Ascenso grevista “agita” o país: Passar por cima dos aparatos sindicais (CUT, CONLUTAS) para derrotar a ofensiva patronal, sem ter nenhuma ilusão no
circo eleitoral!
Uma série de
greves “agita” o país às vésperas da Copa da FIFA em sintonia com os crescentes
protestos populares contra o mundial de futebol que se inicia no dia 12 de
junho. Rodoviários, operários da construção civil, servidores públicos federais
das universidades, professores estaduais e municipais paralisaram suas
atividades e saíram às ruas por aumento salarial e contra os ataques às suas
conquistas. Ainda que estas lutas tenham um caráter eminentemente economicista
ocorrem no marco das manifestações que contestam os gastos bilionários com a
Copa e o sucateamento dos chamados “serviços públicos”, ou seja, questionam as
condições de vida impostas ao povo trabalhador pelo regime capitalista. Muitas
greves inclusive eclodiram contra a vontade de suas direções tradicionais e das
máfias sindicais governistas. O governo Dilma, pelo controle que tem das
direções sindicais (CUT, CTB e as demais centrais “chapa branca”), vem
conseguindo que esta revolta crescente se limite a questões corporativas,
entretanto, seus reflexos acabaram “respingando” no campo eleitoral, com as
pesquisas inicialmente indicando uma queda na popularidade da “gerentona”
petista. Não resta a menor dúvida de que a burguesia tem plena consciência de
classe que somente o governo da frente popular é capaz de atravessar essa
conjuntura turbulenta e ainda assim manter a estabilidade política do país no
lastro de uma economia ainda com gordura para queimar e crédito para
distribuir. A certa reeleição de Dilma (em segundo turno com uma disputa
artificialmente apertada com a dupla Aécio-Campos) demonstra que o grosso da
classe dominante mais uma vez “elegeu” o PT para seguir na gerência da
administração central preparando as condições para o endurecimento do regime no
curso do próximo mandado petista, quando em 2018 deve exigir que suba a rampa
do Palácio do Planalto um governo de corte mais conservador, possivelmente
guiado por Alckmin ou uma saída de alinhamento com o imperialismo ianque
capitaneado por Marina Silva. Neste momento, sob estas “fissuras” da burguesia,
vem avançando o movimento de massas, que de forma alguma pode cair na armadilha
eleitoral da frente popular, da oposição conservadora ou mesmo da esquerda
revisionista, sob pena de perder sua radicalidade transformando-se em mais um
elemento de barganha política do circo eleitoral da democracia dos ricos.
O certo é que as lutas em curso demonstram que é possível resistir pela via da ação direta à ofensiva patronal e dos governos capitalistas, sejam comandados pela centro-esquerda burguesa (PT) ou pela oposição conservadora (PSDB-DEM-PSB-REDE). As greves nos transportes públicos são uma expressão clara dessa realidade. Paralisações no Rio, São Paulo, Goiânia, Salvador, São Luis, Florianópolis e outras cidades revindicam aumentos maiores do que os fechados pelas máfias sindicais com as administrações estaduais e municipais. Na contramão deste movimento, em São Paulo, o PSTU-Conlutas que dirige o Sindicato dos Metroviários, deixou passar o pico da greve dos condutores e boicotou a paralisação de 24h do Metrô para o dia 30 de maio, impondo na assembleia da categoria apenas uma paralisação no dia 05 de junho, que mais uma vez deve não ocorrer de fato em virtude da burocracia de “esquerda” apostar suas fichas nas negociações com a justiça do trabalho. No máximo deve se realizar uma paralisação nos horários de pico ou adoção da catraca livre. Como se observa, a Conlutas e a Intersindical, que dirigem sindicatos importantes como o SEPE-RJ ou mesmo os Metroviários-SP, se somam ao esforço da burocracia “chapa branca” em manter as categorias fazendo suas campanhas salariais “ordinárias” sem aprofundar o ascenso em curso para questionar o conjunto do regime político da democracia dos ricos.
O certo é que as lutas em curso demonstram que é possível resistir pela via da ação direta à ofensiva patronal e dos governos capitalistas, sejam comandados pela centro-esquerda burguesa (PT) ou pela oposição conservadora (PSDB-DEM-PSB-REDE). As greves nos transportes públicos são uma expressão clara dessa realidade. Paralisações no Rio, São Paulo, Goiânia, Salvador, São Luis, Florianópolis e outras cidades revindicam aumentos maiores do que os fechados pelas máfias sindicais com as administrações estaduais e municipais. Na contramão deste movimento, em São Paulo, o PSTU-Conlutas que dirige o Sindicato dos Metroviários, deixou passar o pico da greve dos condutores e boicotou a paralisação de 24h do Metrô para o dia 30 de maio, impondo na assembleia da categoria apenas uma paralisação no dia 05 de junho, que mais uma vez deve não ocorrer de fato em virtude da burocracia de “esquerda” apostar suas fichas nas negociações com a justiça do trabalho. No máximo deve se realizar uma paralisação nos horários de pico ou adoção da catraca livre. Como se observa, a Conlutas e a Intersindical, que dirigem sindicatos importantes como o SEPE-RJ ou mesmo os Metroviários-SP, se somam ao esforço da burocracia “chapa branca” em manter as categorias fazendo suas campanhas salariais “ordinárias” sem aprofundar o ascenso em curso para questionar o conjunto do regime político da democracia dos ricos.
No meio desta
ebulição, o conjunto dos partidos da ordem burguesa, inclusive sua ala
“esquerda” (como o PSOL-PSTU) desejam que as mobilizações prossigam no máximo
até o final do mundial da FIFA para que deem início ao circo eleitoral. Para
todos esses senhores o “prazo de validade” para as mobilizações vai até meados
de julho. Até lá o governo do PT tenta manter o controle da situação
trabalhando em duas frentes: repressão aos lutadores que o PIG chama de
“vândalos e baderneiros” do Movimento “Não Vai ter Copa” e contenção das lutas
das categorias através da atuação de seus aliados sindicais tendo a frente a
CUT. Passado o mundial da FIFA, a “gerentona” e Lula vão apostar todas suas
fichas nos acordos com as oligarquias estaduais e seus partidos, como o PMDB.
Já a direta demo-tucana e seu satélite (PSB-REDE-PPS) espera que a ofensiva
midiática do PIG sobre o governo Dilma e as manifestações contra a Copa
desgastem ao máximo a candidatura petista. Aécio vai vender caro sua derrota
eleitoral em segundo turno (com a ajuda de Campos e Marina) justamente para o
imperialismo ianque incidir com força nos rumos do segundo mandato de Dilma e
preparar a transição conservadora para 2018. “Correndo por dentro”, o PSOL
espera fortalecer sua bancada parlamentar sem abrir espaço para os outros
membros da “Frente de Esquerda” via coligações proporcionais. O PSTU tem o
mesmo objetivo, apesar de formalmente manter a pré-candidatura de Zé Maria
anunciando “divergências programáticas” com a direção psolista. Depois que
foram descartados pelo PSOL na aliança de âmbito nacional, os morenistas desejam
pelo menos costurar uma aliança regional que viabilize a eleição da vereadora
Amanda Gurguel (RN) a deputada federal. Não por acaso, na nova “nota pública”
que o PSTU rasteja neste sentido: “A alternativa que o PSTU defende, e que
expressamos quando buscamos construir a Frente com os companheiros não cabe no
conteúdo definido pelo PSOL. Por essa globalidade é que se inviabilizou a
Frente de Esquerda, o que levou o PSTU a lançar candidatura própria à
Presidência da República. Esta decisão, aliás, foi tomada em nosso Encontro
Nacional, após debate em todo o partido e é nossa tradição respeitar as
decisões tomadas desta forma. Por outro lado, a decisão de lançar candidatura
própria em nível nacional não interfere nem traz prejuízos às frentes que já
foram feitas em alguns estados ou às discussões em curso em outros estados,
sempre em base a acordos programáticos, na independência de classe e no
respeito ao espaço dos partidos” (Os debates sobre Frente de Esquerda no
interior do PSOL e a posição do PSTU, 26/05). Ao contrário de patrocinar esse
engodo eleitoralista, os marxistas revolucionários lutam por colocar na ordem
do dia a tarefa de utilizar o debate eleitoral em curso nos movimentos sociais,
inclusive “aquecendo” as mobilizações contra a Copa, a publicidade leninista em
torno do lançamento de uma anticandidatura operária e popular para propagandear
o comunismo e a Ditadura do Proletariado vinculado a uma plataforma de ação
direta da classe.
No curso do
atual ascenso de greves e das lutas populares, a tarefa é passar por cima dos
aparatos sindicais oficiais, sejam eles ligados a burocracia “chapa branca” ou à
“oposição de esquerda” para construir um amplo movimento independente em todo
país, pela via da ação direta! Nenhuma confiança na quadrilha da CUT-CTB que
vai sabotar as campanhas salariais do segundo semestre para fazer campanha para
Dilma e muito menos nos oportunistas eleitoreiros da Conlutas/Intersindical,
que traficam a política de apostar que as “lutas” sejam o combustível de suas
candidaturas reformistas. O desafio prioritário neste momento para reverter uma
conjuntura de “derrotas acumuladas” que marca a atual etapa defensiva da luta
dos trabalhadores dos últimos anos, é construir uma nova direção revolucionária
para o movimento operário e popular, sem ter nenhuma ilusão do circo eleitoral
da democracia dos ricos que vai ser armado logo após o mundial da FIFA!