MILITARES TURCOS FASCISTAS E FUNDAMENTALISTAS PLANEJARAM
ATENTADO CONTRA EMBAIXADOR RUSSO LOGO APÓS A VITÓRIA ANTI-IMPERIALISTA CONTRA OS "REBELDES DA
OTAN" EM ALEPO E ANTES DO "ENCONTRO DE PAZ"
A CIA em colaboração com setores fascistas alijados do
exército turco e da polícia após o fracassado Golpe de Estado de julho planejaram o ataque
ao embaixador russo Andrei Karlov, assassinado nesta segunda-feira, 19, em
Ancara. O objetivo do atentado foi sabotar o encontro programado para hoje (20)
em Moscou, sobre a crise síria entre os governos turcos, iraniano e russo. O
diplomata estava realizando um discurso durante a abertura de uma exposição
chamada “Rússia vista pelos turcos”, patrocinada pela embaixada quando um ex-policial
turco, vestido de terno e gravata, entrou na sala como se fosse segurança do
Embaixador, atirando fatalmente pelas costas várias vezes, sendo na
sequência morto pela polícia turca. O responsável pelo ataque foi membro de uma
unidade especial da polícia da Turquia, sendo identificado como Mert Altintas.
Segundo a imprensa turca ele foi demitido durante a investigação da tentativa
de Golpe de Estado em julho contra Erdogan, orquestrado por altos escalões
militares fascistas do país ligados ao fundamentalismo islâmico (uma seita
dirigida pelo imã e pregador Fethullah Gülen do Hizmet). O assassino e gritou
quando disparava “Allahu Akbar” ("Alá é grande") e “Não esqueçam de
Alepo”. Aproximação entre Turquia e Rússia após o golpe de Estado contra
Erdogan e a recente vitória do regime burguês nacionalista de Assad em Alepo
com a ajuda da Rússia, Irã e do Hezbolah, provocou a ira do imperialismo ianque
e europeu (Alemanha e França), que teriam decidido agir através do movimento do
clérigo Fethullah Gulen para romper essa aliança e minar as negociações entre
os ministros de Defesa e Relações Exteriores de Rússia, Turquia e Irã. O
principal assessor de Erdogan, Ilnur Cevik, declarou “Nós vamos ver a conexão
entre o encontro de amanhã e esse assassinato. Essa reunião trilateral foi
criada discutir as perspectivas de resolver a crise síria. É triste que eles
tenham usado um policial afiliado à organização terrorista de Fethullah Gulen
para matar o embaixador. Essa organização também esteve por trás da queda do
jato russo, que prejudicou nossas relações”. De acordo com Cevik, os EUA já
demostraram irritação com o sucesso da cooperação entre Moscou e Ancara na
Síria, e estariam dispostos a sabotar as relações russo-turcas em todas as
áreas. “Eles (americanos) veem isso como uma grande aliança que irá prejudicar
os interesses ocidentais. Os americanos têm destacado recentemente que a
cooperação russo-turca na Síria tem marginalizado Washington, e eles vêm
criticando sua própria administração”(Sputnik, 19.12). Putin por sua vez
alertou que o assassinato do Embaixador russo na Turquia foi uma tentativa de
sabotagem das relações entre Moscou e Ancara, bem como contra o processo de
normalização na Síria “O crime cometido é, sem dúvida, uma provocação com objetivo
de sabotar a normalização das relações russo-turcas. E também do processo de
paz na Síria, que está sendo promovido de forma ativa pela Rússia, Turquia e
Irã, assim como outros países, interessados na solução do conflito sírio”
(Idem) e concluiu “A única resposta possível é o aumento dos esforços no
combate contra o terrorismo. Os bandidos sentirão isso na pele” (ibdem). O
combativo proletariado turco que soube derrotar a tentativa frustrada de golpe
deve agora responder as provocações do imperialismo ianque sem depositar
qualquer confiança em um governo corrupto, repressor e reacionário como o de
Erdogan, que tem como base exclusiva de apoio seu bando armado sanguinário e as
forças da OTAN no país. Ficou nítido que apesar do fracasso do golpe e da desestabilização
interna na Turquia, a situação do submisso ditador Erdogan é cada vez mais
delicada, seu regime político baseado no terror e repressão tanto aos
movimentos sociais quanto as nacionalidades oprimidas parece estar com os dias
contados, já que não conta com o apoio integral do imperialismo ianque. Diante
dessa realidade complexa é necessário convocar manifestações de rua em apoio à
Síria, em defesa da Frente Única com Assad e Putin e contra o imperialismo
ianque. Ao mesmo tempo deve-se levantar no campo interno as históricas
bandeiras democráticas e nacionais, assim como para exigir o fim imediato do
regime de exceção que governa a Turquia, com total independência política
diante do odiado Erdogan e dos reacionários fundamentalistas que atual dentro e
fora das FFAA turcas, sob a influência direta do Pentágono.