sexta-feira, 31 de outubro de 2014


“3º turno Dilmista”: Depois do sepultamento dos “Conselhos Populares”, foi a vez do Plebiscito da Reforma Política sucumbir à chantagem do PMDB

Logo após a “base aliada”, sob o comando do PMDB, derrotar na Câmara dos Deputados o projeto dos chamados “Conselhos Populares”, foi a vez de Renan Calheiros, presidente do Senado (cujo filho foi eleito governador de Alagoas apoiado por Dilma e Lula) declarar que não há acordo para que seja convocado um “Plebiscito da Reforma Política”, como defendeu a presidente reeleita em seu discurso no ato da vitória na noite de 26 de Outubro. Renan afirmou “Defendo a superação das divergências e também reitero minha defesa pela reforma política como o fiz desde sempre e, em especial, em 2013, após as manifestações cívicas. Entendo, entretanto, que o melhor caminho é o Congresso Nacional aprovar a reforma - caso contrário poderá pagar caro pela omissão – e submetê-la a um referendo popular, como fizemos na proibição de venda de armas e munições” (G1, 27.10). Diante da “resistência” dos aliados burgueses, que são a base de sustentação do governo da frente popular no parlamento, a CUT saiu em defesa da proposta e convocou um ato político em São Paulo “Por uma reforma política com participação do povo” onde afirma “Movimentos vão às ruas no dia 4 de novembro para cobrar do Congresso um plebiscito oficial para convocar a Constituinte Exclusiva e mudar o sistema político”. Como se observa, a “disputa” se dá no marco de escaramuças de como funcionará o regime político burguês e não se vê no horizonte nenhuma medida popular que possa de fato mobilizar os trabalhadores contra o avanço da reação burguesa e os ataques as conquistas operárias, já em curso com o aumento dos combustíveis prevista para os próximos dias! Pelo contrário, Dilma já aceitou a “sugestão” de Renan de que a discussão seja feita via referendo (para que Congresso controle totalmente qualquer mudança cosmética) e se dedica ao que de fato importa as classes dominantes: a escolha de um ministério que contemple as exigências dos rentistas e grandes empresários! O que estamos presenciando é o total “enquadramento” da Frente Popular pelos setores mais conservadores da burguesia, colocando por terra qualquer ilusão disseminada durante as eleições de que o governo do PT pudesse empalmar um mínimo contraponto a reação burguesa!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014


Aumento dos juros e Trabuco no novo ministério, Dilma agradece aos rentistas sua reeleição 

Não se passaram nem 72 horas de sua recondução ao Planalto e Dilma já sinaliza claramente o que pretende dar continuidade em sua nova gerência do Estado burguês: a política de subordinação do país diante do capital financeiro! Logo na reta final do segundo turno, a semelhança do que havia ocorrido no primeiro, a equipe econômica palaciana decide ceder a chantagem do mercado cambial e ordena uma forte compra de Dólares pelo Banco Central, fazendo com que a moeda norte-americana atinja a maior cotação dos últimos cinco anos. Na sequência após a vitória eleitoral sobre o Tucanato, o COPOM determina a elevação da taxa de juros, retomando a escalada ascendente da SELIC. Para acalmar o "mercado" que anda muito "nervosinho" com o triunfo do PT, Dilma manda seus marqueteiros boatarem a nomeação do presidente do BRADESCO, Luiz Trabuco, para seu novo ministério. Os incautos que apoiaram "criticamente" Dilma para evitar a hegemonia dos "duros neoliberais" no Brasil, agora devem responder a seguinte questão: votar no PT impede ou avança a ofensiva do capital financeiro sobre as conquistas operárias da população? Em que medida traficar a ilusão no movimento de massas de que a direita prepara um golpe contra um governo tão alinhado aos rentistas internacionais eleva a capacidade de resistência do proletariado contra a burguesia? Deixemos que o arco reformista "crítico" ao governo Dilma mas que atenderam ao apelo eleitoral do PT supostamente contra a ameaça da direita, como o PSOL, Prestistas, PCR etc.., respondam esta questão (talvez pensassem que o drogado Lobão e os "sertanojos" pudessem encabeçar o putsch fascista). Quanto a genuína vanguarda classista, que não se deixou seduzir pelo engodo do voto útil, o momento é de organizar a ação direta contra as duas alas do neoliberalismo e que após o circo eleitoral agora estão bem unidas no ataque dos capitalistas aos trabalhadores. Ao que parece o "golpe" da direita veio mesmo pelas mãos da "esquerda", porém não se trata de um golpe de estado e sim de um verdadeiro estelionato eleitoral!

terça-feira, 28 de outubro de 2014


Eleição no Uruguay vai para um polarizado segundo turno, mas seguindo a "receita" de estabilidade social que a burguesia encaminhou no Brasil

As eleições presidenciais no Uruguay serão decididas em um acirrado segundo turno em 30 de novembro, com o candidato da Frente Ampla (FA) Tabaré Vázquez disputando a vaga de gerente dos negócios da burguesia com Luis Lacalle Pou, do direitista Partido Nacional. O 3º colocado no pleito deste domingo, 26 de Outubro, Pedro Bordaberry, acaba de declarar apoio a Lacalle, ou seja, a “oposição conservadora” está unida contra a “esquerda”. As pesquisas após o primeiro turno indicam Tabaré com até 46% de vantagem contra a “direita”. Como se observa no Uruguay, não apenas a data da disputa foi a mesma das eleições no Brasil, mas também a burguesia e o imperialismo estão impondo idêntica receita política que ditou na reeleição de Dilma Rousseff. Como no país vizinho não há a possibilidade da reeleição, a FA trocará o governo do social-populista Mujica pelo neoliberal de esquerda Tabaré, muito mais afinado com os “ajustes” que exigem a classe dominante nativa e os rentistas. Como a LBI alertou previamente, o ciclo de governos da “centro-esquerda” burguesa está em estágio de extrema fadiga na América Latina e a vitória apertada tanto de Dilma como a previsível recondução da FA ao governo central por uma pequena margem de votos são a antessala de futuras gestões de corte mais conservador no continente.  Assim como aqui, não há no Uruguay nenhum perigo de “golpe da direita” ou “ameaça fascista” como advogam alguns impressionistas no arco da frente popular nos dois países, porque tanto Dilma como Tabaré são gestores testados pela burguesia na aplicação da receita neoliberal no comando do Estado burguês. 

domingo, 26 de outubro de 2014


Quarta "gerência" estatal consecutiva revela plena confiança da burguesia nacional no PT

Acaba de sair o resultado oficial das eleições presidenciais dando a vitória para a candidata do PT, Dilma Rousseff. Como a LBI já havia prognosticado com bastante antecedência, a comandante da Frente Popular foi eleita em uma acirrada disputa com o PSDB neste segundo turno, dividindo politicamente o país entre apoiadores de "esquerda versus direita". Porém os que acreditaram que esta polarização poderia conter algum conteúdo de classe ou pelo menos uma substantiva diferenciação programática, devem ter se decepcionado logo no primeiro pronunciamento da presidente reeleita, quando fez absoluta questão de reafirmar que não possuía divergências de fundo com seu adversário Tucano, conclamando a reconciliação do Brasil. O triunfo consecutivo de Dilma se deveu fundamentalmente ao apoio que setores de peso da burguesia nacional (empreiteiras, agronegócio, JBS, Bradesco...) optaram por "depositar" no PT, tendo como fiança a aprovada gerência neoliberal do Estado capitalista. Nossa caracterização se confirmou plenamente não como uma mera “aposta” aleatória mas como parte de uma fina análise marxista de realidade nacional apontando que os grandes grupos econômicos estavam pela continuidade do PT no comando do governo central como parte da política de garantir os lucros dos capitalistas em um ambiente de relativa estabilidade política imposto pelo pacto social implícito construído pela Frente Popular. Logo depois da realização do primeiro turno, em artigo elaborado em 06 de outubro, já no título reafirmávamos nossa projeção “Fraude eletrônica leva Aécio ao segundo turno para retardar vitória do PT”. Nele declaramos “Apesar de mantermos a caracterização que a frente popular deve ganhar esta apertada disputa, desde já alertamos que será uma ‘guerra’ intestina renhida porque a burguesia e o imperialismo querem um mandato frágil do PT para fazer sua transição segura a um eixo conservador sólido em 2018”. Enquanto grupos revisionistas apontavam cada vez mais o perigo do “golpe da direita” para advogar o “voto crítico” em Dilma, a LBI pontuava durante a campanha do segundo turno justamente o contrário. Em artigo de 15 de outubro denunciamos que “Apesar da ofensiva da 'nova' direita (PSDB, PSB e REDE) contra o PT, Dilma ainda mantém o apoio da maioria da burguesia nacional”. Por fim, na véspera do returno, quando publicação imunda da Veja tentava jogar sua última cartada para impedir a vitória petista, nossa corrente trotskista foi categórica em mostrar a inviabilidade da manobra. Em artigo intitulado “Tentativa de golpe eleitoral da VEJA não colou em função do suporte de Dilma nas frações mais expressivas da burguesia nacional” (25/10) alertamos que os Civitas estavam isolados em sua sanha golpista porque o grosso da burguesia se perfilava em torno da “gerente” e, inclusive, prognosticamos a própria diferença de votos entre a candidata do PT e do PSDB: “Como um prognóstico eleitoral para este domingo, crivamos uma diferença de 1 ou 2% em favor de Dilma, provavelmente no resultado mais apertado de toda a história republicana. A campanha petista cresceu neste segundo turno entre os setores mais explorados da população diante da ofensiva reacionária e xenófoba dos Tucanos. Porém o PT está muito distante de representar minimamente os interesses sociais dos oprimidos, os vínculos programáticos estabelecidos com a burguesia neste últimos quinze anos são bastante sólidos e vão além de qualquer período eleitoral”. Os resultados oficiais divulgados a poucos minutos pelo TSE (51,62% x 48,38%) crava justamente esta diferença, cuja previsão não foi produto de nenhum exercício de “futurologia” mas da caracterização marxista de que a burguesia e o imperialismo necessitavam desta disputa acirrada com o PSDB para manter o PT ainda mais refém de suas ordens. Toda nossa análise se pautou também na leitura de que qualquer apoio por mais “crítico” a Dilma significava o fortalecimento de um bloco político e social policlassista que se sustenta na política de colaboração de classes, que não esteve ameaçada de uma investida fascista porque não havia nenhum ascenso revolucionário que obrigasse setores da classe dominante a lançar mão desta medida. A aceitação passiva da derrota por parte de Aécio Neves e do PSDB, apesar da pequena margem de votos que levou a sua derrota, é mais uma prova concreta do que afirmamos. Agora a “valente Dilma” da campanha eleitoral dará lugar a uma gerente reacionária que levará a cabo os “ajustes” e ataques tão exigidos pela burguesia e o imperialismo, não dando qualquer guinada “a esquerda” como demagogicamente apregoam setores da Frente Popular e seus apoiadores de última hora, dentro e fora do PSOL.

sábado, 25 de outubro de 2014



Dilma e Aécio juntos no "repúdio veemente" ao direito da livre manifestação da militância contra a imundice da VEJA

Quando se trata de reprimir as livres manifestações do movimento de massas contra as forças fascistizantes sempre encontramos bem unidos "progressistas e reacionários", defendendo  o "sagrado direito" de propriedade da burguesia. Este foi o caso de Aécio e Dilma diante da manifestação ocorrida na noite da última sexta-feira (24/10) em frente a sede da editora Abril em São Paulo. O ato político de repúdio a mais recente publicação da máfia dos Civitas foi convocado pela UJS, contando com a participação de vários militantes da juventude do PT, transcorreu pacificamente e foi finalizado com algumas pichações em via pública ou em placas da editora que se encontravam na parte externa da sede. Se no palco institucional a edição da VEJA ficou completamente isolada, sendo inclusive obrigada pelo TSE (por decisão unânime) a publicar em seu site um direito de resposta do PT, não ocorreu o mesmo em relação a justa manifestação da militância da UJS, taxada pela mídia corporativa de um "ataque bárbaro a liberdade de imprensa". Não demorou muito para que os noticiários da Rede Globo dessem ampla cobertura na cínica condenação ao "brutal vandalismo" organizado por "apoiadores da candidatura Dilma". Logo se formou uma cadeia de solidariedade aos "indefesos" Civitas, ameaçados pelos "perigosos" militantes que portavam alguns sprays de tinta. Como era de se esperar o candidato Tucano saiu com a seguinte pérola da reação: “Assistimos ontem e hoje a um atentado contra a democracia, contra a liberdade de expressão", porém Dilma não ficou muito atrás: "Isso é uma barbárie, não deve ocorrer. Deve ser proibido. Só podemos aceitar atos pacíficos. Não se faz um país civilizado dessa forma". A identidade dos dois candidatos só não é maior do que o cretinismo contido nas declarações, por acaso só as  empresas podem se manifestar através da força do seu capital, será que as manifestações do povo nas ruas devem ser consideradas como "atentado contra a democracia"... só se for a democracia dos ricos! Para nós não é surpresa alguma a conduta política similar do PT e PSDB no que tange a repressão aos movimentos sociais, não foi diferente no início "Jornadas de Junho" quando o MPL foi brutalmente atacado pela polícia tucana de São Paulo, recebendo o pleno aval do governo Dilma que ofereceu a PF para auxiliar o fascista Alckmin. Frente a detenção dos militantes da UJS e a sórdida campanha contra o direito de manifestação pública, exigimos a liberdade imediata dos "presos da Abril", assim como convocamos a o movimento de massas a protagonizar um amplo repúdio ao cartel da mídia "murdochiana". O que está em jogo neste momento ultrapassa o resultado eleitoral deste domingo, onde as duas alas da burguesia (ganhe Dilma ou Aécio) pretendem recrudescer ainda mais as parcas liberdades de organização e manifestação conquistadas na luta contra o regime militar.

Tentativa de golpe eleitoral da VEJA não colou em função do suporte de Dilma nas frações mais expressivas da burguesia nacional

O campo militante de apoio político mais ativo da candidatura Dilma esperava que nesta reta final de campanha se repetissem fatos semelhantes aos ocorridos em 89, quando a burguesia preparou uma sequência de armações pesadas contra Lula, incluindo até mesmo acusação de sequestro na véspera do dia da eleição. A publicação da última edição do esgoto VEJA, antecipada para circular nesta sexta (24/10), parecia indicar a repetição de um golpe eleitoral, semelhante ao acontecido 25 anos atrás. Esta edição "extra" da imunda VEJA traz uma suposta revelação do doleiro Beto Youssef onde acusa Dilma e Lula de estarem sabendo da atuação criminosa do ex-diretor da PETROBRAS Paulo Costa. A grande expectativa do campo de "esquerda" era que o Jornal Nacional desse enorme repercussão as "denúncias" da VEJA, aliás como sempre feito, não deixando tempo hábil para o PT articular uma resposta, já que horário eleitoral gratuito acabou na própria sexta. Acontece que apesar de algumas semelhanças com a polarizada campanha de 89, o PT não "assusta" mais a burguesia, muito pelo contrário, sua gerência a frente do Estado burguês potencializou enormes lucros e novos mercados para as classes dominantes, e desta vez a tentativa de terrorismo eleitoral da VEJA não recebeu a chancela nem mesmo da famiglia Marinho, que determinou aos seus editores do JN que desconhecessem as "denúncias". Esta conduta das Organizações Globo, que continua apoiando a candidatura Tucana, é coerente com a manipulação dos resultados apresentados pelos "institutos" de pesquisa, também controlados pelo clã Marinho. No último levantamento do IBOPE/ GLOBO Dilma aparece com uma vantagem de oito pontos sobre Aécio, o que nos parece ser uma determinação política mais geral da burguesia, para além dos interesses corporativos da GLOBO. Sem o respaldo do JN restou a Aécio inserir a sujeira da VEJA em seu programa eleitoral e no próprio debate ocorrido na noite de sexta, resultando em um verdadeiro tiro no seu próprio pé naquilo que poderia ser a "bala de prata" do Tucanato para derrotar o longo ciclo de "poder" do PT.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014


Dilma e Aécio, duas faces da ofensiva burguesa contra os trabalhadores!

A cada dia que se aproxima o 26 de Outubro, data do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, novos aderentes ao “voto crítico” em Dilma aparecem. Desde os parlamentares do PSOL até grupos revisionistas que “juram” fidelidade ao trotskismo, passando por “intelectuais de esquerda” que esgrimam alarmados o perigo da “ameaça fascista”... todos em uníssono somam-se a cantilena de que para derrotar eleitoralmente o tucanalha Aécio é necessário estabelecer uma ampla frente política em defesa da reeleição da “gerentona” petista. Ao lado dessas “viúvas arrependidas”, temos em apoio a Dilma ninguém menos que os representantes das grandes empreiteiras do país, o presidente do maior banco privado nacional (Bradesco), o rei da soja “Maggi” e o principal investidor privado do Brasil, Abílio Diniz, além é claro das principais oligarquias arqui-reacionárias (Ferreira Gomes, os Sarney, Renan Calheiros, os Barbalho...). Estamos vendo a olhos vistos o fenômeno da “Frente Popular” ao vivo e a cores mostrar sua verdadeira face em nosso país! Em toda a sua amplitude conforma-se um arco político policlassista que advoga o “mal menor” para derrotar a direita. Enquanto isso, todas, literalmente todas as campanhas salariais do país são derrotadas uma a uma e mesmo abortadas em seu início (bancários, correios) para não polarizar “por baixo” o circo eleitoral da democracia dos ricos. Estranha “disputa com a direita” em que a classe operária e os “movimentos sociais” só se fazem presentes em passeatas eleitorais representadas por seus dirigentes sindicais liberados ou em eventos financiados pelas “doações” dos capitalistas onde comportadamente esta burocracia venal declara apoio a candidata do PT para derrotar o PSDB. Definitivamente, apesar de toda a pressão, a LBI não faz parte desta “grande família” reformista e denuncia que não há nenhum perigo de um golpe de estado iminente e, muito menos, de uma ação fascista contra a vanguarda operária que justifique qualquer apoio por mais “crítico” que seja ao PT, recursos usados por setores da burguesia para golpear o proletariado em época de ascenso revolucionário, o que não é o caso do que ocorre aqui no Brasil atualmente, como foi em 1964. Pelo contrário, tudo indica (até os “Institutos de Pesquisas”!), como a LBI prognosticou há vários meses atrás, que a burguesia nativa deixará que a gerência da Frente Popular se mantenha por mais quatro anos para fazer os “ajustes” necessários para a transição para um eixo político mais conservador em 2018 que tenha a cabeça o Opus Dei Alckmin.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014


Borón, o apoio muitíssimo “crítico” ao PT e seu “sonho” do capitalismo finlandês

O laureado sociólogo argentino Atilio Borón, simpatizante do Partido Comunista e um dos principais dirigentes do movimento latino-americano de apoio a Cuba, acaba de lançar um artigo sobre o segundo turno das eleições brasileiras (A esquerda e o segundo turno) onde defende de forma muito bem fundamentada o apoio crítico a candidatura do PT contra o que define como: "A versão dura do neoliberalismo", representada pelo Tucano Aécio Neves. O texto de Borón tem influenciado politicamente militantes dos movimentos sociais e até mesmo organizações "marxistas" que inicialmente proferiram uma disposição pelo voto nulo, particularmente no arco da chamada "ala esquerda" do PSOL. Borón começa por estabelecer um paralelo histórico entre as desastrosas posições da III Internacional, em seu "terceiro período" ultra-esquerdista, e a recusa de setores do "campo revolucionário" em chancelar eleitoralmente o PT nesta eleição bastante polarizada entre "esquerda versus direita". Logo de cara Borón nos brinda com a seguinte lógica da clássica chantagem da ameaça de um Golpe de Estado, não por acaso a forçada simetria entre a Alemanha de Hitler e o Brasil da Frente Popular: "Da mesma forma que a desastrosa política do ‘socialfascimo’, que pavimentou o caminho de Hitler ao poder, a tese de que Aécio e Dilma ‘são o mesmo’ vai provocar, caso triunfe o primeiro, terríveis consequências para as classes populares do Brasil e de toda a América Latina, para além da obviedade de que Aécio não é Hitler e de que o PSDB não é o Partido Nacional Socialista Alemão". A "tese" de Borón não consegue passar na primeira prova da rigorosa análise marxista, vejamos porque: nosso país está bastante distante de um acirramento revolucionário da luta de classes, onde o proletariado ameace o poder de Estado da burguesia. Contra-revoluções sangrentas são necessariamente uma resposta militar (e também política) dos capitalistas a uma possibilidade concreta da perda do seu "status quo". Foi assim na própria Alemanha, na Espanha e também no Brasil e Chile mais recentemente. Estamos assistindo a uma acirrada polarização eleitoral, repetimos com todas as letras maiúsculas, ELEITORAL! Borón até talvez pudesse ter um “fio de razão” se as eleições burguesas no Brasil correspondessem a um estágio superior de radicalidade da luta de classes, como ocorreu na Venezuela com o assassinato de Chaves pela CIA e a posse de Maduro, onde a questão do Golpe de Estado não era um simples demagogia midiática. O movimento operário hoje não vive um assenso de massas no Brasil, muito pelo contrário atravessamos um refluxo das lutas diretas (campanhas salariais abortadas para estrear o circo da democracia) e um enorme retrocesso na consciência de classe do proletariado, produto de mais de setenta anos de embotamento reformista! Somente completos idiotas de esquerda (como os revisionistas) podem afirmar que não existe o crescimento da chamada "onda conservadora", ou como nós definimos sob a ótica do Marxismo, uma etapa de reação política em toda linha. As tão mitificadas  "Jornadas de Junho", que tiveram como centro principal São Paulo e Rio, acabaram por reconduzir os próprios facínoras que as reprimiram selvagemente aos governos estaduais, isto porque careciam de um claro programa socialista e de uma direção operária. Não custa lembrar aos ufanistas da "revolução dobra a esquina" que não é possível romper a ordem burguesa apenas com um programa sindical e sem um partido Leninista com influência de massas. Se o resultado das eleições são um produto muito deformado da luta de classes (quando não uma fraude completa) não podemos dizer o mesmo da total ausência no cenário nacional de organismos independentes da classe operária!  Mas voltando a Borón, vamos admitir só por uma abstração teórica que a tática correta a ser seguida no Brasil fosse a de Dimitrov, o expoente da internacional stalinista que "destruiu" politicamente o sectarismo do "III período" com sua elaboração acerca da necessidade de se impulsionar "frentes amplas" contra o fascismo e governos de "Frente Populares", como o que encabeça o PT nos últimos doze anos. Segue Borón: "A Terceira Internacional abandonou esta postura (esquerdismo) em seu VII e último congresso, em 1935, para adotar as teses das frente populares ou frentes únicas antifascistas. Mas já era tarde demais". Não Borón, não era tão tarde assim... Esta política com outro formato, mas tão criminosa como a anterior foi levada a cabo pelo partido "comunista" na Espanha, resultando na integração das massas ao governo republicano de Largo Caballero, em nome de "baixar as bandeiras" para evitar o triunfo da extrema-direita, o desfecho de outra trágica derrota histórica do proletariado já é bem conhecida de todos. Trotsky analisa assim a suposta "correção" do rumo stalinista, tão festejada retrospectivamente por Borón, "Do ponto de vista da nova teoria, o que choca sobretudo na política de Stalin é o completo esquecimento do ABC do leninismo. Com um atraso de algumas dezenas de anos – e que anos! –, a Internacional Comunista restabeleceu completamente em seus direitos a doutrina do menchevismo. Mais ainda, esforçou-se para dar a esta doutrina uma expressão mais ‘conseqüente’ e, por isso mesmo, mais absurda. Na Rússia czarista, no início de 1905, a fórmula ‘revolução puramente democrática’ tinha a seu favor, em todo caso, infinitamente mais argumentos que em 1937 na Espanha. Não é de se espantar que, na Espanha contemporânea, a política ‘operária liberal’ do menchevismo tenha se tornado a política anti-operária, reacionária do stalinismo. De um golpe, a doutrina do menchevismo, esta caricatura do marxismo, foi, por sua vez, caricaturizada. Seria, no entanto, ingenuidade pensar que, na base da política do Comintern na Espanha estivessem alguns ‘erros’ teóricos. O stalinismo não se guia pela teoria marxista, nem por qualquer teoria que seja, mas, empiricamente, pelos interesses da burocracia soviética. Entre eles mesmos, os cínicos de Moscou riem-se da ‘filosofia’ da Frente Popular à la Dimitrov . Eles têm, porém, à sua disposição, para enganar as massas, numerosos quadros de propagandistas desta fórmula sagrada, sinceros ou canalhas, ingênuos ou charlatães. Louis Fischer, com sua ignorância e auto-suficiência, seu estado de espírito de argumentador provinciano organicamente surdo para a revolução, é o representante mais repugnante desta confraria pouco atraente. A política da ‘união das forças progressistas, o ‘triunfo das idéias da Frente Popular’, o ‘dano causado pelos trotskistas à unidade das fileiras antifascistas’... Quem acreditaria que o Manifesto Comunista foi escrito há 90 anos?” (L.Trotsky, Menchevismo e Bolchevismo na Espanha). Nosso caro sociólogo, que tem a honestidade intelectual de não esconder suas simpatias com o stalinismo, não pode ter a "ousadia" de tentar imiscuir uma política policlassista fracassada historicamente (do ângulo do proletariado é claro!) com o programa revolucionário que tem como base fundamental a independência de classe seja qual for a conjuntura política. Porém Borón também deixa escapar em sua repercutida matéria que não acredita na possibilidade da instauração do socialismo revolucionário em países capitalistas periféricos e neste aspecto é coerente com a defesa eleitoral "crítica" que fez de governos burgueses de esquerda em nosso continente, como na Argentina, Uruguai e agora no Brasil. Para Borón: "Dizer que Aécio e Dilma são políticos burgueses é uma caracterização tão grosseira como dizer que o capitalismo brasileiro é o mesmo que existe na Finlândia ou na Noruega – os dois países mais igualitários do planeta e com maiores índices de desenvolvimento humano, segundo diversos informes produzidos pelas Nações Unidas". Aqui Borón deixou cair o "véu" que lhe cobria como teórico marxista para advogar a caracterização liberal de que o capitalismo dos países imperialistas, ou subimperialistas, não tem a menor relação com os do capitalismo atrasado, seria como afirmar o "estapafúrdio" que tanto Dilma e Aécio "são políticos burgueses". Lembremos ao "olvidado" portenho que tanto na Suécia, Finlândia ou Noruega, países nórdicos tão celebrados pela ONU, a dinâmica essencial da acumulação capitalista é a mesma que na Etiópia, as enormes e brutais diferenças sociais são decorrentes do caráter imperialista dos primeiros e semi-colonial do último. As grandes conquistas operárias e sociais dos países capitalistas centrais não podem ser implementadas nos periféricos, não porque não sejam capitalistas mas porque pertencem a uma cadeia mundial de divisão das forças produtivas onde seu papel econômico é "alimentar" as "metrópoles imperiais", com a rapinagem  de suas riquezas naturais e também com a mais-valia do seu proletariado urbano e rural. Quase com o mesmo método podemos caracterizar cabalmente que Dilma e Aécio são duas expressões políticas da burguesia, sem que isto signifique que não há enormes diferenças na forma (e não no conteúdo) no qual se apresentam para gerir o Estado capitalista. Afinal para que serve a definição de Marx sobre a total unidade das classes dominantes quando se trata de explorar a força de trabalho do proletariado e atacar suas conquistas e lutas, como fazem PT e PSDB juntos no parlamento, talvez para Borón esta caracterização não sirva para a política concreta dos comunistas, mas somente para ser "manejada" nas palestras e conferências da academia...

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária nº 286, 2ª Quinzena de Outubro/2014



EDITORIAL
Dilma e Aécio, duas faces da ofensiva burguesa contra os trabalhadores!

PORQUE OS TROTSKISTAS APOIARAM MADURO PARA DERROTAR A DIREITA GOLPISTA E NÃO VOTAM EM DILMA CONTRA A TUCANALHA?
Semelhanças e diferenças entre o nacionalismo Chavista e os neoliberais de esquerda do PT

O CHAMADO AO VOTO NULO REALMENTE FAVORECE A DIREITA?
Uma resposta classista a Breno Altman

PSTU E SUA “ALMA GÊMEA” NO PSOL (CST) AFIRMAM O DEVANEIO QUE O VOTO EM ALCKMIN E AÉCIO SÃO A “EXPRESSÃO DA REBELDIA POPULAR”
Para quem apoiou a OTAN contra a Líbia a vitória da Tucanalha é muito “progressista”...

PSTU CONSOLIDA SEU PAPEL DE APÊNDICE DO PSOL
Auxiliar dos reformistas a alcançarem o coeficiente eleitoral para a eleição de seus parlamentares. Será mesmo uma grande “vitória” dos Morenistas?

O “UNGUENTO MILAGROSO” DAS “JORNADAS DE JUNHO” JUSTIFICA ATÉ O TRIUNFO DO OPUS DEI ALCKMIN
Para os revisionistas a “Onda Conservadora” é pura ficção política!

APESAR DA OFENSIVA DA “NOVA” DIREITA (PSDB, PSB E REDE) CONTRA O PT...
Dilma ainda mantém o apoio da maioria da burguesia nacional

PSB, MARINA E A OLIGARQUIA CAMPOS NA FRENTE ÚNICA TUCANA CONTRA PT
A rearticulação da “nova” direita no Brasil passou pelo crivo da Casa Branca

SEGUNDO TURNO
Fraude eletrônica leva Aécio a retardar vitória do PT

URNA “ROUBOTRÔNICA” E REDE GLOBO...
Tiram Garotinho do segundo turno no RJ

DEPOIS DO SILÊNCIO INICIAL A “TEMPESTADE” DE DENÚNCIAS
Para quem mesmo Costa está a serviço?

PSB VERGA A DIREITA
Como os ratos que percebem o naufrágio abandona o barco da Frente Popular

PCO ADVOGA A “LIBERDADE PARTIDÁRIA” EM GERAL PARA O ULTRARREACIONÁRIO LEVY FIDELIX ATACAR OS HOMOSSEXUAIS
Os genuínos Trosquistas não defendem a “livre expressão” do fascismo!

CAMPANHA SALARIAL DOS BANCÁRIOS/2014
Para apoiar Dilma no segundo turno, burocracia sindical “chapa-branca” golpeou a greve nacional dos bancários em tempo recorde!

BRASIL SOB ATAQUE ESPECULATIVO
Dilma “paga” por sua reeleição aos rentistas, derrubando a cotação do Real e transferindo as reservas cambiais do país para Wall Street

BOICOTE ATIVO AO CIRCO ELEITORAL
LBI impulsiona ato público pelo Voto Nulo na histórica Praça do Ferreira!

BLOG da LBI
300 mil acessos em meio a campanha ativa pelo Voto Nulo!

A FARSA DA CÚPULA DA ONU SOBRE O CLIMA
Lutar contra a “destruição do planeta” ou para sepultar o capitalismo que destrói a humanidade?

ELEIÇÕES NA AMÉRICA LATINA
Fadiga crescente dos governos da “centro-esquerda” burguesa

MANIFESTAÇÕES “PELA DEMOCRACIA” EM HONG KONG
A serviço de abrir uma cunha imperialista em toda a China

segunda-feira, 20 de outubro de 2014



Porque os Trotskistas apoiaram Maduro para derrotar a direita golpista e não votam em Dilma contra a Tucanalha? Semelhanças e diferenças entre o nacionalismo Chavista e os neoliberais de esquerda do PT

Em meio ao debate sobre o segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, onde diversos setores da “esquerda” não integrados diretamente a frente popular passaram a professar o “voto crítico em Dilma”, alguns revisionistas contestam porque a LBI não defende o apoio a candidata do PT “para derrotar a direta” já que em 2013 advogamos o voto crítico em Nícolas Maduro na Venezuela contra a ameaça concreta da direita golpista. Antes de mais nada é preciso compreender que a defesa do Voto Nulo (e também a participação nas eleições burguesas) não é uma questão de princípios para nossa corrente trotskista. O próprio núcleo fundador da LBI reivindica o voto crítico em Lula em 1989 porque naquele momento a candidatura da frente popular expressava (ainda que deformadamente) um enfrentamento de classe com o conjunto do regime político da “Nova República”, inclusive sendo o catalizador de diversas lutas diretas dos trabalhadores do campo e da cidade, apesar do programa de conciliação de classes do PT. De lá para cá (25 anos), houve a completa integração do PT a democracia burguesa e, mais particularmente em 2002, o partido de Lula assumiu o governo central no país em compromisso direto com o imperialismo ianque e a burguesia nativa de sustentação da ordem capitalista. O PT passou a ser um representante de classe do grande capital apesar da sua origem no movimento operário. Nesse sentido, deixou de ser um canal de expressão (mesmo limitado) da luta da classe operária contra a burguesia. O pacto social celebrado pela frente popular durante seu 12 anos de gerência é uma prova inquestionável do que afirmamos. Impôs o esmagamento das tendências de luta do povo pobre e bloqueou a radicalização dos combates nas ruas e locais de trabalho, optando-se por incrementar as políticas sociais “compensatórias” para os setores mais desorganizados e empobrecidos da sociedade capitalista e repressão a vanguarda classista enquanto foi garantido o lucro crescente aos bancos, empreiteiras e rentistas internacionais, como declarou recentemente o presidente do Bradesco, não por acaso apoiador da reeleição de Dilma. A realidade venezuelana veio no sentido inverso desde que Chávez assumiu a presidência em 1999. O quadro político-eleitoral do país foi levando a uma radicalização da luta de classes, ao ponto do próprio Chávez denunciar o seu envenenamento pela CIA, assassinato que foi antecedido por uma tentativa de golpe de Estado (2002) que teve inclusive o sequestro do presidente. A morte do líder bolivariano levou milhares às ruas em mobilizações multitudinárias contra a direita golpista/fascista e colocou a candidatura de Maduro diretamente no centro deste enfrentamento protagonizado por gigantescas marchas de cunho anti-imperialistas. Não por acaso, durante a campanha eleitoral várias sedes do PSUV foram incendiadas e houveram enfrentamentos de ruas com dezenas de mortes. A vitória apertada de Maduro contra o fascista Capriles não foi sequer reconhecida pela Casa Branca, que incentivou a continuidade das mobilizações contra o “chavismo”. Neste quadro, foi mais do que justo chamar o voto crítico em Maduro para “estimular” as tendências de radicalização do setor popular e camponês que apoia o nacionalismo burguês, estabelecendo uma unidade tática eleitoral com o chavismo contra a candidatura de Capriles e sua “oposição unificada” arquitetada e dirigida desde a Casa Branca, sem capitular politicamente ao seu programa. Os marxistas apoiaram na Venezuela a tendência de giro à esquerda do movimento operário, utilizando os próprios instrumentos concretos construídos pela luta de classes, ainda que não sejam absolutamente “puros”, do ponto de vista de uma estratégia classista. A conjuntura de brutal ofensiva imperialista de “ajuste” contra suas semicolônias e o covarde assassinato do maior símbolo contemporâneo da resistência nacionalista a esta ofensiva imperial, obrigaram os marxistas a estabelecerem a tática da frente única, que no caso venezuelano aplicou-se também no terreno eleitoral. A realidade brasileira passa há anos luz desta conjuntura, onde as tendências mais progressistas contra a democracia burguesa se apoiam hoje em uma adesão crescente ao boicote eleitoral devido a ausência de uma candidatura revolucionária, com o incremento dos votos brancos, nulos e abstenções, que instintivamente questionam o circo eleitoral e apontam que Dilma e Aécio são candidaturas que tem o mesmo caráter de classe, ainda que sejam apresentadas como um enfrentamento entre “esquerda x direita” justamente para melhor encobrir que ambas servem aos interesses do grande capital!

sábado, 18 de outubro de 2014


O chamado ao Voto Nulo realmente favorece a direita? Uma resposta classista a Breno Altman

O “conceituado” jornalista Breno Altman, um dos apologistas de esquerda mais aguerridos na defesa da Frente Popular, nos brindou com um “artigo militante” onde tenta demonstrar que a campanha pelo voto nulo ou mesmo o boicote as eleições favorece objetivamente a vitória da direita e seu dileto candidato, o Tucano Aécio Neves. Os argumentos de Altman “passeiam” desde a aritmética eleitoral até a a razoabilidade política da “importância” em reconduzir o PT ao Planalto e assim evitar o retorno da direita (ou como nós definimos a “nova” direita) ao poder de Estado. Altman define desta maneira a suposta “ajuda” que os “críticos do PT” estariam dando ao PSDB: “Não se imagina que o voto em Dilma, vindo de setores críticos ao petismo, seja aval duradouro ao governo incumbente e eventualmente reeleito. Trata-se de saber, no entanto, se esses eleitores estão ou não dispostos a barrar o avanço da hipótese mais reacionária. Apesar do exemplo de desprendimento das principais lideranças do PSOL, além de outras referências sociais, culturais e políticas, que declararam seu apoio à fórmula presidencial petista, há quem continue a fincar pé no diagnóstico de que são todos farinha do mesmo saco. Mesmo sob o risco, ao votar nulo no dia 26,de estar objetivamente prestando auxílio ao candidato da direita" (Altman,OM,17/10/14). Não vamos neste contraponto as “teses” de Altman cansar o leitor com as já “exauridas” constatações que na verdade foi o governo do PT quem abriu as portas para “auxiliar” a sobrevivência política da velha e corrompida direita, como Sarney, Collor e  Maluf etc...Como diz um velho provérbio mandarim: “A verdade quando é pura  resiste as mais cortantes espadas do pensamento”, e somos obrigados em nome da verdade a reconhecer que Altman tem plena razão em sua “lógica”, afinal qualquer movimento eleitoral que neste momento não deságue em Dilma, favorecerá o triunfo da direita, com a Tucanalha de volta a presidência. Como ainda não consideramos o PT como uma representação política da direita, Altman está certo ao conferir qualquer não apoio eleitoral a Dilma como uma “equação” onde o “X” resulta em Aécio. A “correta” lógica de Altman só não contempla um elemento central para os Marxistas Revolucionários, a questão das classes sociais, onde “direita e esquerda” são a representação política da mesma classe dominante. Se não tapamos “o sol com a peneira” e afirmamos com todas as letras que o voto nulo poderá beneficiar eleitoralmente o PSDB, com muito mais vigor asseveramos que nesta conjuntura posta tanto o PT como o PSDB expressam a “esquerda e a direita” da burguesia nacional, cortada ao meio entre os dois "projetos de poder". A “gerência” estatal do PT se propõe a conduzir a burguesia a conquistar “novos” mercados (já não tão novos assim e um tanto esgotados), por outro lado a “capatazia” Tucana pretende girar a economia para a aliança tradicional com os EUA, que alardeia sua iminente recuperação. Se a opção “gerencial” colocada pelo PT já não é capaz de produzir um “esplendoroso” superávit cambial para o Estado, é mais do que “natural” que setores da burguesia agora apostem no retorno dos Tucanos. Como um militante da Frente Popular (sinônimo de governo burguês), Altman já não raciocina mais com critérios de classe e sim com as representações políticas dos patrões: esquerda versus direita. Simplesmente não leva em consideração que os segmentos mais consistentes da burguesia nacional apóiam o PT, como o Bradesco, o “consórcio” das cinco grandes empreiteiras, investidores de grosso calibre como Abílio Diniz (cotado para o novo ministério de Dilma) e o  “barão” da soja Blairo Maggi (grupo Amaggi) etc... O PSDB não fica muito atrás tendo ao seu lado a famiglia Marinho (Organizações Globo), o “conde” do aço, Jorge Gerdau, ITAÚ  etc...  Podemos atribuir a duríssima polarização que permeia o atual cenário eleitoral a própria divisão “cabeça a cabeça” na “pista de corridas” da burguesia nacional. Poderíamos até mesmo aceitar o “convite” de Altman para estabelecer um bloco com o PT, a ala esquerda da burguesia, mas não no terreno eleitoral e em outra conjuntura, onde a direita burguesa ameaçasse realmente o movimento de massas com um golpe fascista. Por ora a única ameaça concreta é a continuidade da política de “ajuste” neoliberal, que já vem sendo levada a  cabo pelo governo do PT e com a possibilidade da volta do PSDB com certeza se intensificará. Porém o proletariado não pode ser chantageado politicamente pelos “neoliberais de esquerda” para se postar contra os “neoliberais de direita”, é necessário ir além da dicotomia eleitoral burguesa construindo uma alternativa classista para a próxima etapa histórica da luta de classes.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014


Para apoiar Dilma no segundo turno, burocracia sindical “chapa-branca” golpeou a greve nacional dos bancários em tempo recorde!

A greve nacional dos bancários, iniciada dia 30/09, foi duramente golpeada em apenas quatro dias de paralisação, quando o Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT, orientou às assembleias de base do dia 06/10, portanto logo após a realização do primeiro turno das eleições presidenciais, a aprovação da nova proposta da Fenaban: reajuste de 8,5% (aumento real de 2,02%), o piso salarial em 9% (2,49% acima da inflação) e o vale-refeição em 12,2%. A maioria das assembleias, previamente divididas por banco, aprovou o acordo rebaixado, embora em algumas cidades, os bancários de bancos públicos tenham continuado a greve, de forma isolada e fragmentada, por um ou dois dias. A política da burocracia “chapa branca” foi encerrar a greve para se dedicar a campanha eleitoral de Dilma no segundo turno, ainda mais que a “gerentona” petista recebe o apoio do Bradesco para sua reeleição. Não por acaso, o presidente do maior banco privado do país, Luis Carlos Trabuco, elogiou-a recentemente declarando que “Dilma tem um plano de governo, tem um direcional, é a favor do Brasil e nós [bancos] somos a favor do Brasil” (Valor Econômico, junho/2014). Apesar da CUT e da campanha petista demagogicamente atacar durante o primeiro turno o apoio do Itaú a candidatura de Marina Silva, o Bradesco e vários pesos pesados do empresariado seguem tendo Dilma como sua candidata preferencial. Por esta razão, as direções sindicais governistas resolveram sacrificar a luta dos bancários para não desagradar aos patrões de sua candidata!

quinta-feira, 16 de outubro de 2014


PSTU e sua “alma gêmea” no PSOL (CST) afirmam o devaneio que o voto em Alckmin e Aécio são a “expressão da rebeldia popular”. Para quem apoiou a OTAN contra a Líbia a vitória da Tucanalha é muito “progressista”...

O PSTU e os Morenistas da CST acabam de lançar artigos em que se somam ao coro dos revisionistas do trotskismo que caracterizam não haver uma “Onda Conservadora” no Brasil. Junto com outros membros da “grande família” (LER, EM...), os Morenistas são categóricos em afirmar pérolas que apresentam os votos em Alckmin e Aécio como um “fenômeno progressivo”, “um voto de castigo contra o PT”. Exagero da LBI? Leiam atentamente com os próprios olhos o que nos diz o candidato do PSTU à Presidência, José Maria de Almeida: “Estes milhões de votos são votos de oposição a tudo que aí está, são votos por mudanças, por melhoria nas condições de vida dos trabalhadores e do povo pobre. E, mais uma vez, pela funcionalidade do sistema eleitoral brasileiro, são canalizados para a candidatura que tem chances de derrotar o atual governo, o PT. São ‘votos castigo’ no PT e, para isto, os trabalhadores usam o que têm às mãos: a candidatura do PSDB. Mas não tem nenhum tipo de alinhamento programático com o candidato tucano”. (Sobre onda conservadora, voto nulo e alternativas da esquerda socialista, 14/10). Não é nenhuma surpresa que os apoiadores das “revoluções made in CIA” na Líbia, Síria, Egito e Ucrânia avaliem agora que o apoio eleitoral ao tucanato baseado em sentimentos xenófobos e anticomunistas são “votos por mudanças” no Brasil. Somente os estúpidos revisionistas do PSTU, CST e afins conseguem enxergar um “voto sem alinhamento programático” em Alckmin/Aécio para apresentar o apoio aos tucanos como uma expressão de “rebeldia das massas”. O míopes que viram no golpe militar no Egito ou na ação dos fascistas na Ucrânia uma “revolução” realmente só podem mesmo enxergar o voto nos tucanatos como uma escolha “por melhoria nas condições de vida dos trabalhadores e do povo pobre”! Para o delirante esquema político morenista, as “Jornadas de Junho” abriram um caminho revolucionário no Brasil, portanto o crescimento das tendências fascistas e de grupos de extrema-direita, além do fortalecimento da bancada conservadora no parlamento, da vitória do Opus Dei Alckmin em primeiro turno em SP e do incremento da votação de Aécio a nível nacional são apenas um “detalhe” que provaria o justo repúdio ao PT. Nada disso seria produto do retrocesso da consciência de classe do trabalhadores a nível mundial, que no Brasil avançou ainda mais desde junho de 2013 devido a ausência da intervenção organizada da classe operária e pela inexistência de um partido revolucionário com peso social e político em nosso país.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014


Apesar da ofensiva da “nova” direita (PSDB, PSB e REDE) contra o PT, Dilma ainda mantém o apoio da maioria da burguesia nacional

Um debate muito importante permeia todos os setores da esquerda diante da ofensiva em toda linha desatada pela coligação da “nova” direita burguesa contra o PT, a candidatura Dilma seria a expressão ainda que deformada dos movimentos sociais? Restaria ao governo da Frente Popular alguma característica “democrática e popular”? Como Marxistas somos obrigados a ser absolutamente categóricos nesta questão, a “gerência” estatal petista e sua candidatura de continuidade não contemplam nenhum caráter operário ou popular ou mesmo radicalmente  democrático do ponto de vista burguês. Nos doze anos de sua gestão estatal o PT organizou um sólido bloco capitalista de “apoio mútuo” e não estamos nos referindo simplesmente a formação de sua base parlamentar composta por partidos burgueses “tradicionais”. Em particular sob a segunda presidência de Lula, setores da burguesia nacional foram impulsionados pelo Estado a buscar novos mercados, dentro e fora do país, diante da iminência da crise financeira mundial. A iniciativa do governo da Frente Popular de “fugir” da recessão econômica mundial a partir dos acordos comerciais firmados principalmente com a China, rompendo a histórica centralidade com os EUA, solidificou fortes vínculos materiais das classes dominantes com um partido que nunca foi operário ou socialista. Em paralelo a “gerência” petista adotou uma política agressiva de concessão de crédito, pela via dos bancos estatais, a setores médios ou em ascensão da burguesia nacional. Estes elementos obviamente se somam a política neoliberal dos governos petistas que serviu como alavanca para a acumulação financeira dos rentistas e de “generosos  incentivos” para os monopólios transnacionais que operam em nosso país. O PT e sua candidatura para continuar no controle do Planalto representam interesses sociais frontalmente opostos aos da classe operária, projetam o desenvolvimento de uma classe dominante um pouco mais autônoma das antigas ligações estabelecidas com a economia imperialista ianque. Este é exatamente o ponto da inflexão petista, que “divide águas” com a articulação burguesa Tucana: Que eixo econômico seguir, BRICS ou EUA e seus “parceiros”. Nesta disjuntiva para a burguesia não há qualquer caráter progressista na alternativa petista apontada, pelo menos para os movimento sociais e suas reivindicações de classe. Se elencarmos como “populares” ou de “esquerda” a políticas compensatórias, de inclusão creditícia e ampliação do mercado consumidor, levadas a cabo pelos governos da Frente Popular, estaríamos abrindo mão da nossa própria condição de Marxistas! A grande “bandeira” programática da esquerda “chapa branca”, implementada pelas “gerências” do PT, consiste exatamente na plataforma capitalista da expansão mercantil, nada tem ver com um programa socialista ou mesmo nacionalista burguês e antiimperialista. Esta caracterização não reduz as claras diferenças entre os dois “projetos de poder”, apenas as situa no mesmo campo de classe, ou seja no terreno da burguesia. Não por coincidência ou afinidades “ideológicas” e sim pelos laços estatais criados,  o PT agrega o apoio majoritário da burguesia nacional, que apesar das “queixas” midiáticas ao “intervencionismo” segue financiando  pesadamente a campanha da candidata do partido.

terça-feira, 14 de outubro de 2014


O “unguento milagroso” das “Jornadas de Junho” justifica até o triunfo do Opus Dei Alckmin. Para os revisionistas a “Onda Conservadora” é pura ficção política!

Muitas correntes revisionistas dentro e fora do PT, com a Esquerda Marxista (EM) ou a LER-QI escreveram artigos na tentativa de “explicar” (ou melhor, negar!) que nas eleições de 2014 houve o crescimento da direita no Brasil, entendido este espectro político como as forças burguesas mais conservadoras, como o PSDB do Opus Dei Alckmin. As “teses” apresentadas por estes agrupamentos são tragicômicas porque, antes de tudo, se especializam em negar a realidade para encaixá-la no seu esquema de que as “Jornadas de Junho” abriu perspectivas revolucionárias (ou no mínimo progressistas) no Brasil. A EM é categórica ao afirmar que “Não existe ‘onda conservadora’ no Brasil, nem em SP” (13/10) e assevera “As jornadas de junho de 2013 representaram o despertar de uma massa de jovens para a vida política. Uma massa de jovens que não conhece a história do PT, que não conheceu o PT que lutava pelos direitos dos trabalhadores, por mudanças na sociedade. Trata-se de uma juventude que passou toda sua ‘vida consciente’ sob o governo do PT em coalizão com partidos burgueses. Para esta camada de jovens, o PT não é sinônimo de mudança, mas sim de continuidade da ordem vigente. Não é de se estranhar que ao mesmo tempo em que queiram mudanças, estes jovens sejam anti-petistas. E, em meio à despolitização, podem acabar buscando expressar seu anseio por mudanças em qualquer voto contra o PT, inclusive em Aécio do PSDB no 2º turno”. A contra gosto, a própria EM é obrigada a nos confirmar que as tendências direitistas se consolidaram no país desde as “Jornadas de Junho”, na medida em que no primeiro turno foi a candidatura Marina que galvanizou politicamente o espírito das “Jornadas” e, agora, a ecocapitalista apoia o tucano Aécio, representante-mor das forças da reação burguesa na disputa presidencial! Este deslocamento ocorreu porque o fenômeno social das “Jornadas” nem de longe expressava um conteúdo revolucionário das camadas proletárias e mais oprimidas da população, ao contrário foram a manifestação de “indignação” da pequena burguesia com a precariedade dos serviços estatais. Neste processo multitudinal culparam o governo do PT por todas suas mazelas capitalistas e históricas, abrindo espaço para a entrada das forças neofascistas no movimento de “Junho”. A reeleição de Alckmin em primeiro turno em São Paulo e o crescimento do espectro reacionário no estado só confirma esta caracterização, que não é “apenas” um fenômeno eleitoral mais acima de tudo ideológico, com o fortalecimento de grupos fascistas e de extrema-direita para “combater o PT e sua ditadura comunista”, como vimos em Junho de 2013 e agora nas urnas em 2014! Mesmo defendendo o Voto Nulo, denunciado o circo eleitoral e a fraude imposta pela urna “roubotrônica” que manipulou resultados tanto no Rio como em São Paulo, não podemos fechar os olhos para esta realidade que exige dos Marxistas Revolucionários saber apontar onde nasce o Ovo da Serpente para não mensoprezar o seu perigo imediato e histórico!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014


PSB, Marina e a oligarquia Campos na frente única Tucana contra o PT: A rearticulação da “nova” direita no Brasil passou pelo crivo da Casa Branca

O anúncio oficial do apoio a candidatura Aécio realizado por Marina Silva neste último domingo, completa o ciclo político de rearticulação de forças originárias no ventre da “esquerda “,  iniciado pelo PSB e posteriormente referendado pela oligarquia Campos, na trilha da possível vitória Tucana ao Planalto. Não se trata apenas de um mero “fato eleitoral”, representa o nascimento de um novo eixo político de “poder” para burguesia, cujo centro permanece sob o controle do PSDB. Os governos FHC na década de 90 tiveram como base de apoio a sólida aliança firmada entre o PSDB e o PFL, uma composição entre um protótipo de Social Democracia tupiniquim e a velha direita oligárquica, herdeira política do regime militar. Este acordo partidário “bipolar” permitiu a burguesia desatar a mais duro ataque neoliberal contra as conquistas operárias das ultimas três décadas. Com a conversão definitiva do PSB ao campo reacionário  e o descortinamento “progressista” do REDE, estamos assistindo a gestação política de um nova parceria Tucana, patrocinada diretamente pelos EUA, que tem como objetivo inicial atrelar economicamente o país em um outro bloco de forças mundiais. A “novidade” é que diante da falência do PFL (DEM), agora os neoliberais se utilizam de uma articulação rompida com a Frente Popular e que pretende dar uma “cara nova” (mitigando “nacionalismo burguês” e “sustentabilidade ecológica”) a velha ofensiva imperialista contra os povos e nações. Ávidos pela vitória já dada como certa pela mídia corporativa e seus “institutos” fraudulentos, esta composição da nova direita, encabeçada pelo Tucanato, pavimenta seu caminho ao poder sob a mais completa covardia política do PT, incapaz de esboçar qualquer reação programática a sinistra marcha da direita próimperialista. A desfalcada Frente Popular optou por sua absoluta fidelidade a plataforma monetarista, que vem levando o país ao esgotamento econômico, ainda que esta via lhe conduza a uma humilhante derrota eleitoral. A única “tática” até agora utilizada pelo PT para conter a “avalanche” Tucana é a da comparação entre “passado e o presente”, isto quando o “futuro” próximo indica uma pesada tempestade. As massas procuram uma alavanca política para derrotar a imunda escória Tucana e seus novos amigos, mas não encontram no PT este instrumento. A passividade atual da Frente Popular se assemelha mais a completa impotência do governo De Gaule diante da invasão nazista em território francês, a verborragia da “esquerda” burguesa nunca foi capaz de derrotar a reação! Somente o proletariado, único ator social revolucionário, com seu método da ação direta no terreno da luta de classes e não no circo eleitoral, derrotará a “guerra” que os neoliberais já anunciam contra direitos e conquistas do nosso povo.

sábado, 11 de outubro de 2014


Depois do silêncio inicial a “tempestade” de denúncias: Para quem mesmo Costa está a serviço? 

O ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, personagem central da operação “Lava Jato” deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, “permitiu” em pleno andamento do segundo turno que seus depoimentos a justiça federal fossem “vazados” para a mídia corporativa. Afirmamos que Costa concordou com os “vazamentos” (até o momento divulgados somente em áudio) apesar de ser um réu beneficiado sob o regime da “delação premiada”, pelo simples fato  de ter permanecido de “bico fechado” em plena seção da CPI no Senado ocorrida às vésperas do primeiro turno eleitoral. Costa resolveu “abrir seu coração” justamente no momento em que o PT sofre o pior bombardeio midiático dos últimos vinte e cinco anos. Logo vem a pergunta, se Costa preservou Dilma e a atual diretoria da Petrobras anteriormente porque se volta agora para o campo dos Tucanos e seus aliados da extrema direita? Em primeiro lugar é oportuno reafirmar mais uma vez que as “terríveis” denúncias de Costa, que parecem escandalizar um espectro da extrema esquerda até o vão reacionário, são na verdade a prática mais prosaica de todas as instâncias do Estado capitalista. As “comissões” pagas aos gestores estatais, pelos grupos econômicos, não passam de uma regra comum que abarca toda a história da vida republicana no país. As “comissões” existem não só em todas as empresas estatais, como no conjunto de segmentos do governo, seja federal, estadual ou municipal, também estão presentes no poder judiciário e no parlamento. Sob as gerencias estatais do PT não foi nada diferente, apenas se cobrou um percentual menor do que cobravam os Tucanos na chamada “Era FHC”. Mas se Costa resolveu neste momento revelar o “segredo de Polichinelo” da Petrobras, não resta a menor dúvida de que também foi bem pago pelo caixa acumulado da privataria Tucana, no roldão dos cretinos, como o PSB, PV, pastores picaretas e similares. Porém o objetivo de “detonar” a Petrobras vai muito mais além do que o circo eleitoral, corresponde a interesses imperialistas no desmonte da estatal e na elaboração de um novo marco regulatório da exploração do petróleo nacional. Em última medida as surradas “revelações” de Costa estão a serviço das grandes multinacionais do setor energético, que nunca viram com muita simpatia a decisão do governo Lula em estabelecer um regime de partilha entre a Petrobras e as gigantes mundiais do setor na extração das reservas do “Pré Sal”. Se por um momento a mídia “murdochiana” preservou Dilma em um instante de indefinição política das classes dominantes no primeiro turno, garantindo o silêncio de Costa, hoje a ordem é “sangrar” o PT utilizando os patifes Costa e o doleiro Alberto Youssef, serviçais da burguesia que já trabalharam para o alto escalão do governo da Frente Popular. A novela “global” das revelações ou será mesmo das “delações” está apenas começando, sem cores e imagens... Porém o Jornal da famiglia Marinho promete novos “capítulos”, em vídeos “quentes” até o próximo dia 26 de outubro...

sexta-feira, 10 de outubro de 2014


As eleições na América Latina expressam a fadiga crescente dos governos da “centro-esquerda” burguesa

Neste ano ocorrem as eleições presidenciais de várias países governados pela centro-esquerda burguesa como Brasil, Bolívia e Uruguai. Em 2015 a disputa será na Argentina e na Venezuela, neste último a direita golpista deve levar a frente o pedido de “referendo revogatório” contra o governo de Nicolás Maduro. A tomar como exemplo as eleições presidenciais no Brasil, onde a direita pró-imperialista avança, quadro que se repete na Argentina e Venezuela, temos claramente um impasse político no “cinturão progressista” que gerencia o Estado burguês no continente. No Uruguai, Mujica será substituído possivelmente por Tabaré Vasquez, representante da ala direita da Frente Ampla, após a realização de um segundo turno bastante disputado em novembro. Somente o governo de Evo Morales parece ter a reeleição garantida. No resto da América do Sul há um “empate” mas com tendência de derrotas futuras no próximo período. A Colômbia é governada pelo facínora Manoel Santos, reeleito com o apoio vergonhoso da “esquerda” e cuja plataforma é o desarmamento total das FARC e, no Chile, Bachelet retornou ao Palácio de La Moneda em uma apertada vitória sobre os herdeiros do Pinochetismo, pregando uma guinada bem a direita que a política de seu primeiro mandato, baseada na promessa de uma nova Constituição para garantir um “Pacto Social” com os saudosistas da ditadura militar. Assim segue o quadro político, depois que Zelaya e Lugo sofreram golpes “constitucionais” respectivamente em Honduras e Paraguai, descortinando os planos do Pentágono para a América Latina de conjunto, política reforçada com a fraude aplicada nas recentes eleições hondurenhas para presidente. Se houver uma vitória de Aécio Neves (PSDB) sobre a frente popular comandada pelo PT no Brasil teremos definitivamente o “início do fim” do ciclo dos governos da centro-esquerda burguesa no continente, já que o Brasil sempre foi o “fiador” desta aliança pela sua pujança econômica e sua importância política estratégica. Porém, independente do resultado imediato das urnas, é notório o crescente esgotamento político e econômico desse modelo de gestão estatal como vimos na acirrada disputa eleitoral na Venezuela no ano passado, tanto que o imperialismo ianque exige que ela seja substituída para incrementar o alinhamento com a Casa Branca na América Latina, retrocedendo nas relações destes países com a Rússia e a China através dos BRIC´s. Para a classe operária, que já vinha sendo atacada em seus direitos e conquistas por estes governos “progressistas” que se limitam a política de “compensações sociais” aos setores mais empobrecidos e desorganizados da sociedade capitalista, a perspectiva que se avinha é de um golpe ainda mais duro sobre suas liberdades democráticas e suas condições de vida, com ataque direto ao salário, emprego e aposentadoria. Neste marco, sem patrocinar nenhum apoio eleitoral ou ilusões nestes gerências “progressistas”, declaramos que a ofensiva pró-imperialista que avizinha deve ser combatida com os métodos de luta direta da classe operária na senda da construção de uma alternativa revolucionária de poder dos trabalhadores da cidade e do campo!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014


PSB verga a direita, e como os ratos que percebem o naufrágio abandona o barco da Frente Popular

O PSB, por decisão amplamente majoritária de sua direção nacional, decidiu apoiar a candidatura Tucana ao Planalto neste segundo turno eleitoral. Dos membros do diretório apenas um voto foi dado em direção a Dilma, o do senador João Capiberibe interessado no apoio do PT na disputa pela reeleição de seu filho ao governo do Amapá. O presidente interino do PSB, Roberto Amaral, considerado um "Arraizista" histórico defendeu inicialmente a "neutralidade" do partido, para logo depois ceder e receber Aécio Neves de braços abertos e com um largo sorriso dos cretinos. Com a grave posição tomada pelo PSB fica evidente que este partido burguês se somou definitivamente ao arco político da direita no país, abandonando qualquer demagogia política de "esquerda" e de parceria na composição da Frente Popular com o PT. O antigo trio político de integrantes mais fiéis à Frente Popular (PT, PCdoB e PSB) agora fica "bípede" e com uma nítida perspectiva de isolamento do PT, já que a organização dos ex-estalinistas não consegue sequer "convencer" o governador eleito pelo partido no Maranhão (Flávio Dino) a apoiar a candidatura de Dilma Rousseff. O PSB após sua refundação em meados dos anos 80, teve a figura histórica do governador Miguel Arraes como seu grande líder e referência nacional. Arraes um "velho" nacionalista burguês nunca escondeu sua enorme simpatia por Lula, o qual o apoiou em 89 gerando sua ruptura com o PMDB, partido do qual se elegeu ao governo de Pernambuco em 86. Em 2002 o PSB se deixa levar pelas mãos do então governador fluminense Garotinho, apoiando sua fracassada aventura presidencial, mas no segundo turno volta ao leito da vitoriosa candidatura de Lula. Com a morte de Arraes, seu neto Eduardo Campos segue na trilha da Frente Popular, recebendo o apoio do PT a sua candidatura ao governo do estado em 2006. Porém em 2012 o PSB decide romper a tradicional aliança com o PT em Pernambuco lançando um nome próprio para  disputar a prefeitura do Recife. A partir deste "novo fato", Campos começou a "sonhar" com um vôo mais alto até Brasília, selando acordos com o setor financeiro internacional e depois acolhendo a própria Marina em seu partido. Foi o prenúncio da separação efetiva entre os rumos programáticos do PSB e os do PT. Com a morte induzida de Campos o PSB perdeu o último e tênue fio de continuidade com o nacionalismo de Arraes, hoje tomado de assalto por neoliberais agressivos o partido caminha na direção de tornar-se um mero apêndice político do PSDB. Na expectativa do encerramento do ciclo estatal petista, o PSB apostou suas fichas na vitória de Aécio e quem sabe até na permanência de Marina em seus quadros. Sem uma liderança nacional de peso, os "socialistas" abandonam o barco da Frente Popular e como os ratos que sentem o naufrágio pulam para a nave Tucana em busca de manter algum "bocado" do botim estatal.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014


PSTU consolida seu papel de apêndice do PSOL auxiliando os reformistas a alcançarem o coeficiente eleitoral para a eleição de seus parlamentares. Será mesmo uma grande “vitória” dos Morenistas?

Nos estados em que o PSTU coligou-se com o PSOL, constituindo a “Frente de Esquerda”, como São Paulo, Pará, Ceará ou mesmo Rio Grande do Sul, os candidatos do PSOL só foram eleitos com os votos dos candidatos proporcionais do PSTU e da legenda morenista! Como um “bom aliado útil” do PSOL no circo eleitoral, os providenciais votos do PSTU garantiram por exemplo a eleição de Ivan Valente (SP) e Edmilson Rodrigues (PA) para a Câmara Federal assim como de Renato Roseno (CE) e Pedro Ruas (RS) nos legislativos estaduais. Em resumo, enquanto o PSTU não elegeu nenhum parlamentar em 05 de Outubro porque o PSOL negou a coligação em estados onde a aliança poderia beneficiar o PSTU (Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte), aceitou de bom grado a “Frente de Esquerda” para viabilizar a eleição de seus candidatos! Os números não mentem nestes casos! Por exemplo, Ivan Valente (ex-APS) obteve 168.928 votos para deputado federal mas o coeficiente eleitoral exigido em SP foi de 299.952! A diferença de mais de 100 mil votos para que Ivan, presidente nacional do PSOL e representante da ala mais a direita do PSOL, garantisse mais um mandato no parlamento nacional veio (além dos diversos candidatos “laranjas” do PSOL) majoritariamente do PSTU, mais particularmente da candidatura de Toninho, que obteve quase 23 mil votos. O próprio Toninho fez os cálculos “Ficamos em segundo lugar na Frente de Esquerda, com uma votação de quase 23 mil votos. Como a Frente elegeu apenas um deputado, vamos ficar de suplente do companheiro Ivan Valente nesta legislatura. Faltaram por volta de 60 mil votos para a Frente de Esquerda eleger 2 deputados. A votação total da frente foi de 462,992. Minha candidatura obteve 22.854 votos. Além dos votos de legenda do PSTU, que somaram 9.086 votos” (Blog do Toninho, 05/10). Assim foi pelo Brasil afora! No Pará, o PSTU “retribuiu” a eleição de Cléber Ribeiro a vereador em 2012 quando coligou-se até mesmo com o PCdoB para conseguir sua vaguinha no legislativo municipal. Agora o PSTU aliou-se novamente com o PSOL no estado. Edmilson Rodrigues obteve 170.604 votos mas precisava de 203 mil para garantir sua vaga na Câmara Federal. Estes preciosos votos, além dos demais candidatos “laranjas” do PSOL, vieram de Cléber e da legenda morenista, que somou quase 10 mil votos. No Ceará, Renato Roseno (Insurgência) conquistou cerca de 59,8 mil votos. Somando os votos de todos os seus candidatos a deputado estadual, o PSOL conseguiu pouco mais de 94 mil, número insuficiente que não alcançaria o coeficiente de 97 mil. Sem os votos dos candidatos do PSTU, o PSOL não teria eleito o candidato preferencial da pequena-burguesia “ética” cearense. Ou seja, os 11 mil votos do PSTU no estado foram mais que necessários para o PSOL eleger seu único representante na Assembléia Legislativa. Por fim, o Rio Grande do Sul, onde o PSOL é controlado pelo MES de Luciana Genro e Roberto Robaina, cujas candidaturas receberam financiamento de grupos capitalistas como a mega-rede de Supermercado Zaffari. Pedro Ruas foi “eleito” deputado estadual com 36.230 votos mas o coeficiente eleitoral era de 111.078. Adivinhem quem ajudou o PSOL a ultrapassar esta barreira??? O PSTU é claro, obviamente sabendo que o MES bancava parte da campanha com o dinheiro “doado” pelos capitalistas! A vergonhosa política morenista de estabelecer coligações com o PSOL deveu-se a identidade programática este partido, mas enquanto seus “irmãos” psolitas foram beneficados nas urnas, o PSTU amargou uma fragorosa derrota política e eleitoral, com seus votos servindo apenas para engordar a bancada do PSOL nos estados e na Câmara Federal enquanto seu candidato a presidente, Zé Maria, não alcançou nem os 100 mil votos!

terça-feira, 7 de outubro de 2014


Urna “roubotrônica” e Rede Globo tiram Garotinho do segundo turno no RJ

O Rio de Janeiro foi o estado da federação onde a fraude eletrônica foi mais escandalosa. Apesar da rejeição a Pezão (PMDB) ser enorme, o candidato do odiado Cabral não só ficou em primeiro lugar na “abertura” das urnas como seu adversário no segundo turno será Marcelo Crivella (PRB), “escolhido a dedo para perder”. Anthony Garotinho, que todas as pesquisas indicavam ir para o returno ficou em terceiro lugar. Tamanha “surpresa” foi denunciada pelo candidato do PR: “Embora a pesquisa de boca de urna que ouviu 5 mil pessoas, às 16h, me desse 10 pontos de vantagem, cheguei com 0,5 ponto atrás do senador Marcelo Crivella, que vai disputar o 2º turno contra o candidato que juntou em torno de si as máquinas estadual e da Prefeitura do Rio, mais de 80 prefeitos, e dezenas de grupos econômicos que defendem interesses escusos junto ao Estado, a começar pelas Organizações Globo. Parabéns aos vitoriosos e a nossa luta continua, afinal na vida é melhor perder uma eleição do que perder a vergonha” (Blog do Garotinho, 05/10). Em sua tímida crítica a manipulação dos resultados, Garotinho não denunciou a fraude eletrônica porque é um político burguês que está “enquadrado” pelo respeito ao regime da democracia dos ricos. Não pode romper a regras do acordo senão cairá em desgraça eterna.  Porém os Marxistas Revolucionários não tem qualquer dúvida que ele foi “punido” por criticar a Globo ao vivo e a cores em entrevistas da própria emissora da “Famiglia Marinho”, fato que nos faz relembrar o escândalo da fraude do Proconsult contra Brizola em 1982, adversário confesso da emissora global. Esta certeza é reforçada ainda mais sabendo que a máfia ligada a Cabral e Pezão controla o TRE e pode alterar resultados via o software na totalização de votos na urna “roubotrônica” como denunciaram vários especialistas, já que não há a comprovação física do voto que possibilite recontagem manual! Como não se pode mais aferir o voto do cidadão, pela inexistência de sua materialidade, a totalização eletrônica fica a cargo de uma equipe de “técnicos” dos TREs, subordinados aos desembargadores nomeados pela oligarquia dominante em cada região. Esta é a “mágica” que tirou Garotinho da disputa no Rio, engordou os votos de Aécio em São Paulo e pode alterar os resultados em votações “apertadas” no segundo turno!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014


Fraude eletrônica leva Aécio ao segundo turno para retardar vitória do PT

Uma eleição presidencial marcada por assassinato, manipulação de pesquisas e por fim o grande "réquiem": A fraude eletrônica! É o "pôquer" político da burguesia onde todas as manobras pesadas são válidas, afinal de contas o que está em jogo é a gerência do Estado capitalista! As classes dominantes seguiram quase a mesma trilha da eleição passada em 2010, decidiram "equalizar" politicamente os resultados não proclamando grandes vencedores e nem decretando derrotas humilhantes, pelo menos para as principais vertentes burguesas eleitorais. O PT sai um pouco debilitado na eleição parlamentar (recuo nas duas casas do Congresso) e sai reforçado no plano dos governos estaduais com possibilidade de vitória em até sete estados com três já assegurados, incluindo Minas Gerais. O PSDB concentrou suas forças em São Paulo, preparando o fascista da Opus Dei, Geraldo Alckmin, para esmagar com métodos de "guerra civil" a Frente Popular em 2018. O PSB e o REDE saem destas eleições praticamente do mesmo tamanho que entraram, os "socialistas" mantiveram o governo de Pernambuco e Marina obteve quase a mesma votação alcançada em 2010. A enorme frustração dos rentistas e setores da burguesia nacional mais vinculados ao imperialismo (como a famiglia Marinho) ocorreu por conta do "naufrágio eleitoral" que afundou a candidatura Marina. A possibilidade concreta de encerrar o ciclo histórico das gestões estatais do PT esteve colocada quando Marina assumiu as rédeas da campanha do PSB, após o assassinato do ex-governador Eduardo Campos. Marina galvanizou o ódio de classe da reação direitista ao PT, credenciando-se como a "bala de prata" capaz de decidir esta eleição já no primeiro turno, e se não fosse possível com uma vitória folgada sobre Dilma na última volta. A "ansiedade" da candidata PSB em celebrar um pacto econômico "exclusivo" com os EUA, abandonando os contratos já firmados pelo Brasil com os BRICS, assustou a burguesia nacional que acumulou muito capital com os negócios realizados em uma etapa de crise financeira mundial. Na mesma velocidade em que fabricou  artificialmente o "fenômeno" Marina, a mídia corporativa (associada a seus " institutos de pesquisa") também a desconstruiu. Os Tucanos com seu "líder" formatado para perder, passaram a ser a opção mais segura para a burguesia chantagear  o PT até o limite do atendimento de suas "reivindicações". Por sua via o governo Dilma decidiu " acariciar" os rentistas, liberando o câmbio e abrindo as RESERVAS do país a um ataque especulativo em plena ebulição eleitoral, o que passou quase desapercebido do " campo" progressista. Solapada em suas bases sociais, fundamentalmente setor financeiro e barões da mídia "murdochiana", Marina viu seu "sonho" derreter como sorvete ao sol tropical, em poucos dias sua "tropa de choque " capitalista aderiu ao PSDB reduzindo seu potencial eleitoral aos níveis de 2010. O segundo turno inicia-se com a tradicional polarização PT versus PSDB, porém será a disputa mais acirrada dos últimos 25 anos, ou quiçá de toda a história republicana. O fato de Aécio já ter sido "moldado" para a derrota quando perdeu seu próprio "castelo" mineiro, não significa que o "quisto" fascista que brota em São Paulo irá se contentar facilmente com um quarto mandato consecutivo para o PT. A elite dominante tupiniquim que descartou momentaneamente uma interferência direta dos EUA para tomar o "poder" neste processo eleitoral, conhece muito bem o PSDB e sua grande generosidade para "doar" o patrimônio estatal. O PT também não hesita quando se trata de estabelecer "pontes" com as empreiteiras e o agro-negócio. Com um cenário internacional instável e o limiar do esgotamento do "modelo econômico" petista, a burguesia nacional não tem a menor pressa de "bater seu martelo" prematuramente, indicando que estes 20 dias até o segundo turno serão "muito longos" e cheio de "surpresas" políticas... A hora é muito fértil para que as massas oprimidas comecem a descortinar o palco circense desta democracia dos ricos, que é capaz de produzir as mais "fantásticas" ilusões....O alto nível de rejeição a este regime que alcançou a marca de quase 30% de votos nulos, brancos e abstenções do padrão eleitoral confirma plenamente nossa plataforma política.