Em defesa do direito à
separação do Leste ucraniano e sua unificação com a Rússia. Derrotar o governo
golpista e
pró-imperialista imposto em Kiev!
pró-imperialista imposto em Kiev!
Há cerca de um mês da unificação
da Península da Crimeia com a Rússia, abre-se mais um capítulo no cenário
político da Ucrânia, onde diversas cidades se levantam contra o domínio dos
neo-nazistas pró-ianques, principalmente na altamente desenvolvida região Leste
do país. Na cidade de Kharkiv milhares de manifestantes ocuparam sedes do
governo local, em Donetsk e Lugansk inúmeros prédios públicos foram tomados de
assalto. Para se ter uma dimensão exata do processo, Donetsk é o mais
importante polo industrial do país com uma grande concentração proletária, o
qual já decretou a independência, se autointitulou Republica Popular e marcou
através de sua ação direta um “referendo” para o dia 11 de maio acerca da sua
incorporação à Rússia. Estas regiões não aceitam o “comando” do país pelo
golpista neo-nazista Oleksander Turchinor, não por uma simples causa “étnica”
como quer passar o conto de sereia da mídia “murdochiana”, mas sim como produto
da corajosa determinação do proletariado do Leste ucraniano em combater o governo
imposto pela Casa Branca. A radicalização foi tão intensa que em Lugansk
manifestantes mantiveram como reféns 60 agentes no prédio da sede local do
Serviço Secreto da Ucrânia, se valendo do uso de dinamites e com armas em
punho, prometendo resistir com todas as suas forças à repressão. Neste contexto
explosivo, não foi à toa que o imperialismo lançou suas ameaças através do
Secretário Geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen: “Se a Rússia intervir mais na
Ucrânia será um erro histórico... Teria graves consequências para nossa
relação... e a isolaria ainda mais internacionalmente” (O Estado de S.Paulo,
8/4). Logo, os estrategistas do Pentágono em socorro a Kiev trataram de
“arrefecer” os ânimos das massas através de dura repressão, se valendo de
militantes neo-nazistas (“Setor Direito”) e tropas mercenárias norte-americanas
(“Blackwaters”) – as mesmas que foram responsáveis por terríveis massacres no
Iraque ocupado. O Kremlin lançou um comunicado no qual pede “imediatamente o
fim quaisquer ações militares, que aumentem o risco de uma guerra civil”
(Russia Today, 7/4), elevando o nível das tensões militares na região.
Donetsk é a cidade natal
do presidente Viktor Yanukovich deposto pelos neo-nazistas em 22 de fevereiro,
faz parte do leste ucraniano região considerada como o “coração” industrial do
país que além de possuir uma classe operária extremamente concentrada comporta
a maioria russa, razão pela qual se transformou em um grande centro de repúdio
ao governo golpista recém-instalado em Kiev. O que para o imperialismo é algo
“ilegal” como alerta o garoto de recados dos “Falcões” J. Kerry, “O que vemos
da Rússia é um esforço ilegal e ilegítimo para desestabilizar um Estado
soberano e criar uma crise artificial”, para a classe operária é a forma de
resistir à ofensiva neo-nazista que visa incorporar a região aos interesses das
grandes corporações americanas e europeias. Desde a Praça Lenin (símbolo o qual
a mídia “murdochiana” procura ao máximo ocultar de seus noticiários!), os
manifestantes que ocupam há três dias o prédio do governo local proclamaram um
“governo popular”, independente, desfraldando bandeiras russas e comunistas. Os
levantes do Leste ucraniano como podemos constatar, apesar de seus limites
intrínsecos colocam, por terra a tese estúpida dos morenistas que afirmam
categoricamente “a voz dos trabalhadores não se fez ouvir” (site PSTU, 3/7),
mas caracterizam oportunística e fraudulentamente que houve uma “revolução” na
Ucrânia, postando-se com a maior cara de pau no campo do imperialismo, tal como
aconteceu na Líbia, Egito...!
Evidentemente que o
caráter de classe do governo russo o coloca no campo do limitado enfrentamento
com o imperialismo, mas os revolucionários não podem ficar “neutros” diante da
ofensiva fascista em todo o planeta e em particular sobre o território
ucraniano em uma concreta possibilidade de guerra. Nós, Marxistas-Leninistas
estaremos na trincheira de guerra do governo Putin, lutando no mesmo campo
militar, contudo com total independência política face às hesitações e covardia
das burguesias nacionais diante da possibilidade de um conflito em escala
regional e consequentemente ampliado em nível mundial. Na atual conjuntura
mundial, uma derrota do imperialismo num conflito bélico seria um excelente
estímulo, um fermento para a luta de todos os povos do planeta em direção à
destruição do monstro ianque e seus sócios europeus. Ou seja, a derrota do
imperialismo é um norte estratégico para os revolucionários e ativistas
anti-imperialistas de todo o mundo. Façamos nossas as palavras do “velho
mestre”: “Os revolucionários proletários não devem nunca esquecer o direito das
nacionalidades oprimidas a dispor de si próprias, inclusive o seu direito à
completa separação, e o dever do proletariado da nação que oprime a defender
este direito, inclusive, se necessário, com armas na mão!” (Leon Trotsky, O
Problema Nacional e as Tarefas do Partido Proletário, abril 1935). Por esta
razão estamos pelo direito a separação do leste ucraniano e por sua unificação
com a Rússia, chamando o proletariado de Kiev a derrotar o governo fascista e
golpista made in CIA.
Desta forma, seria
criminoso por parte de um partido revolucionário adotar o abstencionismo como
estratégia ou se colocar descaradamente no campo programático das “revoluções
democráticas” levadas a cabo pela CIA ou aclamando a chuva de bombas da Otan como
ardorosamente defende a canalha morenista. Na Ucrânia, a exemplo da Líbia,
delineia-se mais uma guerra de rapina para tomar os recursos energéticos
controlados pela Rússia que foi transformada em uma semicolônia após a
destruição contrarrevolucionária da URSS. A derrota do governo golpista imposto
pelo Departamento de Estado norte-americano é um primeiro passo para a vitória
do proletariado ucraniano e russo diante da ofensiva nazi-fascista que assola o
mundo inteiro insuflada pelo “falcão negro” Obama e um exemplo a ser seguido
pela classe operária internacional.