PORQUE SERÁ QUE OS REVISIONISTAS DO "MAIS" CHORAM TANTO A
PERDA DE ALEPO PELOS TERRORISTAS ISLÂMICOS DO EI ARMADOS PELA OTAN?
Muitas "lágrimas humanitárias" em todo mundo tem sido derramadas pela retirada das forças militares dos terroristas islâmicos do EI da cidade de Alepo na Síria. O Exército do regime nacionalista de Al Assad apoiado pelas tropas da Rússia e Irã após cinco anos de uma severa guerra civil, impulsionada pelo imperialismo (OTAN e CIA) que pretendia reproduzir na Síria a mesma situação de "esquartejamento" nacional que provocou na Líbia, conseguiu enfim expulsar os "rebeldes" que também contam com o apoio logístico dos sionistas de Israel. Imediatamente após a sangrenta derrota do EI e seus aliados subalternos, os meios midiáticos do império começaram a desatar uma furiosa campanha internacional condenando as "atrocidades do exército sírio em Alepo", acusando o regime Assad de "crimes de guerra" contra "crianças e a população civil". Até a torre Eiffel foi apagada em homenagem as "vítimas de Alepo", obviamente por ordem do carniceiro Hollande. A Casa Branca habitada pelo "humanitário" Obama está absolutamente inconformada com a "brutalidade das forças de Assad" e promete antes do fim do mandato do "Democrata" efetuar uma resposta militar que permita uma realocação dos "rebeldes" sírios. Na verdade a movimentação geopolítica do imperialismo ianque apostou nestes últimos cinco anos no esgotamento econômica do regime nacionalista burguês de Assad ao invés de uma intervenção direta da OTAN, como defendia a Madame Clinton derrotada nas últimas eleições presidenciais dos EUA. O governo Obama apostou em uma guerra de "baixo impacto" para derrotar Assad, alternando seus parceiros militares na Síria ao longo dos últimos cinco anos. Com o fracasso político e militar dos "rebeldes" mais ligados ao imperialismo europeu (fundamentalmente UK e França), o Pentágono passou a financiar diretamente uma opção mais "agressiva" contra Assad, neste caso em uma aliança velada com o governo sionista, o EI passou a receber as "bênçãos" de Washington. O EI tinha se mostrado um elemento incômodo no Iraque, após ter recebido os "louros" do imperialismo com a devastação na Líbia, porém no complexo tabuleiro de xadrez bélico da região não restava outra alternativa a Obama a não ser credenciar o EI como aliado principal para derrotar Assad. Este arriscado caminho trilhado pela OTAN na região forçou um realinhamento internacional em apoio à Síria, atraindo Putin e o regime dos Aiatolás do Irã a perfilar forças militares com Assad. É sempre bom lembrar que tanto a Rússia como o Irã "lavaram suas mãos" quando a OTAN decidiu derrubar Kadafi, entretanto com a entrada do gendarme de Israel no cenário da guerra civil síria a correlação de forças no Oriente Médio poderia ser abruptamente alterada. O objetivo estratégico do imperialismo na região é livrar-se de tudo aquilo que possa representar minimamente qualquer resquício de nacionalismo árabe e antissionista, por isso atacaram violentamente regimes "amistosos" como Kadafi, Assad e até o Hezbolah que controla parte do território libanês. A "ordem do dia" da OTAN é evitar a todo custo uma guerra atômica com a potência regional do Irã, o que poderia levar a destruição física de Israel, e por esta razão se colocou necessário eliminar adversários e regimes com alguma capacidade militar de estabelecer uma "guerra convencional" contra os interesses do imperialismo no mundo árabe e muçulmano. O plano geral da Casa Branca é deixar o perigoso e nuclear Irã isolado em toda região e obrigar o regime dos Aiatolás a "refletir" muito sobre o "custo total" de uma guerra atômica contra o sionismo. Como Marxistas sabemos muito bem do caráter de classe dos regimes burgueses árabes, conhecemos bem seu limitado papel progressista nos embates com Israel (guerra do Suez,dos "Seis Dias",Yom Kippur etc...), não depositamos simpatia política alguma nas oligarquias nacionalistas que por muitas vezes massacraram o povo palestino e sua organização de luta (OLP) como Hafez Assad ou Hussein da Jordânia. Também como Leninistas somos oposição radical ao regime restauracionista de Moscou, fomos a primeira corrente política no Brasil a denunciar a contrarrevolução na antiga URSS enquanto toda a esquerda revisionista saudava a "chegada da democracia" na pátria dos sovietes. Mas como Trotskistas não poderemos nunca estar ao lado das forças imperialistas em uma situação de guerra aberta, com o objetivo claro de rapinar um país semicolonial. Aplicamos a mesma política adotada por Trotsky e Nahuel Moreno em casos de guerra do Brasil ou Argentina contra nações imperialistas, não olvidemos que estabelecemos corretamente uma frente única de ação com a ditadura sanguinária de Galtieri contra as tropas da pirataria britânica. Não para nossa surpresa os revisionistas do grupo MAIS, seguidores do prof.Valério, resolveram engrossar o "choro" dos bandidos imperialistas pelas vítimas de Alepo. Os cardeais do MAIS acusam Assad de "queimar crianças" e "sufocar o levante popular"...do Estado Islâmico! Os Papagaios revisionistas da mídia "mudochiana" desta vez não poderão comemorar o triunfo do imperialismo, assim como brindaram na na antiga URSS e mais recentemente na Líbia. O governo Assad está muito longe de representar historicamente o proletariado sírio, mas sua derrubada pelas mãos da coalizão sionista não poderia significar um passo progressista para a classe operária árabe e os povos oprimidos em todo o planeta. A "balcanização" (divisão da unidade territorial) dos Estados nacionais árabes corresponde a um objetivo sórdido do Imperialismo para espoliar melhor toda a rica região, a barbárie social vivida hoje pelo Iraque e Líbia não tem nada de "progressiva" se compararmos a situação anterior dos regimes burgueses de Sadam e Kadafi. Desgraçadamente os revisionistas do MAIS desonraram suas origens Trotskistas e até Morenistas quando decidiram velar a derrota do imperialismo na Síria, não temos dúvida alguma que Assad e Galtieri também são assassinos de seu próprio povo, porém pedir ingresso politico na trincheira do Pentágono corresponde a uma traição de classe que envergonha a todos os combatentes anti-imperialistas no mundo todo!