15M: Imprimir ao Dia
Mundial contra a Copa uma perspectiva socialista em apoio às lutas dos
trabalhadores contra o regime da democracia dos ricos!
Neste 15 de maio está
marcado o Dia Mundial de luta contra a Copa do Mundo. O 15M ocorrerá
simultaneamente em várias cidades do país e tende a polarizar a conjuntura na
medida em que uma série de greves de importantes categorias (rodoviários,
servidores das universidades públicas, professores) e mobilizações populares,
particularmente contra a repressão da PM tomaram conta do país nas últimas
semanas. O sentimento de repúdio popular contra a farra milionária montada pelo
governo Dilma e as oligarquias regionais que controlam os governos nos estados
vem ganhando força entre os trabalhadores às vésperas do mundial da FIFA,
apesar do futebol ser incontestavelmente uma paixão nacional. O sucateamento
dos chamados “serviços públicos” (notadamente saúde e educação) abriu um enorme
fosso no “país do futebol” entre o gosto popular por este esporte e as péssimas
condições de vida do nosso povo. Neste cenário, a ampla divulgação e propaganda
de um programa revolucionário é uma obrigação dos marxistas revolucionários, ainda
mais em um momento em que a candidatura do PT à reeleição cai nas pesquisas e a
direita se “assanha” diante da certa realização do segundo turno na disputa
presidencial. De agora até a abertura da Copa (em 12 de junho) mais protestos
populares vão sacudir o país, cabendo os lutadores intervirem nestas lutas para
construir uma alternativa revolucionária que denuncie o conjunto do regime da
democracia dos ricos, rechaçando inclusive a tentativa do PIG, da direita
demo-tucana de tentar usar o sentimento popular que vai ganhando corpo contra a
Copa para se catapultar na disputa eleitoral. Desde a LBI militamos para que a
luta contra a mafiosa FIFA e seu mundial feito sob medida para as elites
dominantes engordarem ainda mais seus bolsos à custa do suor e sangue dos
trabalhadores seja um ponto de apoio para a ação direta dos trabalhadores
contra os ataques dos patrões a seus direitos. Por isso é fundamental a tarefa
da delimitação política com a direita burguesa que mesmo “faturando” bilhões
com a Copa pretende sabotar o evento para capitalizar eleitoralmente o desgaste
do governo Dilma. Para os Marxistas trata-se exatamente do inverso, ou seja, de
denunciar ativamente o conjunto do modo de produção capitalista, que para
acumular capital em época de crise financeira “fabrica” os megaeventos bancados
pelo caixa do Estado burguês.
Não resta dúvida que o
“clima vem se aquecendo no país” às vésperas do mundial da FIFA. Greves dos
rodoviários, professores, garis, servidores se somam a protestos populares
contra a repressão da PM nas favelas e morros do Rio, assim como na periferia
de São Paulo. As ocupações urbanas, inclusive a que ocorre ao lado do estádio “Itaquerão”,
provam que as demandas dos explorados vêm sendo desprezadas enquanto o governo
federal destina 40 bilhões para as empreiteiras ganharem dinheiro com obras
completamente desnecessárias. Por sua vez, uma parte deste dinheiro foi
destinada para reaparelhar o aparato repressivo do Estado burguês, voltado para
atacar e perseguir as manifestações. O cinismo do governo Dilma em apresentar a
Copa com um instrumento de desenvolvimento nacional não se sustenta, já que o
“legado do mundial” será dívidas a serem bancadas pelo Estado. Não por acaso,
as pesquisas de opinião apontam que vem diminuindo o apoio a Copa no Brasil e
nas ruas se percebe uma clara frieza, apesar de faltar menos de um mês para a
abertura do campeonato. A esquerda “chapa branca” e seus satélites como o PCO
ainda balbucia que “ser contra a copa é coisa da direta contra o governo do PT”.
Entretanto, essa cantilena cola cada vez menos porque não se vê qualquer
conquista social efetiva com a realização da Copa no Brasil, ao contrário, a
percepção é que ela não passou de uma grande negociata para incrementar um
esporte cada vez mais mercantilizado, mercenário e voltado para as elites.
Obviamente que a direita
demo-tucana, apesar de apoiar de fato a Copa por suas estreitas relações com o
grande capital e as transnacionais, deseja que o descontentamento popular com o
Mundial se expresse nas urnas, contra a candidatura Dilma. Setores da classe
média reacionária são a ponta de lança deste deslocamento eleitoral à direita.
Mas os lutadores e a vanguarda combativa sabe que o PT e a direita reacionária
são duas variantes de gestão burguesa, dois lados da mesma moeda. Portanto,
devemos usar os protestos para desmascarar o conjunto do regime da democracia
dos ricos, inclusive o circo eleitoral que se avizinha. Introduzir neste
momento a defesa do boicote ativo as eleições é uma importante tarefa, já que
assim que acabar o circo esportivo entrará em cena com força o circo eleitoral.
O chamado ao boicote eleitoral serve também para se delimitar com a “frente de
esquerda” mesmo com seus membros se apresentando separadamente. PSOL, PSTU e
PCB, entrarão neste teatro como coadjuvantes, inclusive muitas vezes fazendo
eco com a oposição conservadora contra o PT. No máximo exigem uma “copa
popular” e reformas no capitalismo, chegando ao ponto de reivindicaram a
“desmillitarização da PM” e não a destruição revolucionária do aparato
repressivo do estado burguês.
Desde a LBI e da
Juventude Bolchevique chamamos a fortalecer a luta contra o mundial da FIFA,
fazendo que as manifestações programadas em 15M sejam um canal de expressão do
ascenso das mobilizações dos trabalhadores contra o conjunto do regime da
democracia dos ricos. Enquanto PT, PSDB-DEM e a “frente de esquerda” aguardam o
final da Copa para “jogarem” na arena eleitoral, os setores combativos devem
fazer dos protestos um forte movimento de massas de denúncia do conjunto do
regime político, saindo em defesa da revolução proletária e o comunismo. Não
nos interessa transformar o descontentamento popular em “votos de protestos”
contra o governo Dilma, mas forjar uma verdadeira consciência de classe que tenha
clara a necessidade da destruição revolucionária do estado burguês e de seu
aparato repressivo. Nesse sentido, já nas reuniões preparatórias para 15M se
coloca a necessidade de construir comitês de autodefesa para responder a
repressão da PM, chamando o povo pobre das favelas, morros e ocupações urbanas
a se somarem às categorias em luta para arrancar dos patrões e dos governos
burgueses direitos e conquistas que sirvam para fortalecer ainda mais o ascenso
em curso para além das reivindicações econômicas e corporativas! Os próximos
dias serão decisivos para dar o combate no interior do movimento “Não Vai ter
Copa” por esta perspectiva classista, proletária e revolucionária!