Antônio Sombra,
da Oposição de Luta dos Professores-TRS,
intervém na passeata do dia 11 em Fortaleza
intervém na passeata do dia 11 em Fortaleza
Dia 11 um balanço inicial: Apesar da disposição de luta dos trabalhadores, a burocracia sindical não organizou a paralisação da produção e serviços essenciais
As manifestações que “pipocaram”
pelo país neste 11 de julho provaram que há disposição dos trabalhadores em se
mobilizar para defender diretos sociais e sair às ruas pelo atendimento de suas
reivindicações mais imediatas. Apesar da burocracia sindical de “direita” e
“esquerda” não ter organizado efetivamente a paralisação da produção nas
grandes fábricas com concentrações operárias e em categorias estratégicas como
rodoviários, metroviários e bancários, o que de fato colocaria a burguesia em
alerta e poderia alterar os rumos da conjuntura nacional hoje em curso
claramente à direita, o Brasil foi cruzado por importantes protestos populares
com o fechamento de rodovias e greves parciais de algumas categorias em várias
capitais e grandes cidades do país. Onde os trabalhadores foram convocados a cruzar
os braços, eles pararam suas atividades, o que demonstra que as “jornadas de
junho” abriram a possibilidade da classe operária entrar em cena e questionar o
conjunto do fatigado regime político burguês, “oportunidade” que
desgraçadamente foi e vem sendo sabotada pelas centrais “chapa branca” (CUT,
CTB, FS) e a Conlutas!
As centrais sindicais de conjunto não convocaram assembleias de base nos dias que antecederam o 11 de julho e sequer fizeram ampla agitação popular em torno do “dia nacional de luta”. A CUT, por exemplo, que controla os principais sindicatos de bancários do país e os metalúrgicos do ABC paulista não organizou efetivas paralisações em suas bases. As grandes fábricas do país e montadoras do ABC não pararam durante todo o dia, algumas o fizeram apenas de forma “simbólica”. Já a CONTRAF-CUT não organizou absolutamente nenhum protesto de caráter nacional, nem sequer nos bancos públicos como BB e CEF. Apesar disso, pela própria agitação política em torno do arremedo de “greve geral”, os poucos piquetes feitos nas agências bancárias no centro do Rio e na Avenida Paulista, ocorridos justamente devido a estes locais serem “cartões postais” da mobilização nacional, conseguiram rapidamente ter adesão dos bancários, que logo paralisaram suas atividades. A Avenida Paulista, palco do protesto em São Paulo, foi fechada por um período em seus dois trechos no ato unificado das centrais, reunindo cerca de 10 mil pessoas, o que provocou grande destaque na mídia, como desejava a burocracia sindical, que recorreu também a “militantes” fardados para “engordá-lo”, muitos dos quais contratados. No Rio, as ruas do centro foram palco de uma passeata com cerca de 15 mil pessoas e houve confrontos localizados com a PM, com a prisão de 50 pessoas, no protesto em frente ao Palácio da Guanabara. Entretanto, categorias estratégicas como rodoviários e metroviários, não paralisaram nem no Rio e muito menos em São Paulo. A Conlutas, que dirige o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, literalmente “roeu a corda” neste 11 de julho e não parou o Metrô sequer por uma hora! Em Fortaleza, onde o PSTU controla o Sindicato dos Rodoviários ocorreu o mesmo, o que demonstra que esta central que se proclama de “oposição de esquerda” ao governo Dilma atuou disciplinadamente em conluio com as centrais “chapa branca” para fazer manifestações “ordeiras e pacíficas”, de cunho midiático, que não se enfrentassem diretamente e de forma radicalizada com a burguesia e seus governos!
As centrais sindicais de conjunto não convocaram assembleias de base nos dias que antecederam o 11 de julho e sequer fizeram ampla agitação popular em torno do “dia nacional de luta”. A CUT, por exemplo, que controla os principais sindicatos de bancários do país e os metalúrgicos do ABC paulista não organizou efetivas paralisações em suas bases. As grandes fábricas do país e montadoras do ABC não pararam durante todo o dia, algumas o fizeram apenas de forma “simbólica”. Já a CONTRAF-CUT não organizou absolutamente nenhum protesto de caráter nacional, nem sequer nos bancos públicos como BB e CEF. Apesar disso, pela própria agitação política em torno do arremedo de “greve geral”, os poucos piquetes feitos nas agências bancárias no centro do Rio e na Avenida Paulista, ocorridos justamente devido a estes locais serem “cartões postais” da mobilização nacional, conseguiram rapidamente ter adesão dos bancários, que logo paralisaram suas atividades. A Avenida Paulista, palco do protesto em São Paulo, foi fechada por um período em seus dois trechos no ato unificado das centrais, reunindo cerca de 10 mil pessoas, o que provocou grande destaque na mídia, como desejava a burocracia sindical, que recorreu também a “militantes” fardados para “engordá-lo”, muitos dos quais contratados. No Rio, as ruas do centro foram palco de uma passeata com cerca de 15 mil pessoas e houve confrontos localizados com a PM, com a prisão de 50 pessoas, no protesto em frente ao Palácio da Guanabara. Entretanto, categorias estratégicas como rodoviários e metroviários, não paralisaram nem no Rio e muito menos em São Paulo. A Conlutas, que dirige o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, literalmente “roeu a corda” neste 11 de julho e não parou o Metrô sequer por uma hora! Em Fortaleza, onde o PSTU controla o Sindicato dos Rodoviários ocorreu o mesmo, o que demonstra que esta central que se proclama de “oposição de esquerda” ao governo Dilma atuou disciplinadamente em conluio com as centrais “chapa branca” para fazer manifestações “ordeiras e pacíficas”, de cunho midiático, que não se enfrentassem diretamente e de forma radicalizada com a burguesia e seus governos!
Houve 80 bloqueios de
estradas pelo MST e o MTST, com barricadas de pneus em fogo na Dutra, Baixada
Santista, Via Anchieta e em alguns estados do nordeste. No porto de Santos, aconteceu
a ocupação de navios e do terminal de cargas. Em Porto Alegre e Vitória os
rodoviários paralisaram, assim como o Metrô de Belo Horizonte. Em Brasília,
onde ocorreram radicalizadas manifestações em junho, neste dia 11/07 pequenas
passeatas tomaram conta da Esplanada dos Ministérios. No Paraná, algumas
fábricas e montadoras como a GM paralisaram por algumas horas. Em Fortaleza, os servidores municipais fizeram greve de 24 horas. No norte do
país, Belém contou com a manifestação de maior concentração. Este quadro
desigual das manifestações que tomaram conta do país de norte a sul e
demonstrou disposição de luta dos trabalhadores, apesar de todos os obstáculos,
teve a cobertura ostensiva da grande mídia, particularmente da Rede Globo, que
desde a manhã até a noite ressaltou que o “dia nacional de luta” apesar de ser
promovido em grande medida pelas centrais ligadas ao governo Dilma, demonstrava
que o país continuava “agitado” por protestos populares. A “generosa” cobertura
global visa claramente dar visibilidade ao descontentamento popular contra o
governo do PT tentando desgastá-lo o máximo possível para ampliar as
possibilidades eleitorais da oposição demo-tucana, de Marina Silva e
possivelmente Joaquim Barbosa em 2014. O fato é que o governo da frente popular
atravessa o seu mais difícil momento desde que o PT assumiu o Planalto, com os
setores mais reacionários salivando pela derrota eleitoral do governo Dilma.
Denunciando o caráter
extremamente limitado deste “dia nacional de luta”, a Tendência Revolucionária
Sindical (TRS) interveio ativamente no protesto em defesa de um programa de
ação direta para o movimento de massas. Alertamos através de milhares de
panfletos e na intervenção viva dos militantes e das oposições filiadas a TRS
que a tarefa política da vanguarda classista consiste em permanecer mobilizando
as massas pela esquerda, sem nenhuma trégua, imprimindo um conteúdo
programático socialista em transição com as demandas mais elementares do
proletariado. Aproveitamos este dia 11 para reafirmar que continua na ordem do
dia a necessidade da preparação de uma greve geral “pra valer”, organizada pela
base em cada local de trabalho e paralisando a produção do país inicialmente
por 48 horas. Apesar do “dia de luta” controlado pela burocracia sindical ter
sido marcado por um “lobby de massas” midiático e carente de uma perspectiva
classista e de combate direto aos patrões e ao governo burguês do PT, assim
como dos gestores estaduais, ele demonstrou que os trabalhadores tem disposição
de luta, sendo esse elemento fundamental para definir os rumos da conjuntura no
próximo período, onde o PIG e a direita tentam encurralar o governo do PT. A
tarefa da organização de uma verdadeira greve geral de massas se mantém
totalmente vigente, ainda mais agora depois do dia 11. Passado o “dia de luta”
distracionista da CUT, CTB e Conlutas deve ser proposto nas assembleias das
campanhas salariais que se iniciam a preparação de uma paralisação de verdade
das categorias mais importantes do país. Ao sair à luta, os trabalhadores e
particularmente sua vanguarda classista precisam tirar as lições programáticas
da polarizada conjuntura política por que atravessamos, tendo como objetivo de
construir uma alternativa socialista, operária e popular, tarefa que não passa
pelo circo eleitoral de 2014, já que ele está voltado justamente a dar um
fôlego ao apodrecido regime político burguês e suas instituições senis, hoje
questionadas pelos protestos populares!