sábado, 10 de maio de 2014


15M: Imprimir ao Dia Mundial contra a Copa uma perspectiva socialista em apoio às lutas dos trabalhadores contra o regime da democracia dos ricos!

Neste 15 de maio está marcado o Dia Mundial de luta contra a Copa do Mundo. O 15M ocorrerá simultaneamente em várias cidades do país e tende a polarizar a conjuntura na medida em que uma série de greves de importantes categorias (rodoviários, servidores das universidades públicas, professores) e mobilizações populares, particularmente contra a repressão da PM tomaram conta do país nas últimas semanas. O sentimento de repúdio popular contra a farra milionária montada pelo governo Dilma e as oligarquias regionais que controlam os governos nos estados vem ganhando força entre os trabalhadores às vésperas do mundial da FIFA, apesar do futebol ser incontestavelmente uma paixão nacional. O sucateamento dos chamados “serviços públicos” (notadamente saúde e educação) abriu um enorme fosso no “país do futebol” entre o gosto popular por este esporte e as péssimas condições de vida do nosso povo. Neste cenário, a ampla divulgação e propaganda de um programa revolucionário é uma obrigação dos marxistas revolucionários, ainda mais em um momento em que a candidatura do PT à reeleição cai nas pesquisas e a direita se “assanha” diante da certa realização do segundo turno na disputa presidencial. De agora até a abertura da Copa (em 12 de junho) mais protestos populares vão sacudir o país, cabendo os lutadores intervirem nestas lutas para construir uma alternativa revolucionária que denuncie o conjunto do regime da democracia dos ricos, rechaçando inclusive a tentativa do PIG, da direita demo-tucana de tentar usar o sentimento popular que vai ganhando corpo contra a Copa para se catapultar na disputa eleitoral. Desde a LBI militamos para que a luta contra a mafiosa FIFA e seu mundial feito sob medida para as elites dominantes engordarem ainda mais seus bolsos à custa do suor e sangue dos trabalhadores seja um ponto de apoio para a ação direta dos trabalhadores contra os ataques dos patrões a seus direitos. Por isso é fundamental a tarefa da delimitação política com a direita burguesa que mesmo “faturando” bilhões com a Copa pretende sabotar o evento para capitalizar eleitoralmente o desgaste do governo Dilma. Para os Marxistas trata-se exatamente do inverso, ou seja, de denunciar ativamente o conjunto do modo de produção capitalista, que para acumular capital em época de crise financeira “fabrica” os megaeventos bancados pelo caixa do Estado burguês.

Não resta dúvida que o “clima vem se aquecendo no país” às vésperas do mundial da FIFA. Greves dos rodoviários, professores, garis, servidores se somam a protestos populares contra a repressão da PM nas favelas e morros do Rio, assim como na periferia de São Paulo. As ocupações urbanas, inclusive a que ocorre ao lado do estádio “Itaquerão”, provam que as demandas dos explorados vêm sendo desprezadas enquanto o governo federal destina 40 bilhões para as empreiteiras ganharem dinheiro com obras completamente desnecessárias. Por sua vez, uma parte deste dinheiro foi destinada para reaparelhar o aparato repressivo do Estado burguês, voltado para atacar e perseguir as manifestações. O cinismo do governo Dilma em apresentar a Copa com um instrumento de desenvolvimento nacional não se sustenta, já que o “legado do mundial” será dívidas a serem bancadas pelo Estado. Não por acaso, as pesquisas de opinião apontam que vem diminuindo o apoio a Copa no Brasil e nas ruas se percebe uma clara frieza, apesar de faltar menos de um mês para a abertura do campeonato. A esquerda “chapa branca” e seus satélites como o PCO ainda balbucia que “ser contra a copa é coisa da direta contra o governo do PT”. Entretanto, essa cantilena cola cada vez menos porque não se vê qualquer conquista social efetiva com a realização da Copa no Brasil, ao contrário, a percepção é que ela não passou de uma grande negociata para incrementar um esporte cada vez mais mercantilizado, mercenário e voltado para as elites.

Obviamente que a direita demo-tucana, apesar de apoiar de fato a Copa por suas estreitas relações com o grande capital e as transnacionais, deseja que o descontentamento popular com o Mundial se expresse nas urnas, contra a candidatura Dilma. Setores da classe média reacionária são a ponta de lança deste deslocamento eleitoral à direita. Mas os lutadores e a vanguarda combativa sabe que o PT e a direita reacionária são duas variantes de gestão burguesa, dois lados da mesma moeda. Portanto, devemos usar os protestos para desmascarar o conjunto do regime da democracia dos ricos, inclusive o circo eleitoral que se avizinha. Introduzir neste momento a defesa do boicote ativo as eleições é uma importante tarefa, já que assim que acabar o circo esportivo entrará em cena com força o circo eleitoral. O chamado ao boicote eleitoral serve também para se delimitar com a “frente de esquerda” mesmo com seus membros se apresentando separadamente. PSOL, PSTU e PCB, entrarão neste teatro como coadjuvantes, inclusive muitas vezes fazendo eco com a oposição conservadora contra o PT. No máximo exigem uma “copa popular” e reformas no capitalismo, chegando ao ponto de reivindicaram a “desmillitarização da PM” e não a destruição revolucionária do aparato repressivo do estado burguês.

Desde a LBI e da Juventude Bolchevique chamamos a fortalecer a luta contra o mundial da FIFA, fazendo que as manifestações programadas em 15M sejam um canal de expressão do ascenso das mobilizações dos trabalhadores contra o conjunto do regime da democracia dos ricos. Enquanto PT, PSDB-DEM e a “frente de esquerda” aguardam o final da Copa para “jogarem” na arena eleitoral, os setores combativos devem fazer dos protestos um forte movimento de massas de denúncia do conjunto do regime político, saindo em defesa da revolução proletária e o comunismo. Não nos interessa transformar o descontentamento popular em “votos de protestos” contra o governo Dilma, mas forjar uma verdadeira consciência de classe que tenha clara a necessidade da destruição revolucionária do estado burguês e de seu aparato repressivo. Nesse sentido, já nas reuniões preparatórias para 15M se coloca a necessidade de construir comitês de autodefesa para responder a repressão da PM, chamando o povo pobre das favelas, morros e ocupações urbanas a se somarem às categorias em luta para arrancar dos patrões e dos governos burgueses direitos e conquistas que sirvam para fortalecer ainda mais o ascenso em curso para além das reivindicações econômicas e corporativas! Os próximos dias serão decisivos para dar o combate no interior do movimento “Não Vai ter Copa” por esta perspectiva classista, proletária e revolucionária!