HÁ EXATOS CINCO ANOS ATRÁS AS TROPAS IMPERIALISTAS IANQUES
DESOCUPAVAM FORMALMENTE O IRAQUE, DANDO INÍCIO A ABERTURA DO TERRITÓRIO PARA
QUE AS MILÍCIAS DO ESTADO ISLÂMICO INVADISSEM UMA REGIÃO ESTRATÉGICA DAQUELE
PAÍS DEVASTADO PELA RAPINAGEM E UMA SEVERA GUERRA CIVIL. ABAIXO REPRODUZIMOS UM
ARTIGO HISTÓRICO DA LBI, PUBLICADO EM SEU BLOG DE DEZEMBRO DE 2011
IRAQUE: SAEM AS TROPAS REGULARES IANQUES PARA ASSUMIR OS
MERCENÁRIOS MAFIOSOS DA “BLACKWATER”(DEZEMBRO 2011)
Após nove anos de ocupação militar sobre o Iraque, Barack
Obama “retirou” oficialmente as tropas ianques do território iraquiano, as
quais desembarcaram na base do Forte Bliss, no Texas, em 18 de dezembro último.
A ocupação trouxe um saldo macabro para a combalida população iraquiana: quase
200 mil civis mortos nesta guerra de rapina colonialista, milhares de
mutilados, milhões de refugiados, desemprego em massa; o país está arrasado em
sua infraestrutura, a água potável é escassa (poços foram envenenados pela
coalizão anglo-americana), o sistema de saneamento básico e eletricidade são
precários. Com um rastro de sangue por onde passaram, as tropas anglo-ianques
estiveram “atoladas” nas areias do deserto iraquiano durante nove anos, tendo
como resultado, no enfrentamento com a heróica resistência iraquiana, a morte
de mais de quatro mil soldados americanos e milhares de feridos e um “custo”
que supera a casa dos quatro trilhões de dólares para manter a logística de
guerra.
Contudo, o chamado “custo de guerra” é apenas um
subterfúgio, uma jogada diversionista do imperialismo para ocultar uma operação
de grande envergadura militar que está sendo preparada, a de apontar seus
mísseis para a Síria e Irã, fato que a mídia “murdochiana” faz questão de
esconder. Como é sabido, o imperialismo ianque e europeu não “abandonaram”
simplesmente o território iraquiano. Ao contrário, o Pentágono traça uma nova
estratégia militar para a região a fim de aumentar ainda mais seu controle
geoestratégico no Oriente Médio. Para reprimir e intimidar a população local,
as diversas etnias e grupos religiosos – entre os quais sunitas e xiitas – os
militares ianques deixaram no lugar das tropas regulares um enorme contingente
de mercenários que já atuavam junto às tropas oficiais. Trata-se de uma máfia,
ou empresas privadas de segurança contratadas pelo Pentágono para “manter a
ordem” social e política no Iraque, sendo que mais conhecida é a “Blackwater”.
A “Blackwater Security Consulting Company”, para se ter uma ideia, é acusada de
vários crimes hediondos durante a guerra de ocupação, pois segundo o próprio
Wall Street Journal, “utilizam fuzis como se fossem buzinas” para defender a
propriedade privada dos grandes trustes petrolíferos.
O objetivo do imperialismo ianque, neste sentido, é coordenar
um “ataque em pinças” sobre o território sírio, uma vez que tropas renovadas
estariam estacionando no Iraque, Jordânia e Turquia, Arábia Saudita, Qatar e
Emirados Árabes, apoiadas pelas “Forças de Operações Especiais” compostas por
mercenários e dissidentes sírios. A operação estratégica, formando um “eixo de
guerra”, consiste em realizar pequenas incursões ao sul, norte e leste sírio,
penetrando pelas fronteiras. Com o “caos” provocado, o imperialismo faria um
cínico apelo “humanitário” à opinião pública para intervir no país a fim de
“evitar um banho de sangue”, tal como já fizera na Líbia.
A falsa “retirada” das tropas regulares imperialistas do
Iraque por parte de Obama responde a uma ofensiva militar ainda mais cruel,
serve para perfilar suas tropas para novos alvos estratégicos, Síria e Irã.
Quer dizer, não se trata de uma “retirada”, mas sim de uma substituição
tático-propagandistica por parte do Pentágono, uma vez que mercenários e
efetivos estrangeiros (regulares e irregulares) ainda permanecerão no país. Os
povos iraquiano, sírio e iraniano, bem como o proletariado mundial, deverão
enfrentar duramente mais esta guerra genocida não só no campo militar como
também no terreno político contra a sanha da Casa Branca de intervir
diretamente sobre países que não se alinhem à sua vontade colonialista.