sexta-feira, 8 de junho de 2012


Novo atentado made in CIA na Síria, mais uma provocação a serviço da intervenção militar da OTAN

Nesta quarta-feria, 06 de junho, ocorreu um novo atentado na Síria promovido pelos grupos mercenários que desejam derrubar o governo de Bassar al Assad. A ação ocorreu no vilarejo de Mazraat al Qubeira na província de Hama e deixou mais de 80 mortos. Logo, a mídia murdochiana e os porta-vozes das potências capitalistas, assim como a ONU, acusaram o governo sírio de ser o responsável pelo ataque. É o segundo atentado em menos de duas semanas. Mais uma vez, os abutres imperialistas avançam nas provocações e já falam abertamente em uma ação militar direta sem o aval das Nações Unidas devido aos vetos no CS da ONU por parte da Rússia e da China, como os EUA já fizeram na Iugoslávia em 1999 e no Iraque em 2003.

Os inspetores-espiões da ONU anunciaram que o ataque foi obra de forças do exército sírio, apesar do modus operandi ser o mesmo do massacre ocorrido em Houla e orquestrado por mercenários islâmicos oriundos da Líbia e financiados pelos “(muy) amigos da Síria”: esfaqueamento e queima de corpos. O próprio povo sírio já percebeu a real função dos “observadores” da ONU, tanto que montaram barreiras para impedir sua chegada ao local justamente porque sabem que estes canalhas estão a serviço dos abutres imperialistas. Essa atitude foi condenada pelo EUA que declararam: “A recusa do governo sírio em deixar os observadores da ONU entrar na área para verificar essas informações, constituem uma afronta à dignidade humana e à justiça” disse Obama em comunicado. Já a víbora Hillary Clinton foi ainda mais longe, disse que a crise síria precisa de uma transferência de poder e da formação de um governo interino representativo: “Assad tem que deixar o poder e abandonar a Síria”. Na Turquia, a madame Clinton se reuniu com representantes da Europa e do Oriente Médio agrupados nos “(muy) amigos da Síria” para discutir a situação do país e descartou a proposta da Rússia de fazer um encontro com a participação do Irã para buscar um acordo de paz. Já para o primeiro-ministro britânico, David Cameron, é preciso “isolar a Síria, isolar o governo, para pressionar e mostrar que o mundo inteiro deseja uma transição política deste regime ilegítimo para um que cuide de seu próprio povo”. Como se vê, trata-se da mesma plataforma política apoiada pelos revisionistas do trotskismo que apoiam a fantasiosa “revolução árabe”, verdadeiros aliados da OTAN na derrubada de Kadaffi na Líbia e que agora clamam pela queda de mais um “ditador sanguinário” na Síria.

O ventríloquo ianque e Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou que “O povo sírio está sangrando. Eles estão furiosos. Eles querem paz e dignidade. Acima de tudo, eles querem ação” em uma clara declaração em favor da ação militar. Na mesma reunião, o enviado da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, disse que a crise síria logo vai ficar “fora de controle” se a pressão internacional não produzir resultados rapidamente. Annan pediu que as potências mundiais advertissem o presidente Assad das “graves consequências” (G1, 08/06) se ele não cumprir o estipulado no plano de paz da ONU para o país em conflito: “Quanto mais esperamos, mais obscuro parece o futuro da Síria. O conselho deve aplicar uma ‘pressão unificada’ a Assad” (Idem), completou o ex-secretário-geral da ONU, como uma forma de pressionar a Rússia e a China. Em Pequim, os aliados de Bashar al-Assad também se reuniram. Representantes da China e da Rússia condenaram a possibilidade de uma intervenção militar e foram contrários a uma mudança no regime, mas como são governos burgueses são incapazes de serem consequentes na luta contra o imperialismo.

Como têm alertado vários especialistas renomados em questões militares não alinhados com Washington, como Michel Chossudovsky, Rómulo Pardo Silva e Ivan Eland, “Os EUA estão usando a ONU para obter uma aprovação multilateral das políticas que deseja aplicar. Porém, se a ONU não está de acordo com Washington, como no caso Iraque ou Kosovo, EUA seguirão adiante. Na verdade os EUA e a União Europeia já estão atacando assim como os meios de comunicação. Desde o ponto de vista estritamente militar, mercenários da Líbia e do Qatar já estão atacando. É perfeitamente possível que se leve a cabo uma intervenção de guerra via a Turquia, Qatar e Arábia Saudita. O que está claro é que ao EUA interessa o controle da Síria, o controle do Líbano, a destruição do Hezbollah, esse é um plano mundial e os EUA não desejam parar” (Actualidad, 08/05). Não por acaso, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nessa terça-feira, 07/06, que a Turquia vai lançar uma nova iniciativa internacional para a Síria, depois do bloqueio, no sábado, de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU por parte da Rússia e China: “Nós lançaremos uma nova iniciativa com os países que apoiam o povo e não o regime sírio”, declarou Erdogan no Parlamento, sem precisar o conteúdo dessa proposta. Ele condenou energicamente o veto da Rússia e da China no Conselho de Segurança, afirmando que esse bloqueio “é uma permissão para matar nas mãos do tirano sírio”. O chanceler turco Ahmet Davutoglu reuniu-se nesta na quarta-feira com a madame Clinton para traçar um plano de guerra militar e diplomático.

O covarde massacre no vilarejo de Mazraat al Qubeira, assim como os atentados anteriores por mercenários, demonstra que está se cumprindo contra a Síria o mesmo script político montado pelo imperialismo ianque contra a Líbia, que sempre conta com a ajuda dessa “esquerda” convertida em porta-voz da OTAN. Cabe aos marxistas leninistas na trincheira da luta contra o imperialismo e pelas reivindicações imediatas e históricas das massas árabes, postarem-se em frente única com os governos das nações atacados ou ameaçados pelas tropas da OTAN e combater os planos de agressão das potências capitalistas sobre os países semicoloniais da região. Impedir que a OTAN abra um corredor militar desde a Síria, passando pelo Líbano, para atacar o Irã, é neste momento a tarefa central da classe operária internacional em seu combate revolucionário e anti-imperialista. Nesse combate desmascaramos os revisionistas do trotskismo (LIT, UIT...) que estão no campo dos mercenários do ELS e da contrarrevolução, falsos “rebeldes” que acabam de promover mais um banho de sangue conta o povo sírio!