Quando denunciamos que o grupo Transição Socialista
(ex-Negação da Negação) tinha ampla simpatia pela candidatura de Bolsonaro
apesar de formalmente chamar o Voto Nulo, alguns leitores do Blog da LBI e
mesmo ativistas de esquerda consideraram um “exagero” de nossa parte. Militantes
do PSTU chegaram inclusive a ter simpatia com a posição da TS depois do giro
político de 180º da direção Morenista em chamar o voto no PT e apoiar a
candidatura de Haddad. Explicamos que a linha política da TS de convocar atos
comuns como grupos neofascistas como o MBL defendendo a prisão de Lula e seu
apoio a Operação Lava Jato do Juiz Moro, saudando a ação policialesca da PF e
do Ministério Público, expressavam concretamente essa aproximação política com
Bolsonaro e seu eleitorado direitista. Alertamos que a TS só não chamava a
votar no ex-capitão do exército por ter “vergonha política” de apoiar o neofascista
entre a “esquerda”, ambiente que ainda convive. Agora, o balanço eleitoral da
TS confirma plenamente o que afirmamos! Este grupo sequer considera Bolsonaro
um representante da extrema-direita e neoliberal, seria apenas um “irmão
siamês” do PT... Em seu delírio TS afirma “Bolsonaro não é ‘ultra-liberal’.
Este adjetivo só serve para aqueles que queriam capitular ao PT, taxando-o
como, pelo menos (ufa!), ‘liberal’. Bolsonaro não é ‘ultra-autoritário’. Este
adjetivo só serve para aqueles que preferiam apenas um ‘autoritário’ petista.
Os militares estavam com Bolsonaro como estariam com Haddad. E talvez se
desmoralizem mais rapidamente com Bolsonaro do que se desmoralizariam com
Haddad. Bolsonaro é apenas mais um fantoche da ordem capitalista” (A vitória de
Bolsonaro e futuro do Brasil, 30.10). Em resumo, Bolsonaro e Haddad
representariam a mesma tendência política “totalitária”, mas segundo a TS o
candidato do PT expressaria um espectro ainda mais autoritário porque a Frente
Popular controlaria o movimento operário, tendo inclusive o apoio majoritário
dos militares nesta campanha. A partir dessa análise alucinada, TS justifica
todas suas alianças política com os neofascistas do MBL, Vem Pra Rua e com a
extrema-direita para derrotar o PT... esses quinta-colunas apenas “amarelaram”
na hora de chamar o voto no energúmeno reacionário. TS tenta “explicar
teoricamente” porque Bolsonaro e o Haddad são iguais, porém o PT mais
autoritário: “Reafirmamos as nossas análises: há uma tendência de autoritarismo
(bonapartismo) crescente no Brasil. Ela se confirma e se encaminha
independentemente de Lula(Haddad) ou Bolsonaro. Mas ainda não vivemos sob o
bonapartismo. Achar que havia risco do bonapartismo só com Bolsonaro e não com
Lula (Haddad) é inocência, é acreditar no dilúvio. A tendência de autoritarismo
tem a ver com o fim de um ciclo histórico de dominação da burguesia, especificamente
com o enfraquecimento dos mecanismos de controle da classe operária (a saber:
falência histórica do PT e de seus braços de retenção dos proletários,
demarcadamente após 2013). A luta de classes esquenta e isso empurra a mudança
do regime. A superestrutura ideológica/repressora tem de necessariamente
recrudescer para acalmar o lento ascenso que o operariado realiza em fábricas —
apesar da ausência de direção política, e a despeito dos que acham que a classe
operária desapareceu”. Com podemos observar, TS “celebra” a vitória de
Bolsonaro sob o argumento estapafúrdio de que este não teria força para deter
um inexistente “ascenso operário” atualmente em curso, isso quando a classe
operária se encontra em completa defensividade política e social. Sob argumentos
idênticos a TS celebrou a intervenção da OTAN na Líbia acusando Kaddaffi de ser
um aliado do imperialismo, tanto que celebraram a “vitória da revolução” contra
o “ditador sanguinário”! Nesse surto contrarrevolucionário tiveram ao seu lado
o PSTU e a CST, por esta razão TS “estranhou” que os Morenistas não estivessem
no 2º turno ao seu lado “dialogando” com eleitorado de Bolsonaro nem nos atos
pelo impeachment ao lado dos grupos neofascistas como o MBL. A tese política da
TS é que PT e Bolsonaro são iguais, expressam “tendências autoritárias
bonapartistas” sendo a Frente Popular ainda mais perigosa no quesito do
autoritarismo, como textualmente aponta “De um ponto de vista geral, a crise da
dominação burguesa se aprofunda com a vitória de Bolsonaro. Não apenas pela sua
falta de ‘preparo’, não apenas pela maior pulverização dos partidos no
Congresso, não apenas pelo mesmo fenômeno entre os governadores, mas sobretudo
porque vão à falência as históricas direções traidoras do proletariado, porque
vão à falência as máfias sindicais, porque vão à falência os partidos que vivem
de mamata do fundo partidário — mesmo os que se dizem de esquerda. A crise da
dominação burguesa também avançaria com o PT, mas este, no governo, ao menos
reforçaria seus mecanismos de controle do operariado fabril”. Com este balanço
final, ficou ainda mais claro que a TS sempre desejou fazer frente única com a
base eleitoral direitista de Bolsonaro contra o PT, sendo seu chamado ao Voto
Nulo apenas um disfarce para enganar incautos e ingênuos! Alertar que ambas as
candidaturas eram burguesas como fez a LBI, não significa de forma alguma dizer
que elas eram iguais e representavam os mesmos setores sociais e políticos da classe dominante como
fez a TS. Tanto que neste momento em que o PT chama a formação de uma “Frente
Democrática” com setores da burguesia contra Bolsonaro (em rumo oposto político
do que afirma a TS), lançamos a tarefa de organizar uma Frente Única de Ação
com o proletariado na vanguarda da resistência as investidas de Bolsonaro,
formar comitês de base nos sindicatos, fábricas e escolas, preparar a
resistência nas ruas. Já os trânsfugas da TS vão seguir seu caminho vergonhoso
no papel de escória de direita travestida de “esquerda trotskista”, merecendo o
justo ódio de classe dos lutadores do movimento operário, popular e estudantil
que buscam enfrentar na luta o neofascista Bolsonaro sem capitular ao PT.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
30 DE OUTUBRO DE 1922 -
MUSSOLINI E SUAS MILÍCIAS MARCHAM SOB ROMA E ASSUMEM O GOVERNO NA ITÁLIA:
AS ORIGENS DO FASCISMO E A TRAIÇÃO DA INSURREIÇÃO PROLETÁRIA PELOS REFORMISTAS
E O STALINISMO
AS LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA ITALIANA
LEON TROTSKI
LEON TROTSKI
O fascismo italiano foi resultado imediato da traição da
insurreição do proletariado italiano, pelos reformistas. Desde o fim da guerra,
o movimento revolucionário na Itália foi sempre crescendo e resultou, em
setembro de 1920, na ocupação das usinas e das fábricas pelos operários. A
ditadura do proletariado tornava-se um fato e só restava organizá-la e tirar
dela todas as conclusões. A social- democracia teve medo e recuou. Depois de
esforços audaciosos e heroicos, o proletariado se viu diante do vácuo. A
interrupção do movimento revolucionário foi a premissa mais importante para o
crescimento do fascismo. Em setembro, a ofensiva revolucionária do proletariado
foi interrompida; já em novembro se verificou a primeira demonstração de forças
importante dos fascistas (a tomada de Bolonha). É verdade que o proletariado foi capaz de lutas defensivas
mesmo depois da catástrofe de setembro. Mas a social-democracia só se
preocupava com uma coisa: retirar da linha de fogo os operários, a preço de
concessões ininterruptas. Os social-democratas esperavam que a atitude dócil
dos operários erguesse “a opinião pública” da burguesia contra os fascistas.
Mais do que isso, os reformistas contavam até mesmo com o auxílio de Vítor
Manuel. Até o último minuto, refrearam com todas as suas
forças os operários na luta contra os bandos de Mussolini. Mas em vão. Depois
das altas esferas da burguesia, a coroa se colocou do lado do fascismo.
Convencidos, no último momento, de que não se pode combater o fascismo pela
docilidade, os social-democratas chamaram os operários para uma greve geral.
Mas o seu apelo foi um fiasco. Os reformistas tinham molhado por tanto tempo a
pólvora, temendo que ela explodisse, que quando finalmente lhe aproximaram o
fósforo com a mão trêmula, ela não pegou fogo. Dois anos depois do seu nascimento, o fascismo chegou ao
poder. Consolidou suas posições graças ao fato do primeiro período de seu
domínio ter coincidido com uma conjuntura econômica favorável que sucedeu a
depressão dos anos 1921-1922. Os fascistas esmagaram o proletariado em retirada
por meio da força ofensiva da pequena burguesia. Mas isso não se deu de uma
vez. Já no poder, Mussolini avançava no seu caminho com certa prudência: ainda
não tinha o modelo feito. Durante os dois primeiros anos, a Constituição nem
mesmo foi modificada. O governo fascista tinha um caráter de coligação. Nesse
período, os bandos fascistas trabalhavam com paus, facas e revólveres. O Estado
fascista, que equivale ao estrangulamento completo de todas as organizações
independentes de massas, foi criado pouco a pouco.
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
COMO AVANÇAR NA RESISTÊNCIA AO FASCISMO? “FRENTE AMPLA DEMOCRÁTICA” COM A BURGUESIA OU FRENTE ÚNICA DE AÇÃO DIRETA COM O PROLETARIADO NA VANGUARDA DA LUTA POLÍTICA E SOCIAL
A vitória do neofascista Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais
deste domingo colocou ainda mais em relevância um debate que já estava sendo travado pela vanguarda política de esquerda: Qual tática política os trabalhadores devem
adotar para enfrentar a reação burguesa que agora assume o governo central do
país? O PT e seus aliados no 2º turno, como PSOL e PCB, em nome de “derrotar o
fascismo” nas urnas chamaram a formação de uma “frente ampla democrática” com
os partidos burgueses e seus representantes, como Ciro Gomes, Marina Silva,
FHC...muitos militantes celebraram o apoio de figuras como Joaquim Barbosa e Rodrigo
Janot, homens do judiciário que criaram as condições políticas sombrias para chegar no quadro
político reacionário em que nos encontramos, como a caçada aos dirigentes petistas e o golpe parlamentar contra Dilma. PT e PSOL apoiaram Eduardo Paes
(DEM) e Márcio França (PSB) em nome do combate eleitoral aos aliados de
Bolsonaro nos estados. Agora que a Frente Popular perdeu as eleições
presidenciais, Haddad já anuncia que devemos ter “esperança” e esperar “sem
medo” até 2022 para derrotar Bolsonaro nas urnas, inclusive vergonhosamente ligando ao facínora para lhe dar os parabéns pela vitória e desejar sucesso ao ex-capitão do exército. Trata-se da política de aguardar passivamente que o novo governo neofascista se desgaste durante 4 anos com a
aplicação do plano de guerra neoliberal contra o povo, para posteriormente o PT
voltar ao Palácio do Planalto nas próximas eleições, seguindo o rito institucional da democracia dos ricos. Nesse período, o PT vai
buscar consolidar essa “frente ampla democrática” com a burguesia, que
representa o embrião de um novo governo tipo o de Dilma Rousseff, ou seja, uma
futura gerência de colaboração de classes com os partidos da burguesia que se
declararem “oposição responsável” ao governo Bolsonaro. Nessa perspectiva, após
uma gestão de extrema-direita, se empossaria em 2022 um governo débil
comprometido com uma “frente democrática” burguesa avalista de um programa
neoliberal “light” e apologista de “reformas” supressoras de direitos sociais
dos trabalhadores ainda pendentes pós-Bolsonaro, em resumo uma reedição piorada do que foi a gerência Dilma,
com seu fiasco responsável direta pela via de fortalecimento da “onda
conservadora” que assolou o país a partir do início de 2015. Essa orientação
política não tem como horizonte o combate nas ruas, pela ação direta dos
trabalhadores ao neofascista, sua derrubada pelos métodos de luta da classe
operária. Os lutadores sociais e ativistas classistas não podem embarcar nesse
engodo de sustentar o regime político enquanto o capital ataca duramente nossas
conquistas usando os instrumentos de sua pseudo-democracia (parlamento,
justiça, governo central). Nossa tarefa é organizar uma Frente Única de Ação
com o proletariado na vanguarda da resistência as investidas de Bolsonaro,
formar comitês de base nos sindicatos, fábricas e escolas, preparar a
resistência nas ruas. Um fato alentador nesse caminho se expressa no importante
dado político de que os votos nulos e brancos somaram mais de 11 milhões de
votos no 2º turno, ficando acima da diferença entre Bolsonaro e Haddad (10
milhões e 700 mil). Esse fenômeno (cujo percentual de nulos é o maior desde 1989) expressaram um ato ativo de protesto, mesmo dentro do circo
eleitoral, tanto ao PT como ao neofascista, representando uma base política
importante para construir uma ferramenta de luta superior e de classe a
ilusória “mudança pelo voto” como apregoa o PT, esperando durante 4 anos um
novo governo de pacto com setores de centro e mesmo de direita da burguesia como
foi a gestão neoliberal de Dilma. Nesse sentido, a opção pelo voto nulo ou em
branco em meio a imensa polarização eleitoral foi uma escolha consciente de não
legitimar nem a Frente Popular e muito menos o neofascista Bolsonaro, um
movimento bem mais progressista até mesmo que a abstenção passiva, ainda que
também esta expresse deformadamente a desilusão de uma ampla camada dos
trabalhadores com a democracia burguesa. Como afirmamos durante a campanha
eleitoral, os Marxistas Leninistas não nos negamos a estabelecer todo tipo de
frente única de ação com a Social Democracia, ou mesmo com partidos burgueses
que estejam contra a ofensiva fascista ou se coloquem contrários a iminência de
um golpe militar, porém integrar um frente burguesa “democrática” para
fortalecer uma futura candidatura petista em 2022, ainda mais de um partido que
esteve no governo central por mais de uma década, é outra questão totalmente
distinta da tática de frente única defendida por Trotsky. O que está colocado
neste momento é organizar desde já a resistência nas ruas. É necessário que as
organizações políticas e sindicais da classe operária organizem em frente única
a resistência orgânica dos movimentos sociais para derrotar a ofensiva reacionária
e neoliberal em plena ascensão no país. Esta tarefa urgente passa bem longe de impulsionar
uma “frente ampla democrática” com a burguesia que paralisará as lutas e
amortecerá o combate de classe dos oprimidos ao governo neofascista de
Bolsonaro, dando-lhe mais condições para atacar nossos direitos e conquistas!
domingo, 28 de outubro de 2018
BOLSONARO VENCE SOB UMA DAS MAIORES FRAUDES DA HISTÓRIA:
TAREFA URGENTE SERÁ ORGANIZAR A DERROTA DO GOVERNO FASCISTA NA AÇÃO DIRETA DAS MASSAS,
SEM ALIMENTAR ILUSÕES NA “FRENTE AMPLA DEMOCRÁTICA” UMA VIA PARA MAIS UMA ESTRONDOSA
DERROTA COMO FOI A DE NUTRIR “ESPERANÇAS” NA FARSA INSTITUCIONAL
sábado, 27 de outubro de 2018
ENQUANTO O PT SABOTA SUA CANDIDATA AO GOVERNO DO RIO GRANDE
DO NORTE A ESPERA DO APOIO DE CIRO QUE NÃO VEIO, O PSOL E SEUS GRUPOS INTERNOS ESCANDALOSAMENTE APOIAM PAES (DEM), REMANESCENTE DA QUADRILHA DE CABRAL NO RIO DE JANEIRO
Os lances finais da campanha eleitoral revelam bem o caráter
patético e desmoralizante da política de colaboração de classes do PT e do PSOL.
O primeiro foi o fato de Ciro Gomes ter desembarcado ontem à noite em Fortaleza
depois de passar todo o 2º turno na Europa sem qualquer participação na
campanha petista, a não ser o ataque virulento de seu irmão Cid Gomes ao PT em
um palco armado pelo próprio governador petista Camilo Santana, um canalhada
amplamente divulgada por Bolsonaro no horário eleitoral da TV. O chefe da
oligarquia permaneceu em seu mais absoluto “silêncio neutral” acerca das
eleições presidenciais deste domingo, nada falou e muito menos gravou um
depoimento em vídeo chamando a votar em Haddad, como esperava a direção petista.
Tragicômico, horas antes, em viagem a Salvador, o candidato do PT à
Presidência, Fernando Haddad, havia dito que sua candidatura “vai ganhar uns
três ou quatro pontos com o apoio do Ciro”, em referência a um vídeo que o
candidato do PDT Ciro Gomes, derrotado no primeiro turno da corrida
presidencial, poderia gravar declarando apoio ao petista na reta final do
segundo turno. O petista ficou a “ver navios”! Em meio a mais essa cretinice
dos irmãos Gomes, a política suicida do PT de subordinação às oligarquias faz
outra “vítima”. Fátima Bezerra que disputa o segundo turno no Rio Grande do Norte
sequer recebeu o apoio de Haddad para não desagradar o PDT nacional. Haddad nem
pisou em Natal, apesar de ter visitado todas as capitais no Nordeste neste 2º
turno. Fátima concorre com Carlos Eduardo (PDT), que disputa a vaga ao governo estadual
com o PT. O “detalhe” é que o pedetista potiguar apoia o neofascista Bolsonaro,
assim como todos os candidatos do PDT que disputam o 2º turno. Os fatos comprovam
a completa nulidade política de apoiar Haddad em nome de “combater o fascismo”,
quando na verdade o próprio PT cede cada vez mais à direita (FHC, Marina), às
oligarquias reacionárias e a seu programa de ajuste neoliberal, desmoralizando
qualquer resistência popular ao crescimento da ofensiva reacionária em curso.
Por sua vez, o PSOL que havia aderido à campanha de Haddad recorrendo ao mote
político de “derrotar a extrema-direita”, foi ainda mais a fundo nessa linha de
capitulação as candidaturas da burguesia, chegando ao ponto de chamar o voto em
Eduardo Paes (DEM) no Rio de Janeiro, um remanescente da mafiosa quadrilha de Cabral tendo como pretexto "combater o fascista Witzel". Ao justificar seu apoio
eleitoral a partir dessa fórmula política distracionista e sem conteúdo de
classe (democracia versus fascismo), o PSOL tenta legitimar seu apoio ao
representante da direita tradicional e repressor dos trabalhadores cariocas
quando foi prefeito da capital, em nome de “combater o neofascismo”, negando-se
a denunciar os dois algozes burguses neoliberais dos trabalhadores que merecem
o justo ódio e repúdio dos oprimidos. Registre-se que o apoio a Eduardo Paes
abrange todas as "celebridades" do PSOL carioca (Marcelo Freixo, Tarcísio Motta,
Chico Alecar) assim como os grupos internos como a Resistência de Valério
Arcary e Tatianny Araújo (ex-NOS), que declarou “Nem nacionalmente, nem no Rio!
Oportunismo com a perda e a dor alheia por parte de quem nos odeia e nos quer
exterminados, nem pensar! #witzelnão”. Como podemos observar, PT e PSOL não
servem como ponto de apoio para a luta dos trabalhadores nestas eleições,
apenas estão a serviço de para sabotar a resistência direta dos explorados
através da luta direta. Ao afirmarem neste momento que o ponto máximo da luta
contra o fascismo é votar Haddad e Paes, estão semeando paralisia e derrota
para as massas, desarmando a organização dos oprimidos contra seus inimigos de
classe!
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
43 ANOS DO ASSASSINATO DE VLADIMIR HERZOG: HONRAR OS QUE TOMBARAM PELA TORTURA DOS GENOCIDAS MILITARES SIGNIFICA ORGANIZAR O COMBATE REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES CONTRA A DITADURA DO CAPITAL SEM NENHUMA ILUSÃO NA
DEMOCRACIA BURGUESA!
Há 43 anos era assassinado pela ditadura militar o
jornalista iugoslavo de origem judaica e naturalizado brasileiro, Vladimir
Herzog. Logo após o golpe de 1964, o nome de Vladimir Herzog passou
a constar das listas do DOPS, entre jornalistas considerados inimigos do
regime, pois assinara, em 1965, um manifesto de intelectuais contra as
perseguições políticas. Contratado por três anos pela BBC, em junho de 1966,
deixou o país rumo à Inglaterra, seguido por Clarice em dezembro do mesmo ano.
Lá, onde Vlado trabalhou até o final de 1968, nasceram os filhos Ivo e André.
Mesmo com a decretação do AI-5, decidiu por retornar ao Brasil quando seu
contrato com a TV estatal inglesa terminou. Foi trabalhar na produção de
comerciais em uma agência de publicidade e, em 1970, virou freelancer na
Revista Visão, tornando-se depois seu editor de cultura. Em 1973, Vlado foi
convidado a integrar a equipe de jornalismo da TV Cultura de São Paulo, mas a
experiência terminou em dezembro de 1974, após muitas pressões contra o “bando
de subversivos” que buscavam renovar o formato dos noticiários, apesar de toda
censura. Vlado dedicou-se a roteiros de cinema (um documentário sobre
Canudos e o filme Doramundo, de Geraldo Ferraz), deu aulas na Escola de
Comunicação e Artes da USP, teve passagem relâmpago pelo jornal Opinião e
decidiu entrar para o PCB, na célula dos jornalistas da revista Visão. Dizia,
com certo grau de humor, ter optado pelo Partido Comunista por entender que
somente duas organizações nacionais tinham condições de derrotar a ditadura: a
Igreja Católica e o PCB. Reforçou sua opção pelo PCB o fato de o partido não
ter optado à época pela luta armada. Entretanto, a tática adotada pelos
comunistas não impediu o massacre que veio a seguir, do qual o próprio Vlado
seria vítima, ao aceitar o convite para retornar à TV Cultura, assumindo a
direção do Departamento de Jornalismo. Herzog se apresentou
espontaneamente às instalações do DOI-CODI, no dia 24 de outubro de 1975. O
local funcionava dentro do quartel-general do II Exército, em São Paulo. Foi lá
para “prestar esclarecimentos” sobre suas “ligações e atividades criminosas” por sua ligação com o PCB que não tinha aderido a luta armada... e
nunca saiu. No local, foi torturado e morto. O DOI-CODI, onde Herzog foi morto, foi comandado
pelo Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, saudado por Bolsonaro no Congresso
Nacional, em abril de 2016, quando votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O Serviço Nacional de Informações (SNI) foi comunicado
em Brasília de que naquele dia 25 de outubro: “cerca de 15h, o jornalista
Vladimir Herzog suicidou-se no DOI/CODI/II Exército”. No laudo cadavérico
expedido pela Polícia Técnica de São Paulo, Herzog se enforcara com uma tira de
pano – a “cinta do macacão que o preso usava” – amarrada a uma grade a 1,63
metro de altura. Ocorre que o macacão dos prisioneiros do DOI-CODI não tinha
cinto, o qual era retirado, juntamente com os cordões dos sapatos, segundo a
praxe naquele órgão. No laudo, foram anexadas fotos que mostravam os pés do
prisioneiro tocando o chão, com os joelhos fletidos – posição em que o
enforcamento era impossível. Foi também constatada a existência de duas marcas
no pescoço, típicas de estrangulamento. O
ato ecumênico pela morte de Herzog, na Catedral da Sé, em São Paulo, no dia 31
de outubro de 1975, foi a primeira grande manifestação pública contra a
ditadura desde a promulgação do Ato Institucional nº 5, em dezembro de 1968.
Oito mil pessoas conseguiram entrar na catedral e uma multidão ficou de fora.
Além disso, em 1978, o legista Harry Shibata confirmou ter assinado o laudo
necroscópico sem examinar ou sequer ver o corpo. Hoje 43 anos após o
assassinato de Vladimir Herzog é necessário tirar as lições de sua morte pela ditadura: organizar a luta
do proletariado contra a ofensiva reacionária, sem depositar nenhuma ilusão no
circo eleitoral da democracia dos ricos. A LBI se mantém firme no combate por
desmascarar a democracia dos ricos como uma face da ditadura do capital e
dedica o melhor de suas forças à construção do Partido Revolucionário. Alertamos que não é patrocinando ilusões nas eleições burguesas e no candidato da Frente
Popular que combateremos o fascismo ou seus herdeiros da ditadura militar como Bolsonaro! Para honrar a vida dos que tombaram mortos pelos gorilas é necessário organizar a resistência através da luta direta da classe operária, com seus métodos de luta tendo como objetivo liquidar a ditadura do capital e marchar na construção do Comunismo!
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
CONLUTAS APOIA PROGRAMA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DA CUT E DAS CENTRAIS PELEGAS EM NOME DE “DERROTAR BOLSONARO” NAS URNAS: TODA A BUROCRACIA SINDICAL QUE DEFENDE A "REGULAÇÃO DO CAPITAL" UNIDA EM DEFESA DA DEMOCRACIA BURGUESA E DA CANDIDATURA NEOLIBERAL "LIGHT" DE HADDAD!
“Para derrotar Bolsonaro nas urnas e nas ruas, votamos 13”.
Com essa fórmula programática a CSP-Conlutas acaba de subscrever a “nota das
centrais sindicais” em apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT). Trata-se
não “só” do apoio eleitoral ao representante da Frente Popular mas da
elaboração de um programa comum entre a central sindical dirigida
majoritariamente pelo PSTU com a CUT e as demais centrais ultra-pelegas como a
UGT e a NCST. Em nome da “defesa dos direitos dos trabalhadores” a CSP-Conlutas
levanta um programa em defesa da democracia burguesa, como textualmente está
escrito na nota: “Não podemos ficar calados diante do risco que essa
candidatura representa. Por isso, em defesa da autonomia e da democracia, as
Centrais, Sindicatos e milhares de sindicalistas em todo Brasil estão, neste
segundo turno, chamando nossa classe a votar contra Bolsonaro e votar 13”. Em
todo panfleto não há um chamado a ação direta dos trabalhadores e a frente
única de ação para enfrentar a ofensiva reacionária em curso, mas sim de uma frente política que reivindica a regulação do capital. As “ruas” são
apenas um adereço amorfo para melhor justificar o voto em Haddad, que já
anunciou seu compromisso com a aplicação do ajuste neoliberal ditado pelos
rentistas, com o PT se aproximando da centro-direita (PSDB, PDT, PSB) em nome da
formação de um governo burguês de “unidade nacional”. Como afirmamos
anteriormente, quando o PSTU decidiu “votar 13” estava prestando um apoio
político ao PT, agora com a nota assinada pela CSP-Conlutas fica mais que
evidente que os sindicalistas ligados aos partidos foram além: elaboraram um
programa democrático burguês comum com os representantes sindicais da Frente
Popular e das centrais amarelas. Caiu a máscara de que o voto do PSTU não se
tratava de um apoio político, na medida que a CSP-Conlutas agora não só apoia politicamente
o candidato petista como subscreve um programa em defesa da democracia
burguesia, tudo isso em nome de combater um “projeto de ditadura” quando até
ontem tanto a Conlutas como o próprio PSTU negavam a existência de uma ofensiva
fascista no Brasil. Não resta a menor dúvida que a Conlutas agora voltou a
integrar politicamente a base da Frente Popular no Brasil, nos próximos anos em
nome de “combater Bolsonaro” vamos ter de volta as “chapas comuns” do conjunto
da corrompida burocracia sindical lulista que não convoca nenhuma luta concreta
contra a escalada reacionária, optando sempre pela via eleitoral para amortecer
a luta de classes!
terça-feira, 23 de outubro de 2018
"VOTAR EM HADDAD PARA EVITAR O RETORNO DO REGIME
MILITAR"?, OU A JUSTIFICATIVA ESFARRAPADA DO PSTU QUE CEDEU A ENORME
PRESSÃO DEMOCRATIZANTE DA ESQUERDA REFORMISTA TEMEROSA DO CONFRONTO DIRETO
ENTRE AS CLASSES SOCIAIS
Em primeiro lugar vamos logo de cara responder a questão
colocada no presente artigo, regimes militares nunca foram instaurados por meio
de eleições, ao contrário os golpes militares em todas as partes do planeta
foram consequências diretas do fracasso de governos nacionalistas burgueses ou
de curtas experiências de "poder" da esquerda reformista. São a
enorme inconsistência política de governos de colaboração de classes como os de
Jango, Allende, Perón e mais recentemente Lugo, Zelaya e Dilma que deram origens
a golpes militares clássicos ou os "sofisticados" golpes
parlamentares. Portanto se devemos nos preparar para um golpe de estado ou
mesmo para o avanço de uma ofensiva fascista paraestatal, o pior caminho é o de
corroborar (votar) com um novo governo de Frente Popular de conciliação de
classes! A remota possibilidade de uma vitória eleitoral de Haddad, caso
confirmada, empossaria um governo débil comprometido com uma "frente
democrática" burguesa avalista de um programa neoliberal "light"
e apologista de "reformas" supressoras de direitos sociais dos
trabalhadores, em resumo uma reedição piorada do que foi a gerência Dilma, com
seu fiasco responsável direta pela via de fortalecimento da "onda
conservadora" que assolou o país a partir do início de 2015. Dialogando
francamente com a vanguarda de esquerda que votará em Haddad para evitar o
"mal maior" (retorno de um regime de eliminação das parcas liberdades
democráticas arrancadas com muitas lutas), somos obrigados a advertir: apoiar a
eleição de um novo governo do PT só irá acelerar a preparação de um verdadeiro
golpe militar, que certamente significará uma derrota histórica "cem
vezes" pior do que a eleição do fascista tupiniquim nos marcos do atual
regime democratizante de exceção, instaurado após o golpe parlamentar de 2016.
Como nos ensinou Trotsky e a história da luta de classes plenamente confirmou:
"Os governos de Frente Popular são
a ante sala do fascismo", só não entendemos como uma corrente que se
reivindica do Trotskismo vota na Frente Popular com a desculpa que "é para
evitar o retorno da ditadura militar"... será mesmo que a direção da LIT
não conhece o gravíssimo erro dos revisionistas chilenos (SU) que apoiaram
Salvador Allende para "evitar o golpe militar" e desta forma levaram
a confusão e paralisia para o seio do proletariado, abrindo a senda para o
triunfo do gorila fascista Augusto Pinochet.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
HÁ SETE ANOS DO ASSASSINATO DE KADAFFI PELAS MÃOS DA OFENSIVA NEOCOLONIALISTA DA OTAN: A ESQUERDA REFORMISTA QUE VIBROU COM A DERRUBADA DO REGIME NACIONALISTA DA LÍBIA, HOJE SE ACOVARDA DIANTE DA OFENSIVA FASCISTA NO BRASIL
A operação “revolução árabe” montada pelo imperialismo na
Líbia lamentavelmente alcançou seu principal objetivo imediato: a morte do
coronel Muamar Kadaffi, morto em combate nas ruas de Sirte no dia 20 de outubro
de 2011. Em êxtase, a mídia burguesa em uníssono apresentou imagens do corpo do
dirigente nacionalista líbio ensanguentado após um ataque aéreo da OTAN,
articulado com os “rebeldes” nas imediações de Sirte. Ainda que sejam
informações deformadas tudo indica que as imagens revelam a barbaridade da ação
contra o liderança nacionalista da Líbia. Kadaffi morreu lutando bravamente
contra forças infinitamente superiores, do ponto de vista bélico e econômico.
Dirigiu a resistência militar à ocupação de seu país até o limite de sua
própria vida, ao contrário dos que afirmaram que Kadaffi fugiria como um rato,
como fazem os “ditadores” ou “democratas” covardes no enfrentamento direto com
o imperialismo. Os caças da OTAN bombardearam um comboio militar da resistência
em que estava Kadaffi, atingindo-o mortalmente. Mas o comando dos
"rebeldes" tratou de tomar a covarde captura e morte de Kadfaffi como
obra sua, apresentando-o sem vida, capturado dentro de um túnel, versão
desgraçadamente compartilhada como verdadeira pela esquerda reformista mundial
adepta da democracia imperialista e que atualmente é vítima das mesmas
"fake news" da mídia corporativa.
domingo, 21 de outubro de 2018
CARTA ABERTA AOS EX-MILITANTES DO CGB (PLP, PFS E CORREIO DOS
TRABALHADORES)
*Antonio Luiz, dirigente da Oposição Sindiágua-Ceará e da Tendência
Revolucionária Sindica/LBI
Nas últimas três décadas tenho visto com profunda tristeza o
processo de degeneração da quase totalidade do que foi um dia uma aguerrida e
disciplinada militância comunista que reivindicava o princípio Leninista do
centralismo democrático, a independência política e ideológica da classe
trabalhadora, a Ditadura do Proletariado e o Socialismo como projeto de
sociedade e de desenvolvimento histórico para a humanidade. Nesta semana, na
manhã de quinta-feira (18/10), vimos o empresário, João Salame Neto ser preso,
em sua mansão em Brasília, pela Operação Partialis da Polícia Federal (PF), sob
a acusação de ter desviado mais de 2 milhões de reais de verbas federais
destinadas à saúde, em fraudes de licitações quando foi prefeito de Marabá (PA)
pelo PROS, entre 2013-2016. Além de Salame Neto também foi decretada a prisão
do presidente nacional do PROS, Eurípides Junior, que se encontra foragido.
Registre-se que o PROS, uma legenda fisiológica burguesa de aluguel, integra a coligação
junto com o PCdoB e PT em apoio à candidatura de Fernando Haddad, representante
da Frente Popular. João Salame também responde a outro processo onde é acusado
de desviar mais de 14 milhões da previdência dos servidores municipais de
Marabá. Atualmente, ele é filiado ao MDB de Temer, era Diretor do Departamento
de Atenção Básica do Ministério da Saúde, cargo para o qual foi nomeado em
2016, graças ao apadrinhamento da família Barbalho, e já tinha sido anunciado
como futuro Secretário de Saúde de Helder Barbalho (MDB), que disputa o 2º
turno com Márcio Miranda (DEM) no Pará.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
UM CHAMADO MILITANTE À ESQUERDA CLASSISTA E REVOLUCIONÁRIA:
ORGANIZAR UM ENCONTRO NACIONAL DE LUTA CONTRA O FASCISMO!
CONSTRUIR COMITÊS DE BASE PELA FRENTE ÚNICA DE AÇÃO PARA RESPONDER AOS ATAQUES DA EXTREMA-DIREITA!
O crescimento das tendências fascistas em nosso país
necessita de uma resposta urgente do movimento operário e suas organizações
políticas. Não estamos falando de depositar o “voto na urna” sob a ilusão de
que esse ato limitado as amarras da democracia burguesa fraudada possa barrar
uma força social reacionária militante em ascensão. Essa vem crescendo desde as
“Jornadas de Junho” de 2013 sequestradas pela direita, fortalecendo uma onda
conservadora que levou ao golpe parlamentar contra Dilma em 2016 e agora vai garantir a
vitória de Bolsonaro em eleições completamente fraudadas e manipuladas. Nesse
contexto vemos inúmeras vítimas nos últimos dias sendo alvo de ataques pelas mãos das hordas da
extrema-direita sem que esboçássemos uma reação classista unificada à altura. O
fascismo é um regime social que se impõe com o esmagamento dos oprimidos, ele é
um recurso extremo que a burguesia utiliza quando o proletariado sai a luta
para defender suas conquistas. Um futuro governo Bolsonaro vai estimular ainda
mais estas tendências que estão crescendo no lastro da desmoralização política
dos trabalhadores após os quatro mandados da gestão petista. É necessário compreender
que a política de colaboração de classes do PT pavimentou o caminho para a
ascensão da extrema-direita, patrocinando alianças com as oligarquias
reacionárias, criminalizando os movimentos sociais, criando a Lei
Antiterrorista para perseguir as organizações de esquerda, apoiando as ações da
Justiça burguesa contra a luta dos trabalhadores. Nesse marco, deve-se ter
claro que o consequente combate a escalada reacionária em curso será obra da
ação organizada da classe operária e seus aliados, os camponeses pobres, a
juventude plebeia e a pequena burguesia progressista, não passa por qualquer
apoio eleitoral a Frente Popular e por ter ilusões no "poder do voto". Em toda campanha eleitoral o PT não faz
nenhum chamado a lutar nas ruas contra a espiral neofascista em curso, ao
contrário, seu candidato domesticado e servil a ordem burguesa acena sempre à
direita para figuras sinistras do PSDB e do centro, além de elogiar o
Juiz Moro, o mesmo que prendeu Lula e através da “Operação Lava Jato” visa
sentar as bases para um estado de exceção em nosso país. Fica evidente que a
organização da resistência não passar pelo chamado ao voto em Haddad e sim na preparação
da luta direta por fora do circo eleitoral. Com o aguçamento da crise econômica e
polarização político-social as lutas necessariamente vão ocorrer nas ruas, nos
enfrentamentos entre as classes, na luta dos trabalhadores contra os ataques
perpetrados pelo governo de plantão, que não vacilará em lançar seu aparato
repressivo contra os explorados. Em paralelo, as hordas fascistas vão
crescendo sem que nos organizemos! A constituição de “comitês antifascistas e de defesa da democracia”,
convocados pelo PT não passam de impotentes comitês eleitorais a serviço de sua política de colaboração de classes. Ao contrário
desse engodo, a situação exige a formação de comitês de base, de combate ativo
e militante. Nesse sentido, lançamos um chamado em especial aos agrupamentos
políticos que se reclamam da esquerda revolucionária, como o PSTU, CST, MRT, Resistência, Esquerda Marxista, Insurgência, POR, LQB, etc... Estamos cientes que existem várias divergências entre nós, alguns destes agrupamentos
estão chamando o voto em Haddad outros defendem o Voto Nulo. O PSTU, por
exemplo, que lançou a candidatura própria no 1º turno agora chama a votar no PT,
o que consideramos um grande equívoco mas compreendemos que isto não impede que
se some a tarefa militante de convocar uma iniciativa comum para combater a
extrema-direita. Para enfrentar essa
situação, a LBI chama as organizações políticas e sindicais que defendem a
necessidade de responder a investida fascista com os métodos da classe operária
(comitês de autodefesa, greves, armamento popular) a convocarmos um ENCONTRO
NACIONAL DE LUTA CONTRA O FASCISMO, aberto e democrático, para deliberar por um
plano de ação para formar os comitês de base pela Frente Única para
responder aos ataques da extrema-direita e um programa político operário para a atual
etapa política, marcada pelo recrudescimento da ofensiva contra os explorados,
suas conquistas sociais e suas liberdades democráticas!
105 ANOS DO NASCIMENTO DE VINICIUS DE MORAES: EM TEMPOS DE PROFUNDO RETROCESSO CULTURAL E IDEOLÓGICO É MAIS QUE NECESSÁRIO LEMBRAR A VIDA E OBRA DE
NOSSO “POETA DO POLITICAMENTE INCORRETO”
“Se eu tivesse/se eu tivesse/
muitos vícios/o meu nome/
o meu
nome/era Vinicius/
se esses vícios/
fossem muito imorais/
eu seria o Vinicius de
Moraes!”
No próximo dia 19 de outubro, há exatos 105 anos, Marcus
Vinitius da Cruz de Melo Moraes debutava em nosso mundo. Nascido no seio de uma
família de músicos do bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, Vinicius de Moraes, o
“Poetinha”, assim carinhosamente chamado por seus amigos, ele merece ser
homenageado como sinônimo de resistência cultural nestes tempos sombrios de retrocesso político e ideológico que se aprofundará com a ascensão do
neofascita Bolsonaro ao Planalto. Inveterado boêmio, foi na noite que conheceu
seus principais parceiros de música, de copo, teatro, paixões, amores e onde
aperfeiçoou seus dotes poéticos mais líricos. Desde criança demonstrou grande
habilidade para as letras e a música, tanto que aos dez anos já participava do
coral da escola e começa a montar pequenos escretes teatrais. Em 1930 ingressa
na Faculdade de Direito do Catete, para a qual dizia não ter a menor vocação,
porém teve a oportunidade de conhecer o escritor Otavio Faria que lhe formou
para o mundo das artes literárias e travou conhecimento com os “modernistas”
Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade e até Plínio Salgado que também
fazia parte do movimento. Neste ínterim, atuou como censor cinematográfico,
crítico de cinema sob a companhia de Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Afonso
Arinos de Melo Franco. Em 1943 foi aprovado em concurso para o Ministério das
Relações Exteriores, sendo empossado embaixador em Los Angeles, onde exerceu o
cargo por quatro anos. Pouco depois foi deslocado para Paris, período mais
profícuo para desenvolver o trabalho de... poeta! Os anos 50 marcaram o “debut”
de sua veia musical mais aprofundada ao conhecer um jovem pianista em suas
“andanças” pelos cabarés e noites cariocas, Tom Jobim. Na década seguinte, sua
singeleza musical chamou a atenção de gênios da música do quilate de
Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Baden Powell, ... No entanto, após o golpe
militar contrarrevolucionário de 1964 foi afastado do Itamaraty com a criação
do AI-5 sob o estapafúrdio argumento de que sua “vida boêmia era incompatível
com a carreira diplomática”, o que na verdade implicava a deculturação do país
imposta a ferro e fogo pelo regime gorila. A trajetória de vida de Vinicius de
Morais marcou o auge da produção artística no Brasil, dos anos 50 aos 80, mas
após a queda do Muro de Berlim e da URSS, o imperialismo e sua mídia venal
trataram logo de esmagar as tradições culturais de raiz, impondo não só a
barbárie no campo social como no âmbito das artes em todo o planeta.
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
GRUPO “TRANSIÇÃO SOCIALISTA” (EX-NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO) DEFENDE O VOTO NULO QUANDO NA VERDADE SIMPATIZA COM BOLSONARO MAS TEM “VERGONHA POLÍTICA” DE APOIAR O NEOFASCISTA
“Lula na Prisão!”, “Todo apoio a Operação Lava Jato!”, “Em
defesa do Judiciário e da Polícia Federal!”, “Fora PT!”... Todas essas palavras
de ordem empunhadas pelos apoiadores fascistoides de Bolsonaro nos últimos anos
em sua sanha reacionária contra o PT (que expressam na verdade o ódio de classe ao conjunto da esquerda, seja ela reformista ou revolucionária) vêm
sendo vociferadas também pelo grupo “Transição Socialista” (TS), ex-Negação da
Negação. Escória de direita travestida de “esquerda trotskista”, esses
revisionistas quinta-colunas estabeleceram no último período uma frente única
com os neofascistas mas agora nas eleições, depois de apoiarem a candidatura
presidencial do PSTU, defendem o Voto Nulo neste 2º turno. A TS na verdade
simpatiza com Bolsonaro, seus textos estão repletos de elogios ao papel de
catalisador do “antipetismo” encarnado pelo ex-capitão do Exército e sua base
política direitista, porém tem “vergonha política” de apoiar eleitoralmente o
neofascista, recorrendo a defesa do “Voto Nulo” apenas como um cínico disfarce
para melhor traficar suas posições! Por essa razão declara: “O voto não é a
questão primordial para a classe trabalhadora, dado que, de fato, muda poucas
coisas em sua vida...Ainda assim, já que é forçada a votar, vez ou outra a
classe trabalhadora pensa que, se é possível sacanear e se vingar de um
pilantra da política aqui ou outro ali durante a eleição, melhor. Se é possível
– neste caso a que assistimos no primeiro turno – desbancar os traidores e
vendidos do PT, corruptos que roubam nosso dinheiro para nada, tanto melhor. A
classe trabalhadora pensa e age de forma pragmática. Ela não está votando pelo
fascismo, mas para dar um pequeno castigo. E é Bolsonaro quem aparece como o
melhor castigo.” (“Sobre o voto popular em Bolsonaro e o suposto ‘fascismo’”,
11.10). Em resumo, aplaudem o voto em Bolsonaro para “castigar” eleitoralmente
o PT pelas mãos da extrema-direita mas são covardes para apoiar abertamente o
neofascista nas urnas. Desta forma, acabam escondendo-se por atrás do chamado
despolitizado do “Nulo Neles”, aliado a um programa cada vez mais similar ao da
extrema-direita, tudo em nome de combater o suposto “autoritarismo petista”
representado pela candidatura de Haddad.
terça-feira, 16 de outubro de 2018
CRETINICE DE CID FOI VOCALIZADA EM PALCO MONTADO PELO GOVERNADOR “PETISTA” CAMILO SANTANA, UMA MARIONETE CONJUNTA DE LULA E DA OLIGARQUIA GOMES
A blogosfera simpática ao PT e a militância progressista nas
redes socais está inundada de denúncias e queixumes denunciando a cretinice que
Cid Gomes fez ontem à noite (15.10), atacando duramente o PT e a candidatura de
Haddad, chamando a militância petista de “babaca” e exigindo um “mea culpa” de
seus supostos “aliados” e vaticinando a derrota petista em meio ao crescimento
vertiginoso de Bolsonaro nas pesquisas. O que não se encontra em nenhum lugar,
seja no mundo virtual ou real, é a denúncia de que o “surto” desferido por Cid
foi vocalizado em um palco montado pelo governador “petista” Camilo Santana
justamente para o senador eleito pelo PDT atacar duramente Lula, Haddad e o PT.
O sttaf governamental de Camilo organizou o evento em um hotel de luxo em
Fortaleza, com uma plateia majoritariamente simpática a Cid, que foi alvo
apenas de poucas vaias em um auditório lotado por uma claque organizada por
Camilo, composta de prefeitos e deputados da base do PDT e poucos militantes
petistas. Em nenhum momento Camilo reagiu ou fez a defesa de “seu” partido
vilipendiado, ao contrário, saiu do palanque seguindo docilmente a comitiva
política em solidariedade a Cid, deixando os petistas presentes desnorteados.
Até agora Camilo não declarou nada em oposição a fala de seu verdadeiro chefe
político! Não poderia ser diferente! Camilo acabou de ser reeleito em uma
aliança estadual entre PDT e PT, uma coligação apoiada pela direção nacional
petista e todas as correntes do partido, incluindo a DS de Luizianne Lins. O PT
nem sequer lançou candidato ao Senado para facilitar as negociações de Cid com
o mafioso Eunício (MDB). Lula pessoalmente havia liberado Camilo a apoiar Ciro
no 1º turno, fechou-se um acordo de que o governador não seria punido por
participar de atos públicos em apoio ao candidato presidencial do PDT
justamente para que estes engrossassem a campanha do PT no 2º turno. Camilo
sempre foi uma marionete da Oligarquia Gomes no interior do PT com o aval de
Lula, nessa função levou o PT do Ceará a ser uma sublegenda dos irmãos Gomes,
com quadros petistas ocupando cargos no governo estadual, fazendo negociatas
milionárias e não abrindo a boca mesmo quando Ciro atacou duramente Lula depois
que este conseguiu a “neutralidade” do PSB nacional. Camilo, um político
anteriormente sem expressão e até pouco tempo neófito no petismo, é uma cria
dos acordos do PT com o setor da burguesia representado por Ciro e Cid,
“aliados” que se voltam contra Lula e a Frente Popular quando lhes é
conveniente, não há surpresa nesse jogo sujo das classes dominantes, tanto que
os governos Lula como Dilma alimentaram com recursos estatais os cofres dos
irmãos Gomes, ambos ministros nas gestões petistas. Os únicos que ficaram
boquiabertos com o ataque do ex-governador do Ceará no palanque montado pelo
“petista” Camilo foi a base eleitoral da Frente Popular que acreditava na “fidelidade”
de seu parceiro do PDT. Repetimos que o PT é responsável por esse cenário de
desmoralização política, ao apresentar uma das mais reacionárias oligarquias
como aliada, ao entregar o partido no Ceará ao controle desses canalhas, ao
deixar que uma marionete dos Gomes, Camilo Santana, sob a base da corrupção e
negociatas utilize a legenda petista em favor dessa dupla de vigaristas
políticos burgueses com longa trajetória na direita. Lula, Haddad e a direção
do PT agora não podem pousar de “viúvas traídas”, são os verdadeiros avalistas
dessa corja que agora lhes apunha-la tendo o auxílio de um governador do
próprio partido! O mais grave é que ao integrar essa falida “frente
democrática” PSTU e outras organizações revisionistas do Trotskismo acabam por
reforçar as ilusões na possibilidade que votando no PT e unindo-se a aliados
burgueses como Ciro e Cid se possa “derrotar o fascismo”, semeando confusão e
paralisia entre os lutadores classistas e desarmando a resistência direta dos
trabalhadores. A furibunda “frente democrática” alimentada pelos revisionistas
em apoio ao PT é quem favorece imensamente a caminhada do fascismo rumo ao
controle poder central, exatamente porque acaba por apresentar a Frente Popular
como uma aliada na resistência a Bolsonaro, quando na verdade o PT vem
pavimentando com sua política de colaboração de classes a espiral neofascista
no Brasil, juntando-se a escória burguesa como os irmãos Gomes e aceitando que
fantoches como Camilo Santana usem o partido como moeda de troca de suas negociações
com as máfias reacionárias da classe dominante.
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
"SURTO" DE
RAIVA DE CID GOMES CONTRA O PT REVELA A INUTILIDADE DA FRENTE DEMOCRÁTICA PRÓ
HADDAD INTEGRADA DESDE O PSTU, PCB, ATÉ O PSB E PDT
O esforço para a ampliação máxima da frente democrática para dar apoio a candidatura de Fernando Haddad, revelou na noite desta segunda-feira (15) sua completa inutilidade política. Em um ato público realizado no Ceará convocado pela frente democrática pró-Haddad (PT, PCdoB, PSTU, PSOL, PCB, PSB, PDT), o senador eleito pelo PDT, Cid Gomes, afirmou que o PT "merecia perder a eleição" por ter aparelhado "às repartições públicas", além de chamar os militantes do PT presentes no evento de "babacas". Sob o olhar complacente e servil do próprio governador petista Camilo Santana, Cid Gomes vociferou todo seu ódio de classe contra a esquerda que "docilmente" organizou uma atividade conjunta para ser atacada pela oligarquia burguesa dos Ferreira Gomes. Até as "pedras" sabem que a "família" Gomes está engajada até a medula na campanha de Bolsonaro e Carlos Eduardo ao governo do Rio Grande do Norte, onde haverá segundo turno. O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo além de ser membro do PDT é ligado (financiado) diretamente por Ciro Gomes e atualmente está enfrentando a candidatura da senadora petista Fátima Bezerra. Este não é um caso isolado no Nordeste, o PDT em todos os estados onde disputa o segundo turno está apoiando o neofascista Jair Bolsonaro. Porém a esquerda reformista, sob o discurso de "votar 13 para derrotar Bolsonaro", vem se integrando a alianças eleitorais com a burguesia, inclusive com setores que trabalham abertamente no sentido do triunfo do candidato fascista, como é o caso dos Ferreira Gomes. Ciro, que chegou a despertar simpatia de alas do PSOL sob a justificativa de estar melhor posicionado para derrotar Bolsonaro, viajou a Europa para não se comprometer, apesar de seu partido o PDT ter declarado "voto crítico" em Haddad. A esquerda reformista com sua plataforma programática de colaboração de classes, somente reforça o avanço da ofensiva fascista e neoliberal sobre as massas, semeando a ilusão de que é possível derrotar a direita na esfera destas eleições completamente fraudadas e manipuladas pelo regime golpista. A equivocada tática de "votar 13", com toda a "carga" que esta posição política carrega (alianças com a burguesia, rebaixamento do programa etc..) desarma a reação direta do proletariado, inoculando nas massas a "tese" de que o regime fascista (ou ditadura militar) será implantada com um resultado eleitoral adverso para o PT e seu fraco candidato "neodesenvolvimentista", que parece estar mais preocupado em conquistar o apoio de FHC e afins do que o da classe operária. Uma vitória eleitoral de Bolsonaro é certo dará um enorme impulso a ofensiva neoliberal contra direitos e conquistas históricas dos trabalhadores e do povo brasileiro, além é claro de incrementar a "onda" reacionária e conservadora contra todas as "minorias" nacionais. Mas a ascensão de um regime fascista ou do tipo militar congênere não é produto de uma eleição presidencial e sim de uma derrota profunda do proletariado na correlação de forças entre as classes sociais, e neste sentido toda a aposta política que semeie a confusão e paralisia de nossa classe favorece a marcha do fascismo rumo a tomada do poder estatal, que repetimos mais uma vez não é simplesmente um ato eleitoral. Hoje concretamente ao "votar 13 para derrotar Bolsonaro nas urnas", a esquerda reformista engrossa o "caldo político" do fascismo, simplesmente porque embota a consciência da classe operária, concedendo uma importante sobrevida política a Frente Popular de colaboração de classes encabeçada pelo PT.
domingo, 14 de outubro de 2018
UM ARTIGO HISTÓRICO DA LBI ÀS VÉSPERAS DO SEGUNDO TURNO DE
2014 QUE DEU VITÓRIA A DILMA ROUSSEFF, ABRINDO ASSIM A VIA DA REAÇÃO FASCISTA
ATUAL
O CHAMADO AO VOTO NULO REALMENTE FAVORECE A DIREITA? UMA
RESPOSTA CLASSISTA A BRENO ALTMAN DO PT
(Artigo publicado em 18 de outubro de 2014 no Blog da LBI)
O “conceituado” jornalista Breno Altman, um dos apologistas
de esquerda mais aguerridos na defesa da Frente Popular, nos brindou com um
“artigo militante” onde tenta demonstrar que a campanha pelo voto nulo ou mesmo
o boicote as eleições favorece objetivamente a vitória da direita e seu dileto
candidato, o Tucano Aécio Neves. Os argumentos de Altman “passeiam” desde a
aritmética eleitoral até a a razoabilidade política da “importância” em
reconduzir o PT ao Planalto e assim evitar o retorno da direita (ou como nós
definimos a “nova” direita) ao poder de Estado. Altman define desta maneira a
suposta “ajuda” que os “críticos do PT” estariam dando ao PSDB: “Não se imagina
que o voto em Dilma, vindo de setores críticos ao petismo, seja aval duradouro
ao governo incumbente e eventualmente reeleito. Trata-se de saber, no entanto,
se esses eleitores estão ou não dispostos a barrar o avanço da hipótese mais
reacionária. Apesar do exemplo de desprendimento das principais lideranças do
PSOL, além de outras referências sociais, culturais e políticas, que declararam
seu apoio à fórmula presidencial petista, há quem continue a fincar pé no
diagnóstico de que são todos farinha do mesmo saco. Mesmo sob o risco, ao votar
nulo no dia 26,de estar objetivamente prestando auxílio ao candidato da
direita" (Altman,OM,17/10/14). Não vamos neste contraponto as “teses” de
Altman cansar o leitor com as já “exauridas” constatações que na verdade foi o
governo do PT quem abriu as portas para “auxiliar” a sobrevivência política da
velha e corrompida direita, como Sarney, Collor e Maluf etc...Como diz um velho provérbio
mandarim: “A verdade quando é pura
resiste as mais cortantes espadas do pensamento”, e somos obrigados em
nome da verdade a reconhecer que Altman tem plena razão em sua “lógica”, afinal
qualquer movimento eleitoral que neste momento não deságue em Dilma, favorecerá
o triunfo da direita, com a Tucanalha de volta a presidência. Como ainda não
consideramos o PT como uma representação política da direita, Altman está certo
ao conferir qualquer não apoio eleitoral a Dilma como uma “equação” onde o “X”
resulta em Aécio. A “correta” lógica de Altman só não contempla um elemento
central para os Marxistas Revolucionários, a questão das classes sociais, onde
“direita e esquerda” são a representação política da mesma classe dominante. Se
não tapamos “o sol com a peneira” e afirmamos com todas as letras que o voto
nulo poderá beneficiar eleitoralmente o PSDB, com muito mais vigor asseveramos
que nesta conjuntura posta tanto o PT como o PSDB expressam a “esquerda e a
direita” da burguesia nacional, cortada ao meio entre os dois "projetos de
poder". A “gerência” estatal do PT se propõe a conduzir a burguesia a
conquistar “novos” mercados (já não tão novos assim e um tanto esgotados), por
outro lado a “capatazia” Tucana pretende girar a economia para a aliança
tradicional com os EUA, que alardeia sua iminente recuperação. Se a opção
“gerencial” colocada pelo PT já não é capaz de produzir um “esplendoroso”
superávit cambial para o Estado, é mais do que “natural” que setores da
burguesia agora apostem no retorno dos Tucanos. Como um militante da Frente
Popular (sinônimo de governo burguês), Altman já não raciocina mais com
critérios de classe e sim com as representações políticas dos patrões: esquerda
versus direita. Simplesmente não leva em consideração que os segmentos mais
consistentes da burguesia nacional apóiam o PT, como o Bradesco, o “consórcio”
das cinco grandes empreiteiras, investidores de grosso calibre como Abílio
Diniz (cotado para o novo ministério de Dilma) e o “barão” da soja Blairo Maggi (grupo Amaggi)
etc... O PSDB não fica muito atrás tendo ao seu lado a famiglia Marinho
(Organizações Globo), o “conde” do aço, Jorge Gerdau, ITAÚ etc...
Podemos atribuir a duríssima polarização que permeia o atual cenário
eleitoral a própria divisão “cabeça a cabeça” na “pista de corridas” da
burguesia nacional. Poderíamos até mesmo aceitar o “convite” de Altman para
estabelecer um bloco com o PT, a ala esquerda da burguesia, mas não no terreno
eleitoral e em outra conjuntura, onde a direita burguesa ameaçasse realmente o
movimento de massas com um golpe fascista. Por ora a única ameaça concreta é a
continuidade da política de “ajuste” neoliberal, que já vem sendo levada a cabo pelo governo do PT e com a possibilidade
da volta do PSDB com certeza se intensificará. Porém o proletariado não pode
ser chantageado politicamente pelos “neoliberais de esquerda” para se postar
contra os “neoliberais de direita”, é necessário ir além da dicotomia eleitoral
burguesa construindo uma alternativa classista para a próxima etapa histórica
da luta de classes.
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
PSTU E MRT INTEGRAM-SE A “FRENTE DEMOCRÁTICA” COM O PDT DE CIRO GOMES E O PSB GOLPISTA NO MOMENTO EM QUE HADDAD (PT) REBAIXA AINDA MAIS SEU PROGRAMA PARA AGRADAR A BURGUESIA
O PSTU e o MRT, grupos que se reivindicam trotskistas e no
primeiro turno pontuaram a inutilidade política da candidatura do PT diante da
ofensiva reacionária e neoliberal, acabam de anunciar o apoio à Fernando Haddad
neste 2º turno. Com essa decisão esses agrupamentos integram-se a chamada
“frente democrática” junto com o PDT de Ciro Gomes e o PSB controlado pela
família Campos que apoiou o golpe parlamentar contra Dilma. Segundo o PSTU, o
partido tomou essa decisão porque “Jair Bolsonaro defende um projeto de
ditadura para o nosso país” quase o mesmo argumento que esgrima o MRT, alegando
que “Bolsonaro é o avanço do autoritarismo herdeiro da ditadura militar”. Como
vemos ambas as correntes consideram que fortalecendo a frente política sob o
comando do PT podem derrotar o candidato da extrema-direita nestas eleições
presidenciais. No caso do PSTU a contradição ainda é maior porque nem mesmo
identificam uma ofensiva neofascista em curso, então fica a pergunta, porque
votar na Frente Popular de conciliação de classes serviria para derrotar o “projeto
de ditadura”? Apostar que em eleições completamente manipuladamente e fraudadas
podemos derrotar o representante do fascismo é o primeiro elemento
completamente falso em que se baseiam os frágeis argumentos destes dois grupos.
As atuais eleições presidenciais brasileiras além de serem, segundo os
critérios clássicos do Marxismo, completamente carentes de legitimidade popular
(controlada pelos grandes grupos econômicos, manipuladas pela mídia, carente de
igualdade de condições de disputa), ainda tem como marca a fraude concreta
orquestrada pelo STF e o TSE que barraram a candidatura Lula, o "líder
popular" que poderia até mesmo ganhar em 1º turno se a soberania da
vontade popular tivesse algum valor real no regime capitalista. Que o PT, um
partido completamente integrado a ordem burguesa avalize essa fraude é
compreensível pelos seus acordos de sustentação do regime político
pseudodemocrático, mas correntes políticas que se reclamam Leninistas
patrocinarem essa ilusão eleitoralista em um processo integralmente fraudado, é
de uma adaptação sem tamanho as instituições burguesas. Lembremos que meses
atrás, no artigo “O fascismo e o Brasil” (15.05.2018), o PSTU declarava “Quem
afirma que existe um movimento fascista com algum peso na realidade brasileira
e é consciente da inverdade que propaga, alberga outros objetivos. Sendo o
fascismo a forma mais selvagem e abominável da contrarrevolução, e diante de
uma ameaça tão grave, querem justiçar sua adesão à Frente Ampla chamada pelo
PT. Mas se tal perigo existisse de fato, não o combateríamos com a adesão a um
dos blocos burgueses que disputam o controle do Estado”. O PSTU, que negava até
ontem o avanço das tendências fascistas no Brasil e denunciava a pressão para
apoiar o PT em nome desse “fantasma” agora prega que pelo voto no PT e
integrando uma frente “democrática” com o PDT e o PSB vamos impedir uma
ditadura militar no Brasil! Quanta mudança em tão pouco tempo!
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
terça-feira, 9 de outubro de 2018
PT DESMORALIZOU O MOVIMENTO OPERÁRIO POTENCIALIZANDO A REAÇÃO BURGUESA E AGORA FAZ CHANTAGEM PELO APOIO ELEITORAL A UMA FRENTE NEOLIBERAL “DEMOCRÁTICA” EM NOME DE “COMBATER O FASCISMO”... UMA POLÊMICA COM A DIREÇÃO DO PSTU QUE ORIENTA O VOTO EM HADDAD NESTE 2º TURNO
O crescimento das tendências fascistas no Brasil é reflexo
direto da conjuntura mundial contrarrevolucionária aberta com queda do Muro de
Berlim assim como produto da política de colaboração de classes da Frente Popular
que desarmou a resistência operária. O apoio de massas a Bolsonaro cresceu no
lastro da onda reacionária ascendente no país como expressão da própria
conjuntura marcada pela ofensiva mundial política e ideológica do
imperialismo contra os povos desatada com o fim da URSS e que deu um salto de
qualidade com intervenção militar da OTAN na Líbia. Houve claramente um
deslocamento à direita que ganhou força com o golpe parlamentar de 2016,
expressando-se em toda sua envergadura reacionária nestas eleições gerais em
curso. A chamada “onda conservadora” vem em ascendência desde 2014 e com as
manifestações pelo “Fora Dilma” em 2015, ganhando impulso com o “estelionato
eleitoral” provocado pelo governo Dilma (PT). Contradizendo tudo que havia
prometido, a Frente Popular começou a aplicar um duro ajuste neoliberal
desmoralizando sua base social e política. Era o giro de 180º do PT para
descarregar o ônus da crise econômica nas costas dos trabalhadores como exigiam
os rentistas. Sentindo-se fortalecidos com esse cenário, setores da burguesia
com o apoio do imperialismo ianque levaram adiante uma ofensiva reacionária
contra o PT e o conjunto da esquerda. A famigerada Operação Lava Jato foi
montada pelo Departamento do Estado norte-americano para caçar as lideranças
petistas, prender Lula e apoiar a escalada fascista que assistimos com toda
envergadura agora, cujo auge é a votação esmagadora de Bolsonaro no 1º turno,
varrendo inclusive políticos de centro-direita como Alckmin e Marina, além de
eleger uma forte bancada parlamentar e vários governadores que anunciaram apoio
a seu nome no 2º turno. Nesse quadro, os índices da Bolsa subiram e o dólar
caiu em patamares recordes nos últimos dias, indicando que o “Deus Mercado”
praticamente já elegeu o neofascista presidente. Tudo indica que o 2º turno
apenas vai “fechar a fatura” desmoralizando ainda mais o PT que saiu desse 07
de Outubro buscando alianças com a direita neoliberal em nome “derrotar o
fascismo” nas urnas. Para os Marxistas Revolucionários as tarefas colocas vão no sentido contrário: a base política reacionária de Bolsonaro somente pode ser detida com
uma resposta operária por fora do circo eleitoral fraudado.
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
ABSTENÇÃO, VOTOS NULOS E BRANCOS ULTRAPASSAM 40 MILHÕES: TRANSFORMAR O DESCONTENTAMENTO POPULAR AO CIRCO ELEITORAL DA DEMOCRACIA DOS RICOS EM RESISTÊNCIA DE CLASSE CONTRA O AJUSTE NEOLIBERAL QUE TANTO HADDAD COMO BOLSONARO DESEJAM IMPOR AOS TRABALHADORES!
Muito tem se falado da polarização da atual eleição presidencial. De fato, as candidaturas que foram ao 2º turno expressam dois projetos políticos distintos apesar de representarem os interesses da mesma classe social, a burguesia e suas frações. Haddad é porta-voz da orientação de levar adiante o ajuste neoliberal a conta gotas via um governo de união nacional com Ciro, alas do PSDB, Meirelles e Marina. Bolsonaro tem um programa ultra-ortodoxo de liquidação das conquistas ancorado nos setores mais reacionários ligados ao imperialismo ianque, com o apoio da Famiglia Marinho. Nessa disputa, os trabalhadores não devem apoiar nenhum de seus algozes, mas defender a luta direta revolucionária contra o plano de guerra que a burguesia pretende desatar contra os explorados. Nesse contexto devemos salientar que a abstenção eleitoral foi de 20,32% (29.862.169 eleitores), os votos nulos 7.188.946 (4,89%) e em branco 3.102.962 (2,11%). Em resumo, 27% dos eleitores, mais de 40 milhões de votos, se somarmos as abstenções, os votos nulos e os votos em branco disseram um retundo NÃO as duas alternativas burguesas que polarizaram a eleição. É um número expressivo que os revolucionários devem ter em conta, sendo completamente “desprezado” pela esquerda domesticada que se tornou refém da democracia burguesa, deslubrada com os holofotes do circo fraudado. Desde a LBI declaramos nesse contexto: Nenhum voto em Bolsonaro, nenhuma ilusão no PT! Convocamos o ativismo classista a fazer uma campanha ativa pelo Voto Nulo contra o circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos, demonstrando que Haddad e Bolsonaro são duas faces da ofensiva burguesa contra os trabalhadores. No curso dessa campanha que vai além das eleições, está colocada a unidade de ação anti-fascista contra Bolsonaro, mas não o apoio eleitoral ao PT. A Frente Popular pavimentou a ascensão do neofacista que somente pode ser detida com uma resposta operária por fora do circo eleitoral fraudado. Haddad e Lula são contrários a esse caminho, apostam em acordos com os rentistas para avançar na pauta ditada pelo imperialismo. Essa vereda é completamente suicida para os trabalhadores, serve para que a reação fascista ganhe ainda mais força. Mais uma vez alertamos que votar em um candidato neoliberal “light” como Haddad é pavimentar a ofensiva neofascista exponencialmente, na medida que o petista comprometido com o ajuste neoliberal vai desmoralizar o movimento de massas e pavimentar ainda mais a ascensão da extrema-direita pela via direta das baionetas, na medida que a política de colaboração de classes do PT sabota a resistência. Como nos ensinou Trotsky explicando a ascensão do fascismo na Itália devido a política de colaboração de classes dos reformistas, "Os social-democratas esperavam que a atitude dócil dos operários erguesse 'a opinião pública' da burguesia contra os fascistas. Mais do que isso, os reformistas contavam até mesmo com o auxílio de Vítor Manuel (rei da Itália). Até o último minuto, refrearam com todas as suas forças os operários na luta contra os bandos de Mussolini. Mas em vão. Depois das altas esferas da burguesia, a coroa se colocou do lado do fascismo. Convencidos, no último momento, de que não se pode combater o fascismo pela docilidade, os social-democratas chamaram os operários para uma greve geral. Mas o seu apelo foi um fiasco. Os reformistas tinham molhado por tanto tempo a pólvora, temendo que ela explodisse, que quando finalmente lhe aproximaram o fósforo com a mão trêmula, ela não pegou fogo". (As lições da experiência italiana). Os Leninistas devem aproveitar a ampla abstenção, os votos nulos e brancos para estimular a consciência de classe por fora das instituições do regime político. Mesmo tendo clareza absoluta das profundas limitações da política do boicote eleitoral na atual conjuntura do país, nós da LBI nos esforçamos ao máximo no marco de nossas pequenas forças, para dotar o eixo do “Voto Nulo” em uma referência ativa para as massas. De outra forma a defesa da abstenção eleitoral poderá ser confundida com uma despolitizada crítica (típica dos anarcóides) aos “políticos” de uma forma geral. Por esta razão, insistimos no chamado a uma ação centralizada das correntes e do ativismo classista, através de uma plataforma programática mínima e principista, que desemboque na denúncia política viva deste regime fraudulento da democracia dos ricos. Devemos aproveitar o debate eleitoral nas escolas, ruas e bairros proletários para demonstrar a nulidade destas eleições como via para obter a menor conquista social e denunciar o caráter fraudulento desta democracia dos ricos, onde a verdadeira soberania popular há muito foi “sequestrada” por um seleto clube de “eleitores” empreiteiros, industriais e latifundiários. Não avançar na constituição de uma campanha unitária em defesa do voto nulo programático representaria um sério equívoco político, ainda mais quando um contingente de quase 30% do eleitorado se absteve ou votou nulo no primeiro turno, expressando sua frustração com as instituições do regime. A Liga Bolchevique Internacionalista conclama as correntes políticas que já se posicionaram em defesa do voto nulo ou do boicote ativo ao circo eleitoral neste segundo turno, os ativistas classistas independentes, a abraçarem a tarefa como um instrumento de independência política dos trabalhadores.
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