Aproveitamos as reflexões em torno do aniversário de 61 anos
da Revolução Cubana para reafirmar a defesa incondicional da ilha operária e de
suas conquistas históricas rechaçando a ofensiva imperialista através do
bloqueio econômico e da política de “reação democrática” levada acabo pela Casa
Branca e, ao mesmo tempo, polemizamos com a orientação programática adotada
pela burocracia castrista que ataca uma série de direitos históricos dos
trabalhadores com o objetivo de avançar o processo de restauração capitalista.
Mantemos a vigência programática da revolução política em Cuba para que o
proletariado possa efetivamente ingressar na etapa histórica do genuíno
socialismo. A melhor forma de comemorar os 61 anos da Revolução é responder as
investidas do imperialismo ianque que se incrementaram com Trump, chamando a
classe operária em nível mundial a derrotar o imperialismo e não apoiando a
política de “coexistência pacífica” com a Casa Branca e a Igreja Católica. Em 1959 na ilha de Cuba, a revolução foi encabeçada por uma
organização política que não era comunista e nem sequer socialista, o Movimento
26 de julho era originalmente um agrupamento de jovens guerrilheiros que
lutavam para derrubar uma ditadura corrupta e decadente e instaurar um regime
democrático burguês. Entretanto a lógica de ferro da luta de classes imprimiu
uma outra dinâmica que aqueles jovens combatentes do Movimento 26 de Julho não
poderiam imaginar. A violenta queda de Fulgêncio Batista na festa de réveillon
naquela histórica entrada do ano de 1959, deu lugar a um novo governo liderado
por Fidel Castro e que contava com um amplo arco de forças políticas, a exceção
do Partido Comunista de Cuba, fiel ao ditador Batista até o último minuto.
Fidel e seus camaradas como Che, Raul, Camilo Cienfuegos etc, esperavam contar
no primeiro momento com um apoio considerável do governo dos EUA, porém então o
presidente Eisenhower tratou de frustrar rapidamente estas expectativas. A
política econômica do governo castrista (especialmente a nacionalização de
empresas estrangeiras) deixou tão alarmados os Estados Unidos que forçou o
imperialismo ianque a romper relações diplomáticas com o país. Cuba, então,
estabelece relações abertas com a União Soviética e só aí inicia o processo da
"revolução social", ou seja, expropriações e planificação central de
sua economia.
Fidel Castro resgata o banido Partido Comunista e promove a integração do Movimento 26 de Julho a nova organização reabilitada. Portanto Cuba, ao contrário da velha Rússia, não atravessou uma revolução pelas mãos de um partido comunista ou mesmo anticapitalista, sua revolução nunca foi conscientemente socialista (dirigida por um partido revolucionário) e sim social, já que socializou os meios de produção findando assim com o "deus mercado" na Ilha caribenha e inaugurando a era do primeiro Estado Operário da América Latina.
Fidel Castro resgata o banido Partido Comunista e promove a integração do Movimento 26 de Julho a nova organização reabilitada. Portanto Cuba, ao contrário da velha Rússia, não atravessou uma revolução pelas mãos de um partido comunista ou mesmo anticapitalista, sua revolução nunca foi conscientemente socialista (dirigida por um partido revolucionário) e sim social, já que socializou os meios de produção findando assim com o "deus mercado" na Ilha caribenha e inaugurando a era do primeiro Estado Operário da América Latina.
Orgulhamo-nos de em meio à ofensiva mundial do imperialismo contra Cuba e outros regimes políticos que são alvo da sanha guerreirista da Casa Branca, como a Síria e o Irã, estarmos na linha de frente do combate internacionalista para derrotar as grandes potências capitalistas, inclusive em unidade de ação com o PC cubano diante dos ataques do pior inimigo dos povos, o imperialismo. Desde a trincheira de luta da defesa do Estado operário cubano e das nações oprimidas, fazemos o combate programático e político pela construção nestes países de uma autêntica direção revolucionária para o proletariado.
O fundamental é que como Marxistas-Leninistas compreendemos a importância histórica de defender o Estado operário cubano das investidas do imperialismo. Saudamos a revolução vitoriosa dirigida por Fidel e Che que arrancou a pequena ilha das garras dos grandes monopólios ianques, transformando um país que era literalmente um prostíbulo da burguesia norte-americana em uma nação que anos depois rompeu com o jugo da dominação da cadeia de espoliação capitalista, garantindo a seu povo conquistas históricas como educação pública, gratuita e um dos sistemas de saúde mais avançados do planeta. Nem os mais de 50 anos de criminoso bloqueio econômico fizeram ruir essas conquistas que permanecem socialmente vigentes para o proletariado, apesar das imensas dificuldades que impõe a Cuba até hoje. Sabemos perfeitamente que Cuba atravessa um momento extremamente difícil em sua existência. Desde a queda da URSS e do Muro de Berlim, quando a restauração capitalista varreu o Leste Europeu e a União Soviética, em uma profunda derrota do proletariado mundial, a economia cubana perdeu grande parte dos seus parceiros comerciais impondo-se ainda mais a ilha operária o isolamento político e econômico. Foram tomadas várias medidas de mercado para tentar revitalizar sua economia. Não nos opomos por princípio à adoção dessas medidas, pois até Lenin e o Partido Bolchevique as tomaram na URSS por meio da NEP.
Compreendemos que a melhor forma de defender as conquistas da revolução neste momento difícil é reforçando o chamado a derrotar o imperialismo em nível mundial e não a estabelecer com a Casa Branca e a Igreja Católica uma política de “coexistência pacífica”. O legado teórico de Trotsky nos ensinou que era preciso defender incondicionalmente a URSS, apesar dos erros e traições de Stalin. Hoje, com Cuba fazemos o mesmo. Ainda que tenhamos críticas à direção do PCC, jamais nos somamos ao imperialismo e sua corja arquirreacionária nos ataques ao Estado operário. Pelo contrário! Sempre estivemos na linha de frente da sua defesa, não apenas como “amigos de Cuba”, mas acima de tudo como internacionalistas proletários e defensores do socialismo científico como alternativa à barbárie capitalista que ameaça a existência da própria humanidade. Acreditamos que somente a mobilização internacionalista da classe operária poderá fazer frente aos planos do império para aniquilar totalmente a enorme referência mundial da revolução cubana. Por isso não devemos depositar nenhuma confiança nos “acordos” amistosos com os chefes “democratas” dos estados terroristas como os EUA e a França. A trágica lição abstraída da guerra da Líbia, onde Kadaffi “confiou” inicialmente nos abutres imperiais europeus que logo em seguida devastaram seu país, deve servir como um farol revolucionário para a vanguarda classista do proletariado mundial na defesa de Cuba.
Tragicamente, diversas correntes que se reivindicam trotskistas, rompendo com o mais elementar critério de classe, hoje atuam como verdadeiros agentes da contrarrevolução “democrática”. Já durante a chamada “crise dos balseiros” em 1994 esses senhores se postaram ao lado dos mafiosos gusanos e clamavam por “liberdade” em Cuba, quando esta campanha midiática não passava de uma trama do imperialismo para isolar a ilha e buscar a desestabilização do regime no lastro do fim da URSS. Essa conduta vergonhosa, que enlameia o nome do “trotskismo”, ganhou o justo ódio da classe operária cubana e da vanguarda internacionalista que defende o Estado operário. Mas o genuíno Trotskismo, repetimos, não é partidário dessa cantilena montada nos gabinetes do Pentágono sobre o cínico pretexto da “defesa dos direitos humanos”.
Da mesma forma que denunciamos a farsesca “Revolução Árabe”, voltada a atacar regimes políticos que são obstáculos aos planos neocolonialistas para o norte da África e Oriente Médio (primeiro Líbia, agora Síria e depois Irã), nos postamos contra tais “movimentos democráticos” made in CIA urdidos contra Cuba. Por isso alertamos, os próximos passos da Casa Branca estão bastante claros: primeiro a chantagem “democrática” utilizando a dissidência contrarrevolucionária como as “Damas de Branco”. Se essa política não der o efeito desejado vem depois a tradicional agressão militar apoiada na colossal superioridade bélica do Pentágono. Nesse cenário, não nos surpreenderemos se amanhã esses mesmos “trotskistas” calhordas paladinos da “Primavera Árabe” saírem a saudar entusiasticamente os “rebeldes cubanos” que se levantam contra o que eles chamam cinicamente de “ditadura dos irmãos Castro”.
A LBI não apenas denuncia publicamente esses canalhas que maculam a bandeira da IV Internacional como se posta incondicionalmente a lado do povo cubano e em frente única com o PCC na defesa da ilha operária. Não por acaso, fizemos questão de lançar como artigo inicial de nosso blog político em julho de 2011 um texto somando-se à campanha pela libertação imediata dos cinco militantes cubanos encarcerados pelo império terrorista, alertando que o método da ação direta e mobilização permanente da classe operária mundial era o caminho correto para apontar na libertação dos companheiros Fernando González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Gerardo Hernández e René González, acusados farsescamente de terrorismo pelo então governo Clinton e que cumpriram severas penas desde 1998, mantidos encarcerados por um longo período pelo mesmo bando ianque “democrata”, chefiado então pelo assassino Obama.
Justamente por defendermos incondicionalmente Cuba e as conquistas históricas da revolução, apontamos que para garantir a manutenção do Estado Operário os trabalhadores cubanos devem lutar pela imediata expulsão dos agentes da CIA, combater a nefasta influência ideológica da Igreja Católica e derrotar todas as organizações anticomunistas camufladas de democráticas. Ao mesmo tempo, como aponta o Programa de Transição elaborado por Trotsky em 1938, não defendemos a volta à democracia burguesa e a legalização de todos os partidos de uma maneira geral em Cuba, mas a revolução política para que os conselhos populares decidam verdadeiramente como melhor levar a luta contra os privilégios, a desigualdade social e o reforço da economia planificada segundo os interesses dos próprios trabalhadores. Lutamos decididamente contra a destruição do Estado Operário cubano, já que isso representaria uma enorme derrota para o proletariado latino-americano e mundial, abrindo um período sem precedentes de avanço imperialista. Neste momento que comemoramos os 61 anos da Revolução declaramos que a defesa incondicional de Cuba contra o imperialismo ianque é para a LBI tarefa primordial assim como para todos aqueles que se colocam pela construção de uma América Latina socialista e revolucionária!