segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

ENQUANTO O PSOL E SEUS SATÉLITES ADERIRAM TIMIDAMENTE AS MOBILIZAÇÕES DA DIREITA O PSTU SE QUEIXA DA FALTA DE UNIDADE COM O MBL...


Parece inacreditável que organizações que se reivindicam da esquerda e da luta dos trabalhadores possam pedir ingresso em um movimento político de caráter reacionário e muito próximo ao fascismo. Não estamos nos referindo somente as marchas domingueiras da direita "coxinha" ocorridas neste último domingo (04/12) dirigidas pelo MBL e "Vem pra Rua", apontamos algo bem mais grave na conduta política do PSOL (agregando o conjunto de suas tendências internas e externas) e o combalido PSTU. Estes agrupamentos revisionistas decidiram embarcar de malas e bagagens no movimento farsesco da Operação "Lava Jato", incluindo seu arcabouço fascista jurídico-programático, tudo em nome do suposto "combate a corrupção". O PSOL que detém uma pequena representação parlamentar no Congresso Nacional apoiou na prática com seus poucos votos o pacote das "Dez medidas contra a corrupção", um verdadeiro libelo reacionário e antidemocrático que retrocede as mínimas conquistas de liberdade política conquistadas com a constituição de 1988. O MPF e juízes federais, conformados por uma elite social crivada de privilégios institucionais, quer se tornar "intocável" e só prestar contas por seus atos completamente arbitrários perante ao "Tribunal de Washington", assim como a casta militar procedeu após o golpe de 64. Seguem um roteiro inicialmente traçado pelo Departamento de Estado dos EUA para destruir a Petrobras com a justificativa de eliminar o "mar de lama" instaurado pelos governos petistas na estatal. Qualquer semelhança entre a "Lava Jato" e os movimentos da direita que lançaram a "República do Galeão" para lutar contra o "mar de lama" do governo Vargas ou o "núcleo dos marechais" que se insurgiu contra a "corrupção generalizada" do governo João Goulart  não será mera coincidência...Agora a Casa Branca patrocinadora histórica de golpes de Estado pelo mundo opera no Brasil com juízes e promotores fundamentalistas, que se proclamaram como os "puros vestais" que salvarão o país da corrupção das oligarquias políticas. A Lava Jato com a sustentação integral do mesmo oligopólio midiático que impulsionou a quartelada de 64, ampliou seu horizonte para além dos muros da Petrobras e agora pretende assaltar o poder de Estado, arrastando atrás de si um amplo movimento de rua, combinado a sua plataforma de revogar as garantias constitucionais pela via de chantagem direta ao Congresso Nacional. Moro e sua trupe de "falcões" fomentaram sua própria base eleitoral de "massas", testada preliminarmente neste domingo, porém podem não estar muito dispostos a esperar até 2018 para se apossarem do Palácio do Planalto. A ofensiva fascista do judiciário e MP conta para esta empreitada com os destacamentos criados e financiados pelos EUA em meio a crise do governo Dilma, os "IPES" e "IBADE" da atualidade atendem pelo nome de "MBL" e "Vem pra Rua". Como uma tímida reação defensiva ao avanço jurídico ilegal da Lava Jato, políticos burgueses comprometidos com milionários negócios estatais formularam uma nova "versão" das tais "Dez medidas", assim como desengavetaram um antigo projeto de lei que pretende limitar suavemente os corriqueiros abusos de autoridades policiais e do judiciário. Esta "leve" iniciativa do senador Renan aliado aos parlamentares do PT e PMDB despertou a fúria midiática que passou a acusar de "cumplicidade com os corruptos" todos aqueles que defendiam colocar um freio as investidas fascistizantes da famigerada Lava Jato. Logo o PSOL e o "sem voto" PSTU anunciaram "apoio crítico" as Dez Medidas contra a corrupção e o mais absurdo ainda atacaram o projeto para coibir o abuso das autoridades policiais e judiciárias contra o povo, afirmando que os "abusos já são praticados nas favelas e periferias" e portanto a aprovação da lei "não faria diferença alguma", ou seja, o fim do Habeas corpus e as prisões "temporárias" convertidas em permanentes, além da legitimação da obtenção de provas por meios ilegais, seriam para o PSTU um mero "detalhe" da proba Lava Jato. Com a postura tímida e vacilante do PSOL em abraçar a unidade de rua com o MBL, apesar dos acordos programáticos (a exceção ficou por conta da Luciana Genro), o PSTU se queixou da oportunidade perdida: "Poderia e deveria haver uma luta unificada pelas seguintes bandeiras: Contra a corrupção, em defesa da prisão dos corruptos e dos corruptores, Fora Temer e Fora Todos eles, pela derrubada da PEC 55 e da reforma da Previdência, em defesa do emprego, da educação e da saúde. Acontece que os grupos dirigentes ligados ao PSDB de um lado, e os ligados à “Frente Ampla” (ou Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular) de outro, não querem unir a luta" (site do PSTU, 04/12). Moro o novo "caçador de marajás" não esperava um lamento tão sentido por parte do PSTU que se desculpa por não ter participado da domingueira "coxinha", mas quem sabe irá na próxima... Estamos assistindo o embrião do nascimento de uma Frente orgânica de colaboração entre a extrema direita (chamada carinhosamente de "liberal" pelos Morenistas) e os partidos da antiga "oposição de esquerda", quem sabe se o Zé Maria ainda não convence o Holiday da necessidade da "União" para "botar todos pra fora" e assim pavimentar o caminho do bonaparte Moro a presidência da república.