Mais uma piada dos paladinos do Socialismo do Século XXI: “democratizar a OEA”, o braço político do imperialismo ianque nas Américas!!!
Evo Morales, Rafael Correa e o chanceler venezuelano
Nicolás Maduro são verdadeiros piadistas ou... na verdade enganadores de seu
próprio povo e do proletariado latino-americano. Os três, em uníssono, usaram
suas intervenções na 42ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos
(OEA), entidade criada em 1948 pelo imperialismo ianque para melhor dominar a
região e suas semicolônias, solicitando diplomaticamente a “democratização”
desse covil de bandidos, um organismo que qualquer governo que se diz soberano
(não falamos sequer de retoricamente socialista) já deveria ter rompido.
Lembremos que Cuba foi expulsa do bloco em 1962, logo após Fidel Castro e Che
terem nacionalizado as empresas ianques e derrotado a Invasão da Baía dos
Porcos. A ilha operária foi “convidada” a ser reincorporada a esse organismo em
2009, mas o PC cubano vetou o ingresso porque a burocracia castrista, apesar de
todas as concessões feitas ao imperialismo, sabe que o retorno a OEA seria uma
armadilha contra sua própria existência.
Segundo Evo Morales “Queremos garantir plena igualdade
entre os Estados-membros”. Ele afirmou que o continente necessita adotar um
modelo de coexistência, respeito e complementaridade: “Temos de resolver nossas
profundas feridas históricas, sob pena de impedir a integração plena que
desejamos”. Já Rafael Correa declarou “Vemos que o Sistema Interamericano não
está à altura da mudança de épocas que vivemos em nossos países”, enquanto
Maduro argumentou que “Não quero que se pense mal, pois não queremos que a OEA
morra, porém a prepotência dos EUA não ajuda e isto pode levar a morte deste
organismo” (Telesul, 05/05). E arremata: “o desejo é manter a OEA, porém com
algumas propostas para conseguir uma mudança que beneficie a todos e não
somente os EUA” (Idem). As palavras dos três mosqueteiros paladinos do “Socialismo
do Século XXI” é uma prova a mais de que estes governos estão comprometidos em
estabelecer um acordo com o imperialismo que preserve os interesses de suas
burguesias nativas e os negócios com o amo do norte. O governo Dilma, ainda
mais próximo da Casa Branca, sequer embarcou nessa demagogia de seus colegas da
centro-esquerda burguesa, preferindo atuar nos bastidores para fechar um acordo
político como “mediador” dos dois lados, devendo chefiar o órgão.
A OEA é responsável por legitimar fraudes e golpes na
região. Outrora atuou contra o Panamá, Cuba e a República Dominicana em defesa
dos interesses ianques em suas intervenções militares. Em 2006 organizou a
fraude que levou Noboa ao segundo turno das eleições presidenciais equatorianas
contra o próprio Correa, justamente para o imperialismo poder chantageá-lo. Recentemente,
deu seu aval ao golpe em Honduras, país reincorporado ao organismo após acordo
vergonhoso com Zelaya, outro paladino da farsa do “Socialismo do Século XXI” que
abortou qualquer resistência direta à investida arquirreacionária colocando nas
mãos da OEA a saída... Resultado: centenas de ativistas assassinados em
Honduras e os golpistas a frente do governo até hoje!!!
As pretensões de Evo, Correa e Maduro não podem ser
soberanas, porque os mandatários destes países são servos, apesar das diferenças
de grau, do amo do norte. Ademais, a relação de colônia dos países
sul-americanos e caribenhos com os EUA, sem poder militar e econômico
independente, colocam por terra a farsa montada em torno do projeto de
“democratização” da OEA. Do ponto de vista político, a melhor forma do
imperialismo ianque seguir dominando a região, principalmente com a reeleição
de Barack Obama à presidência do EUA, é recorrendo a seus títeres de
“esquerda”, que ainda têm uma ampla margem de manobra e apoio do movimento de
massas, fator fundamental que tem estabilizado o continente, apesar das crises.
Por essa razão a demagogia em torno de um novo pacto de condução da OEA e o
chamado a Cuba participar do organismo como parte da pressão para que se avance
a restauração capitalista.
Como alternativa a esses farsantes que sequer têm a
coragem de romper com a OEA, organismo que a qualquer momento pode apoiar
ofensivas políticas e militares contra seus próprios governos e a Cuba em
particular, como vem demonstrando o papel da Liga Árabe no Oriente Médio em
defesa da farsesca “revolução árabe” made in CIA, está colocada a luta pela
expropriação dos monopólios ianques, das transnacionais e das grandes empresas
nacionais, colocando-as sob o controle dos trabalhadores assim como a unidade
revolucionária do proletariado em torno de um partido internacionalista
revolucionário. Somente a luta consequente das massas poderá gerar as condições
para uma verdadeira soberania e independência nacional, no marco da construção
de uma Federação das Repúblicas Socialistas da América.