores” indicações para comandar um congresso de picaretas e corruptos. Alimentar ilusões neste regime bastardo e seu Parlamento, “protestando” contra seus “melhores” representantes, não irá desenvolver a consciência de classe e a convicção de que é necessário por abaixo, pela ação direta do proletariado, este regime e o conjunto de suas instituições apodrecidas.