terça-feira, 12 de novembro de 2013


Famiglia Marinho abre sua Rede para Eduardo expor seu programa de governo: “Darei segurança aos investidores internacionais”

Foi ontem (11/10) em um Programa especial do Jô, que anteriormente já tinha recebido Marina Silva, que Eduardo Campos pode expor suas “ideias” para governar o país. Com direito a “quatro blocos” no programa da Globo, Eduardo não falou absolutamente nada de “novo”, apenas repetiu o velho mantra neoliberal dando bastante ênfase na “segurança institucional que os investidores internacionais precisam para apostar no Brasil”. O governador de Pernambuco reafirmou seu compromisso com os rentistas, chamados eufemisticamente por ele de “investidores”, além de defender “o controle da inflação pela via da alta dos juros”, revelando que o PSB entrou definitivamente na “folha de pagamento” do ITAÚ, assim como o REDE de sua possível vice Marina. Mas o que realmente identificou Eduardo com o discurso “marineiro” foi a apologia da “era da estabilidade”, protagonizada pelos governos tucanos de FHC. Um possível governo PSB&REDE, segundo Campos, deveria ser a continuidade dos “três ciclos” que viveu o país nos últimos trinta anos, ou seja, a fusão dos governos Sarney, FHC e Lula, somado ao eco-imperialismo exacerbado de Marina. Estamos então diante do melhor “espírito” da burguesia nacional, somar todas as vertentes políticas das classes dominantes em um novo “pacto” de submissão do Brasil aos interesses do capital financeiro internacional.

O arquirreacionário Jô Soares indagou bastante Campos sobre a posição do PSB acerca do “populista” governo Dilma, obtendo sempre do governador uma crítica diplomática, mas com viés de direita, talvez em função dos “socialistas” ainda ocuparem vários cargos nos segundos e terceiros escalões do Planalto. Quando o assunto era se Marina poderia assumir a cabeça da chapa, a resposta de Eduardo foi precisa: “Se fosse para ser candidata a presidência Marina teria ido para o PPS”.

Sobre o chamado “mensalão” Campos preferiu tergiversar, fazendo alusão a necessidade de uma “nova ética”, o covarde governador parece que “esqueceu” suas declarações anteriores em defesa dos antigos “companheiros” Dirceu e Genuíno, atacados por esta mídia venal e golpista. Mas quando as perguntas se encaminharam paras as “Jornadas de Junho”, Campos beirou o patético afirmando que se não fosse governador teria participado ativamente dos protestos, por uma esperta “amnésia” não comentou a brutal repressão desferida pela PM pernambucana contra os ativistas das “Jornadas”.

O “fraco” Eduardo sequer consegue reproduzir o velho nacionalismo burguês de seu avô, Miguel Arraes, o PSB de hoje é apenas um fantoche do PIG a serviço da formatação de uma oposição conservadora e reacionária. Dirigentes “históricos” do PSB como Roberto Amaral são obrigados a conviver com esta nova geração de pseudo “socialistas”,como Eduardo, que não tem a menor vinculação com a esquerda e tampouco com os movimentos sociais. Como força coadjuvante da Frente Popular, o PSB até poderia enganar alguns incautos vendendo a imagem de um partido “progressista”, mas com a saída da “base aliada” fica reduzido a mais uma legenda vazia programaticamente, ocupada por oligarquias regionais corruptas. Vergonhosa mesmo é a posição da corrente revisionista “O Trabalho”, que no interior do PT consegue enxergar “setores populares” no seio do PSB, no sentido de estabelecer uma coligação eleitoral mais “ampla” para Dilma em 2014.

Os Marxistas Revolucionários devem ser absolutamente rigorosos com movimentos de charlatanice política burguesa, como o que está em curso em torno dos nomes de Eduardo&Marina. A tentativa do PIG em maquiar como “progressistas” estes embusteiros, a serviço dos parasitas do mercado financeiro, deve ser combatida frontalmente no movimento de massas. A aproximação política do ex-MR8, atual PPL, em direção à candidatura Campos, é mais uma vez a expressão da completa decomposição moral e ideológica do stalinismo, que por décadas serviu como capanga do governador Orestes Quércia.