terça-feira, 5 de junho de 2012


Mais uma piada dos paladinos do Socialismo do Século XXI: “democratizar a OEA”, o braço político do imperialismo ianque nas Américas!!!

Evo Morales, Rafael Correa e o chanceler venezuelano Nicolás Maduro são verdadeiros piadistas ou... na verdade enganadores de seu próprio povo e do proletariado latino-americano. Os três, em uníssono, usaram suas intervenções na 42ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), entidade criada em 1948 pelo imperialismo ianque para melhor dominar a região e suas semicolônias, solicitando diplomaticamente a “democratização” desse covil de bandidos, um organismo que qualquer governo que se diz soberano (não falamos sequer de retoricamente socialista) já deveria ter rompido. Lembremos que Cuba foi expulsa do bloco em 1962, logo após Fidel Castro e Che terem nacionalizado as empresas ianques e derrotado a Invasão da Baía dos Porcos. A ilha operária foi “convidada” a ser reincorporada a esse organismo em 2009, mas o PC cubano vetou o ingresso porque a burocracia castrista, apesar de todas as concessões feitas ao imperialismo, sabe que o retorno a OEA seria uma armadilha contra sua própria existência.

Segundo Evo Morales “Queremos garantir plena igualdade entre os Estados-membros”. Ele afirmou que o continente necessita adotar um modelo de coexistência, respeito e complementaridade: “Temos de resolver nossas profundas feridas históricas, sob pena de impedir a integração plena que desejamos”. Já Rafael Correa declarou “Vemos que o Sistema Interamericano não está à altura da mudança de épocas que vivemos em nossos países”, enquanto Maduro argumentou que “Não quero que se pense mal, pois não queremos que a OEA morra, porém a prepotência dos EUA não ajuda e isto pode levar a morte deste organismo” (Telesul, 05/05). E arremata: “o desejo é manter a OEA, porém com algumas propostas para conseguir uma mudança que beneficie a todos e não somente os EUA” (Idem). As palavras dos três mosqueteiros paladinos do “Socialismo do Século XXI” é uma prova a mais de que estes governos estão comprometidos em estabelecer um acordo com o imperialismo que preserve os interesses de suas burguesias nativas e os negócios com o amo do norte. O governo Dilma, ainda mais próximo da Casa Branca, sequer embarcou nessa demagogia de seus colegas da centro-esquerda burguesa, preferindo atuar nos bastidores para fechar um acordo político como “mediador” dos dois lados, devendo chefiar o órgão.

A OEA é responsável por legitimar fraudes e golpes na região. Outrora atuou contra o Panamá, Cuba e a República Dominicana em defesa dos interesses ianques em suas intervenções militares. Em 2006 organizou a fraude que levou Noboa ao segundo turno das eleições presidenciais equatorianas contra o próprio Correa, justamente para o imperialismo poder chantageá-lo. Recentemente, deu seu aval ao golpe em Honduras, país reincorporado ao organismo após acordo vergonhoso com Zelaya, outro paladino da farsa do “Socialismo do Século XXI” que abortou qualquer resistência direta à investida arquirreacionária colocando nas mãos da OEA a saída... Resultado: centenas de ativistas assassinados em Honduras e os golpistas a frente do governo até hoje!!!

As pretensões de Evo, Correa e Maduro não podem ser soberanas, porque os mandatários destes países são servos, apesar das diferenças de grau, do amo do norte. Ademais, a relação de colônia dos países sul-americanos e caribenhos com os EUA, sem poder militar e econômico independente, colocam por terra a farsa montada em torno do projeto de “democratização” da OEA. Do ponto de vista político, a melhor forma do imperialismo ianque seguir dominando a região, principalmente com a reeleição de Barack Obama à presidência do EUA, é recorrendo a seus títeres de “esquerda”, que ainda têm uma ampla margem de manobra e apoio do movimento de massas, fator fundamental que tem estabilizado o continente, apesar das crises. Por essa razão a demagogia em torno de um novo pacto de condução da OEA e o chamado a Cuba participar do organismo como parte da pressão para que se avance a restauração capitalista.

Como alternativa a esses farsantes que sequer têm a coragem de romper com a OEA, organismo que a qualquer momento pode apoiar ofensivas políticas e militares contra seus próprios governos e a Cuba em particular, como vem demonstrando o papel da Liga Árabe no Oriente Médio em defesa da farsesca “revolução árabe” made in CIA, está colocada a luta pela expropriação dos monopólios ianques, das transnacionais e das grandes empresas nacionais, colocando-as sob o controle dos trabalhadores assim como a unidade revolucionária do proletariado em torno de um partido internacionalista revolucionário. Somente a luta consequente das massas poderá gerar as condições para uma verdadeira soberania e independência nacional, no marco da construção de uma Federação das Repúblicas Socialistas da América.