segunda-feira, 13 de outubro de 2014


PSB, Marina e a oligarquia Campos na frente única Tucana contra o PT: A rearticulação da “nova” direita no Brasil passou pelo crivo da Casa Branca

O anúncio oficial do apoio a candidatura Aécio realizado por Marina Silva neste último domingo, completa o ciclo político de rearticulação de forças originárias no ventre da “esquerda “,  iniciado pelo PSB e posteriormente referendado pela oligarquia Campos, na trilha da possível vitória Tucana ao Planalto. Não se trata apenas de um mero “fato eleitoral”, representa o nascimento de um novo eixo político de “poder” para burguesia, cujo centro permanece sob o controle do PSDB. Os governos FHC na década de 90 tiveram como base de apoio a sólida aliança firmada entre o PSDB e o PFL, uma composição entre um protótipo de Social Democracia tupiniquim e a velha direita oligárquica, herdeira política do regime militar. Este acordo partidário “bipolar” permitiu a burguesia desatar a mais duro ataque neoliberal contra as conquistas operárias das ultimas três décadas. Com a conversão definitiva do PSB ao campo reacionário  e o descortinamento “progressista” do REDE, estamos assistindo a gestação política de um nova parceria Tucana, patrocinada diretamente pelos EUA, que tem como objetivo inicial atrelar economicamente o país em um outro bloco de forças mundiais. A “novidade” é que diante da falência do PFL (DEM), agora os neoliberais se utilizam de uma articulação rompida com a Frente Popular e que pretende dar uma “cara nova” (mitigando “nacionalismo burguês” e “sustentabilidade ecológica”) a velha ofensiva imperialista contra os povos e nações. Ávidos pela vitória já dada como certa pela mídia corporativa e seus “institutos” fraudulentos, esta composição da nova direita, encabeçada pelo Tucanato, pavimenta seu caminho ao poder sob a mais completa covardia política do PT, incapaz de esboçar qualquer reação programática a sinistra marcha da direita próimperialista. A desfalcada Frente Popular optou por sua absoluta fidelidade a plataforma monetarista, que vem levando o país ao esgotamento econômico, ainda que esta via lhe conduza a uma humilhante derrota eleitoral. A única “tática” até agora utilizada pelo PT para conter a “avalanche” Tucana é a da comparação entre “passado e o presente”, isto quando o “futuro” próximo indica uma pesada tempestade. As massas procuram uma alavanca política para derrotar a imunda escória Tucana e seus novos amigos, mas não encontram no PT este instrumento. A passividade atual da Frente Popular se assemelha mais a completa impotência do governo De Gaule diante da invasão nazista em território francês, a verborragia da “esquerda” burguesa nunca foi capaz de derrotar a reação! Somente o proletariado, único ator social revolucionário, com seu método da ação direta no terreno da luta de classes e não no circo eleitoral, derrotará a “guerra” que os neoliberais já anunciam contra direitos e conquistas do nosso povo.

Não é propriamente um segredo que o Departamento de Estado dos EUA esteve “pessoalmente” envolvido na operação política que catapultou Marina para o centro do cenário eleitoral. Utilizando o PSB (dos “velhos” Arraes e Mangabeira) como “hospedeiro”, as forças mais entreguistas da nação salivaram pelo retorno ao poder. O desejo da Casa Branca foi explícito em realinhar o governo brasileiro ao eixo diplomático das iniciativas expansionistas da OTAN, ainda que nosso país esteja bem ao sul da linha do Equador... Porém a “agressividade” do programa próimperialista do PSB/REDE acabou por afastar setores importantes da burguesia nacional, justamente na reta final da campanha do primeiro turno.

Com o PSDB de volta ao papel de protagonista na disputa eleitoral ficou mais fácil uma recomposição da “nova” direita, tendo os coadjuvantes PSB e Marina como peças fundamentais para a “venda” de um produto “deteriorado” politicamente, como o da candidatura Aécio. Os Tucanos assumiram uma série de compromissos, cujo principal foi o da manutenção dos contratos comerciais com os BRICS, desta forma “rachando” o apoio das classes dominantes ao meio com o PT. Por outro lado não restou outra alternativa ao governo dos EUA a não ser “abençoar” a nova coalizão política, como uma alternativa bastante viável para por um basta ao ciclo das gerencias petistas, com seus novos e velhos personagens apologistas do “Tio Sam”.

Se no campo econômico a coligação PSDB, PSB e Marina ainda conduzirá uma transição gradual do atual “modelo”, na arena política e militar o alinhamento com Obama será imediato e integral. Começando por desfazer o importante projeto de fabricação dos caças, em parceria com a Suécia. Voltar ao estado de sucateamento das FFAA, é um ponto fulcral da nova aliança Tucana, e se possível importando material bélico obsoleto somente com o aval “técnico” do Pentágono.

Não podemos finalizar um prognóstico sobre o resultado eleitoral, ainda que o PT tenha mais densidade social, a profunda divisão política é patente no campo das classes dominantes. Porém temos que abstrair que desta conjuntura surgem elementos muito dinâmicos, entre os quais a fadiga da Frente Popular e nascimento de um arco bem mais amplo para o PSDB voltar a governar, superando a falência do PFL/DEM. O movimento de massas deve se preparar para as batalhas mais duras de toda a história republicana, seja pela mão estatal dos petistas ou tucanos.