quarta-feira, 30 de setembro de 2015


RÚSSIA BOMBARDEIA BASES DO EI E REBELDES “MADE IN USA” NA SÍRIA! TODO APOIO A FRENTE ÚNICA ENTRE PUTIN E ASSAD CONTRA OS TERRORISTAS ARMADOS PELO IMPERIALISMO E ISRAEL!

Desde essa quarta-feira, 30 de setembro, a Rússia começou a realizar ataques aéreos na Síria tendo como alvo o Estado Islâmico (EI) horas após seu parlamento autorizar o uso de tropas no país onde está localizada a base militar russa em Tartus, com livre trânsito para o envio de armas e munições para a Síria e porta-aviões estacionados na costa do país. Segundo o Ministério da Defesa russo, foram realizados cerca de 20 ataques a alvos como equipamentos militares, comunicações e depósitos de armas, munição e combustível, informou a agência Interfax: “Nossos aviões atacaram oito alvos. Todos foram totalmente destruídos, em particular um posto de comando”. A ação militar russa contra o EI e os grupos “rebeldes” financiados pelas potências capitalistas que combatem o governo Assad foi comemorada nas ruas de Damasco. Diferente dos ataques dos EUA e da França, o bombardeio russo foi coordenado com as forças armadas nacionais fiéis a Assad: “Estes ataques aéreos foram feitos de acordo com as forças sírias e com a ajuda do centro de coordenação antiterrorista de Bagdá”, disse um responsável do Ministério da Defesa russo, Yuri Yakubov. Segundo ele, os aviões russos foram pilotados por militares sírios. “Nossos aviões efetuaram uma operação aérea e golpearam com precisão alvos em terra dos terroristas do grupo Estado Islâmico na Síria”, declarou o general Igor Konashenkov, porta-voz do ministério. A TV estatal síria confirmou os ataques russos, afirmando que eles ocorreram em cooperação com a força aérea síria, atingindo áreas nas províncias de Homs e Hama. A ofensiva militar conjunta de Putin-Assad foi rechaçada pelos EUA. Ashton Carter, Secretário de Defesa ianque, afirmou que a estratégia russa na Síria não contempla uma transição política na Síria nem a saída de Assad e que, por isso, corre o risco de inflamar ainda mais o conflito, uma declaração que demonstra o objetivo do imperialismo de continuar financiando os “rebeldes” contra o regime de Assad. Segundo fontes estadunidenses, os ataques russos também foram feitos contra áreas controladas por “rebeldes” que operam sob a liderança do “Exército Livre Sírio”. A França disse, segundo a Reuters, não ter sido informada sobre os ataques russos na Síria, já a Alemanha exigiu que a Rússia esclareça “os alvos e métodos” utilizados para os ataques iniciados na Síria. A secretária-geral da OTAN disse que estava preocupada com a possibilidade de os ataques terem atingido áreas dos rebeldes: “Estou preocupada com os relatos de que os ataques aéreos da Rússia não tiveram como alvo o Estado Islâmico”, disse Jens Stoltenberg durante visita aos EUA. Após o início dos ataques, o secretário de Estado ianaque, John Kerry, se queixou sobre a medida com o chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmando que os bombardeios são contraproducentes e que Bashar al-Assad deve deixar o cargo. Como se observa o imperialismo ianque e europeu deseja ter o monopólio dos ataques a Síria para no suposto combate ao EI também atacar as forças do exército nacional que apoia o governo Assad. Rebatendo Kerry, Vladimir Putin declarou “Nós entramos neste conflito de cabeça. Para começar, apoiaremos o Exército sírio exclusivamente em sua legítima luta contra os grupos terroristas”. Dias antes da ofensiva a Rússia enviou tanto ajuda humanitária quanto equipamento militar para a Síria pelo ar, em um momento em que os EUA estão pressionando países vizinhos a negarem o uso de seu espaço aéreo para voos russos. A conquista da cidade histórica de Palmira, cujo acervo cultural é alvo do terrorismo reacionário do EI, abriu caminho para o litoral, praticamente cortando as linhas de comunicação entre Damasco e Homs, segunda maior cidade do país. Lembremos que uma das bases militares dos “rebeldes” que foi bombardeada pela Rússia fica em Homs, região muito próxima ao litoral sírio no Mediterrâneo, onde se situa a única base militar russa fora do seu território, na localidade de Tartus, o que ainda mais justifica o ataque russo. Os marxistas-revolucionários apoiamos os bombardeios russos contra o EI e os outros grupos rebeldes “made in CIA”. Trata-se de apoiar a frente única entre a Putin e Assad contra os terroristas financiados pelas potências capitalistas. Nos postamos neste campo militar e político para fortalecer a luta anti-imperialista e seus “rebeldes” pró-OTAN (cinicamente apresentados como revolucionários pelos revisionistas do trotskismo) e nesta trincheira de combate internacionalista forjamos a construção de uma alternativa revolucionária para os trabalhadores que vá além de suas direções burguesas!

terça-feira, 29 de setembro de 2015


ALTA NO PREÇO DA GASOLINA E DIESEL: DILMA MANDA "DESMONTAR" AS REFINARIAS DO PAÍS PARA IMPORTAR DERIVADOS DOS EUA QUEBRANDO PETROBRAS COM A DISPARADA DO DÓLAR...

O governo "nacional e democrático" da presidenta Dilma acaba de anunciar um novo aumento dos preços da gasolina e diesel. Na distribuição dos derivados no mercado do atacado, as refinarias da Petrobras elevarão o valor em 6% e 4% respectivamente. O aumento na ponta final do consumo, ou seja, na bomba do posto, pode chegar em média a 10% para a gasolina e 5% para o diesel. Enquanto os preços internacionais do barril de petróleo caem vertiginosamente (hoje bem menos de 50 Dólares) e a Petrobras aumenta (apesar da Lava Jato) sua extração em alto mar de óleo cru, o governo decreta um aumento de combustíveis que deverá colocar ainda mais "gasolina no incendo inflacionário" da economia nacional. Alguns tolos sinceros e outros falsos ingênuos perguntarão como é possível que os preços dos combustíveis despenquem no mundo todo e no Brasil já sofram o segundo aumento em menos de dois anos. A resposta é bem simples, o país é um grande importador de derivados refinados de petróleo e gás, apesar de ser também um grande produtor mundial de óleo cru e literalmente queimar o gás natural que emana de seus poços marítimos. O resultado da "equação da gasolina e diesel" é amplamente desfavorável para nós, o déficit da chamada "conta petróleo" fechou o ano de 2014 com um rombo de 19,9 bilhões de Dólares, cerca de 80 bilhões de Reais pela cotação cambial de hoje, bem superior aos 60 bilhões de Reais de cortes sociais no orçamento deste ano. Com a vertiginosa subida do Dólar, que ameaça alcançar a casa dos 5 para 1, o déficit da "conta petróleo" poderá chegar a marca de 30 bilhões de Dólares e isto apesar das reduções das importações feitas pela Petrobras em 2015 em virtude da recessão econômica vigente. O saldo negativo da "conta petróleo" também incide diretamente no déficit da balança comercial brasileira (cerca de quatro bilhões de Dólares em 2014) gravemente avolumado pela queda nas exportações e cotações das comodities agrominerais. Porém o governo petista ("nacional e democrático") caminha no sentido inverso das necessidades da economia do país, mandou desmontar as novas refinarias da Petrobras, ainda em fase de construção, e nas parcas e sucateadas existentes ordenou a redução da produção de derivados. Tudo para forçar que a Petrobras importasse os combustíveis diretamente das refinarias ianques, sob controle dos trustes imperialistas, como ChevronTexaco, ExxonMobil etc... Acontece que a vertiginosa escalada do Dólar em 2015 acabou por deteriorar as contas da Petrobras, que exporta um barril de petróleo barato para depois comprar os derivados com alto valor agregado. Enquanto faz propaganda do "pré sal como uma reserva nacional" a ser defendida contra "as investidas privatistas do PSDB", a "esquerda chapa branca" silencia criminosamente a política do governo Dilma em quebrar a Petrobras, trazendo milhares de demissões para os operários das plantas das refinarias paradas. É verdade que a quadrilha tucana quer entregar o petróleo do país para os oligopólios transnacionais, mas Dilma faz o "outro papel": Asfixiar com a alta do Dólar a Petrobras e sucatear sua produção industrial de combustíveis refinados. O resultado desta "operação" de sabotagem será cada vez mais a venda de ativos da maior estatal do país para poder equilibrar seu fluxo de caixa. Somado ao "carnaval" midiático promovido pela Lava Jato, que já inviabilizou uma série de negócios da empresa, como a fabricação dos navios sondas (plataformas), o horizonte da Petrobras aponta para uma situação falimentar, caso não seja revertida esta política antinacional do governo Dilma. A forte alta dos combustíveis deverá gerar mais recessão e inflação, incluindo o aumento nas tarifas de transporte público, mas nada que desagrade a equipe econômica palaciana que terá um "bom motivo" para novamente subir a taxa de juros com o pretexto do "controle da inflação". Rentistas atuam articulados com Levy no desmonte da Petrobras, enquanto fazem a farra com o dinheiro do Estado nos "swaps cambiais", efeito a elevação da cotação do Dólar. Mas parece que a vestal e austera presidenta está muito preocupada com o aumento dos gastos públicos e já mandou até acabar com o projeto das "Farmácias do Povo" que subsidiava remédios essenciais para a população mais carente. São apenas detalhes insignificantes o importante mesmo é apoiar o governo e "lutar contra a direita golpista"... Porque com o PSDB seria pior...

segunda-feira, 28 de setembro de 2015


“PEIXES GRAÚDOS” DO PT E PSOL CAEM NA REDE DE MARINA SILVA: UM MOVIMENTO À DIREITA DIANTE DA CRISE DA FRENTE POPULAR E DA “OPOSIÇÃO DE ESQUERDA”

PT e PSOL foram os dois partidos que mais perderam parlamentares de peso nos últimos dias. O PT viu seu deputado federal mais votado no Rio de Janeiro cair na Rede de Mariana Silva. Além de Molon, os senadores Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA) e os deputados Weliton Prado (MG), Assis do Couto (PR) e Toninho Wandscheer (PR) pretendem deixar o partido. Em São Paulo, 12 dos 68 prefeitos petistas anunciaram a desfiliação da sigla. No Rio, três dos dez prefeitos eleitos em 2012 deixaram a legenda. Essa debandada seguiu invariavelmente o caminho da direita, foram para Rede ou coisa pior! Em São Paulo muitos ingressaram no PSD de Kassab. O PSOL que poderia abrigar alguns desses nomes viu a Rede arrastar não só os já marineiros Heloísa Helena (AL) e Jeferson Moura (RJ), perdeu também o seu único senador, Randolfe Rodrigues, para a legenda da pentecostal “ecocapitalista”. Randolfe já saiu do PSOL, porém negocia o ingresso de seu grupo político no Amapá na Rede, no PCdoB, ou mesmo nos dois partidos, garantindo uma coligação forte para Clécio Luiz ser reeleito prefeito de Macapá. Até agora o único parlamentar de “peso” que o PSOL abocanhou foi Glauber Braga, deputado federal do Rio de Janeiro que deseja se candidatar a prefeito de Nova Friburgo. Como não tinha mais espaço no PSB fluminense optou pelo PSOL, ou seja, o partido ganhou um oportunista eleitoral que apoiou a própria Marina Silva para presidente! Apesar disso, o MRT (ex-LER) deseja ingressar no PSOL, apenas lamenta que Glauber foi recebido de portas abertas mas tal agrupamento revisionista não: “No interior do PSOL alguns grupos foram resistentes a entrada de Glauber Braga; no entanto, nenhuma manifestação pública até agora foi feita. Para o PSOL a contradição é ainda maior na medida em que tem mantido a resistência a entrada do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), ainda que já tenha havido amplos apoios nas redes por intelectuais e mesmo militantes do PSOL de distintas cidades” (Esquerda Diário, 29.09). O certo é que estamos vendo os primeiros movimentos da debandada de ratos que pulam do navio do PT em meio à crise política do governo Dilma. Os iludidos que achavam que estes ingressariam no PSOL estavam enganados, seus apetites eleitorais se chocam com algumas das celebridades psolistas, como Molon, que optou pela Rede para se candidatar a prefeito do Rio de Janeiro, vaga já ocupada por Freixo no PSOL. Como vemos não se tratam de divergências políticas ou diferenças programáticas, mas de apenas espaço nas legendas para garantir suas vagas nas disputas de 2016. É a mesma lógica canalha que fez Marta Suplicy deixar o PT para ir abrigar-se no PMDB de braços dados com Temer e Cunha, sendo inclusive aplaudida por Aldo Rabelo, do PCdoB e ministro de Dilma, na cerimônia de filiação.  O PCO, hoje convertido em sublegenda do PT, aplaude todos esses movimentos como parte do suposto “combate ao golpismo”, tanto que no ato do dia 26 de setembro (“Primavera Democrática”), saudou os valorosos “camaradas” do PCdoB e apresentou a burocracia sindical “chapa branca” que sabota as greves dos trabalhadores dos correios, petroleiros, bancários e professores como “companheiros que lideram as lutas”!!! Para completar este circo, teremos o PSTU buscando mais uma vez reeditar sua “Frente de Esquerda” com o PSOL, mesmo sendo esta legenda hoje um verdadeiro saco de gatos político que abriga carreiristas burgueses e avaliza a contrarreforma eleitoral que ataca os mais elementares políticos da esquerda. Desde a LBI chamamos o PCB a não conformar nenhuma frente política-eleitoral com PSOL e PSTU nas próximas eleições, partidos que apoiaram as “revoluções made in CIA” na Líbia, Síria, adotando posições contrarrevolucionárias incompatíveis com a luta anti-imperialista. No Brasil, esses setores flertam com a direita e seu “Fora Dilma” da mesma forma que fizeram em apoio a malfada “Primavera Árabe”. Somente com independência política e de classe diante da frente popular e da falsa oposição de esquerda estaremos construindo uma alternativa política e revolucionária dos trabalhadores, inclusive para enfrentar o ajuste neoliberal do governo Dilma e a reação burguesa que se fortalece em nosso país!
Apoiador de Paes em 2012, Brizolinha Neto ingressa 
agora no PSOL pelas mãos de Luciana Genro

sábado, 26 de setembro de 2015


DIANTE DO COVARDE ATAQUE DA DIREITA À LIDERANÇA DO MST: ORGANIZAR AS MILÍCIAS DE AUTODEFESA CONTRA AS HORDAS FASCISTAS!

As hordas fascistas mostraram que estão bem informadas e preparadas para atacar as lideranças de esquerda dos movimentos sociais nesta conjuntura de crise política, o covarde "cerco" dado ao dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, quando desembarcava no aeroporto de Fortaleza na madrugada da última quarta-feira (23/09), revelou nitidamente a famigerada ofensiva das turbas reacionárias voltada contra os representantes de nossa luta. O bando criminoso do empresário Paulo Angelim, ligado ao PSDB local, detinha informações precisas acerca do horário da chegada do vôo de Stédile, que não tinham sido divulgadas publicamente sequer para o movimento sindical e popular, daí o fato da comitiva de recepção do dirigente do MST estar reduzida a professora Adelaide Gonçalves, umas das fundadoras do PSOL no Ceará. O fascista Angelim não é um "novato" na prática de tentar impor terror ao movimento de massas, dirige uma "ONG" autointitulada "Instituto Democracia e Ética" que já impulsionou várias ações de direita, como as marchas pelo impeachment de Dilma e ataques a médicos cubanos em Fortaleza. O aprendiz de Mussolini, Angelim, já teve uma passagem pelo PT e parece que viu frustado suas aspirações materiais quando resolveu migrar para o tucanato, convertendo-se em furioso ativista de direita. Sua ação no aeroporto Pinto Martins esteve coordenada com a inoperância da PM, que assistiu passiva ao atentado contra Stédile e Adelaide, podendo ter consequências mais graves, fato que não ocorre quando se trata de manifestações de esquerda no mesmo espaço duramente reprimidas. Registre-se que a PM do Ceará estar sob controle do governo petista/cirista de Camilo Santana, o mesmo que recentemente mandou a tropa policial contra manifestantes do MTST no Palácio da Abolição. A solidariedade e defesa incondicional de Stédile se coloca imperiosa nesta conjuntura polarizada onde a direita projeta uma ofensiva física e política de maiores dimensões contra todas as lideranças da esquerda que possam simbolizar a luta dos explorados, neste sentido vociferam xingamentos anticomunistas do tipo; "Vai pra Cuba, vagabundo" ou "terrorista assassino". Em um ambiente de grande defensividade política do movimento operário e popular, arrochado por uma política de ajuste e subtração de direitos e conquistas por parte de um governo que ajudou a eleger, a extrema direita se sente à vontade para proferir um discurso de "moral e ética ", mas que na verdade esconde um sentimento de ódio de classe e pretensões de esmagar o movimento anticapitalista do proletariado. Para este objetivo as hordas fascistas não distinguem as profundas diferenças políticas no campo da esquerda, para as forças da reação tudo que represente no passado ou no presente o combate histórico pelo socialismo deve ser eliminado e destruído. Nesta perigosa escalada nacional da direita, nos chama atenção a resposta que setores majoritários da esquerda pretendem dar a esta ofensiva da reação, ou clamam exclusivamente por uma ação institucional da Polícia Federal ou do próprio Ministério Público, nada contra acionar o Estado Burguês contra os delinquentes da direita, a questão é que por esta via a resposta do movimento de massas será praticamente nula! Diante das ações das turbas fascistas e da "inoperância" estatal em detê-las o movimento social não pode ficar atado na espera do " socorro da burguesia". É necessário debater com o movimento de massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa, independente dos matizes políticos que nos separam, como nos ensinou historicamente Trotsky: "Conclamar a organização da milícia é uma 'provocação', dizem alguns adversários certamente pouco sérios e pouco honestos. Isto não é um argumento, mas um insulto. Se a necessidade de defender as organizações operárias surge de toda a situação, como é possível não se conclamar a criação de milícias? É possível nos dizer que a criação de milícias 'provoca' os ataques dos fascistas e a repressão do governo? Neste caso, trata-se de um argumento absolutamente reacionário. O liberalismo sempre disse aos operários que eles 'provocam' a reação, com sua luta de classes." (Aonde vai a França, LT). No campo, nas periferias e nos centros urbanos a organização dos círculos de autodefesa deve estar colada à ação direta nos sindicatos e associações, sempre na perspectiva da luta concreta por melhores condições de vida e salário. Não devemos encarar a formação das milícias de autodefesa como uma tarefa "militarista" , separada de nossas reivindicações pontuais e históricas. Nossas lutas deverão enfrentar uma etapa bastante delicada nesta correlação de forças, onde teremos que enfrentar o duro ajuste neoliberal do governo da Frente Popular e na mesma proporção a "onda" fascistizante que deve se avolumar na medida do agravamento da própria crise econômica. Estabelecer uma enérgica resposta política dos oprimidos a cada ataque direitista contra nossos companheiros e lutas, perpassa pela organização de nossas milícias de autodefesa, sabemos muito bem que com o fascismo que ameaça nossas liberdades democráticas "Não se dialoga, se combate de armas na mão, se preciso for!"
Secretário Geral leva solidariedade da LBI a Stédile

sexta-feira, 25 de setembro de 2015


FORTALECER A GREVE DOS PETROLEIROS, CORREIOS, SERVIDORES E PARALISAR OS BANCÁRIOS CONTRA O AJUSTE NEOLIBERAL E O ARROCHO SALARIAL! UNIFICAR AS LUTAS RUMO À GREVE GERAL CONTRA A POLÍTICA DE SABOTAGEM DA CUT E CONLUTAS!

Os trabalhadores dos Correios já completaram quase duas semanas de greve, iniciada no dia 15 de setembro. A paralisação está forte no setor operacional responsável pela coleta com adesão de cerca de 70% da categoria. As reivindicações gerais da categoria são por aumento real dos salários e por direitos, tais como manutenção do convênio médico – rejeitando a imposição de mensalidade e a exclusão dos pais como dependentes no plano – e contratações de novos funcionários, além de denunciar o processo de privatização e os prejuízos graves para a os trabalhadores. A pauta apresenta exigências que são comuns e foram abraçadas por servidores das federais, judiciários, professores, pelo funcionalismo público em geral e toda a classe trabalhadora enquanto o governo Dilma busca sair da crise defendendo os interesses de banqueiros e empresários. Já os petroleiros ligados a FNP que se mobilizam contra retirada de direitos, contra a privatização, por aumento salarial e venda de ativos da Petrobras entraram em greve neste dia 24. A FUP está adiando a unificação da categoria nacionalmente. Por sua vez, os bancários devem paralisar suas atividades somente no começo de outubro com um "dia de luta" em 29 de setembro, depois da CONTRAF-CUT adiar por vários semanas as assembleias da campanha salarial buscando um acordo rebaixado com a patronal. Os banqueiros agrupados na Fenaban propõem 5,5% e abono de R$ 2.500, o “reajuste” representaria perda de 4% para os bancários. O Comando Nacional dos Bancários vai indicar rejeição da proposta miserável porém marcou para realizar as assembleias da categoria apenas no dia 01 de outubro e começar a greve só no dia 06!!! Frente a estas sabotagens das direções sindicais mais do que nunca está colocado na ordem do dia unificar as lutas contra o ajuste neoliberal do governo Dilma e o arrocho salarial imposto pelos patrões. Desgraçadamente a FENASPS (Intersindical e Conlutas) que representa os trabalhadores do INSS aponta para o fim da greve para esta sexta-feira, 25, o que representa uma verdadeiro golpe contra a centralização e fortalecimento das lutas em curso. O ANDES caminha no mesmo sentido assim como o SINASEF, ambos reúnem respectivamente professores universitários e dos institutos federais de educação e esperam as reuniões com o governo neste final da semana para acabar com a paralisação. Como se observa, tanto as direções ligadas a CUT como as filiadas a Conlutas e Intersindical não fizeram qualquer esforço para montar um calendário comum de greve que emparedasse o governo Dilma e os patrões ao contrário visam fechar acordos rebaixados pontuais. Apesar disso, está colocado para o ativismo classista batalhar nas assembleias das categorias em greve para reverter esse quadro e convocar já no começo da próxima semana um dia nacional unificado de greves e paralisações pelo país, quando inclusive o Congresso Nacional vota o veto da presidenta contra o aumento dos servidores do judiciário e novas regras contra os aposentados! A serviço desta política combativa intervirão a militância da LBI e os sindicalistas revolucionários da TRS! Somente com a ação direta dos trabalhadores imporemos a derrota ao verdadeiro golpe que o governo Dilma e os patrões querem impor aos trabalhadores e aposentados, ofensiva que desmoraliza o movimento de massas e abre caminho para a reação burguesa!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015


PSB SOB O COMANDO DO ESCROQUE SIQUEIRA EXPULSA ATÉ SEUS ALIADOS HISTÓRICOS: GRUPO NOVAIS FOI VÍTIMA DE SUA PRÓPRIA VIGARICE POLÍTICA

O ex-deputado federal Sérgio Novais, dirigente histórico do PSB, tinha uma justa fama de ser o "fênix da política cearense”, após ter sobrevivido ao trator da oligarquia dos Ferreira Gomes que assaltaram o PSB por alguns anos e ter escapado de um AVC muito letal, sem quase deixar sequelas. Novais ingressou no PSB no início da década de 80, ainda quando era diretor do Sindiágua-Ce. Foi o primeiro parlamentar eleito pelo partido, quando conquistou uma cadeira de vereador em fortaleza em 1988. Um pouco depois deste período teve que "repartir" o PSB do Ceará com o grupo da ex-prefeita Maria Luiza Fontenele (PRO), em função da expulsão desta organização de esquerda pelo PT, Sérgio teve aí sua primeira prova de sobrevivência política e se saiu bem com a posterior retirada do PRO dos quadros do PSB e sua eleição para a Câmara dos Deputados. Sempre muito fiel à liderança nacional do PSB, Novais foi o homem de confiança no Ceará dos presidentes Miguel Arraes, Roberto Amaral e até mesmo Eduardo Campos. Ficou como um mito político o fato de Novais ter votado como único representante do Ceará na executiva nacional do PSB contra a postulação da candidatura de Ciro Gomes à presidência da república em 2010. Nesta ocasião Eduardo Campos defendeu o apoio do PSB à candidatura de Dilma, atraindo a ira dos Ferreira Gomes. Entretanto com a morte do neto de Arraes, o PSB passou por uma profunda transformação política, deslocando-se do campo da esquerda burguesa na "sólida" aliança com o PT para o terreno da direita reacionária, no triste papel de sublegenda dos Tucanos. O grupo de Sérgio Novais que sempre seguiu a orientação da oligarquia Campos de Pernambuco, conseguiu enfim expurgar os Ferreira das hostes do PSB, ganhando o reconhecimento da executiva nacional "socialista". Novais acompanhou integralmente a guinada direitista do PSB, apoiando a cruzada reacionária de Carlos Siqueira na depuração do partido. Primeiro excluíram o próprio Roberto Amaral, ex-presidente do partido e todas as lideranças nacionais que se opuseram ao apoio do PSB à candidatura do Tucano Aécio Neves, este parece ter sido o caso da deputada Luiza Erundina. Novais já se sentido a própria Fênix e com o apoio inicial do novo presidente Carlos Siqueira, resolveu partir para os "negócios" e leiloar o PSB do Ceará para oligarquias adversárias dos Ferreira Gomes. Em maio deste ano Novais e sua irmã, a ex-deputada Eliane, "alugaram" o partido para o ex-prefeito da cidade industrial de Maracanaú , Roberto Pessoa, ex-PR. Pessoa um próspero empresário regional tinha projetos de controlar dois partidos, o PSB e seu antigo PR, pagou caro pela legenda do PSB mas foi enganado por Novais que não aceitava que seu partido apoiasse um nome do PR para as próximas eleições municipais. O resultado foi que Novais recorreu a Siqueira para que juntos cedessem o PSB para a oligarquia do senador Eunicio Oliveira (PMDB), frustrando totalmente as expectativas de Pessoa. Em menos de três meses Novais negocia novamente à presidência do PSB cearense e desta vez o "lance" vencedor foi o de Eunicio que entrega o comando da agremiação ao seu cunhado, deputado federal Danilo Forte (ex-PMDB). Danilo agora presidente estadual do PSB indica um nome da sua confiança para a próxima disputa municipal em Fortaleza, atraindo o alinhamento de Siqueira que resolve descartar Novais do partido, apesar dos longos anos de fidelidade e afinidade na "nova era" reacionária. Certo de que poderia aplicar o golpe da venda da presidência do PSB por duas vezes em tão pouco tempo, Novais foi presa fácil na mão da máfia profissional pemedebista do senador Eunicio, celebrado pela esquerda "chapa branca" como um combativo parlamentar antigolpista. O grupo de Novais que até pouco tempo era um eufórico apologista da direção de Siqueira no PSB, ao conduzir o partido para longe do pátio da Frente Popular, agora se diz vítima deste verdadeiro escroque da política burguesa. A LBI enfrentou o grupo de Novais nas eleições do Sindiágua-Ce em 2012, quando na apuração das urnas este agrupamento oportunista recorreu até a capangas armados para intimidar a oposição classista além de estabelecer todo tipo de alianças espúrias com os chefetes da companhia de água do Ceará (CAGECE), se aliando aos gerentes da empresa ligados aos seus adversários da oligarquia dos Ferreira Gomes para derrotar a chapa da LBI-TRS. Por este pequeno exemplo não temos dúvidas em afirmar que a expulsão de Novais do PSB demonstra que ele foi vítima de sua própria vigarice política, achou que mais uma vez faria suas negociatas políticas e sairia ileso...Desta vez se deu mal o falso “socialista”!

Candido Alvarez discute com Roberto Amaral
artigo da LBI sobre guinada à direita do PSB

quarta-feira, 23 de setembro de 2015


CANALHAS DO PT, PC DO B E PCO COMEMORAM A MANUTENÇÃO DO "FATOR PREVIDENCIÁRIO" E AINDA FESTEJAM A ALIANÇA CONSOLIDADA COM O BANDO FASCISTA DO PMDB LIDERADO POR CUNHA

Enquanto o governo Dilma consegue manter no Congresso Nacional com o apoio do “golpista” Cunha e a máfia do PMDB os vetos que mantém o Fator Previdenciário e outros ataques aos trabalhadores além de encaminhar para o parlamento a volta da CPMF e o congelamento dos salários dos servidores federais pela via do "pacotaço" mostrando que o Planalto está firme em manter o ajuste neoliberal como garantia de sua governabilidade burguesa, o PCdoB comemorou a consolidação da aliança com o bando fascista do PMDB comandado por Cunha e líder Picciani. O preço pago pelo Planalto para reaproximar o bando de Cunha e afins desta vez foi a entrega do Ministério da Saúde que passará para o controle da máfia pemedebista. Como parte das "comemorações" de ataques aos trabalhadores o PT também marcou um ato político para este sábado, 26, intitulado de “Primavera Democrática”. A convocatória é assinada pela "tropa de choque"  PCdoB, PDT e PCO atém das entidades "chapa branca" como CUT, UNE e MST. Mas não só isso, a convocatória (como se pode ver no cartaz e panfleto), é a “defesa do PT, dos partidos de esquerda, dos movimentos sociais e das políticas públicas que transformam o país”, ou seja, é uma atividade em defesa do governo Dilma e suas medidas antipovo justamente no momento onde o Planalto anunciou um novo “pacotaço” de corta 26 bilhões do orçamento. Não por acaso, o PCdoB comemora que por “ampla maioria bancada do PMDB fecha apoio ao governo Dilma”, também pudera com um programa de submissão aos rentistas e ataques covardes aos trabalhadores a máfia de Temer, Cunha e Renan está firme com Dilma. O mais cínico de tudo isso é a postura do PT e PCdoB na votação defendendo os vetos. Vejamos o que disseram Jandira Feghali e José Guimarães. A líder do PCdoB afirmou: “É importante dizer que, com todo o respeito que temos aos servidores do Estado brasileiro, de qualquer poder, do Executivo, do Judiciário, do Legislativo, o nosso Partido, o PCdoB, fechou questão com a nossa bancada de não derrubar os vetos. Essa é uma posição clara do PCdoB, porque temos clareza do momento que enfrentamos”. O líder do PT na Câmara também discursou sobre a necessidade da manutenção dos vetos presidenciais para a economia brasileira. “Não estamos discutindo aumento de salário dessa ou daquela categoria; nós estamos discutindo o impacto que isso terá nas contas do governo federal, seja para quem governa hoje, seja para quem pretende governar o Brasil no futuro. O melhor caminho, em nome da responsabilidade com o país, é manter os vetos porque, eles mantidos, nós vamos ter uma questão que é fundamental para nós: a responsabilidade que nós temos com a economia brasileira”.  Em resumo, cortar despesas com saúde e educação, congelar salários, impedir aposentadorias e aumentar os impostos para pagar os rentistas, essa é a meta do governo Dilma! Esse é o verdadeiro golpe em curso contra os trabalhadores imposto pelo governo Dilma e para blindar-se a Frente Popular possa de vítima e sai em "defesa da democracia"! Esta sanha neoliberal promovida pelo governo Dilma não tem a menor importância para o PCO, o importante para Causa Operária seria “barrar o golpe” e assegurar sua boquinha milionária no Fundo Partidário, por isso declara “O PT, o PCO e outras organizações populares e de trabalhadores, estão chamando para o próximo sábado, 26 de setembro, um ato em São Paulo contra os ataques aos partidos de esquerda, e contra a tentativa de cassação do PCO pelo TSE, contra o golpe e a direita. Nesse momento no país há uma série de medidas contra a esquerda que vem recheada com medidas contra os próprios trabalhadores e a população pobre”. O “detalhe” é que o gerente de plantão que vem orquestrando as medidas contra os próprios trabalhadores é governo Dilma e o parlamento que agem em sintonia como vimos na manutenção dos vetos nesta terça-feira! Não se pode dissociar o combate à direita e as tendências fascistas em curso com a política implementada pelo PT que abre caminho para a reação burguesa, o PT é vítima de sua própria política burguesa e com as medidas de ataque ao povo pobre perde sua base social e política para a oposição conservadora. Nesse sentido, o cinismo do PT, PCdoB e particularmente do PCO é tamanha! A tarefa dos revolucionários não é a defesa do regime democrático e muito menos do governo Dilma mas a luta para que os trabalhadores superem o PT e  derrotem a direita, o que neste momento se concentra na oposição operária e revolucionário ao governo Dilma e no apoio as greves e lutas e curso contra o ajuste neoliberal. A chamada tática "antigolpista" que abarca uma aliança entre organizações da esquerda e partidos capitalistas "democráticos" é filha dileta da velha teoria da "revolução por etapas", e sempre é aplicada pela esquerda em favor de um governo burguês covarde que escancara as portas do país para a marcha vitoriosa da direita, seja eleitoral ou não. Como Bolcheviques reafirmamos que o engodo político do "antigolpismo" nada tem a ver com a tática leninista de "golpear juntos e marchar separados", são opostas pelo vértice no exato momento em que os genuínos comunistas não admitem integrar politicamente nenhum bloco orgânico com partidos ou governos burgueses como se revela a "Frente Todos pela Democracia", por esta razão denunciamos vigorosamente que a política de colocar o movimento de massas à reboque da defesa do governo Dilma “contra a direita” vem paralisando a resistência dos trabalhadores ao ajuste neoliberal imposto pelo Palácio do Planalto completamente servil ao grande capital, na medida em que a CUT, PT, PCdoB, PCO e a “Frente pela Democracia” temem que as mobilizações operárias contra os ataques do governo Dilma joguem água no moinho da oposição conservadora, pois há um amplo descontentamento popular contra as medidas recessivas. O PCO defende o “Estado democrático de Direito” sem dar um pio sobre o ajuste neoliberal é sinal que Rui Pimenta e seu séquito embarcaram de vez, organicamente, na Frente Popular (com o PDT de parceiro) e em apoio a política de colaboração de classes quem vem abrindo caminho para a reação da direita que só pode ser derrotada pela ação independente e direta dos trabalhadores contra o governo Dilma e a oposição conservadora forjando uma alternativa própria dos explorados e oprimidos! Não por acaso enquanto a CUT brada “em defesa da democracia e contra o golpe” não moveu um dedo para barrar os vetos de Dilma no Congresso que manteve o Fator Penitenciário e o congelamento salarial! Esse é o verdadeiro engodo da “Primavera Democrática” decantada pela Frente Popular e seus satélites como o PCO!


terça-feira, 22 de setembro de 2015


ESQUERDA CORROMPIDA DEFENDE OS VERGONHOSOS VETOS DO GOVERNO AO REAJUSTE DAS APOSENTADORIAS E AO FIM DO "FATOR PREVIDENCIÁRIO"

O governo Dilma arregimentou suas forças máximas no Congresso Nacional para manter os vetos presidenciais aos projetos aprovados entre os quais o que extinguiu o famigerado "Fator Previdenciário", criado pelo governo FHC para extorquir os salários dos trabalhadores que recém se aposentavam, e também acerca do índice do cálculo que reajusta as aposentadorias que estão acima de um salário mínimo. Não por acaso a mídia corporativa deu grande ênfase a necessidade do veto sobre o reajuste de 78% dos servidores do poder judiciário, "alertando" que se este for derrubado poderia colocar por água abaixo o conjunto do esforço do governo para aprovar o ajuste fiscal. Os "golpistas" Eduardo Cunha e Renan Calheiros foram convocados por Dilma para ajudar o governo e não se furtaram na tarefa conjunta de assaltar direitos dos trabalhadores. O mote que tem unificado oposição e governo na defesa da manutenção dos vetos é que os projetos aprovados somariam um gasto de 23,5 bilhões de Reais já para o próximo ano, somente o reajuste dos servidores da justiça federal acarretaria de imediato um valor de 3,5 bilhões. Os rentistas mandaram avisar que defendem o veto presidencial a todo custo, como uma ação preventiva para garantir o pagamento dos encargos da dívida pública e a manutenção da taxa de juros no mesmo nível praticado hoje pelo BC. Neste sentido o estafeta dos bancos no Congresso, Eduardo Cunha, declarou o seguinte: "Eu acho que, concretamente, não deve se derrubar esse veto. Seria uma atitude de colocar mais gasolina na fogueira. É acender fósforo no tanque gasolina. Não sou partidário disso". Porém Dilma se sente insegura que parlamentares mais vulneráveis a pressão popular possam vir a votar pela derrubada dos vetos, por isto mesmo "elegeu" o reajuste do judiciário como o "vilão" desta história, orientando a omissão política dos outros pontos cruciais para o conjunto da classe trabalhadora, como o fim do "Fator Previdenciário". Que este governo burguês de turno subordinado ao mercado financeiro atue cinicamente desta forma nenhuma novidade, afinal está comprometido acima de tudo com o "ajuste" contra os trabalhadores e o povo oprimido, mas a postura da esquerda "chapa branca" é algo vergonhoso. O PCdoB não tem a menor desfaçatez em defender o "pacotaço" de ataques neoliberais do governo, afirmando que o importante é barrar o golpe que "voltou a ganhar força". Mas como a direita não "ganhar forças" se este governo consegue granjear o justo ódio da população, concentrado nas medidas de profunda austeridade e subtração de conquistas históricas. "Novo irmão" do PCdoB, o PCO segue no mesmo rastro do "pânico" do golpe para legitimar o "governo democrático" e também sua política de arrocho e ofensiva contra o proletariado. Qualquer ação de resistência contra os seguidos ataques neoliberais do governo logo é taxado de "confluência com o golpismo", por esta mesma esquerda que se corrompeu com os "favores" estatais. Não podemos esperar boa coisa deste Congresso da BBB (bíblia, bala e boi), ainda mais quando suas lideranças mais reacionárias estão afinados com este governo dos rentistas, ainda pior quando a CUT não move uma palha em defesa do reajuste das aposentadorias e pelo fim do "Fator Previdenciário". É necessário construir uma nova direção política para as lutas de resistência que devem emergir com força neste cenário de crise econômica e ataque as conquistas dos trabalhadores.

domingo, 20 de setembro de 2015


PAPA PEDE QUE "CUBA SE ABRA AOS EUA": BERGOGLIO INTERMEDIA NEGOCIAÇÕES ENTRE OBAMA E A BUROCRACIA CASTRISTA PARA O AVANÇO DA RESTAURAÇÃO CAPITALISTA NA ILHA OPERÁRIA

O Papa Francisco chegou neste sábado, 19, em Havana, a primeira etapa da viagem na qual visitará Cuba e Estados Unidos, dois países que firmaram recentemente o acordo de restabelecimento de relações diplomáticas, processo que Bergoglio teve um papel de destaque. Em discurso após o desembarque, Raul Castro deu as boas vindas ao Papa e agradeceu por seu apoio ao “diálogo”: “O restabelecimento das relações diplomáticas foi um primeiro passo no processo de normalização dos vínculos entre ambos os países”. O pontífice também discursou e disse que “o mundo precisa de reconciliação. Estamos sendo testemunhas de um acontecimento que nos enche de esperanças: o processo de normalização das relações entre dois povos, depois de anos de distanciamento. É um processo. É um símbolo da vitória da cultura do encontro, do diálogo”. Como se observa a visita do Papa tem um objetivo político definido: servir de principal intermediário no processo de restauração capitalista em Cuba, tanto que depois ele segue diretamente para os EUA a fim de se encontrar com Obama. Considerado inicialmente como um conservador que teria colaborado inclusive com a ditadura militar argentina, o Papa Francisco foi aos poucos ganhando espaço e simpatia de setores da “esquerda” domesticada que agora saem a saudar com entusiasmo seu mandato “renovador” e até mesmo “subversivo” na Igreja Católica. Esta avaliação chegou a seu ápice com o papel de primeira grandeza que assumiu no acordo de reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e EUA. Na verdade, não há nada de novo no que defende o Pontífice, trata-se da surrada cantilena da “justiça social” como uma forma de convencer aos explorados de que é possível dentro do capitalismo conviver harmonicamente as classes sociais desde que haja a “distribuição da riqueza” e não a destruição revolucionária da burguesia e seu Estado, uma crença equivalente a ilusão na existência do “paraíso” no reino dos céus! Este é o modelo que Bergoglio defende para a restauração capitalista em Cuba. A retomada das relações diplomáticas entre Cuba e os EUA colocou o debate sobre a restauração capitalista na Ilha operária no centro da pauta política da esquerda mundial. De imediato podemos afirmar como defensistas incondicionais do Estado Operário Cubano que a iniciativa da Casa Branca está inserida neste momento no contexto da própria crise que atravessa a ofensiva imperialista contra os povos, em particular no impasse militar no "Mundo Árabe" após o êxito inicial contra o regime kadafista na Líbia. O empatanamento da invasão contra a Síria e as dificuldades de iniciar a estratégica operação contra o Irã agora revertida parcialmente pela via do acordo militar recém celebrado, sem falar na impossibilidade de "dobrar" a influência militar da Rússia na região, obrigaram o Império a voltar o "foco" do Departamento de Estado para Cuba. Hoje a "mão estendida" de Obama para o regime castrista com a intermediação do Papa Francisco tem por objetivo liberar as forças até então represadas de uma restauração capitalista no mesmo modelo da chamada "via chinesa". Como declarou Obama no discurso que anunciou sua decisão "Vamos discutir as diferenças diretamente, como vamos continuar a fazer sobre as questões relacionadas com a democracia e os direitos humanos em Cuba. Mas eu acredito que podemos fazer mais para apoiar o povo cubano e promover os nossos valores por meio do engajamento. Afinal de contas, estes 50 anos têm demonstrado que o isolamento não tem funcionado. É hora de uma nova abordagem. Eu acredito que as empresas americanas não devem ser colocadas em desvantagem, e que o aumento do comércio é bom para os americanos e para os cubanos. Então, vamos facilitar as transações autorizadas entre os Estados Unidos e Cuba. Instituições financeiras dos EUA serão autorizados a abrir contas em instituições financeiras cubanas. E vai ser mais fácil para os exportadores dos EUA para vender bens em Cuba". O porto de Mariel em Cuba, construído pela empreiteira Odebrecht e financiado pelo governo Dilma via empréstimo de 800 milhões do BNDES, tem um papel importante na abertura da Ilha para produtos do EUA. A principal agenda do governo brasileiro em Cuba é aprofundar as relações econômicas tendo por base o processo de restauração capitalista em curso promovido pela burocracia castrista, principalmente após o último congresso do PCC, em que copia parcialmente a chamada “via chinesa”. Trata-se da entrega de setores da economia para o controle de grupos capitalistas, estreitando cada vez mais os vínculos da casta dirigente com grandes empresas estrangeiras que investem no país, ao mesmo em tempo que se fragiliza e ataca conquistas históricas da revolução. Na atual conjuntura internacional o principal ponto de "travamento" da ofensiva imperial encontra-se no receio de um enfrentamento direto com o poderio militar russo, herdado do antigo Exército Vermelho. Putin pretendia estender a influência militar russa para Cuba, com a instalação de uma moderna base naval no Caribe, seria um duro golpe para o Pentágono e a OTAN que hoje sequer conseguem impor um recuo de seus adversários no leste europeu. Com uma possível "cooptação" de Cuba os EUA de uma só tacada podem conseguir neutralizar a Venezuela e impedir a entrada da Rússia na geopolítica latino-americana. No mesmo compasso, com a popularidade em alta via o acordo com Cuba e o Irã Obama tentará eleger a víbora Hillary nas eleições presidenciais de 2016 buscando derrotar o republicano Jeb Bush, já que os Clinton apoiam integralmente a "jogada" de aproximação com Cuba. A visita do Papa aos EUA logo após sua estadia em Cuba fortalece esta perspectiva. Como Trotskistas não podemos rejeitar possíveis manobras diplomáticas de um Estado Operário no contexto de um mundo hegemonizado pelo capital financeiro, reconhecemos o direito de Cuba exigir o fim do criminoso bloqueio comercial, porém não somos "ingênuos" ao ponto de desconsiderar os objetivos estratégicos do imperialismo ianque. Como nos ensinou Lenin que pessoalmente em sua época celebrou vários acordos comerciais com o imperialismo europeu, é necessário aproveitar as fissuras da crise imperialista sem "baixar a guarda" de uma política que convoque permanentemente a mobilização do proletariado mundial contra a atual ofensiva neoliberal contra os povos. Nesta perspectiva revolucionária não podemos confiar plenamente na burocracia Castrista, que busca conservar o atual regime estatal cada vez mais sob as bases de concessões econômicas e políticas. Frente a esta disjuntiva histórica, está colocado a construção do genuíno Partido Operário Revolucionário na Ilha com o objetivo de avançar nas conquistas sociais e do chamado a expropriação da burguesia mundial, se opondo a política de colaboração de classes das direções reformistas, rompendo desta forma o isolamento de Cuba por meio da vitória da revolução proletária em outros recantos do planeta! O imperialismo tenta cooptar Cuba com a "promessa" de massivos investimentos comerciais e financeiros na economia do Estado Operário, uma armadilha da qual a classe operária cubana não pode cair, sob o risco de reproduzir a desastrosa "via chinesa". O proletariado cubano deve marchar no sentido oposto ao da restauração capitalista, se preparando para enfrentar novos desafios como a nefasta influência ideológica, cultural, política e econômica que os EUA na condição de principal potência capitalista desejam impor a Ilha agora na cínica condição de novo "parceiro".

sábado, 19 de setembro de 2015


BALANÇO DA MARCHA DOS TRABALHADORES (18/09): UM PASSO LIMITADO PARA ALÉM DA POLÍTICA DO PSTU, PORÉM IMPORTANTE PARA UNIFICAR AS CATEGORIAS EM LUTA CONTRA O AJUSTE NEOLIBERAL DO GOVERNO DILMA

Ocorreu nesta sexta-feira, 18 de setembro, a Marcha Nacional dos Trabalhadores em São Paulo.  A manifestação contou com a presença de aproximadamente 15 mil pessoas e diversas categorias em greve se fizeram presentes como servidores públicos, trabalhadores dos correios, operários demitidos do Comperj, estudantes e metroviários. Ela foi convocada pelo Espaço Unidade de Ação, articulação que conta em seu interior com correntes políticas como PSTU, setores do PSOL, PCB, MRT-LER, entidades do movimento sindical, popular e etc. A militância da LBI em São Paulo interveio no ato através da distribuição de milhares de declarações políticas amplamente recebidas pelo ativismo presente criticando o eixo político de “Fora Dilma” ou mesmo “Chega de Dilma” por representar um “flerte” do PSTU com a direita, defendemos a luta direta contra o ajuste neoliberal via a unificação das lutas rumo a Greve Geral. Nossa pequena mas combativa militância fez a dura crítica programática diretamente ao próprio José Maria de Almeida (ver foto), demonstrando nosso combate à linha direitista do PSTU, ou seja, intervimos na marcha delimitando-se abertamente com o morenismo e seus satélites (MNN, CST, LSR, MRT). Nossa denúncia pública e combativa da absurda aproximação da Conlutas com a CGTB e o PPL feita durante vários dias antes da manifestação surgiu efeito, tanto que esses lacaios da direita sequer apareceram na marcha e anunciaram na véspera seu rompimento com a atividade.  A concentração teve início às 15 horas no vão do MASP e seguiu em passeata pela Avenida Paulista, Rua da Consolação até a Praça da República, onde foi encerrado o ato, paralisando por completo as principais vias do entorno. Estiveram presentes além da LBI, o POR e diversas entidades do movimento sindical que vieram de vários estados como os metalúrgicos de São José dos Campos, SINTUSP, ANDES entre outros, além de setores da UNE e oposições sindicais.

Militante da LBI critica política de concessões à direita do PSTU

sexta-feira, 18 de setembro de 2015


ESQUERDA "CHAPA BRANCA" RADICALIZA NA CARA DE PAU E AFIRMA QUE PACOTAÇO FOI PARA "GARANTIR A APOSENTADORIA DOS VELHINHOS"

O cinismo dos reformistas na tentativa de mascarar as últimas medidas de austeridade do ajuste neoliberal em pleno curso de recrudescimento contra os trabalhadores, parece não ter mesmo limites. Regado as "gentilezas" da farta estrutura material do PT, o arco "chapa branca" vem afirmando que o aprofundamento do ajuste desta vez atingiu em cheio o "andar de cima". O sítio governista "Carta Maior", que até então mantinha uma linha de apoio crítico a Dilma clamando pela "retomada do crescimento" deu o tom de até onde pode ir a cara de pau  da esquerda cooptada: "Dilma teimou e não cumpriu o script da Folha de cortar os gastos sociais. Ao criar uma CPMF para garantir a aposentadoria dos velhinhos resgatou o princípio da solidariedade." (Carta Maior, 15/09). Parece até uma tese de imbecis asseverar que a criação da nova CPMF tem por objetivo proteger as aposentadorias, enquanto é de conhecimento público que o imposto terá como destino fim o bolso dos rentistas, que impõe os rumos da política econômica do governo petista. Porém de imbecil a esquerda reformista não tem nada... muito "esperta" e ágil para abocanhar verbas e favores estatais elabora "teorias" em defesa da democracia burguesa vislumbrando um golpe de estado a cada movimento político da direita parlamentar. Ao criar a "teoria" do fantasma da iminência golpe, os apologistas do governo da Frente Popular acusam os que travam o justo combate de massas contra o ajuste neoliberal de "estarem com a direita", e que Dilma deve ser defendida a todo custo porque se a presidente cair quem assumiria o Planalto seria o tucanato alinhado com os EUA. Nesta lógica, que não é propriamente nova na história do movimento operário, o proletariado deverá estar amarrado ao campo burguês "democrático", sob pena de favorecer a escalada da direita que poderá instalar um "regime político bem pior". Falando concretamente em termos de conjuntura nacional, os arautos do Planalto tentam convencer os movimentos sociais de que o "ajuste tucano seria ainda mais amargo" e que para evitar volta da direita ao governo é "preciso engolir sapos". Em resumo como bem definiu o PCO em um rasgo de sinceridade profunda: "Eles dizem quem é contra o golpe é governista, é a favor da Dilma do Joaquim Levy, a favor do veto presidencial em relação as aposentadorias, das privatizações que o PT está fazendo etc. isso é desconversar, não se trata de estar a favor de política A ou B, o que se trata é de ser estar ou não a favor que a direita derrube o governo do PT" (sítio PCO 15/09). É isto mesmo que está escrito acima... não se trata de estar a favor de "política A ou B", mesmo que o "A" signifique congelar salários dos servidores federais e o "B" represente tirar da saúde pública 4 bilhões de Reais, e muito menos ainda que o "A e B" somados se destinem ao pagamento da agiotagem internacional ... O que realmente importa para estes cretinos reformistas é que a direita não volte para o Planalto, pois quem sabe poderiam perder os "mimos" que o regime burguês lhe oferecem atualmente... Já para quem teve os direitos sociais subtraídos pela "política A ou B" deve ser dito que o importante mesmo é que o PT se mantenha no governo por longos anos...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015


SYRIZA RECORRE AO “FANTASMA DA VOLTA DA DIREITA” PARA CHANTAGEAR O VOTO ÚTIL NA SOCIALDEMOCRACIA CONVERTIDA A TROIKA: VOTAR NO KKE CONTRA AS ILUSÕES DA “TRANSIÇÃO PACÍFICA” DO REGIME DA DEMOCRACIA DOS RICOS AO SOCIALISMO!

As mais recentes pesquisas de opinião indicam empate técnico entre o Syriza e a Nova Democracia nas eleições parlamentares que ocorrerão na Grécia neste domingo, 20 de setembro. Esse resultado armado artificialmente pelos grandes meios de comunicação servis ao imperialismo reflete deformadamente o giro à direita provocado pela completa submissão do governo de Alexis Tsipras as imposições da Troika, com a celebração de um novo memorando que avançou nas privatizações e nos ataques as conquistas sociais. O grande “trunfo” de Tsipras é que ele se apresenta como o melhor gerente para garantir o processo de renegociação da dívida, previsto para recomeçar em outubro, porque aposta em uma política de colaboração de classes, mas a direita e da extrema-direita (Aurora Dourada) vem crescendo eleitoralmente nos últimos dias. Neste cenário de extrema polarização, o Syrzia recorre ao “fantasma da volta da direita” para chantagear o voto útil na neosocial-democracia convertida à gerência servil a Troika. Segundo todas as sondagens, os “dissidentes do Syriza” que formaram a Unidade Popular (UP) chegam no máximo a 3,5% dos votos podendo até mesmo não ingressar no parlamento que impõe a cláusula de barreira de 3%, o que significa que os eleitores do Syriza optaram por continuar votando em Tsipras ou mesmo se abster, apesar da UP ter o apoio da esmagadora maioria dos grupos revisionistas do trotskismo como a CMI de Allan Woods e a CIT de Peter Taaffe. Todas as correntes revisionistas que semearam ilusões na última cartada política do Syriza, o referendum-farsa denunciado pelo KKE e a LBI, agora migram para a UP. Este novo partido não passa de uma versão requentada da receita socialdemocrata que o Syriza apresentou em janeiro, buscando conciliar os interesses dos capitalistas nacionais com o povo espoliado, através da bandeira do retorno da moeda nacional (o Dracma), prometendo no máximo nacionalizar bancos e algumas indústrias para criar um “Estado forte” que sirva a sua frágil burguesia nativa. Por sua vez, o Partido Revolucionário dos Trabalhadores (EEK) que mantém relações diplomáticas oportunistas com o PO argentino depois da implosão de sua “Internacional” (CRCI) está coligado com o ANTARSYA. Este agrupamento quase conformou a UP, porém acabou não ingressando por questões de aparato e não por divergências com sua estratégia social-democrata de esquerda na medida que defende as eleições como via para se chegar ao socialismo. A Fração Trotskista (PTS argentino e MRT no Brasil) também apoia o ANTARSYA, mesmo reconhecendo que este agrupamento não defende a “perspectiva de um governo operário”. Na verdade o ANTARSYA mantém e patrocina ilusões no regime da democracia dos ricos e não a ruptura revolucionária com o modo de produção capitalista, da mesma forma como faz a FIT na Argentina completamente adaptada ao regime da democracia burguesa. Dentro desta realidade o mais justo e correto para os interesses do proletariado grego neste momento é apoiar as candidaturas classistas do KKE contra Tsipras-Syriza, os velhos partidos da ordem e a “nova esquerda” domesticada representada pela UP e a ANTARSYA. A tarefa central que se mantêm neste cenário é apontar que o caminho dos trabalhadores e do povo grego para barrar os ataques impostos pela Troika e o governo do Syriza não são as eleições e sim a mobilização direta, suas greves e lutas pela nacionalização dos bancos, indústrias, portos e aeroportos sob o controle dos trabalhadores e de conselhos operários para lançar as bases para a construção de um poder de novo tipo, um Estado Operário, forjando uma alternativa revolucionária trabalhadores da cidade e do campo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015


O “GOLPE” JÁ ESTÁ EM PLENA MARCHA, RECRUDESCENDO O AJUSTE NEOLIBERAL CONTRA OS TRABALHADORES E PRIVATIZANDO O QUE RESTA DO PATRIMÔNIO ESTATAL SOB EXIGÊNCIA DOS EUA

O mais recente "pacotaço" de austeridade anunciado nesta segunda-feira (14/09) pelo governo não nos surpreendeu nem um pouco, já tínhamos apontado que diante do achaque sofrido pela "agencia" S&P Dilma se renderia integralmente as condições impostas pelos rentistas na expectativa da reversão da classificação negativa aferida pelos abutres do mercado financeiro. A repulsa mesmo veio por conta do extremo cinismo da esquerda governista que caracterizou o "ajuste do ajuste" como uma "ação contra o andar de cima". A blogosfera "chapa branca" em um misto de cretinismo e delírio da realidade definiu assim o novo "pacotaço": "Nosso governo, enfim, dá mais uma demonstração de como fazer o certo da maneira errada, porque evita assumir aquilo que, outro dia, se chamou aqui de “ter um lado”... Ainda assim foi um passo, finalmente um passo (Blog Tijolaço, 14/09). No mesmo rumo Planaltino o entusiasta Paulo Henrique Amorim definiu assim as recentes medidas tomadas pelo governo: "Ajuste começa com o lombo dos banqueiros", já para o Blog 247: "Governo rompe inércia e colhe sinais de alento", prosseguindo no texto de em um surrealismo regado a generosas verbas estatais: "O pacote fiscal não tira o governo da zona de risco, mas demonstra que ele ainda tem iniciativa e não respira por aparelhos. Isso é crucial nesta hora de cerco." Mas não pensem que a caradura é monopólio exclusivo da imprensa "alternativa", que hoje dedica-se a exorcizar o fantasma de um golpe de estado enquanto legítima as medidas neoliberais adotadas por este governo submisso aos interesses dos rentistas internacionais. O PCdoB em um momento de "sinceridade" abandonou a demagógica retórica em favor do "crescimento econômico" para defender sem firulas o ajuste: "Os governadores consideraram a gravidade do momento, mesmo que duras, as medidas foram consideradas positivas dentro das alternativas de sacrifício existentes. Além das medidas discutidas, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), pediu apoio da presidenta Dilma e da equipe econômica para articular junto à cúpula do Judiciário para apertar o cumprimento de medidas de combate à sonegação" (sítio Vermelho 15/09). Recém ingresso no campo governista coube ao fiel PCO pedir a Dilma que não ceda a direita pois isto poderá facilitar o golpe: "O governo parece ter sentido a pressão e se intimidado com a ameaça, anunciando hoje os cortes. Outras medidas anunciadas pelos ministros em Brasília foram no sentido de aumentar as receitas... A capitulação do governo reforça a política da direita golpista que tenta derrubar o governo". Para todo este arco "chapa branca" congelar salários já tão arrochados do funcionalismo público, retirar do saúde pública cerca de 4 bilhões de Reais, reduzir drasticamente programas sociais, com o Minha Casa Minha Vida entre outros, tudo isto para honrar compromissos com os agiotas controladores da dívida interna, são apenas "detalhes" ... O importante é evitar o suposto "golpe da direita", porém o "golpe do dia a dia " vem sendo cruelmente desferido contra o povo mais explorado nos corredores do SUS ou contra trabalhadores do setor estatal que estão há vários anos amargando "reajuste zero"!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

LEIA A ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL LUTA OPERÁRIA, Nº 299, 1ª QUINZENA DE SETEMBRO/2015


EDITORIAL
O “golpe” já está em plena marcha, recrudescendo o ajuste neoliberal contra os trabalhadores e privatizando o que resta do patrimônio estatal sob exigência dos EUA

18/09 - MARCHA DOS TRABALHADORES
Pra lutar contra Dilma e o ajuste neoliberal não se pode unir com a direita e seus lacaios do PPL!

REBAIXAMENTO DA "NOTA DE RISCO" PELA S&P
Achacadores de Wall Street humilham o país mas Dilma afirma que continuará a seguir fielmente suas ordens!

ALTA DO DÓLAR E RECESSÃO ECONÔMICA
Mera coincidência ou duas vertentes dos rentistas seguidas à risca por Dilma?

CRISE MUNDIAL DAS BOLSAS...
Produto da desaceleração da economia chinesa ou novo golpe bursátil para quebrar os "emergentes"?

“A CULPA É DO LEVY!”
Alguém ainda lembra do "Fora Delfim!" na época do regime militar?

MENSAGEM "SINCERA" DE DILMA PARA O 7 DE SETEMBRO
Errei porque poderia ter aplicado o ajuste há mais tempo!

7 DE SETEMBRO
Derrotar a direita pró-imperialista e combater o governo Dilma servil aos abutres rentistas!

“DIALOGA BRASIL”
Em Fortaleza, Dilma primeiro se reúne com os empresários e depois faz demagogia do ajuste com sindicalistas chapa branca

LEI ANTITERRORISMO
Quem é mesmo que prepara um “golpe” contra as liberdades democráticas e o direito de organização dos trabalhadores?

20 DE AGOSTO
PT, CUT e entidades “chapa branca” defendem a "democracia" do governo Dilma enquanto base classista denuncia o ajuste neoliberal imposto pela frente popular

ACABA GREVE NA GM, COMEÇA NA MERCEDES-BENZ
Continua o ataque patronal aos metalúrgicos sem que haja uma resposta operária à altura da CUT e Conlutas

61 ANOS DO SUICÍDIO DE GETÚLIO
A morte de Vargas e o ocaso do nacional-desenvolvimentismo

75 ANOS DO ASSASSINATO DE TROTSKY
Na luta para derrotar a contrarrevolução e o reformismo, levantamos a bandeira da IV Internacional

11 DE SETEMBRO
Um balanço revolucionário dos desdobramentos da ofensiva reacionária mundial após 14 anos do ataque ao coração do monstro imperialista

O OUTRO 11 DE SETEMBRO
42 anos do golpe no Chile, abstrair as lições da trágica experiência da “via pacífica ao socialismo”

FASCISTAS ATACAM PARLAMENTO DA UCRÂNIA
Aprofunda-se a crise do governo pró-imperialista de Kiev diante da resistência heroica das “republicas populares”

TSIPRAS CONVOCA ELEIÇÕES PARA ENCABEÇAR UM “NOVO” GOVERNO À SERVIÇO DA TROIKA
“Dissidentes” do Syriza formam a Unidade Popular como “alternativa de esquerda” para repetir o filme” do engano!

A MORTE DO MENINO AYLAN E AS CÍNICAS LÁGRIMAS DOS REVISIONISTAS DO TROTSKISMO 
Apoiaram a destruição da Síria e da Líbia sob encomenda dos EUA

BARBÁRIE CAPITALISTA
Revoluções “made in Cia” provocam a morte de milhares de imigrantes em fuga para a Europa

sábado, 12 de setembro de 2015


18/09 - MARCHA DOS TRABALHADORES: PRA LUTAR CONTRA DILMA E O AJUSTE NEOLIBERAL NÃO SE PODE UNIR COM A DIREITA E SEUS LACAIOS DO PPL!

A CSP-Conlutas, em conjunto com outras entidades sindicais do chamado Espaço Unidade de Ação e correntes políticas como o PSTU, PCB e setores do PSOL convocou para o dia 18 de setembro, em São Paulo, a Marcha dos Trabalhadores. Segundo o boletim que convoca a atividade, trata-se de uma “manifestação nacional contra o governo do PT, o Congresso Nacional e também contra o PSDB”.  A LBI e os sindicalistas revolucionários da TRS irão participar desta marcha assim como interviemos ativamente nos atos do dia 20 de agosto convocados pelo MTST e a CUT. Em ambos os casos defendemos publicamente um eixo claro em favor da luta direta contra o ajuste neoliberal e os ataques covardes desferidos pelo governo Dilma contra os trabalhadores. Naquele momento denunciamos para a base classista presente que a partir do “acordão” de várias frações das classes dominantes para estender a governabilidade petista, caiu por terra o engodo do perigo do golpe. O que se impõe agora é mobilizar os trabalhadores contra a “Agenda Brasil” que unificou o conjunto burguesia, sacrificando até os hidrófobos da direita mais inconveniente para Dilma como Cunha e Aécio. Por esta razão, da mesma forma que no dia 20 de agosto denunciamos a manobra das entidades “chapa branca” em transformarem as manifestações em atos em defesa do governo Dilma contra o suposto “golpe da direita” que não está na ordem dia (como já declararam banqueiros, industriais e a própria Rede Globo) desde já declaramos nossa discordância como eixo político de “Fora Dilma” apresentado pela Conlutas-PSTU e seus aliados para este 18 de Setembro . Ao contrário, nos opomos decididamente a ele e consideremos a política proposta pelos organizadores da atividade equivocada por representar um aceno para a direta. Uma prova do que afirmamos é que entre os convocantes da Marcha dos Trabalhadores está o PPL e sua central sindical, a mafiosa CGTB, partido que defende o “Fora Dilma” junto com os grupos fascistas, sendo aliado da direita mais reacionária pelo país afora, tanto que apoiou Marina Silva nas eleições presidenciais e acabou de aceitar a filiação da vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, aliada do fascistóide ACM Neto. O PPL é herdeiro do MR-8 que sempre prestou seus serviços sujos para a direita, como capangas de Quércia e Newton Cardoso contra a esquerda classista. Não por acaso, o Hora do Povo (11 a 15.09), porta-voz do PPL e da CGTB no artigo “Manifesto conjunto da CGTB e Conlutas convoca manifestação” afirma “Com as bandeiras de Fora Dilma, Cunha, Renan, Temer e Aécio, os sindicalistas defendem que é preciso construir uma alternativa ao país”. Este arco de aliança reflete as próprias posições do PSTU que volta a flertar com a direita reacionária com seu “Basta de Dilma” depois de ter tido vergonha em ir a marcha “coxinhas” do dia 16 de agosto.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015


O OUTRO 11 DE SETEMBRO: 42 ANOS DO GOLPE NO CHILE, ABSTRAIR AS LIÇÕES DA TRÁGICA EXPERIÊNCIA DA “VIA PACÍFICA AO SOCIALISMO”. REVISIONISTAS DE HOJE AINDA INSISTEM NA SENDA PARLAMENTAR COMO EIXO CENTRAL DE INTERVENÇÃO DO MOVIMENTO OPERÁRIO

Há exatamente 42 anos, em 11 de Setembro de 1973, no mesmo Chile que elegeu novamente um presidente membro do Partido Socialista (Michelle Bachelet) que já governou o país de 2006 a 2010, era desferido um golpe de corte fascista patrocinado diretamente pelo imperialismo ianque (em uma operação direta da CIA) contra Salvador Allende, dirigente máximo do PS. A ofensiva da contrarrevolução ganhou terreno e desferiu sua investida fatal nesta data trágica para o proletariado mundial como produto direto da política de colaboração de classes do governo da Unidade Popular encabeçado por Salvador Allende. A UP correspondeu às características clássicas de uma frente popular, onde a burguesia em crise extrema e sob a pressão do ascenso popular faz concessões e entrega as linhas gerenciais do Estado burguês  a partidos reformistas de massas (PS e PC) para que estes controlem o movimento operário nos marcos do regime político burguês, orientação conhecida como “via pacífica ao socialismo”. Como herdeiro político desta orientação reformista, nas últimas eleições presidenciais, o PC seguiu a candidatura burguesa do PS, integrando a “Concertación”, uma coalizão de centro-esquerda que englobou o PS, a Democracia Cristã e o Partido pela Democracia.  Esta conduta demonstra que os neostalinistas chilenos não conseguiram abstrair as trágicas lições da grande derrota de 73. Por outro lado os revisionistas do trotskismo, que dizem criticar a chamada “via pacífica ao socialismo”, ainda hoje insistem na via parlamentar como eixo central de intervenção da “esquerda” e do movimento operário, demonstrando que também são reféns da estratégia reformista de alterar o caráter de classe das apodrecidas instituições do regime político bastardo democratizante, patrocinando trágicas ilusões entre os trabalhadores, senda contrarrevolucionária que leva nos nossos dias, assim como ocorreu no passado, a derrotas sangrentas para o proletariado latino-americano. No Brasil alguns falsários da esquerda "chapa branca" insistem em comparar o governo nacionalista burguês de Allende com a gerência neoliberal de Dilma Rousseff. Em comum mesmo aos dois períodos históricos somente a política seguidista dos reformistas, que em nome do "combate à direita" abdicam da tarefa de preparar a independência de classe do proletariado frente as diversas variantes políticas das classes dominantes. Com esta estratégia desastrosa os reformistas abriram caminho para o desfecho golpista, apesar de terem "jurado" que lutariam contra o fascismo até a morte.

11 DE SETEMBRO: UM BALANÇO REVOLUCIONÁRIO DOS DESDOBRAMENTOS DA OFENSIVA REACIONÁRIA MUNDIAL APÓS 14 ANOS DO ATAQUE AO CORAÇÃO DO MONSTRO IMPERIALISTA
  
14 anos após os ataques as Torres Gêmeas que abrigavam várias corporações financeiras e também um dos maiores escritórios da CIA em território norte-americano, assim como ao quartel general do Pentágono em Washington, ainda hoje se discute no interior das correntes de esquerda se tal acontecimento histórico que ficou conhecido como “11 de Setembro” foi uma resposta militar ao terrorismo imperialista realizado por organizações fundamentalistas com meios militares não convencionais como defende a LBI ou um “autoatentado” para motivar o recrudescimento da ofensiva neoliberal sobre os povos, como reivindicam diversas teorias conspiratórias, afinal a Al Qaeda não passava de uma cria dos EUA para atacar a antiga URSS. Os reformistas em geral e os revisionistas em particular, além da mídia a soldo do capital, continuam adeptos até hoje da “tese” de que tratou-se de um atentado terrorista reacionário promovido por bárbaros muçulmanos contra o povo norte-americano. Independente da “versão” aceita, o certo é que logo depois do ataque ao coração do monstro imperialista se formou uma enorme frente política mundial para combater a “ousadia” dos “fanáticos fundamentalistas orientais” da Al Qaeda, que em nossa avaliação responderam na mesma moeda com que os EUA “tratava” o povo muçulmano. Vale ressaltar que o 11 de setembro foi precedido de bombardeios ianques ao Afeganistão, cujo governo do Taliban foi considerado terrorista pela Casa Branca apesar de ter sido constitucionalmente eleito. O que se observa hoje é que o núcleo central da Al Qaeda se fracionou com a morte de Bin Laden, separando-se inclusive do Taliban no Afeganistão, restando a Casa Branca financiar e armar setores fundamentalistas bem mais “descontrolados” e com pouca ligação com as causas nacionais árabes. Este parece ser o caso do Estado Islâmico (EI), armado pelos EUA para atacar os regimes nacionalistas de Kadaffi e Assad e que agora se voltam contra o “amo” exigindo a sua própria parte no botim da destruição de nações inteiras. Com o 11 de Setembro de 2001, os antigos “guerreiros mujahideen” foram temporariamente declarados inimigos mortais do Império e considerados como “terroristas”. Presumia-se que Washington cortaria totalmente suas relações com uma organização extremista acusada pela morte de cerca de mil cidadãos norte-americanos, mas não demorou muito para a OTAN “contratar” novamente os serviços militares da Al Qaeda, desta vez na Líbia em 2011, para depor o regime nacionalista burguês do coronel Kadaffi. Contentes com os resultados na Líbia, onde os mercenários fundamentalistas destruíram o país para traficar o petróleo para os EUA, o governo Obama repetiu a dose e foi buscar um subproduto decomposto da Al Qaeda (o EI) para atacar o regime de Assad na Síria! Como Marxistas Revolucionários condenamos vigorosamente as ações terroristas do EI, suas recentes ações globais são impulsionadas para reforçar uma “posição de força” no campo militar da “revolução árabe”. O comando do EI no espectro sectário sunita pretende ser afirmado com chacinas fratricidas contra outras frações islâmicas sob pena de perderem o apoio conseguido em regiões devastadas pela guerra civil fomentada pelo imperialismo. O EI e suas ações reacionárias contra os povos, nações muçulmanas e governos antiimperialistas da região, representam hoje a ponta de lança dos interesses do gerdame sionista de Israel contra seus adversários geopolíticos. Porém a gênese histórica do EI possui o "DNA" nos interesses diretos na movimentação da CIA nos planos da derrubada do regime nacionalista de Kadaffi na Líbia, com o rótulo de "força revolucionária" outorgada pela OTAN partiram para a Síria com objetivo de derrotar o governo Assad, um dos poucos remanescentes dos conflitos guerreiristas contra Israel nos anos 60 e 70, posto que os outros países adversários do sionismo nesta época (como Egito, Jordânia, Arábia Saudita) já celebraram o reconhecimento do gerdame. Na fronteira entre Síria e Iraque, o EI encontrou a possibilidade de tentar assumir uma feição "nacional", mais além de um braço militar financiado pela Casa Branca, proclamando um califado baseado na suposta defesa dos interesses da população sunita. O mais "curioso" na tentativa do EI em criar raízes étnicas e religiosas na região em que se estabeleceu como organização paramilitar é que sua cúpula dirigente é formada majoritariamente por europeus (área central), britânicos e norte-americanos, sua facilidade em estabelecer os "contatos ocidentais" deriva desta característica. Nesta região além de apontar suas armas contra Assad em uma frente militar com outros grupos "revolucionários" da OTAN, o EI se chocou territorialmente contra o governo de Bagdá, passando a controlar campos petrolíferos que passaram a fornecer óleo cru diretamente para as refinarias de Tel Aviv. Passando dos "limites" originalmente definidos por Washington, Obama enxergou na ponte estabelecida entre o EI e Netanyahu uma ameaça a hegemonia ianque. Registre-se o fato dos atuais esforços da Casa Branca em firmar um acordo nuclear com o regime dos Aiatolás, serem atacados ferozmente por Israel. O EI ganhou o "status" de criatura rebelde da OTAN, centrando suas ações em sintonia com o Mossad para além das fronteiras da Síria e Iraque. Netanyahu trabalha para sabotar a gestão do partido Democrata nos EUA, não poupando esforços para um triunfo do Tea Party nas próximas eleições presidenciais. A estrutura de poder no ventre do imperialismo ianque é bastante complexa, tendo o Partido Republicano bastante influência em organismos recalcitrantes como a CIA e o próprio Pentágono. Por isso é impossível aferir até que ponto o EI recebe suporte de setores do imperialismo ianque para ações globais de interesse do expansionismo sionista. O certo mesmo é que as ações terroristas do EI, que por muitas vezes querem aparentar um confronto com o imperialismo estão sempre direcionadas para o terreno da reação mundial, concentrando "fogo" contra a Síria, Irã e o Hezbolah e todos seus aliados táticos. No mundo árabe e palestino o surgimento do EI contou com a simpatia inicial do Hamas, que não por coincidência resolveu suspender  seus ataques a Israel. No cerco militar ao Hezbolah o sionismo ganhou um aliado de "peso", o EI.  Por isso as ações do EI contra supostos alvos imperialistas (geralmente civis), não despertam nenhum sentimento de luta dos povos e nações oprimidas, em sua quase totalidade suas "operações militares" são voltadas contra regimes nacionalistas e laicos, como Líbia e Síria, que conseguiram construir a unidade nacional para além das rivalidades religiosas e sectárias. A responsabilidade histórica sobre a formação desta criatura reacionária e das covardes mortes que arrasta atrás de si, deve ser debitada na política de espoliação do imperialismo, que hoje tudo aponta responder a um subproduto seu, o estado terrorista de Israel. Este é o balanço político e histórico que fazemos após os 14 anos do "11 de setembro", reafirmando o marxismo como um guia para a ação concreta na luta de classes! Para clarificar ainda mais este debate, o Blog da LBI reproduz um documento elaborado logo após o 11 de Setembro de 2001. Trata-se de um dos mais importantes textos políticos escritos pela esquerda revolucionária no limiar deste novo século, onde traça um prognóstico exato (quase “premonitório”) da nova conjuntura mundial reacionária que iria abrir-se a partir deste marco histórico de inflexão global na correlação de forças entre as classes sociais.

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O 11 de Setembro e a ofensiva imperialista

Os ataques de 11 de setembro, no coração do monstro imperialista  ianque, marcam a abertura de um novo período político na etapa histórica de correlação de forças entre as classes em nível mundial, aberta logo após a derrubada contra-revolucionária do Muro de Berlim e a destruição do Estado operário burocratizado soviético, com a conseqüente perda das conquistas operárias obtidas a partir da revolução de 17. Pela primeira vez na sua história, os EUA sofrem um tipo de bombardeio em seu próprio território, excluindo o bombardeio às bases navais de Pearl Harbor na 2ª Guerra Mundial, fazendo cair por terra o enorme mito da invulnerabilidade militar da grande fortaleza inexpugnável. Utilizando-se de armamento não convencional, como jatos da aviação civil, uma organização militar, provavelmente fundamentalista islâmica, infringiu pesadas baixas ao alto comando do Pentágono e à Agência Central da CIA em Nova York, sediada em uma das torres do World Trade Center. O próprio presidente Bush, revelando em seu ato toda a covardia do império assassino, fugiu como uma galinha durante dois dias, enquanto sua frota naval abandonava às pressas os portos da costa americana, temendo uma reedição dos ataques kamikases ocorridos na 2ª Guerra Mundial. Quando o alto staff do Pentágono certificou-se de que o "grande ataque" concentrava-se na captura de quatro aviões civis e que todo o poderio bélico da maior força armada do planeta não corria perigo de ser "dizimado", passaram a rugir como um leão ferido, ameaçando bombardear todos os países muçulmanos, que possivelmente poderiam ter alguma relação com os atentados do dia 11, "em uma ofensiva militar longa, ampla e implacável", segundo as palavras de Bush (The New York Times, 09/10), um anúncio prévio da intenção de atacar, além do Afeganistão, também o Iraque e o Líbano, como afirmou em carta enviada ao Conselho de Segurança da ONU: "Podemos descobrir que nossa autodefesa requer ações em relação a outras organizações e países" (Idem).