PSTU e sua “alma gêmea” no PSOL (CST) afirmam o devaneio que
o voto em Alckmin e Aécio são a “expressão da rebeldia popular”. Para quem
apoiou a OTAN contra a Líbia a vitória da Tucanalha é muito “progressista”...
O PSTU e os Morenistas da CST acabam de lançar artigos em
que se somam ao coro dos revisionistas do trotskismo que caracterizam não haver
uma “Onda Conservadora” no Brasil. Junto com outros membros da “grande família”
(LER, EM...), os Morenistas são categóricos em afirmar pérolas que apresentam
os votos em Alckmin e Aécio como um “fenômeno progressivo”, “um voto de castigo
contra o PT”. Exagero da LBI? Leiam atentamente com os próprios olhos o que nos
diz o candidato do PSTU à Presidência, José Maria de Almeida: “Estes milhões de
votos são votos de oposição a tudo que aí está, são votos por mudanças, por
melhoria nas condições de vida dos trabalhadores e do povo pobre. E, mais uma
vez, pela funcionalidade do sistema eleitoral brasileiro, são canalizados para a
candidatura que tem chances de derrotar o atual governo, o PT. São ‘votos
castigo’ no PT e, para isto, os trabalhadores usam o que têm às mãos: a
candidatura do PSDB. Mas não tem nenhum tipo de alinhamento programático com o
candidato tucano”. (Sobre onda conservadora, voto nulo e alternativas da
esquerda socialista, 14/10). Não é nenhuma surpresa que os apoiadores das
“revoluções made in CIA” na Líbia, Síria, Egito e Ucrânia avaliem agora que o
apoio eleitoral ao tucanato baseado em sentimentos xenófobos e anticomunistas
são “votos por mudanças” no Brasil. Somente os estúpidos revisionistas do PSTU,
CST e afins conseguem enxergar um “voto sem alinhamento programático” em
Alckmin/Aécio para apresentar o apoio aos tucanos como uma expressão de
“rebeldia das massas”. O míopes que viram no golpe militar no Egito ou na ação
dos fascistas na Ucrânia uma “revolução” realmente só podem mesmo enxergar o
voto nos tucanatos como uma escolha “por melhoria nas condições de vida dos
trabalhadores e do povo pobre”! Para o delirante esquema político morenista, as
“Jornadas de Junho” abriram um caminho revolucionário no Brasil, portanto o
crescimento das tendências fascistas e de grupos de extrema-direita, além do
fortalecimento da bancada conservadora no parlamento, da vitória do Opus Dei
Alckmin em primeiro turno em SP e do incremento da votação de Aécio a nível
nacional são apenas um “detalhe” que provaria o justo repúdio ao PT. Nada disso
seria produto do retrocesso da consciência de classe do trabalhadores a nível
mundial, que no Brasil avançou ainda mais desde junho de 2013 devido a ausência
da intervenção organizada da classe operária e pela inexistência de um partido
revolucionário com peso social e político em nosso país.
Esta cantilena também é utilizada pela CST ao declarar que “A sociedade está mais polarizada, mas os elementos conservadores, ultradireitistas e fundamentalistas que pululam pelo Congresso não são o determinante na situação política brasileira. As jornadas de Junho de 2013, que não foram derrotadas, desmentem essa tese. A expressiva votação da Luciana Genro, dobrando a votação do saudoso Plínio de Arruda Sampaio, depois de vários solavancos em nossa candidatura a presidente e o crescimento nas bancadas federal e estaduais são outro dado importante. A derrota histórica dos Sarney e dos Lobão depois de meio século governando o Maranhão, a fuga de Cabral, o fato do filho de Jader Barbalho ter que esconder o pai, a diminuição dos votos da coligação Dilma, o avanço no índice de votos brancos, nulos e abstenções e até a votação de Marina, ainda que de forma distorcida, são uma clara mensagem da vontade de mudança para furar a polarização PT-PSDB” (Deputados Federais do PSOL e a disputa do segundo turno, CST, 13/10). O “detalhe” é que os votos nas candidaturas da direita cresceram em todo o país, a começar com Marina que capitalizou o “espírito das Jornadas” como é forçada a reconhecer a CST. Mas não só isso, as lutas diretas foram derrotas no primeiro semestre de 2014 e, em seu lugar,impôs-se o circo eleitoral para abrir caminho para figuras como Bolsonaro, Feliciano, Moroni etc...além de fortalecerem tremendamente o Opus Dei Alckmin. As oligarquias saíram fortalecidas como a eleição do filho de Calheiros e Collor em Alagoas, a ida do filho de Jader Barbalho ao segundo turno no Pará! Os Sarney saíram de cena de forma administrada, mas o candidato do PCdoB que ganhou as eleições no Maranhão estava sustentado por uma aliança com o PSDB e se nega a apoiar Dilma no segundo turno! O PSB também vergou a direita nesse processo eleitoral!Esses elementos provam um giro eleitoral a direita que reflete o crescimento ideológico das tendências fascistizantes, as mesmas que queimaram as bandeiras vermelhas durante as “Jornadas” em 2013. Para a CST e o PSTU, que festejaram a derrubada da estátuas de Lenin na Ucrânia como uma “revolução”, nada mais normal que a “Primavera brasileira” tivesse em seu bojo a perseguição aos partidos que levantassem a bandeira da foice e do martelo, afinal de contas, como diz o PSTU “são trabalhadores que usam o que têm as mãos”, mesmo que sejam mauricinhos de classe média alta que usam porretes contra a esquerda revolucionária!!!
O PSTU busca de todas as formas vender o verso de que as
“Jornadas de Junho” abriram um situação favorável a luta dos trabalhadores,
portanto os votos em 05 de Outubro expressam um fenômeno progressivo, mesmo se
dados a Marina, Alckmin e Aécio. Vejamos seu delírio político, novamente no
artigo de Zé Maria: “Sabemos das limitações que marcaram aquelas mobilizações,
a ausência de uma participação da classe trabalhadora enquanto tal, da imensa
confusão política e ideológica que permeou todo o processo. Aliás, não é por
outro motivo que a candidatura que mais empalmou o processo de junho do ano
passado foi justamente a de Marina Silva (que agora apoio Aécio Neves). Caíram
como luva para ela as confusões e indefinições do processo. Mas tratou-se, de
toda forma, de um processo tremendamente progressivo, em primeiro lugar porque
se deu através de uma mobilização de massas que exigiu nas ruas mudanças no
país, dos governos (das três esferas), o atendimento das demandas populares e
que enfrentou e derrotou o aparelho repressivo do Estado. Esse processo levou a
uma nova situação política no país, a uma mudança na relação de forças na
sociedade, mais favorável aos trabalhadores”. Foram “mobilizações de massas”
similares as que ocorreram no Brasil apoiadas acriticamente pelo morenistas que
abriram caminho para a intervenção da OTAN na Líbia para derrubar Kadaffi
apresentado como um “ditador” da mesma forma que a direita tupiniquim
caracteriza a gerência “bolivariana” de 12 anos do PT! No Egito, a LIT e a UIT
declaram que o golpe militar era uma “vitória das massas” porque então seria
diferente em caracterizar que a vitória de Aécio no Brasil “abriria melhores
condições para lutar” como chega a declarar Zé Maria: “É o voto de milhões de
trabalhadores que muito provavelmente estarão nas lutas contra um eventual
governo Aécio que irá trazer mais precariedade ao invés de melhoria nas
condições de vida das pessoas. E que estarão nas ruas lutando contra um
eventual governo Dilma que não prepara nada diferente do PSDB para a vida dos
trabalhadores caso ganhe a eleição”. Em resumo, o que importa é a “massa na rua”
independente que programa e que tendência política, social e ideológica
expresse! Com esta concepção, Hitler e suas marchas nazi seriam saudadas pelo
PSTU na Alemanha antes da sua ascensão ao governo central, como de fato
recentemente foram apoiadas as manifestações fascistas em Kiev porque os
morenistas alegavam o combate a “herança do totalitarismo stalinista” na
Ucrânia.
O mais grave é que o PSTU, apesar de não ter eleito um único
parlamentar e obter menos de 100 mil votos para presidente, segue caracterizando
que “as massas estão em ofensiva no Brasil” menosprezando o crescimento das
tendências fascistas e conservadoras. O mesmo Zé Maria nos explica em um
malabarismo primário que “Tudo isto acaba por compor um quadro de maior
polarização social e política no país e esta é uma característica da nova
situação da luta de classes aberta pelas mobilizações de junho de 2013. É
importante compreendermos esta totalidade, buscando evitar uma análise
simplesmente jornalística do cenário político. É preciso ir ao processo mais
estrutural, identificando os movimentos mais profundos das massas e da classe
trabalhadora. Enxergar a reação dos setores mais à direita sem ver a ofensiva
das massas que a detonaram vai levar a uma leitura errada da conjuntura”. Esta
“tese” tragicômica, levou os morenistas a apoiarem os neo-monarquistas na Líbia
contra Kadaffi, os “rebeldes” terroristas financiados pela CIA na Síria contra
Assad, os fascistas na Ucrânia contra a Rússia e os generais no Egito contra a
Irmandade Muçulmana. Segundo esta pérola com as massas nas ruas, a ofensiva da
direita tende a ser superada “naturalmente” mesmo que não haja direção
revolucionária e sim grupos reacionários a cabeça das manifestações de massas,
afinal de contas segundo estes canalhas (a que se inclui a LER), estão em curso
“revoluções inconscientes” pelo mundo afora! Não por acaso, a CST e o PSTU que
exigem a Obama armas para os “rebeldes” na Síria são os mesmo que no Brasil
exigiram que o reacionário STF prendesse Dirceu e Genuíno, inclusive reivindicando
“cadeia para Lula”, medidas draconianas de recrudescimento do regime político
burguês que somente levaram e levariam a um ataque ao conjunto da “esquerda”
por um Tribunal político reacionário controlado pelas frações políticas mais
conservadoras do Estado burguês, o mesmo que entregou Olga Benário a Hitler!
Por fim, é preciso alertar que o Voto Nulo pregado pelo
morenistas tem um caráter claramente direitista, considerando o PT como o
“centro do mal” e que também reconhece a legitimidade deste circo eleitoral.
Por esta razão eles desprezam o significado da “Onda Conservadora” em curso e
menosprezam o avanço das tendências reacionárias em nosso país, advogando em
seu mundo da fantasia que as massas “avançam em todo linha” no Brasil. Neste
delírio, a CST declara “Amplos setores de massa estão demonstrando nas ruas e
nas urnas que querem uma nova direção à altura para superar o câncer PT/PSDB e
seu modelo econômico e social. Não é apoiando Dilma que vamos nos postular para
essa difícil tarefa. Por isso, no segundo turno sou 50! Voto nulo!”. Por sua
vez, o PSTU assevera que “A nossa classe necessita avançar na construção de uma
alternativa operária e socialista, que possa reconstruir a esperança e trazer
para a luta não só os milhões de operários e trabalhadores que neste momento,
ainda que críticos, acham que é melhor votar no PT contra Aécio. Mas também aos
milhões de operários e trabalhadores que acham que o melhor é castigar o PT com
um voto no PSDB. Ou seja, uma alternativa que se constrói na luta contra as
duas candidaturas que disputam o segundo turno”. Como se observa os morenistas
desejam “dialogar” com a base eleitoral do tucanato e, por esta razão, escodem
seu móvel direitista. De nossa parte, compreendemos que melhor maneira de
barrar a “Onda Conservadora” é denunciando o próprio circo eleitoral e
politizando os votos nulos, em branco e os milhares de trabalhadores que se
abstiveram em 05 de Outubro, tratando até o dia 26 de fazer uma campanha ativa
pelo boicote eleitoral nos locais de trabalho e estudo. No centro deste combate
político, é dever dos genuínos trotskistas que defendem o Voto Nulo desmascarar
os revisionistas que tanto no Brasil como na Líbia, Síria, Egito e na Ucrânia
se perfilam ao lado da reação fascista e pró-imperialista contra os governos
nacionalistas burgueses, frente populistas e reformistas. Ainda que no campo
eleitoral PSTU e CST advoguem “nem Dilma, nem Aécio” negam o avanço das
tendências conservadoras para melhor encobrir sua política de ventríloquos da
Casa Branca aqui e no resto do planeta!