Israel, petromonarquias
árabes e “rebeldes” terroristas são responsáveis pelo atentado à embaixada do
Irã no Líbano
Ao menos 25 pessoas
morreram e 150 ficaram feridas em duas explosões na terça-feira, 19 de
novembro, no sul de Beirute, capital libanesa, com o objetivo de atacar a
embaixada do Irã. A área em que fica localizada a embaixada iraniana é
considerada um reduto do Hezbollah. A representação persa foi um alvo do
atentado terrorista por seu apoio ao Hezbollah e a Bashar Al-Assad, ambos
atuando de forma conjunta estão derrotando os “rebeldes” financiados pelas
potências capitalistas, as petromonarquias árabes agrupadas no Comando Geral do
Golfo (CGG) e Israel na Síria. Entre os mortos encontram-se o adido cultural
iraniano e um membro do corpo de segurança diplomático. O Líbano, um país
mosaico onde essas tensões são mais latentes, tem sido progressivamente arrastado
para a guerra civil. O Hezbollah combate os grupos mercenários na Síria, ao
lado das forças do governo Assad sendo decisivo em algumas das mais importantes
conquistas do regime sírio nos últimos meses. Por outro lado, vários dirigentes
sunitas são apontados como os principais intermediários no financiamento e
entrega de armas aos “rebeldes” cujos grupos são também formados por
mercenários estrangeiros.
As brigadas Abdullah Azzam, ligadas à Al-Qaeda, teriam assumido a autoria do ataque, segundo a agência Reuters. Segundo o grupo que apoia os “rebeldes” sírios, “as operações no Líbano vão continuar se Deus quiser, até que duas reivindicações sejam atendidas: a primeira é a retirada da Síria do partido do Irã (o Hezbollah libanês apadrinhado por Teerã) e a segunda, a libertação de nossos prisioneiros nas mãos da injustiça no Líbano”, em referência aos prisioneiros salafistas (fundamentalistas sunitas) detidos no Líbano. O Irã acusou Israel de estar por trás dos atentados: “Sabemos que os sionistas e seus mercenários são os responsáveis pela explosão em Beirute”, disse a porta-voz das Relações Exteriores, Marzie Afjam. Por sua vez, a Síria condenou os ataques, informou a televisão pública, que acusou, sem citar nomes, os países do Golfo hostis a Damasco: “O governo sírio condena com veemência o ato terrorista cometido perto da embaixada iraniana em Beirute. O odor petrodólar se desprende de todos os atos terroristas contra a Síria, Líbano e Iraque”, completou o canal, em referência a Arábia Saudita e Catar, que apoiam os mercenários.
O chefe da coalizão
anti-Hezbollah, o ex-primeiro-ministro sunita Saad Hariri, responsabilizou o Hezbollah por provocar os atentados: “É
necessário preservar o Líbano das chamas que o cercam e evitar que os libaneses
caiam no envolvimento militar (do Hezbollah) na tragédia síria”. No último ano
sucedem-se ataques violentos que ameaçam a frágil situação no Líbano, como o
atentado que em 15 de agosto matou 27 pessoas na zona sul de Beirute,
considerada um bastião do Hezbollah. Uma semana depois, 40 pessoas morreram e
mais de 200 ficaram feridas em explosões junto a duas mesquitas da cidade de
Trípoli, no norte do Líbano. O secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah,
acusou milícias integristas sunitas pelos atentados que visaram o movimento e
que atingiram também o Exército libanês. Numa primeira reação, nesta terça, o
primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou mais este “ato terrorista
covarde”, dizendo não ter dúvidas de que o ataque “visa desestabilizar a situação
no Líbano e usá-lo como arena para enviar mensagens”.
O Líbano já vive uma
intervenção “humanitária” da ONU desde o último conflito com as forças
militares sionistas que foram fragorosamente derrotadas na ocasião. A oposição
cristã sunita objetiva ampliar esta intervenção imperialista até o território
sírio, utilizando cretinamente os atentados terroristas em Beirute como um
pretexto. Obviamente, nesta etapa do conflito interno sírio, onde todos os
esforços dos EUA foram derrotados para derrubar o regime Assad, a “cartada
libanesa” surge como a última esperança dos chacais imperialistas. O gendarme
de Israel tem atuado em conjunto com os “rebeldes” sírios e a oposição libanesa
no sentido de preparar um corredor militar “free way” entre Tel Aviv e Teerã. O
regime Assad tem conseguido superar o isolamento internacional, seus únicos
aliados são o Irã e o Líbano, com um forte apoio das massas que heroicamente
tem combatido contra os mercenários a serviço da OTAN. O proletariado sírio
mesmo tendo plena consciência que o atual governo não o representa, não está
disposto a permitir a devastação do seu país pelas transnacionais, em nome das
supostas “liberdades democráticas”.
A tática da
generalização da chamada “Primavera Árabe”, induzida pelo departamento de
estado dos EUA, já produziu seus “resultados” na Líbia, saqueada pela OTAN e
seus títeres. Na Síria a força política do regime Assad vem bloqueando uma
intervenção imperialista até o momento, mas a eclosão de uma nova “guerra
civil” no Líbano pode incendiar novamente a situação. O Líbano com uma longa
tradição de separatismo e guerras civis, hoje abriga a principal força militar
de oposição ao sionismo. O Hezbollah fortemente apoiado pelo regime sírio deve
ser esmagado para se chegar até Damasco, segundo a ótica dos estrategistas do
Pentágono e dos terroristas do gendarme de Israel. Ao estabelecer a unidade de
ação militar com os “rebeldes” contra o “ditador” Assad, o revisionismo acaba
por apoiar as ações terroristas da OTAN e CIA, que objetivamente fortalecem seu
campo militar. Os marxistas revolucionários que não nutrem a menor simpatia
política pelo regime da oligarquia dos Assad sabem muito bem que no atual
conflito sírio não está em jogo democracia versus ditadura, mas sim a
subordinação de um país semicolonial aos ditames do imperialismo. Neste
sentido, estabelecemos sem vacilações unidade de ação, com absoluta
independência política, com todos os adversários reais do principal inimigo dos
povos, o grande “amo do norte” e seu enclave na região, Israel!