quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

PRESIDENTE PUTIN ANUNCIA MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS NA RÚSSIA: LOGO APÓS PRIMEIRO-MINISTRO RENUNCIOU COM TODO O GABINETE DE GOVERNO


O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, declarou ao presidente russo, Vladimir Putin, que todo o governo russo deve renunciar. Putin agradeceu a Medvedev pelo seu trabalho e solicitou ao primeiro-ministro e ao gabinete a continuarem o seu trabalho até que um novo governo pudesse ser formado. A saída de Medvedev ocorreu logo após Putin apresentar uma série de mudanças que o presidente diz serem necessárias para a constituição da Rússia, incluindo novos limites aos poderes de nomeação do presidente. As alterações jurídicas incluirão o aumento dos poderes do parlamento do país na nomeação de membros do governo. O líder máximo russo também propôs a proibição de altos funcionários, incluindo legisladores, governadores, o primeiro-ministro e outros de poderem ter dupla cidadania ou autorizações de residência no exterior. Putin escolheu Dmitry Medvedev para o cargo de primeiro-ministro em maio de 2012  e em 2018, após iniciar seu quarto mandato presidencial. Medvedev serviu como presidente da Rússia entre 2008 e 2012, período durante o qual Putin serviu como primeiro-ministro, se configurando na hierarquia do Estado como o “segundo homem” do poder central. Com a inesperada crise aberta na cúpula do regime, Putin propôs imediatamente o nome de Mikhail Mishustin para ocupar o cargo de primeiro-ministro, que aceitou a função. Mishustin era chefe da receita federal russa, e conta com o apoio do mercado financeiro e dos governos da União Européia que o consideram um “moderado”. Especula-se que as manobras constitucionais de Putin serviram como uma opção para se manter no leme do Estado após 2024 quando deixará a presidência, o que inclui transferir poder ao parlamento e assumir um papel mais destacado de primeiro-ministro. Outra alternativa pensada por Putin seria liderar um Conselho Estatal, um organismo que deverá receber mais poderes da constituição russa. Ainda é cedo para definir se o novo “desenho constitucional” proposto por Putin surtirá o efeito desejado pelo oligarca restauracionista, o certo é que suas manobras já abriram uma indesejada crise interna com Medvedev em um momento de ofensiva do imperialismo ianque sobre os aliados internacionais da Rússia. A nova burguesia russa surgida com o fim do antigo Estado Operário Soviético, delegou a Putin o comando central do regime para potenciar a acumulação capitalista, porém sob pressão do imperialismo europeu (principal parceiro econômico do país) e da Casa Branca poderá exigir a renovação da poder caso os “arriscados” passos do presidente comprometam seus lucros. O poderoso proletariado russo, protagonista da maior revolução socialista da história mundial, não deve depositar confiança política alguma na camarilha de Putin e seus apêndices do atual Partido Comunista (reformista) que apoia o governo. A tarefa da nova geração de ativistas bolcheviques será a reconstrução do genuíno Partido Marxista de Lenin e Trotsky!