Primeiro de Maio: LBI
delimitou-se
com os dois atos revisionistas convocando a construção de uma alternativa revolucionária
com os dois atos revisionistas convocando a construção de uma alternativa revolucionária
A cidade de São Paulo
foi palco das principais manifestações que marcaram este Dia Internacional dos Trabalhadores
no Brasil. O grosso da burocracia sindical dividiu-se entre apoiadores do
governo Dilma e dos candidatos da oposição burguesa (Aécio-Eduardo Campos).
Através de seus showmícios milionários bancados pelos grupos capitalistas a CUT
fez campanha pela reeleição da “gerentona” petista e a Força Sindical (FS)
engrossou o coro do tucanato. Os revisionistas também trataram de fazer atos
políticos separados competindo em seu programa de reformas do capitalismo a fim
de democratizar o regime político burguês. PSTU, PSOL e seus satélites (LER,
POR) realizaram uma manifestação esvaziada na Praça da Sé junto com as
Pastorais Sociais da reacionária Igreja Católica. O PCO reuniu-se na Quadra do
Sindicato dos Bancários-SP (controlado pela máfia da Articulação) em uma
panaceia despolitizada e amorfa formada por uma pequena plateia de
“delegações”, com direito a ônibus fretados e diárias pagas, sem qualquer
relação real com o movimento de massas e sua vanguarda mais combativa. Além de
denunciar a farsa pró-patronal montada pela CUT e a FS, a LBI delimitou-se com
os dois atos revisionistas que ocorreram na capital paulista. A pequena, porém,
aguerrida militância de nossa corrente política distribuiu nestas duas
atividades o manifesto “Nem levantar o ‘fantasma’ da ameaça do golpe, Nem
apoiar o eleitoralismo de ‘esquerda’! Por um Primeiro de Maio internacionalista
de luta contra a ofensiva imperialista sobre os povos!”, abrindo um importante
debate com vários ativistas que representam os setores mais conscientes dos
trabalhadores. Como nos ensinou Trotsky um debate político se ganha com a “justeza
das ideias e não com o número de pessoas que um aparato possa juntar”, neste
sentido a LBI pode-se considerar “vitoriosa” neste Primeiro de Maio apontando o
único caminho estratégico correto para a classe operária derrotar a brutal
ofensiva imperialista em curso na conjuntura mundial.
Candido
Alvarez, Secretário Geral da LBI, na banca do JLO
na Praça da Sé junto à militância da regional de São Paulo
na Praça da Sé junto à militância da regional de São Paulo
O principal ato político
da “esquerda” contou com apenas cerca de mil pessoas. PSOL e PSTU estavam
dividindo o palanque controlado por “suas” centrais sindicais (Conlutas e
Intersindical) em uma pífia medição de força de aparatos que refletem as
disputas sindicais e eleitorais em curso, como professores de São Paulo e
Químicos do Vale do Paraíba. No campo eleitoral da democracia dos ricos ambos
partidos devem sair separados na disputa presidencial, como “dois lados da
mesma moeda”. Não por acaso, o que se viu no programa defendido por estes
agrupamentos neste Primeiro de Maio foi uma total unidade em defesa dos
neonazistas na Ucrânia, saudados por estes revisionistas como a vanguarda da
“revolução” contra os “resquícios do stalinismo” na antiga república soviética.
Já no Brasil, o PSOL e seu candidato a presidente, Randolfe Rodrigues, segue
apoiando as iniciativas da direita demo-tucana contra o governo do PT, no que é
acompanhado pelo PSTU como uma sombra disciplinada, tanto que os morenistas
denunciam a “grande novidade” de haver “corrupção na Petrobras” com o único
objetivo de conseguir uma vaguinha no parlamento burguês diante da queda de
Dilma e dos candidatos da frente popular nas pesquisas. Diante dos ativistas
presentes na Praça da Sé, o núcleo de militantes da LBI de São Paulo defendeu a
necessidade de dotar as manifestações contra a Copa do Mundo de um programa
revolucionário denunciando o grande negócio capitalista em curso que beneficia
a mafiosa FIFA e as quadrilhas de todos os partidos burgueses, sejam ligadas ao
PT ou a oposição burguesa (PSDB, PSB-Rede). Por seu turno, nos postamos em
defesa da luta contra o fascismo na Ucrânia, que hoje ataca os trabalhadores
das cidades do Leste do país por estes desejarem através de suas “repúblicas
populares” se unificar com a Rússia. Nesse sentido, aproveitamos a atividade
para vender dezenas de Jornais Luta Operária que aborda esta questão, assim
como para denunciar o bloco revisionista (PSTU-CST-LSR-LER-TPOR) que se coloca
no campo da contrarrevolução, repetindo a conduta vergonhosa que tiveram quando
da queda do Muro de Berlim e da URSS! Estes são os mesmos que saudaram as
bombas da OTAN na Líbia ou os ataques dos “rebeldes” na Síria em nome da
chamada “Primavera Árabe” que só levou barbárie social a estes países! Por fim,
fizemos o chamado aos lutadores presentes em somar-se a campanha nacional que a
LBI desenvolverá neste segundo semestre contra o circo eleitoral da democracia
dos ricos, chamando não só o boicote ativo, mas a organização de um encontro
nacional para organizar este combate que denunciará não somente a frente
popular e a oposição conservadora, mas também o cretinismo parlamentar da
“esquerda” revisionista em todas suas variantes!
Da esquerda para a
direita: Roberto Bergoci,
dirigente do CR SP/LBI, Candido Alvarez, SG/LBI
e Marco Queiroz, Porta Voz nacional/LBI
dirigente do CR SP/LBI, Candido Alvarez, SG/LBI
e Marco Queiroz, Porta Voz nacional/LBI
A militância da LBI em
São Paulo também foi ao ato do PCO para denunciar sua falsa política “contra o
golpismo e a direita”. Distribuímos nosso manifesto para uma “plateia”
completamente despolitizada e sem qualquer ímpeto de defesa das posições
distracionistas de Causa Operária. Não era para menos! Os que saudaram a
“revolução” que impôs a restauração capitalista na URSS comemoraram a queda do
Muro de Berlim, festejaram a derrubada de Kadaffi pela OTAN e chegaram a vibrar
com os “rebeldes” na Síria, agora dizem que no Brasil Dilma pode ser vítima de
um “golpe da direita”! O PCO que se emblocou com golpistas reacionários no
mundo afora (e acaba de fazê-lo na Argentina ao comemorar a deflagração de uma
greve reacionária contra Cristina Kirchner), de repente descobriu que
supostamente a reação burguesa deseja derrubar o governo do PT, que o golpe
está em curso! Chamam a formação de uma “frente única antifascista” justamente
quando a burguesia nativa aposta todas suas fichas na continuidade do projeto
de colaboração de classes do governo da frente popular através da reeleição da
“gerentona” petista, usando as candidaturas de Campos e Aécio apenas para
chantagear Dilma em busca de um segundo mandato ainda mais servil aos
interesses do capital! O mais tragicômico é que Causa Operária coloca entre os
“golpistas” e “a serviço da direita” o movimento “Não vai ter copa” que por
mais limitado que seja agrupa a juventude radicalizada em importantes
manifestações de rua que questionam a farra bilionária do mundial da FIFA.
Também não por acaso, longe de defender a destruição do aparato repressivo pela
via revolucionária, os revisionistas do PCO se colocam pela “dissolução da
PM”... talvez acreditando que o governo burguês do PT e seus aliados possam
tomar tal medida para inibir os supostos “golpistas”! No campo internacional o
núcleo de militantes da LBI denunciou que os que agora se dizem contra os
fascistas na Ucrânia foram os mesmos que festejaram a dissolução da URSS e a
transformação das repúblicas soviéticas em colônias capitalistas. Por tudo
isso, a proposta do PCO contra o “golpismo” soa como uma piada de salão! Longe
de representar uma delimitação com o ato da Praça da Sé organizado pela “frente
de esquerda”, a atividade do PCO é a demonstração de simples autopreservação
completamente artificial, própria de um partido incapaz de dar um vivo combate
de princípios contra seus “primos” do PSTU com quem até ontem estavam unidos
saudando a queda de kadaffi pelos “revolucionários” pró-OTAN. Todos esses
elementos só reafirmam no terreno nacional o que declaramos em nosso manifesto
distribuído no ato do PCO sem que ninguém se atrevesse contestar a militância
da LBI: “Combater vigorosamente a atual ofensiva reacionária das classes
dominantes nada tem a ver com levantar o ‘fantasma’ do golpe, que deve ser
compreendido na dinâmica concreta da correlação de forças entre as classes
sociais e nunca como a necessidade do ‘rebaixamento’ de nosso programa
comunista para possibilitar a suposta ‘derrota da direita’”.
Diante da completa
carência de um verdadeiro ato de Primeiro de Maio, classista e
internacionalista, que agrupe a vanguarda na luta contra a ofensiva
imperialista sobre os povos assim como para levar a frente o combate contra o
recrudescimento do regime político da democracia dos ricos em nosso país, a LBI
convoca o ativismo classista, os coletivos e as organizações que se reclamam revolucionários
a somarem esforços para que o próximo Dia Internacional dos Trabalhadores seja
marcado pela construção de uma alternativa política e organizativa
revolucionária para agrupar um polo de vanguarda anticapitalista e
anti-imperialista. A LBI conseguiu em 2009 junto com outros agrupamentos
realizar com pleno êxito na Praça Ramos no centro da capital paulista um
combativo ato com o eixo político “Primeiro de Maio classista e independente do
Estado, dos patrões, dos pelegos e da frente popular”. Neste momento, faz-se
urgente retomar aquela importante e histórica iniciativa para que os marxistas
proletários possam dar o combate sem trégua, a fim de manter a independência
política de classe diante da burocracia sindical “chapa branca”, da oposição
burguesa e dos revisionistas da “frente de esquerda” e do PCO. Nesta tarefa
desde já a militância da LBI em São Paulo e em nível nacional, dentro de suas
modestas forças, está empenhada neste desafio, seguindo o exemplo que o velho
Trotsky no deixou em sua rica e perseverante batalha pela construção do partido
revolucionário, a IV Internacional!