sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

“OPÇÃO MORO” AVANÇA O BONAPARTISMO EM MEIO A AGUDA CRISE DO REGIME: MANIFESTAÇÃO DA DIREITA NO DIA 04 É O INÍCIO DA CAMPANHA PRESIDENCIAL DO “JUSTICEIRO” DA LAVA JATO


Estão marcadas para este domingo (04.12) manifestações da direita "verde-amarela" em apoio a Lava Jato e ao Juiz Sérgio Moro. O líder do Vem Pra Rua, Rogerio Chequer, enviou um convite a Moro para que ele participe da manifestação na Av. Paulista: “Com o movimento da Câmara contrário ao pacote anticorrupção do Ministério Público, o protesto de domingo engrossou. Mais de 50 cidades aderiram ao ato em menos de 24 horas — ao todo já são 150 municípios no país inteiro”. Essa movimentação dos setores mais reacionários do espectro político nacional, como os fascistas que ocuparam a Câmara dos Deputados aos gritos de “Viva Moro”, faz parte de um plano estratégico muito mais amplo: além de pressionar o parlamento pela aprovação das leis de endurecimento do regime político propostas pelo MPF, a domingueira reacionária é o início da campanha eleitoral do comandante da “República de Curitiba”. Como 2018 ainda está muito longo, essa nova versão da “Marcha da Família, com Deus pela Liberdade” serve também para fortalecer a base social de grupos políticos de extrema-direita que não só apoiam Moro, mas também pedem a intervenção militar. Toda a crise política em curso que envolve o enfrentamento entre os poderes da república burguesa e a própria fragilidade do governo golpista de Temer indicam que aprovado até o final de 2016 o pacote de ajuste neoliberal (PEC-55), a burguesia vai traçar um plano para ocupar o Planalto com uma gerência mais estável. Não por acaso, desde Lula até FHC, já se inclinam a defender as “Diretas” em caso do governo se derreter ainda mais. Como esse “time” esta nas mãos da Globo, que pode derrubar o governo a qualquer momento com novas denúncias de corrupção, tudo indica que a Famiglia Marinho está convencendo Moro a ser esta “alternativa” bonapartista. Lembremos que em 13 de Março, no curso de uma manifestação da direita na Av. Paulista que rechaçou os políticos do PSDB e levantou faixa em apoio ao Juiz do Paraná, a Globo já havia lançado esse balão de ensaio. Na época o BLOG da LBI cravou essa análise: “Notas iniciais do 13/03 ou o dia que a Globo lançou seu novo Collor: agora é ‘oficial’ Famiglia Marinho não quer Aécio ou Temer, Moro será ungido ao planalto em 2018 ‘custe o que custar’!” onde pontuamos: “Esta opção ‘Moro’ das classes dominantes, mais vinculadas ao imperialismo ianque, não nasceu neste dia 13, vem sendo pacientemente costurada desde a gênese da Lava Jato. Um dado importante deste ‘passo’ foi a avaliação que uma prisão de Lula poderia ser um ‘tiro no pé’, devido a grande reação popular ocorrida com as tentativas de sua detenção. O melhor caminho avaliado seria derrotar Lula em um processo eleitoral, nesta vereda a única certeza de vitória é a ‘lenda’ Sérgio Moro”. Essa dinâmica eleitoral pode ser alterada em uma trilha ainda mais à direita caso se aprofunde a polarização política e social, não estando descartado um Golpe de Estado via o Judiciário com o apoio das FFAA em favor de Moro, mas como essa perspectiva seria muito traumática a burguesia começa a pensar em eleições antecipadas ou um mandato tampão via escolha indireta no Congresso Nacional. O certo é que todas essas “saídas” estão voltada a atacar ainda mais o movimento de massas e retirar as parcas conquistas sociais ainda existentes além de avançar no cerceamento das mais elementares liberdades democráticas. Desde a LBI nos opomos a todas estas receitas pretensamente democratizantes (Diretas Já, Impeachment, Assembleia Constituinte) que visam reorganizar o regime político burguês, mas que de fato favorecem a reação burguesa. Denunciamos que qualquer palavra de ordem institucional para a agitação imediata voltada a pressionar o parlamento, mesmo recorrendo a adereços de aparência radical, fortalecem as pretensões “golpistas” da direita reacionária, que detém ampla maioria no Congresso Nacional, são na verdade feitas sob medida para um recrudescimento ainda maior do regime político vigente. Compreendemos que para forjar uma saída progressista à debacle do governo Temer, sem abrir espaço para a direita e suas manobras “golpistas” parlamentares e mesmo eleitorais, faz-se necessário forjar a luta direta e revolucionária por um Poder Operário e Camponês, recorrendo à tática da Frente Única de Ação Antifascista quando necessário, como enfrentar nas ruas e com métodos de luta as provocações da direita nesse dia 04 de dezembro. É possível que MES, MNN, CST, MRS e até mesmo o PSTU participem ou sintam-se atraídos por estas manifestações "contra a corrupção" porque apoiam a farsesca Operação Lava Jato, porém os genuínos Trotskistas devem combater vigorosamente estas manifestações reacionárias. Contra esse engodo, defendemos que o proletariado não deve apresentar uma “agenda democrática” para a crise capitalista, como pretende todo arco reformista e revisionista. A única saída realmente progressista diante da barbárie capitalista é por abaixo a ditadura de classe da burguesia e construir o novo Estado Operário, a falência histórica da democracia formal emoldurada pelas elites reacionárias já demonstrou para os trabalhadores que sua única alternativa é a luta pelo socialismo!