quinta-feira, 4 de outubro de 2018

APÓS O "AVISO" DADO PELA BURGUESIA DE QUE NÃO ADMITIRÁ MOBILIZAÇÕES ANTIFASCISTAS E DO RECUO REFORMISTA: IBOPE VOLTA A APONTAR CRESCIMENTO DE HADDAD E CONFIRMA SEGUNDO TURNO ENTRE O CAPITÃO E O PT

Pânico instalado e logo na sequência desinstalando na campanha e no entorno do candidato petista Fernando Haddad, tudo ao sabor das pesquisas divulgadas pelo dupla de "institutos" (IBOPE e DataFolha) controlados pela famiglia Marinho e seu cartel midiático. Nenhuma aferição científica séria realizada pelos tais "institutos" para comprovar um suposto crescimento da candidatura do fascista Bolsonaro, que ameaçava inclusive liquidar a fatura eleitoral logo no primeiro turno. Mas depois de dois dias de "tempestade" do IBOPE&Data veio no terceiro dia a "bonança" e também pelas mesmas mãos do IBOPE, anunciando no JN da Globo que Fernando Haddad voltou a crescer, garantindo enfim sua ida ao segundo turno...Nestes dois dias de pânico para a esquerda reformista, foram também dias de festa do "mercado", com a maior queda do Dólar em quatro anos e a forte elevação do índice da Bovespa, eram os rentistas festejando o recuo do PT e a adesão definitiva dos agiotas financeiros a candidatura do neofascista, um mix programático de neoliberalismo ortodoxo e fascismo gorila latino-americano. Mas porque mesmo a "tempestade" dos "institutos" sobre a cabeça desprotegida dos petistas cessou? Se as pesquisas eram verdadeiras e revelavam mesmo a realidade de uma guinada conservadora da sociedade após as multitudinárias manifestações do "#EleNão", não haveria nenhum fato político novo para à reversão do quadro e consequentemente Haddad continuaria caindo dando espaço as candidaturas do "centro" crescerem. Porém nesta quarta-feira (3) o IBOPE mudou a linha e manteve o cenário anterior, estabilizando a distância entre Bolsonaro e Haddad em nove pontos percentuais, além de desidratar ainda mais as candidaturas do "Centrão". Para os Marxistas a razão da "birutagem" dos tais "institutos" é bem clara: trata-se de um contundente recado político da burguesia para que a esquerda abandone as mobilizações populares antifascista ou será castigada eleitoralmente. Este regime da democracia dos ricos têm o controle absoluto de todo processo eleitoral, desde as pesquisas fraudadas, passando pelo judiciário golpista que encarcera lideranças da esquerda e impugna candidatos "indesejáveis", e até chegar a grande mídia corporativa e seu jogo sujo e pesado em favor da ofensiva do ajuste neoliberal contra as massas populares. Para esta elite dominante a soberania popular exercida pelo voto é apenas um dos elementos a serem adicionados em sua equação política final que decidirá o resultado das eleições, ou seja, será a burguesia e não o povo a dar a última palavra sobre as eleições presidenciais! O "conto de fadas" que supostamente de forma imediata a sociedade conservadora reagiu eleitoralmente (via as pesquisas dos institutos) ao "29S", não passa de uma cilada política onde desgraçadamente a esquerda reformista aceitou cair e recuar ainda mais diante da ofensiva neofascista. Todos nós sabemos das imensas limitações políticas do movimento "#EleNão", uma mobilização em que a plataforma do policlassismo (colaboração de classes) teve sua completa hegemonia, porém seríamos cegos ao negar a importância de um pequeno passo de combate de massas ao arco neofascista que vem crescendo no país, e que por esta simples razão o "29S" não foi tolerado pela burguesia e suas colaterais midiáticas. Sinceramente não cremos que a classe dominante tenha qualquer temor em relação ao programa neodesenvolvimentista burguês e a candidatura do PT ao Planalto, um nome até bem simpático ao "mercado" ( Haddad é um ex-assessor do banco Unibanco e atual funcionário do Insper), porém tem verdadeira paúra do movimento de massas organizado e mobilizado nas ruas. Faltando apenas três dias da realização do primeiro turno, o PT comemora a possibilidade de seu retorno a gerência central do Estado burguês, mas apesar de uma inegável recuperação política da Frente Popular nossa elite capitalista não está disposta a interromper a selvageria neoliberal iniciada com o golpe parlamentar de 2016, por isso aposta suas fichas no "cavalo" que se mostrou mais ousado a implementar a agenda neoliberal, e o "animal" atende pelo nome de Jair Bolsonaro. Os movimentos sociais e a juventude devem "cagar e andar" para a fajutice das "análises sociológicas" que dizem que o momento é eleitoral, e portanto não cabe nenhum tipo de radicalização popular para não atrapalhar o processo... nosso vigoroso combate para derrotar a ofensiva neofascista deve ser nas ruas e não nas urnas!