A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou para esta
quarta-feira um painel de especialistas em emergências para determinar se um
novo vírus que se espraia pela China e causa pneumonia deve ser declarado uma
ameaça global, depois que autoridades de saúde chinesas confirmaram que o
patógeno é contagioso e a ocorrência de quatro mortes.O surto teve início em
Wuhan, capital da província central de Hubei, se estendeu a Pequim e outras
cidades e já há suspeita de casos no Japão, Coreia do Sul, Austrália, México,Tailândia
e EUA.No Brasil, o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde informa que
não há nenhum caso suspeito, mas a pasta diz que enviou comunicado às
representações da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) em portos e
aeroportos para que viajantes sejam orientados a tomar medidas de precauções em
viagens ao exterior e para a "revisão dos principais aeroportos de conexão
provenientes da China para identificação e mensuração dos riscos". Segundo
a OMS, uma fonte animal parece ser “a principal fonte” do surto e está
ocorrendo uma “transmissão limitada” de humanos para humanos. Com mais de 10
milhões de habitantes, Wuhan é a sétima cidade mais populosa da China.Os novos
casos trouxeram de volta os registros da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars),
outro tipo de coronavírus que surgiu na China nos anos de 2002 e 2003,
resultando na morte de quase 800 pessoas em uma pandemia global. Especialistas
britânicos que estão monitorando a doença afirmam que há sinais para
"inquietação", devido a rapidez da propagação mundial. Zhong Nanshan,
o cientista chinês responsável pela descoberta em 2003 do SARS e que encabeça a
comissão de alto nível da China sobre a nova pneumonia, revelou que o mais novo
patógeno é capaz de se espalhar de pessoa para pessoa. “Foi confirmado que duas
pessoas na provincial de Guangdong foram infectadas através de transmissão
humano-para-humano”. O regime capitalista global também está padecendo de uma
“doença econômica crônica e estrutural”, o estancamento de suas forças
produtivas, e por isso mesmo a ameaça de uma pandemia internacional já começa a
abalar os mercados financeiros. Com as alarmantes notícias sobre o coronavírus,
o MSCI Emerging Markets Index registrou a sua maior queda em cinco meses nesta
última terça-feira (21/01), com baixa de 1,7%, enquanto as moedas emergentes
também registraram baixas, capitaneadas pelo won sul-coreano e pelo peso
colombiano. No Brasil, oIbovespa teve queda de 1,54%, a 117.026 pontos,enquanto
o dólar superou os R$ 4,20, na maior cotação desde dezembro. O episódio do SARS
ocorrido em 2003 está sendo usado como parâmetro para os analistas de mercado e
investidores entenderem qual pode ser o impacto do coronavírus na segunda maior
economia do mundo, uma vez que abalou os mercados há 17 anos atrás. As commodities neste momento de “pré pânico”
também estão sendo afetadas, ainda que de magnitudes diferentes, os contratos
futuros do petróleo fecharam em baixa. Na New York Mercantile Exchange (Nymex),
o contrato do WTI para março caiu 0,34%, a US$ 58,38 o barril, já o contrato do
Brent para o mesmo mês recuou 0,94%, a US$ 64,59 o barril, na Intercontinental
Exchange (ICE). Obviamente os especuladores e rentistas do cassino de Wall
Street querem tirar proveito financeiro do temor que já “contaminou” o mundo, é
a fase “retroviral” de um sistema de produção esgotado e que objetivamente põe
em risco a sobrevivência de toda a humanidade. A indústria química e
farmacêutica, assim como a indústria armamentista do imperialismo ianque,
acumulam lucros com morte e não com a vida, são o recurso histórico utilizado
pela burguesia para uma fase de redução drástica da taxa de lucro em função da
recessão mundial. É necessário para a sobrevivência da humanidade romper com
esta lógica suicida do capital, porém a única alternativa possível para evitar
a barbárie em todo o mundo, continua sendo a perspectiva estratégica da
revolução proletária e o socialismo!