Substituição do juiz
corregedor da Papuda: Barbosa “insuflado” pelos barões da mídia entra em surto
e pensa que é “Deus”
Em mais um ato
intempestivo e arbitrário, o presidente do STF, Joaquim Barbosa ordenou no
último domingo 24 de novembro, que o atual juiz corregedor do Complexo
Penitenciário da Papuda, Ademar Vasconcelos, da Vara de Execuções Penais do
Distrito Federal responsável pela condução das prisões dos “mensaleiros”, fosse
substituído por outro juiz mais “afinado” com suas determinações fascistizantes
e espetaculosas midiáticas. No lugar de Ademar entra o juiz Bruno Ribeiro,
filho de Raimundo Ribeiro um conhecido tucano do Distrito Federal e raivoso
defensor da AP 470 em um programa de TV local semanal (“Tribuna Livre”, TV
Brasília). Para o chefe do “supremo”, Ademar além de ter com ele uma relação
conturbada estaria capitulando às exigências dos presos José Dirceu, Delúbio e
principalmente Genoino, a quem Barbosa foi forçado a conceder a prisão
domiciliar em razão das pressões que sofreu por conta da gravidade da doença do ex-presidente do
PT.De “linha dura”, Bruno Ribeiro foi o responsável pela prisão imediata de
Dirceu, Genoino e Delúbio porque o juiz titular Ademar estava em férias. Ao
deixá-los presos ilegalmente por vários dias em regime fechado conseguiu galgar
créditos junto a Barbosa... Como podemos ver, esta nomeação não possui um
caráter técnico, é uma escolha sumamente política e corresponde às pressões que
a mídia “murdochiana” vem fazendo acerca das supostas “regalias” que os
“mensaleiros” estavam tendo no infecto presídio da Papuda. Como as prisões do
“mensalão” não objetivam de modo algum combater a corrupção no país, uma vez
que o próprio STF sempre foi um antro de corrupção e avalista inclusive das
arbitrariedades do regime militar e da privataria tucana, Joaquim Barbosa, o
“herói” dos barões da mídia, sabe a que veio: colocar seu cargo de presidente
do STF a serviço da classe dominante e da democracia dos ricos, por isso tem
concentrado tanto poder em suas mãos, pensando que agora que é “Deus”.
A mudança de “comando” já se fez sentir: estabeleceu duras regras para a prisão domiciliar (temporária) de Genoino que não poderá sair de casa, salvo para ir ao médico, será obrigado a atender autoridades a qualquer hora e a manter os relatórios médicos atualizados. Mas a “sentença” mais importante é a proibição de se manifestar à imprensa em entrevistas ou declarações, o que endossa ainda mais a sua condição de preso político da “democracia dos ricos” ao lado de Dirceu e Delúbio. Todos sabemos que os ex-dirigentes petistas são os responsáveis pela guinada ainda mais à direita do PT durante o primeiro governo Lula e que dele locupletaram-se através de negociatas entre empresas “doadoras de campanha” o que lhes conferiu ainda mais uma profunda “revisão” ideológica depois de terem afirmado, após o fim da ditadura militar, que a democracia tinha “valor universal”. Mas nem por isso os revolucionários devem deixá-los ser “torturados” moralmente pela abjeta figura do chefe supremo do STF insuflado pelo PIG, uma vez que estão sendo condenados não por serem “corruptos”, e sim por seu passado militante, portanto alvos da ofensiva reacionária aberta contra setores do PT por parte do grande capital.
Na verdade, a troca de
“comando” na Vara de Execuções Penais do DF reflete não um “conflito de
vaidades” entre Barbosa e Ademar, faz parte de um processo muito maior que visa
eliminar qualquer empecilho formal ao cumprimento de regras draconianas durante
a prisão arbitrária dos “mensaleiros”
petistas.
Um dos objetivos da
ofensiva burguesa em curso, que pode assumir várias formas, inclusive a
fascistizante, é depurar o PT de qualquer resquício de vinculação com o
movimento operário, e impor uma direção mais afinada com a política privatista
do governo Dilma em seu segundo mandato, que será mais conservador e
direitista. Por seu turno, para os revisionistas do trotsquismo como o PSTU:
“Não deixa de ser absurdo o argumento utilizado pelos dirigentes do PT, de que
são ‘prisioneiros políticos’” (site PSTU, 18/11) e que as prisões “são
absolutamente insuficientes”. Segundo este critério, a corte capitalista do
país estaria no caminho correto, deveria prender também outros “corruptos”.
De modo algum os
marxistas revolucionários podem se calar diante dos “surtos”
jurídico-midiáticos do chefe do Supremo ou apoiar qualquer ação deste órgão que
é o mais reacionário e corrupto da república burguesa, pois equivaleria a
legitimar a ofensiva que tem como objetivo estratégico atingir o movimento
operário em suas manifestações e ação direta (greves, ocupações, passeatas...).
É necessário lançar uma ampla campanha nacional de denúncia acerca do caráter
de classe do STF e sua determinação em perseguir e criminalizar os ativistas
sociais em nome das investidas repressivas do capital contra o proletariado e o
campesinato pobre do país, retrocesso político enaltecido pela venal mídia
“murdochiana” que endeusa o “negro pobre que ascendeu na vida”. O eixo desta
campanha deve ser a liberdade imediata de todos os presos políticos do regime
da democracia dos ricos, aqui incluídos obviamente os ex-dirigentes petistas. A
única forma de acabar com a corrupção estatal é através da revolução
proletária, porque no atual modo de produção a corrupção é parte inerente e
funcional do regime capitalista e não uma “anormalidade” ou “desvio de conduta”
como querem fazer crer os revisionistas do trotsquismo.