quarta-feira, 27 de junho de 2012


Às vésperas de sua reeleição, Obama calibra a mira de suas armas tecnológicas contra Cuba

O imperialismo ianque, através do Departamento de Segurança Interna (DSI), anunciou no último dia 25, em Washington, a ativação de uma frota de “drones” (aviões espiões não-tripulados), a qual sobrevoará o mar do Caribe e o Golfo do México. Mais uma vez, a Casa Branca utiliza-se de um subterfúgio para enganar os incautos: o de se valer destes aparelhos para “combater o narcotráfico” nestas regiões. Porém, sabemos que os reais objetivos vão bem mais além de uma operação antidroga, uma vez que os atuais “drones” são uma evolução daqueles utilizados há alguns anos nas guerras criadas pelo Pentágono no Iraque, Afeganistão e Líbia, nas quais promoveram um banho de sangue sobre a população civil. Evidentemente que o alvo destes aviões controlados por “joy-stick” pelo governo norte-americano é mapear detalhadamente o geoespaço do Caribe e mantê-lo sob seu restrito controle, ou seja, apertar ainda mais o torniquete que envolve o Estado operário cubano, não só em marcos econômicos, mas agora sob o aperfeiçoamento do domínio militar na região. Ao voltar suas atenções para o Caribe, novas provocações de ordem militar estarão na pauta dos estrategistas do Pentágono, da mesma forma que tem acontecido na região do Mar da China onde ocorrem frequentes manobras militares. Obama, às vésperas de sua reeleição, comanda uma grande operação global para dominar geopolítica e militarmente todas as regiões estratégicas do planeta e particularmente começar um processo de desestabilização de Cuba sob inspiração da fantasiosa “revolução árabe”.

Cuba, embora isolada por um criminoso bloqueio econômico perpetrado pelos EUA, tem um alto nível de saúde e serviços públicos gratuitos para a população como conquistas da revolução e tal feito desagrada o “american way life”. Não é para menos que há cerca de dois anos foi reativada a “Quarta Frota da Marinha de Guerra dos Estados Unidos para os mares da América Latina e Caribe” e o estabelecimento de bases militares na Colômbia. Assim, o “império” comandado pelo neo “falcão” negro Obama está se preparando para atingir com suas garras o Estado operário, se valendo do desenvolvimento de uma tecnologia inovadora em termos de armamentos bélicos. Claro que tem vistas não apenas sobre Cuba, mas também a Venezuela, a Síria e principalmente o populoso Irã. Por isso, já está em operação na cidade de Corpus Christi, no Texas, a primeira base de “drones” voltada especificamente para o Caribe, onde pretende desenvolver aviões não-tripulados (Unmanned Aerial Vehicle, UAV) com altíssima tecnologia à base de propulsão nuclear, cuja missão é voar e atingir alvos com “bombardeios em massa durante meses sem necessidade de reabastecimento” (Prensa Latina, 25/6). Como não poderia deixar de ser, o aperfeiçoamento desta “tecnologia” está sob a responsabilidade de empresas privadas associadas ao Pentágono, os laboratórios Sandia National e do consórcio armamentistico Northrop Trumman. Projetos ainda mais macabros estão sendo desenvolvidos neste sentido (RT Actualidad, 25/6) que parecem sair do mundo da “ficção científica”, o uso das forças da natureza como o relâmpago: um feixe de raio laser pode criar um “canal de plasma energético” no ar – uma espécie de caminho invisível – para que a eletricidade siga a trajetória indicada pelo canhão chamado LIPC instalado em “drones” e atingir alvos em condições propícias.

Como se pode constatar, em tempos de crise econômica mundial e, paradoxalmente, de ofensiva bélica e ideológica do imperialismo, a indústria armamentista é a que mais se desenvolve e o “mercado” altamente lucrativo cria suas “forças especiais”, o chamado Comando de Operações Especiais (Boinas Verdes, Rangers, Marines, Navy Seals, Blackwaters etc.). Por estas sendas, com o fim da bipolaridade EUA X URSS, o Pentágono parte em sua cruzada neocolonialista sobre todos os povos do planeta. Assim foi na guerra de rapina contra a Líbia e que as mesmas tendências apontam para a Síria e Irã, tudo envolto em torno da fantasiosa “revolução árabe”.

Esta ofensiva ianque acontece em meio a um enorme retrocesso ideológico na consciência das massas. Na ausência de uma direção revolucionária a crise econômica mundial abriu caminho, principalmente na Europa, para governos de direita e mesmo da extrema-direita. Em todas as situações, ao contrário do que afirmam os revisionistas do trotskismo (LIT, UIT, PTS, PO, PCO) inclusive no Egito e Grécia, só para citar dois casos, recentemente assumiram o governo forças eminentemente reacionárias (Irmandade Muçulmana e Nova Democracia, respectivamente). Por outro lado, os golpes de estados “institucionais” tramados pela via parlamentar, como o perpetrado em Honduras e agora no Paraguai, são o outro lado da estratégia ianque, demonstrando a impotência da centro-esquerda burguesa em enfrentar a ofensiva imperialista na medida em que aposta suas fichas na “defesa da democracia”, sendo refém das instituições do regime político.

Para derrotar a ofensiva política e militar das potências abutres que utilizam os mais modernos meios tecnológicos e bélicos para alcançar seus nefastos objetivos é necessário que o proletariado em aliança com seus irmãos de classe cubanos, do Oriente Médio ou de qualquer nação semicolonial atacada se levante em luta contra as investidas intervencionistas da Casa Branca, ciente do enorme aparato midiático e militar que terão que enfrentar nos dias atuais. Nesse combate, os verdadeiros revolucionários estão ao lado de Cuba e das nações agredidas e ameaçadas pelo imperialismo para, na mesma trincheira de luta dos povos atacados, construir uma direção comunista, única capaz de organizar a luta internacional pela derrota do imperialismo no planeta.