Manifestação no Rio: Os verdadeiros comunistas não temem levantar as bandeiras do marxismo revolucionário
Neste domingo, 30 de junho, dia da final da Copa das Confederações, ocorreram no Rio de Janeiro novas manifestações no lastro da onda de protestos que sacodem o país. Mais de 5 mil pessoas se concentraram desde as 10 horas na Praça Seans Penã na Tijuca e, logo depois, seguiram para as proximidades do Estádio do Maracanã, quando foram impedidos de continuar por diversas barreiras do Batalhão de Choque da PM. Os manifestantes não só protestaram contra a farra bilionária do governo da frente popular com a construção dos estádios e a privatização do próprio Maracanã, mas levantaram uma série de reivindicações populares (tarifa zero, contra a repressão policial, em defesa do povo indígena e solidariedade a comunidade da Maré). Traiçoeiramente, PSOL, PSTU, PCB e PCR trataram de organizar uma manifestação “ordeira e pacífica” pela manhã que acabou bem antes do jogo da seleção brasileira, justamente para conter a radicalidade do protesto. Apesar disso, a onda patrioteira “verde-amarelo” insuflada pela mídia “murdochiana” tendo a frente à Rede Globo e a direita marcou presença na manifestação, a ponto de grupos nacionalistas de direita e fascistizantes hostilizarem a presença da coluna da LBI. Em meio à polarização política no interior da marcha, a militância da LBI soube manter firme sua faixa em defesa da revolução e da ditadura proletária (Ver Fotos), fazendo uma clara delimitação ideológica com os setores de classe média reacionária presentes no protesto, que destilavam seu ódio de classe contra o comunismo. Ao mesmo tempo, ao reafirmar a defesa de um programa marxista revolucionário na manifestação no Rio, a LBI se diferenciou claramente da “família” revisionista que busca estabelecer uma aproximação com estes setores políticos de direita visando desgastar eleitoralmente o governo Dilma, como se fosse progressivo a frente popular ser acossada pela reação burguesa!
No período da tarde (15 horas) houve nova concentração na Praça Seans Penã com a presença de outras correntes políticas de “esquerda” além da LBI, como Liga Operária-MEPR e FIST, além de grupos anarquistas e ativistas “Black Bloc”. Novamente estavam presentes grupos nacionalistas reacionários. Apesar do boicote imposto pelo PSTU-PSOL-PCB-PCR, esta manifestação concentrou mais de 15 mil pessoas e chegou bem perto do Maracanã, sendo brutalmente reprimida pela PM e a Força Nacional de Segurança, que usou blindados, gás lacrimogêneo, sray de pimenta e balas de borracha, rompendo com o pacifismo pequeno-burguês imposto pelo revisionismo. A LBI esteve na coluna de frente do protesto da tarde e nas duas atividades, nossa militância distribuiu milhares de panfletos denunciando a farsa em torno do “dia nacional de luta” convocado pela CUT, CTB e a CSP-Conlutas para o dia 11 de julho. Longe de ser uma autêntica mobilização operária independente, o “protesto” que será organizado pela burocracia sindical de “direita” e “esquerda” é uma medida distracionista que não levanta sequer o aumento geral dos salários e o reajuste imediato para as categorias em campanha salarial neste segundo semestre, demandas que poderiam significar o primeiro passo para os trabalhadores aproveitarem as manifestações em curso no país para impor suas reivindicações ao governo Dilma e aos patrões. Desgraçadamente, as centrais “chapa branca” farão um dia de mobilização apenas para distencionar a pressão de suas bases e para demonstrar que apóiam o governo e os supostos “avanços sociais”, declarando em palavras que “desejam mais” da gerentona petista e por isto são favoráveis ao impotente plebiscito proposto pelo Palácio do Planalto. A CSP-Conlutas uniu-se à CUT e à CTB neste conluio justamente porque apesar de toda verborragia “em defesa das lutas” é contrária a radicalização dos protestos, desejando apenas desgastar o governo para que a sonhada “frente de esquerda” possa capitalizar os efeitos da onda de protesto no campo eleitoral, construindo o tal “terceiro campo” que pode até incluir Marina Silva! De nossa parte, declaramos que os protestos devem seguir e uma verdadeira greve geral de 48hs já deveria ter sido convocada justamente para que o proletariado pudesse estar à cabeça das manifestações, impedindo que as marchas girem a direita, como desejam o PIG e a tucanalha.
A defesa da revolução e da ditadura do proletariado levantada pela faixa da LBI na verdade sintetiza em poucas palavras a única saída progressista estratégica para as mobilizações em curso no país. Para ser conseqüente na luta contra os ataques do governo Dilma aos trabalhadores e a juventude faz-se necessário lançar mão de uma plataforma classista que oriente a luta direta das massas rumo ao socialismo, com a expropriação da burguesia, o fim do latifúndio e estabelecimento de um autêntico poder operário e popular. Neste combate é necessário que a classe operária ocupe a cena nacional e levante suas demandas imediatas e históricas, exigindo aumento geral dos salários e o fim dos ataques as suas conquistas, o que concretamente significa construir uma verdadeira greve geral no país. Na medida em que o proletariado saia à luta acaudilhando as demandas populares, os setores de direita nas manifestações serão derrotados nas ruas e seu eixo de falsa moralização do regime político burguês relegado a marginalidade! Porém, nesta luta política, os verdadeiros comunistas precisam combater não só os fascistas, neonazistas e a “nova direita” como o grupo “Anonymous” adeptos do “antipartidarismo”, mas os revisionistas que teimam em prostituir a bandeira do socialismo. Nesse sentido, os que defendem a “Primavera verde-amarela”, como o PSTU e a CST, não fazem mais que tentar reproduzir no Brasil a vergonhosa política que defendem na Líbia e na Síria, de unidade com os “rebeldes” da OTAN em nome de combater governos que tem fricções com a Casa Branca. No Brasil, o flerte que esses revisionistas fazem com a direita raivosa que defende nas manifestações “Fora PT” não representa nada de progressivo, porque não se baseia na construção de uma alternativa revolucionária dos trabalhadores, ao contrário, a direita que empunha esta bandeira é a mesma que acusa a esquerda revolucionária de ser parte da “canalha comunista”! Por isto, somente a defesa clara da revolução e da ditadura proletária pode separar o joio do trigo, ou seja, levantar um programa que dê um claro corte de classe as manifestações, preparando pacientemente uma saída operária e socialista para o esgotamento do regime político burguês.
Desde a histórica manifestação ocorrida hoje a tarde no Rio de Janeiro, temos orgulho de dentro de nossas modestas forças ter dado o combate em defesa da revolução, da ditadura do proletariado e do socialismo revolucionário, sem temer levantar as nossas bandeiras vermelhas, com a foice e o martelo que simbolizam o comunismo, tendo inclusive enfrentado a repressão para mantê-las erguida! Na viva trincheira da luta de classes, defendemos a construção do partido leninista e demos o combate ideológico para que a juventude e os trabalhadores tomem em suas mãos as tarefas políticas pendentes, não deixando que a reação burguesa, valendo-se da profunda confusão ideológica mundial que vivemos desde a queda da URSS e do Muro de Berlim, ganhe terreno em meio ao esgotamento do regime político burguês.