quarta-feira, 16 de maio de 2012

Jornal Washington Post noticia o que todos (menos a LIT!) já sabiam: o “Exército Livre da Síria” recebe dinheiro e armas da Casa Branca

Agora foi o jornal Washington Post, insuspeito de ter alguma simpatia pelo regime de Bashar al Assad ou de se opor à investida neocolonialista da Casa Branca no Oriente Médio, que acaba de noticiar nesta quarta-feira, 16/05: “os rebeldes da Síria receberam um fluxo de armas, incluindo antitanques, para sua luta contra o regime do presidente Bashar al Assad, em um esforço coordenado com a ajuda dos Estados Unidos”. Segundo o jornal, “A Casa Branca avançou nos vínculos com os rebeldes sírios e com os militares regionais aliados a eles, jogando um papel na rede de apoio internacional aos insurgentes”. Mais claro impossível a íntima relação entre o chamado Exército Livre da Síria (ELS) e o imperialismo ianque, mas para a LIT esses mercenários continuam a ser “revolucionários” que devem ser apoiados em sua luta contra a “ditadura sanguinária de Assad”!

Ainda pelo que relata o Washington Post, “Os Estados Unidos prometeram aumentar a pressão para que Assad deixe o poder e o tema será tratado na próxima reunião da OTAN em Chicago”. Como se vê, a OTAN e a LIT tem o mesmo objetivo, derrubar Assad na Síria, assim como estiveram na Líbia juntos em apoio aos “rebeldes” contra o regime nacionalista de Kadaffi! Estamos diante de uma força política que se passou de malas e bagagens para o campo da reação “democrática” imperialista. Se ainda restava alguma dúvida, prestemos bastante atenção no que diz a mais recente declaração dos morenistas sobre a Síria. Para a LIT, “Desde o final de 2011, a luta de classes na Síria chegou a sua máxima expressão, iniciando-se una guerra civil. Depois de meses de mobilizações populares que eram brutalmente reprimidas pelo regime sírio, surge o denominado Exército Livre da Síria (ELS). Esta força combatente está conformada, fundamentalmente, por setores da população civil que tomaram as armas e por soldados que desertaram do exército regular que responde a ditadura de Assad. Líderes do ELS asseguram que suas fileiras contam com 40 mil combatentes e suas ações militares se circunscrevem, geralmente, a tática de guerra de guerrilhas... Sustentamos que o armamento da população deve estender-se e as ações militares devem ser centralizadas a partir de una direção unificada de todas as unidades e comitês populares armados. Por outro lado, é preciso exigir aos governos armas e assessores militares para a resistência armada síria” (sítio LIT, 20/04)! Estamos diante de um claro chamado ao estabelecimento de uma frente única com as potências imperialistas contra um governo de corte nacionalista burguês!

Vejamos o que noticia o jornal sobre a política da LIT de “exigir dos governos armas e assessores militares para a resistência armada síria”. Segundo o Washington Post, EUA e Arábia Saudita chegaram à conclusão que é impossível causar um conflito interno no exército sírio, pois Assad exerce pleno controle sobre os militares. Por isso, o jornal afirma existir em andamento a implementação de um novo plano, na medida que os EUA já organizaram vários comitês de segurança, políticos e militares em favor dos “rebeldes” na Síria. O comitê ianque de apoio ao ELS é formando pela Secretária de Estado, Hillary Clinton, na função de supervisora e Jeffrey Feltman, como coordenador. Feltman também controla um grupo cujos membros incluem ministros de Relações Exteriores da Arábia Saudita e Qatar. Além disso, conta com participação da CIA e agências de inteligência da Arábia Saudita, Qatar, Turquia, Líbia e da OTAN, através de um escritório com sede em Doha, para a coordenação especial de segurança na Síria. Já o comitê militar é chefiado pelo general Martin Dempsey. O grupo é quem tem a palavra final em matéria de apoio logístico para os “rebeldes” sírios e determina o tipo de inteligência a serem fornecidos para a oposição. O comitê de segurança, entretanto, tem representantes de sete a dez agências de inteligência americanas. Sua missão é o desenvolvimento de enredos e coleta de informações-chave sobre a situação na Síria. Ainda segundo o jornal, um dos objetivos da estratégia está destinado a impedir a Rússia de manter uma posição permanente na Síria, mais precisamente sua base militar no país. Além disso, a trama procura “transferir a democracia ao país” sem ter que arriscar a segurança nacional de Israel. Por isso, o plano será realizado diretamente pelos batalhões militares de mercenários que atuam além das fronteiras sírias com países como o Líbano, Turquia, Jordânia e partes do Iraque. Guerra de guerrilha nas cidades sírias, ataques especiais em áreas que estão sob controle do governo de Al Assad pesado juntamente com operações paramilitares e guerra psicológica contra o exército fazem parte das ações!

Diante de fatos tão claros, inclusive noticiados amplamente pela própria mídia imperialista, não acreditamos que a “cúpula” morenista da LIT seja tão estúpida assim de não ver o óbvio. Trata-se de um outro fenômeno, marcado pela decomposição ideológica, moral e material de uma corrente política para melhor se adaptar aos “tempos modernos”, diante da brutal ofensiva imperialista pós-queda do Muro de Berlim, também apoiada por esses mesmos senhores em nome de combater a “ditadura stalinista” na URSS e no Leste europeu.

Está colocado frente a escalada política e militar do imperialismo em apoio aos “rebeldes” made in CIA na Síria, assim como fez na Líbia, combater para que a luta dos povos do Oriente Médio não sirva para o imperialismo debilitar os regimes que têm fricções com a Casa Branca (Irã e Síria), ou mesmo como cínico pretexto para justificar intervenções militares “humanitárias”. Cabe aos marxistas leninistas na trincheira da luta contra o imperialismo e pelas reivindicações imediatas e históricas das massas árabes, postarem-se em frente única com os governos das nações atacadas ou ameaçadas pelas tropas da OTAN e combater os planos de agressão das potências capitalistas sobre os países semicoloniais da região, desmascarando vigorosamente aqueles que se fingindo de “esquerda” avalizam a sanha neocolonialista de Obama e seus sócios.