USP: Tropa de Choque
desocupa reitoria depois que DCE (PSTU/PSOL) sabotou a resistência!
Na madrugada desta
terça-feira, 12 de novembro, a Tropa de Choque da PM deslocou 4 ônibus lotados
de soldados, carros blindados e viaturas para desocupar a reitoria que estava ocupada pelos estudantes. Havia expectativa da polícia que os estudantes
resistissem, mas a sabotagem promovida nos últimos dias pelo DCE (PSTU/PSOL)
acabou por minar esta perspectiva. Os setores do movimento estudantil que se opunham à política
traidora da “frente de esquerda”, como o PCO e estudantes independentes, foram
incapazes de sustentar uma política para impedir a aplicação de fato do “acordão”
entre Rodas e o DCE. A polícia ocupou todo o espaço em torno dos blocos, até a
Praça do Relógio. Dois estudantes foram presos sem sequer estarem na ocupação e
indiciados por dano e furto ao patrimônio público, além de formação de
quadrilha.
O mais escandaloso é que
agora o DCE alega que irá se mobilizar por reabrir as “negociações com a USP”,
enquanto sabotou a resistência o quanto pode! Na verdade, PSOL/PSTU agiram
para derrotar por dentro a ocupação da USP, tanto que Arielli Tavares (Anel)
afirmou para a imprensa que “os estudantes optaram por sair antes da entrada
dos policiais” (G1, 12/10), mas a assembleia do dia 07 havia reafirmado a
manutenção da ocupação, apesar dos esforços do DCE em liquidá-la. Cinicamente,
segundo o delegado, “O grupamento de Choque, ao chegar ao local, foi recebido
com rojões, pois eles já aguardavam a reintegração. Houve, então, uma fuga em
massa. Só que dois deles foram detidos no momento dessa fuga” (Idem). Fica
provado que as direções traidoras ainda são as melhores armas de nossos
inimigos, os reformistas conseguiram a proeza que as ameaças da tropa de choque
da PM não conseguiram. Aqui é preciso fazer uma clara diferença entre um setor dos
ocupantes do movimento que não vendo mais perspectiva para a luta sob direções
políticas vacilantes decidiu recuar após 42 dias de resistência e as direções
que desde o primeiro momento queriam abortar a ocupação. Os primeiros se
esforçaram para levar a luta ao triunfo, os segundos conspiraram desde o princípio
para enterrá-la.
A Juventude Bolchevique
(JB) compreende que agora o movimento estudantil não terá mais nenhum instrumento de
pressão, ou seja, a ocupação já terá sido desmantelada por estes meninos de
recado da reitoria que fará o que quiser (e o que não quiser), já que todas as
decisões estarão fora de controle daqueles que estiveram na linha de frente das
lutas, onde as reivindicações e, menos ainda, as aspirações cruciais do
movimento foram desprezadas. Que mais esta lição seja apreendida pelos lutadores
da USP e do movimento operário e estudantil brasileiro: as direções
reformistas, pela sua própria concepção de respeito à civilidade e à
institucionalidade burguesas, são adversários do método da ação direta das
massas. Os explorados brasileiros necessitarão, no calor das batalhas, forjar
uma autêntica direção revolucionária para que nossas lutas não sejam inglórias!
Desde a JB convocamos
todos a se somarem as manifestações ao longo da tarde em frente delegacia de
polícia (91 DP) pela liberdade imediata dos estudantes presos e em defesa das
revindicações do conjunto da comunidade universitária! A PM, Rodas e o governo
tucano buscam criminalizar o movimento estudantil! Por outro lado, é preciso
participar da Assembleia Geral que se realizará no dia 13, às 18h na FAU para
fazer o balanço da traição e retomar a luta. Exigimos a imediata liberdade de
Inauê Taiguara e João Vitor Gonzaga Campos, presos políticos de Rodas e
Alckmin (PSDB)!