O PSB, por decisão amplamente majoritária de sua direção
nacional, decidiu apoiar a candidatura Tucana ao Planalto neste segundo turno
eleitoral. Dos membros do diretório apenas um voto foi dado em direção a Dilma,
o do senador João Capiberibe interessado
no apoio do PT na disputa pela reeleição de seu filho ao governo do Amapá. O
presidente interino do PSB, Roberto Amaral, considerado um "Arraizista" histórico defendeu inicialmente a "neutralidade" do
partido, para logo depois ceder e receber Aécio Neves de braços abertos e com
um largo sorriso dos cretinos. Com a
grave posição tomada pelo PSB fica evidente que este partido burguês se somou
definitivamente ao arco político da direita no país, abandonando qualquer demagogia
política de "esquerda" e de parceria na composição da Frente Popular
com o PT. O antigo trio político de integrantes mais fiéis à Frente
Popular (PT, PCdoB e PSB) agora fica
"bípede" e com uma nítida perspectiva de isolamento do PT, já que a organização dos ex-estalinistas não consegue sequer "convencer" o governador eleito pelo
partido no Maranhão (Flávio Dino) a
apoiar a candidatura de Dilma Rousseff. O PSB após sua refundação em meados dos anos 80, teve a
figura histórica do governador Miguel Arraes como seu grande líder e referência
nacional. Arraes um "velho" nacionalista burguês nunca escondeu sua
enorme simpatia por Lula, o qual o apoiou em 89 gerando sua ruptura com o PMDB,
partido do qual se elegeu ao governo de Pernambuco em 86. Em 2002 o PSB se
deixa levar pelas mãos do então governador fluminense Garotinho, apoiando sua
fracassada aventura presidencial, mas no segundo turno volta ao leito da
vitoriosa candidatura de Lula. Com a morte de Arraes, seu neto Eduardo Campos
segue na trilha da Frente Popular, recebendo o apoio do PT a sua candidatura ao
governo do estado em 2006. Porém em 2012 o PSB decide romper a tradicional
aliança com o PT em Pernambuco lançando um nome próprio para disputar a prefeitura do Recife. A partir
deste "novo fato", Campos começou a "sonhar" com um vôo
mais alto até Brasília, selando acordos com o setor financeiro internacional e
depois acolhendo a própria Marina em seu partido. Foi o prenúncio da separação
efetiva entre os rumos programáticos do PSB e os do PT. Com a morte induzida de
Campos o PSB perdeu o último e tênue fio de continuidade com o nacionalismo de
Arraes, hoje tomado de assalto por neoliberais agressivos o partido caminha na
direção de tornar-se um mero apêndice político do PSDB. Na expectativa do
encerramento do ciclo estatal petista, o PSB apostou suas fichas na vitória de
Aécio e quem sabe até na permanência de Marina em seus quadros. Sem uma
liderança nacional de peso, os "socialistas" abandonam o barco da
Frente Popular e como os ratos que sentem o naufrágio pulam para a nave Tucana
em busca de manter algum "bocado" do botim estatal.
É bem verdade que setores do PSB não apoiarão os Tucanos neste segundo turno de jeito nenhum, seja por razões eleitorais ou mesmo ideológicas. No primeiro caso estão os diretórios estaduais do Amapá e Paraíba, que enfrentam agora o PSDB e por motivos óbvios não podem declarar voto em Aécio. Na segunda alternativa parece perfilar o diretório baiano, liderado pela senadora Lidice da Mata, histórica militante do PCdoB que transitou para o PSB por questões de “espaço” eleitoral. Também existe a particularidade onde o PSB ainda se encontra atrelado ao aparelho dos governos petistas, como no Piauí por exemplo, e seguirá com Dilma. Mas em sua grande maioria o PSB, e por orientação direta da oligarquia familiar Campos, cruzou a linha do “rubicão de esquerda” somando agora na conta da “social democracia” de direita ao lado do PSDB.
É bem verdade que setores do PSB não apoiarão os Tucanos neste segundo turno de jeito nenhum, seja por razões eleitorais ou mesmo ideológicas. No primeiro caso estão os diretórios estaduais do Amapá e Paraíba, que enfrentam agora o PSDB e por motivos óbvios não podem declarar voto em Aécio. Na segunda alternativa parece perfilar o diretório baiano, liderado pela senadora Lidice da Mata, histórica militante do PCdoB que transitou para o PSB por questões de “espaço” eleitoral. Também existe a particularidade onde o PSB ainda se encontra atrelado ao aparelho dos governos petistas, como no Piauí por exemplo, e seguirá com Dilma. Mas em sua grande maioria o PSB, e por orientação direta da oligarquia familiar Campos, cruzou a linha do “rubicão de esquerda” somando agora na conta da “social democracia” de direita ao lado do PSDB.
Parece que o cálculo político da direção nacional do PSB foi
bem “frio”, o PT parte para o segundo turno em franca desvantagem eleitoral,
como inclusive já apontam as primeiras pesquisas dos fraudulentos “institutos”.
Como os “socialistas” não tinham a menor garantia da posição a ser tomada por
Marina Silva, tradicionalmente vacilante, resolveram partir na frente e
garantir uma boa posição em um eventual governo Tucano. O PSDB não se fez de
rogado e diante do rápido anúncio do PSB já lhe assegurou alguns ministérios.
Todo o “conto de fadas” de que as negociações entre os “socialistas” e Tucanos
se daria em torno de pontos programáticos, não resistiu a poucas horas e uma
boa oferta do quinhão estatal...
As chances de um triunfo eleitoral do PT vão se reduzindo
cada vez mais, seu arco de alianças está bastante reduzido, ainda que agregue
os setores mais “pesados” da burguesia nacional, como o cartel das
empreiteiras, oligarquias regionais e o agro-negócio. Dilma mantém um certo
favoritismo somente na perspectiva política da estabilidade social que o PT
assegura a este regime social. Por outro lado os Tucanos granjeiam segmentos
importantes que estão alijados das “simpatias” do farto crédito estatal. Nesta
dicotomia intestina das classes dominantes, o PSB flexionou pela direita,
abraçando o campo conservador como sua nova opção histórica. Caso Dilma consiga
ultrapassar o duríssimo cerco midiático, renovado por uma tempestade de
denúncias guardadas especialmente para este segundo turno (leia- se caso
Costa), não haverá mais espaço para um retorno do PSB a frondosa sombra da
Frente Popular. O novo round da luta (pós-2014) promete ser na arena de
Pernambuco, onde o PT foi simplesmente destroçado pelo PSB. Porém a última
palavra nesta “rinha” deve ser dada pelo corajoso proletariado pernambucano,
que foi capaz de construir as combativas Ligas Camponesas e os “cordões” de
fábricas , que no passado ousaram desafiar o próprio Miguel Arraes e seu
governo burguês de “esquerda”.