“3º turno Dilmista”: Depois do sepultamento dos “Conselhos
Populares”, foi a vez do Plebiscito da Reforma Política sucumbir à chantagem do
PMDB
Logo após a “base aliada”, sob o comando do PMDB, derrotar
na Câmara dos Deputados o projeto dos chamados “Conselhos Populares”, foi a vez
de Renan Calheiros, presidente do Senado (cujo filho foi eleito governador de
Alagoas apoiado por Dilma e Lula) declarar que não há acordo para que seja
convocado um “Plebiscito da Reforma Política”, como defendeu a presidente
reeleita em seu discurso no ato da vitória na noite de 26 de Outubro. Renan
afirmou “Defendo a superação das divergências e também reitero minha defesa
pela reforma política como o fiz desde sempre e, em especial, em 2013, após as
manifestações cívicas. Entendo, entretanto, que o melhor caminho é o Congresso
Nacional aprovar a reforma - caso contrário poderá pagar caro pela omissão – e
submetê-la a um referendo popular, como fizemos na proibição de venda de armas
e munições” (G1, 27.10). Diante da “resistência” dos aliados burgueses, que são
a base de sustentação do governo da frente popular no parlamento, a CUT saiu em
defesa da proposta e convocou um ato político em São Paulo “Por uma reforma
política com participação do povo” onde afirma “Movimentos vão às ruas no dia 4
de novembro para cobrar do Congresso um plebiscito oficial para convocar a
Constituinte Exclusiva e mudar o sistema político”. Como se observa, a
“disputa” se dá no marco de escaramuças de como funcionará o regime político
burguês e não se vê no horizonte nenhuma medida popular que possa de fato
mobilizar os trabalhadores contra o avanço da reação burguesa e os ataques as
conquistas operárias, já em curso com o aumento dos combustíveis prevista para
os próximos dias! Pelo contrário, Dilma já aceitou a “sugestão” de Renan de que
a discussão seja feita via referendo (para que Congresso controle totalmente
qualquer mudança cosmética) e se dedica ao que de fato importa as classes
dominantes: a escolha de um ministério que contemple as exigências dos
rentistas e grandes empresários! O que estamos presenciando é o total
“enquadramento” da Frente Popular pelos setores mais conservadores da burguesia,
colocando por terra qualquer ilusão disseminada durante as eleições de que o
governo do PT pudesse empalmar um mínimo contraponto a reação burguesa!