Nem levantar o
“fantasma” da ameaça de golpe, Nem apoiar o eleitoralismo de “esquerda”: Por um
Primeiro de Maio internacionalista de luta contra a ofensiva imperialista sobre
os povos!
“Em que consiste meu crime? Em ter
trabalhado para a implantação de um sistema social no qual seja impossível o
fato de que enquanto uns, os donos das máquinas, amontoam milhões, outros caem
na degradação e na miséria. Assim como a água e o ar são para todos, também a
terra e as invenções dos homens de ciência devem ser utilizadas em benefício de
todos. Vossas leis se opõem às leis da natureza e utilizando-as roubais às
massas o direito à vida, à liberdade e ao bem-estar” (George Engel, 50 anos,
tipógrafo, um dos Oito Mártires de Chicago enforcados)
O Primeiro de Maio é a data mais importante no calendário histórico do proletariado mundial, neste dia o movimento operário reverencia com sua ação independente não só os mártires de Chicago, assassinados brutalmente pela “debutante” burguesia ianque imperialista como um exemplo de como o terror do capital seria capaz de agir na defesa de seus interesses, mas todos os combatentes de nossa classe que tombaram no enfrentamento direto com as classes dominantes. Também não é uma data “passiva” só de lembranças de nossos valorosos heróis operários (muitos ainda anônimos na história), mortos e perseguidos ao longo do tempo pelos patrões e seu Estado, é um dia em que honramos suas memórias com nossa luta e ação direta em defesa de nossas conquistas e por uma sociedade socialista, onde o mercado não “precifique” o valor de nossas vidas no processo de acumulação do capital. Porém, hoje desgraçadamente as principais lideranças “operárias” e partidos da esquerda domesticada diluíram completamente o caráter de luta e independência de classe do Primeiro de Maio, transformando-o em uma simples “festa” deculturada e inofensiva a burguesia e ao seu regime da democracia dos ricos. No Brasil o Primeiro de Maio já cumpriu um papel importante no calendário político do movimento de massas, como em 1980 quando os metalúrgicos do ABC protagonizaram um duro embate com as forças repressivas da ditadura militar. Setores do revisionismo Trotsquista (PSOL, PSTU e PCO) supostamente afirmam que pretendem reverter a panaceia de colaboração de classes (showmício do dia do trabalhador) organizada pela burocracia da CUT nos últimos doze anos (que pouco fica a dever para a máfia da Força Sindical), realizando atividades políticas neste Primeiro de Maio igualmente desprovidas de classismo e conteúdo revolucionário, seja pela plataforma equivocada que levantam ou por suas próprias trajetórias de traições na luta de classes.
O PCO convoca separadamente para o seu evento do “Dia do Trabalhador”, focando politicamente na luta contra o “fascismo e a ameaça de um golpe”, além de uma série de reivindicações reformistas, como uma possível “dissolução da Polícia Militar”. Antes mesmo de debatermos a correção ou não de advogarmos na defesa da formação de uma frente antifascista na atual conjuntura nacional e internacional é necessário “esclarecer” aos ativistas mais “novos” que a iniciativa do PCO é “recheada” da mais pura charlatanice política, esta organização revisionista ao longo dos últimos vinte e cinco anos apoiou entusiasticamente todas as ofensivas fascistas e golpistas (fomentadas pelo imperialismo) do cenário mundial, a começar pela fúria anticomunista da pequena burguesia alemã que culminou com a queda do Muro de Berlim em 1989. No curso histórico do seu “antigolpismo”, o PCO saudou em 1991 com todas as suas forças políticas o golpe, patrocinado pelo imperialismo, que levou a destruição contrarrevolucionária das conquistas operárias da URSS, considerada então pelo Sr Pimenta como uma “tirania ainda pior do que os regimes militares latinos americanos”. Na sequência deste estranho “antifascismo”, no golpe promovido pela OTAN contra o regime nacionalista burguês do coronel Kadaffi, o PCO se recusa a estabelecer a defesa de uma frente única antigolpista contra o imperialismo e seus agentes internos, caracterizando a sórdida derrubada de Kadaffi (pela via dos bombardeios da OTAN) como uma “ação revolucionária das massas”, linha política similar seguida pelo PCO na guerra civil “alimentada” pela Casa Branca na Síria. Para não sermos cansativos na narrativa dos exemplos do peculiar “antigolpismo” do PCO, encerraremos a “lista”na recusa política deste partido em apoiar (criticamente é claro) a candidatura de Nicolas Maduro à presidência da Venezuela, justamente no momento em que a CIA conspira abertamente em favor de um golpe de estado, logo após ter urdido o envenenamento químico do comandante Chávez. Nesta conjuntura abertamente polarizada entre o fascismo pró-ianque e o tímido nacionalismo burguês do Chavismo, os Marxistas Revolucionários não podem se dar ao “luxo” de ficar em “cima do muro”, tomam claramente posição ao lado de Maduro, sem depositar um único “cheque em branco” em sua conta política.
Quem não se lembra, por
exemplo, que em 2010 o PCO andou de mãos dadas com o PSTU no segundo turno das
eleições presidenciais, pregando a necessidade da formação de uma nova “frente
de esquerda” com os Morenistas, exatamente quando estes “torciam”
camufladamente pela vitória de Serra afirmando que o “mal maior” estava
representado pela candidatura de Dilma. Agora os Altamiristas “oficiosos” vem
tentando demarcar com seus “primos” do PSTU, esquecendo que compartilharam as
mesmas posições políticas internacionais pró-imperialistas por quase três
décadas. Parece mesmo que este convívio do PCO com os Morenistas, abraçados
eleitoralmente na FIT argentina, deixou sequelas como o abandono da consigna de
destruição revolucionária do conjunto do aparelho repressivo da burguesia,
trocada por uma “dissolução” da PM, que ninguém sabe por quem será feita... Por
estas razões não acreditamos que seja realmente séria a proposta do PCO de
impulsionar uma frente única antifascista, ainda mais nesta etapa da luta de
classes em que a burguesia aposta todas suas fichas na continuidade do projeto
de colaboração de classes do governo de Frente Popular. Combater vigorosamente
a atual ofensiva reacionária das classes dominantes nada tem a ver com levantar
o “fantasma” do golpe, que deve ser compreendido na dinâmica concreta da
correlação de forças entre as classes sociais e nunca como a necessidade do “rebaixamento”
de nosso programa comunista para possibilitar a suposta “derrota da direita”.
Na outra “ponta” do
revisionismo está a moribunda “Frente de esquerda” (PSOL e PSTU), que realizará
seu ato “alternativo” de Primeiro de Maio na Praça da Sé, colado à celebração
de uma “missa do trabalhador” organizada pela arquidiocese paulista. Não
precisamos perder muito tempo para demonstrar a completa falta de princípios de
classe deste bloco oportunista (PSOL e PSTU) que “enxerga” na sinistra e
medieval Igreja Católica uma aliada do proletariado. Estes setores
revisionistas sonham até acordados com as próximas eleições, onde esperam
ampliar sua bancada parlamentar à custa do mais puro cretinismo eleitoral.
Neste “norte” o ato de Primeiro de Maio significa apenas mais um palanque
eleitoral, ficando para um “tércio” plano político a ação direta das massas. É
bom lembrar que para os canalhas Morenistas este “Dia do Trabalhador” será uma
ótima oportunidade para saudar efusivamente os “companheiros” neonazistas de
Kiev que lutam bravamente contra os “resquícios do Estalinismo no Leste Europeu”...
O PSOL também estará na
Praça da Sé não para defender a independência de classe e o socialismo
revolucionário, muito pelo contrário deverá afirmar seu compromisso com as
alianças políticas que estabelece com os setores mais conservadores da
burguesia, inclusive seguindo a cartilha neoliberal do imperialismo. Para tanto,
escolheu um de seus “quadros” parlamentares que melhor representa esta política
“socialdemocrata” para disputar o Planalto, estamos falando é claro do senador
Randolfe Rodrigues, com larga experiência em pactuar com a direita no Congresso
Nacional. Juntos ou separados nas próximas eleições, PSOL e PSTU são “dois
lados da mesma moeda” programática, unidos estrategicamente na negação do
comunismo (considerados “ultrapassado” por estes revisionistas), objetivo final
da classe operária na luta para enterrar historicamente o modo de produção
capitalista.
O movimento operário
necessita de outra “alternativa” a estas que estão postas por uma “esquerda”
que nem sequer no Primeiro de Maio mencionam a luta pela Ditadura do
Proletariado, uma das mais importantes contribuições a teoria Marxista feita
pelo grande dirigente soviético Vladimir Lenin. O proletariado e sua vanguarda
de classe deve organizar um outro ato político de Primeiro de Maio no país,
radicalmente oposto a este “cardápio” ofertado por uma “esquerda” que há muito
já perdeu o norte revolucionário. É necessário lutar por um Primeiro de Maio
internacionalista que se coloque no centro do combate a atual ofensiva
imperialista contra os povos, esta sim “parteira” de todos os movimentos
golpistas e neonazistas “made in USA” que proliferam no planeta. Foi justamente
esta ofensiva política e militar do “monstro” imperial que esteve na raiz da
destruição dos Estados operários do leste europeu e da URSS, no ataque
neoliberal as conquistas sociais do proletariado mundial e também na ocupação
de países inteiros pelas patas das tropas militares da OTAN. No Brasil esta
ofensiva imperialista foi patrocinadora da “privataria” tucana e petista,
transformando o país em um grande “fazendão” sucateado, exportador de commodities
agrominerais para os centros do capital financeiro. Hoje planeja avançar ainda
mais na subtração dos direitos sociais e políticos da classe operária, impondo
um regime draconiano da democracia dos ricos. Nós da LBI empenharemos nossas
modestas forças políticas no sentido da construção de um verdadeiro e genuíno
Primeiro de Maio, onde a luta direta contra o capital e sua ofensiva
imperialista esteja no centro da ação política operária e popular.