Trayvon
Martin, mais uma vítima do Estado policial montado contra o povo pobre
e negro nos EUA!
O assassino
do jovem negro Trayvon Martin foi absolvido por unanimidade no julgamento
ocorrido no último dia 13, na Flórida, um dos estados mais reacionários dos
EUA. Os jurados consideraram que o algoz de Martin, George Zimmerman, um branco
de origem hispânica que atuava como “vigilante voluntário” (na verdade é membro
de um grupo de extermínio) agiu em legítima defesa quando em fevereiro de 2012
atirou “preventivamente” com uma pistola semiautomática no peito de Trayvon
Martin simplesmente por achar que o jovem estava em “atitude suspeita”, apesar
do adolescente de 17 anos não portar qualquer arma. O caso revela em toda
plenitude o estado de terror policial fomentado nos EUA contra o povo pobre e
negro, em um ataque racista e institucionalizado aos elementares direitos civis
dos setores mais explorados da população trabalhadora. A lei conhecida como
“Defenda sua posição” (Stand Your Ground) em vigor na Flórida e mais em 29
estados norte-americanos permite o uso de armas letais fora de casa quando se
percebe uma “ameaça”, autorizando o assassinato do suspeito. Sob este
argumento, Zimmerman ganhou a liberdade. Este é o exemplo da “democracia” que o
imperialismo ianque deseja exportar para o mundo afora com suas guerras de
ocupação, com as atrocidades que impõe na Líbia, Iraque e Afeganistão!
A ação de
Zimmerman se apoia na conduta racista do Estado capitalista ianque, expressão
de uma sociedade doente onde a burguesia e setores de classe média reacionários
patrocinam a perseguição às chamadas “minorias”, atuando em escala doméstica
como age o imperialismo ianque no resto do mundo. No seu intento, a classe
dominante branca recorre até mesmo da mão de obra barata de imigrantes
“naturalizados” que cobram pouco por serviço de segurança privada “vonluntária”.
Tanto que o “vigilante”, que integra uma espécie de grupo de extermínio
patrocinado pelos comerciantes da cidade de Sanford (Flórida), estava em seu
carro fazendo uma “ronda” quando “notou” Martin saindo de uma loja, começando
uma perseguição que levou a morte do jovem negro. Ele ligou para a polícia para
relatar que o adolescente estava vestindo um capuz e parecia “suspeito”,
avisando que iria segui-lo, no que recebeu sinal verde da rádio-patrulla. O
jovem estudante do ensino secundário foi morto na saída de uma cafeteira,
justamente quando já se dirigia para casa do pai, transportando consigo chá e
alguns doces. Zimmerman o abordou, houve uma discussão e ele matou o jovem
negro. Depois de assassinar Trayvon Martin, Zimmerman telefonou novamente para
a polícia, que não prendeu de imediato já que estava atuando amparado na lei “Defenda
sua posição”. Seis semanas depois do ocorrido, somente depois de diversas
marchas e manifestações na Flórida e pelo país afora, além de uma petição com
dois milhões de assinaturas, é que a “justiça” determinou que o assassino
ficasse em liberdade condicional a espera de julgamento, sendo agora
inocentado! Toda a demora no julgamento levou a população negra a denunciar o
processo e levantar casos anteriores, como a execução de Troy Davis ou a
condenação de Mumia Abu Jamal, acusados de matar policiais brancos ou mesmo o
espancamento de Rodney king em Los Angels em 1992. No Estado da Florida, a lei
reconhece o uso letal de arma de fogo em caso de perigo de vida ou ofensa à
integridade física, cujos alvos são em geral negros e pobres. Como denunciaram
vários jovens amigos de Trayvon Martin o resultado concreto é o assassinato em
massa de adolescentes nas periferias dos grandes centros urbanos e quando estes
circulam nas chamadas “zonas nobres” privativas a classe média alta e a burguesia:
“Vamos ser claros. É devido a essa lei que qualquer pessoa que está caminhando,
sem cometer qualquer crime, pode ser seguida ou abordada por outro civil, que
pode usar força letal e dizer que foi em legítima defesa” (G1, 17/07). O
assassino do jovem negro Trayvon Martin é parte de uma política de estado nos
EUA, herdeira da legislação racista que foi “reformulada” depois da luta pelos
direitos civis nos anos 50 e 60. Tanto que o programa “Vigilância na
Vizinhança” de que Zimmerman é membro é supervisionado pela polícia justamente
para a formação de milícias paramilitares de cunho fascista, orientadas a
perseguir e matar “suspeitos” que podem ser negros, muçulmanos ou “esquerdistas”.
A mídia ianque apoia plenamente a legislação racista justamente para reprimir
os setores descontentes com a crise econômica. Um relatório feito pelo
instituto Pew Center, em 2011, revelou dados estarrecedores sobre o caráter
racista do verdadeiro “estado policial” que reina no coração do monstro
imperialista, que é responsável por nada menos do que 5% da população
carcerária mundial (e 25% do continente americano). Apesar de corresponderem
12% da população estadunidense, negros estão no topo de todas as estatísticas
policiais. Nas prisões, existe um branco para cada 11 negros. Pesquisas indicam
que quatro de cada cinco jovens negros serão aprisionados em algum momento de
suas vidas. E o destino traçado pelo sistema pode ser ainda mais trágico: cerca
de 40% dos que estão nos corredores da morte são negros, proporção que chega a
60% em estados como a conservadora Pensilvânia (onde a população negra não
chega a 10%).
Diante do risco de revolta popular da população negra, Obama declarou cinicamente que a morte do jovem era uma “tragédia” tanto para a família da vítima como para o país, mas disse que os Estados Unidos “são uma nação de leis e o júri pronunciou-se”. O lobo em pele de cordeiro só não disse que as “leis” estão a serviço da burguesia e seu estado policial... A execução de Martin e a impunidade de Zimmerman faz lembrar um caso recente, mas que tomou rumo totalmente contrário. O jovem negro Troy Davis foi executado com a pena capital após ser acusado de ter matado um policial branco com testemunhas falsas. Num caso, um jovem negro é executado no meio da rua e ao assassino confesso são concedidas todas as possibilidades de defesa, além de benesses judiciais para que não fosse nem mesmo indiciado pelo crime, sendo ao final inocentado. Noutro caso, num episódio até os dias de hoje pouco esclarecido, a justiça penal não teve muitas dúvidas do que ocorreu e executou Troy Davis em setembro de 2011. Outro exemplo é o de Mumia Abu Jamal até os dias de hoje preso por acusação falsa de ter morto um policial. Neste episódio em particular, Obama voltou mais uma vez voltou suas costas para a população negra e escolheu estar ao lado, por exemplo, pelos milicianos que apoiam a lei conhecida como Stand Your Ground (Defenda sua posição), que permite o uso de armas por parte de quem se sentir ameaçado de morte. O “falcão negro” não deseja desagradar seus anos capitalistas brancos e já prepara a transição para um governo de corte abertamente fascista em 2016, possivelmente sob o comando do Tea Party ou algo afim.
Os ataques de claro conteúdo fascista e racistas estão em consonância com a época de ofensividade bélica e de reação ideológica preconizada pelo imperialismo ianque que Obama é porta-voz. Como não há um contraponto revolucionário a degradação de uma sociedade doente que recorre a um estado policial contra seu próprio povo, a humanidade tende a caminhar para a barbárie imposta pelo império decadente. Desgraçadamente, se não houver uma direção política que aponte uma saída comunista para os trabalhadores de todo o planeta, assassinatos racistas, carnificinas neonazistas e guerras genocidas acontecerão como norma de sobrevivência do regime capitalista senil. Sem a intervenção do proletariado nesta conjuntura fascistizante em defesa da liquidação deste estado policial e pela liberdade imediata dos negros e trabalhadores encarcerados, o capitalismo não se extinguirá, nem cairá de podre, ao contrário, arrastará a humanidade para a barbárie. Estamos vendo a volta com força do fascismo ianque em escala interna e planetária. Para que não se repitam novas cenas sanguinárias como o assassino do jovem negro Trayvon Martin dentro e fora dos EUA, somente a ação revolucionária do proletariado mundial poderá reverter estas tendências nefastas, se valendo da luta pela liquidação do modo de produção capitalista e tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto de poder socialista.
Em “resposta”
as mobilizações contra a absolvição de George Zimmerman, que já ocorrem na
Flórida e podem se espalhar pelo resto do país, a Polícia de Los Angeles
prometeu “mão firme” nos protestos raciais. Los Angeles é particularmente
sensível ao tema racial desde os protestos na cidade, em abril de 1992, quando
um júri absolveu quatro policiais brancos que haviam agredido o jovem negro
Rodney King. Mais de 20 anos depois, a absolvição de Zimmerman reacende a luta
contra o racismo e o fascismo nos EUA! O chefe da polícia, Charlie Bech, disse
que não permitirá que episódios como os de segunda à noite se repitam: “Não
podemos permitir que um pequeno grupo de indivíduos não apenas danifique (...)
e semeie o medo na comunidade, como também destrua a mensagem que muitos nessa
comunidade querem transmitir”. Na noite de segunda, expressando seu justo ódio
contra o ocorrido, manifestantes destruíram automóveis e atacaram o comércio
local, cujos donos patrocinam o programa fascista de “Vigilância na Vizinhança”.
Pelo menos 14 pessoas foram detidas. No domingo, oito pessoas foram presas em
um protesto na frente do prédio da CNN, em Hollywood, quando protestaram contra
a manipulação das informações. Em protesto, o músico Stevie Wonder prometeu não
se apresentar onde a lei vigore: “Decidi que até que a lei 'Defenda sua posição'
seja abolida na Flórida, não vou cantar no estado. Na verdade, não vou cantar
em qualquer estado ou região do mundo onde exista uma lei como essa” (Idem).
Diante do risco de revolta popular da população negra, Obama declarou cinicamente que a morte do jovem era uma “tragédia” tanto para a família da vítima como para o país, mas disse que os Estados Unidos “são uma nação de leis e o júri pronunciou-se”. O lobo em pele de cordeiro só não disse que as “leis” estão a serviço da burguesia e seu estado policial... A execução de Martin e a impunidade de Zimmerman faz lembrar um caso recente, mas que tomou rumo totalmente contrário. O jovem negro Troy Davis foi executado com a pena capital após ser acusado de ter matado um policial branco com testemunhas falsas. Num caso, um jovem negro é executado no meio da rua e ao assassino confesso são concedidas todas as possibilidades de defesa, além de benesses judiciais para que não fosse nem mesmo indiciado pelo crime, sendo ao final inocentado. Noutro caso, num episódio até os dias de hoje pouco esclarecido, a justiça penal não teve muitas dúvidas do que ocorreu e executou Troy Davis em setembro de 2011. Outro exemplo é o de Mumia Abu Jamal até os dias de hoje preso por acusação falsa de ter morto um policial. Neste episódio em particular, Obama voltou mais uma vez voltou suas costas para a população negra e escolheu estar ao lado, por exemplo, pelos milicianos que apoiam a lei conhecida como Stand Your Ground (Defenda sua posição), que permite o uso de armas por parte de quem se sentir ameaçado de morte. O “falcão negro” não deseja desagradar seus anos capitalistas brancos e já prepara a transição para um governo de corte abertamente fascista em 2016, possivelmente sob o comando do Tea Party ou algo afim.
Os ataques de claro conteúdo fascista e racistas estão em consonância com a época de ofensividade bélica e de reação ideológica preconizada pelo imperialismo ianque que Obama é porta-voz. Como não há um contraponto revolucionário a degradação de uma sociedade doente que recorre a um estado policial contra seu próprio povo, a humanidade tende a caminhar para a barbárie imposta pelo império decadente. Desgraçadamente, se não houver uma direção política que aponte uma saída comunista para os trabalhadores de todo o planeta, assassinatos racistas, carnificinas neonazistas e guerras genocidas acontecerão como norma de sobrevivência do regime capitalista senil. Sem a intervenção do proletariado nesta conjuntura fascistizante em defesa da liquidação deste estado policial e pela liberdade imediata dos negros e trabalhadores encarcerados, o capitalismo não se extinguirá, nem cairá de podre, ao contrário, arrastará a humanidade para a barbárie. Estamos vendo a volta com força do fascismo ianque em escala interna e planetária. Para que não se repitam novas cenas sanguinárias como o assassino do jovem negro Trayvon Martin dentro e fora dos EUA, somente a ação revolucionária do proletariado mundial poderá reverter estas tendências nefastas, se valendo da luta pela liquidação do modo de produção capitalista e tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto de poder socialista.