Mário Alves ingressou no PCB, aos 15 anos na Bahia, em pleno
Estado Novo de Getúlio Vargas. Nesse primeiro período participou das lutas
estudantis e das lutas populares contra o nazifascismo, impulsionando a
campanha do "Partidão" pela exigência da participação do Brasil na
guerra ao lado das forças imperialistas aliadas. Passada a II Grande Guerra,
por sua destacada participação nas frentes de batalha, particularmente com a
derrota que o proletariado e o Exército Vermelho da URSS infligiram ao exército
de Hitler, os stalinistas fortalecem sua influência política no Brasil. O PCB
foi legalizado durante o segundo governo Vargas e Mário Alves eleito para o
comitê regional do Partido na Bahia.
Pouco depois, o governo Dutra impôs uma dura repressão ao
PCB que foi colocado na ilegalidade. Mário Alves seguiu para o Rio de Janeiro,
já casado com sua companheira Dilma Borges, mas, ainda perseguido,
transferiu-se para São Paulo, onde trabalhou na revista Problemas. Viajou para
a União Soviética em 1953 a fim de participar de um curso de
Marxismo-Leninismo. Em 1957 foi eleito membro do Comitê Central do PCB. Em
1958, viajou para a República Popular da China e assumiu a direção do jornal
Novos Rumos do PCB. Mário Alves dominava vários idiomas e durante o período de
clandestinidade trabalhou como tradutor para garantir seu sustento financeiro.
No início da década de 1960, atuou na secretaria nacional de
educação do PCB e começou a polemizar com as posições da maioria do Comitê
Central do Partido. Defendia que a aliança privilegiada que os operários deviam
consolidar seria com os camponeses e não com a burguesia "nacional",
como era defendida pelos prestistas do PCB. A partir do golpe militar de 1964,
Mário Alves passou a viver novamente na clandestinidade, sendo preso em julho.
Foi libertado em 1965, graças a um habeas corpus.
A luta política dentro do PCB intensificou-se. A maioria do
CC defendia a continuidade da política em relação ao que denominavam
"burguesia nacional" e a via pacífica para derrotar a ditadura militar.
Um conjunto de dirigentes históricos e militantes, entre eles Mário Alves e
Carlos Marighella, rompem com essa política e defendem a resistência armada por
meio de de organizar a luta de guerrilha contra regime. Mario Alves, defendendo
a importância de organizar um novo partido de vanguarda, junto com outros
quadros históricos, como Apolônio de Carvalho e Jacob Gorender, fundou o PCBR
em 1968, tornando-se seu secretário-geral.No dia 16 de janeiro de 1970, aos 46
anos, Mário Alves desapareceu depois de sair de sua casa no bairro da Abolição,
subúrbio carioca. Foi preso pelo DOI-CODI e levado ao quartel da Polícia do
Exército, na rua Barão de Mesquita, Tijuca, um dos centros de tortura da
ditadura. Foi espancado barbaramente de noite, empalado com um cassetete
dentado, o corpo todo esfolado por escova de arame, por se recusar a prestar
informações exigidas pelos torturadores do 1° Exército e do DOPS. Alguns presos
políticos que ali estavam, entre eles Antônio Carlos Carvalho (Tonico), René
Carvalho e Raimundo Teixeira Mendes, presenciaram sua agonia e denunciaram,
ainda no período da ditadura, as condições de sua morte, desmentindo versões
oficiais que negavam o ocorrido.
Sua companheira escreveu na época uma carta ao comandante do
I Exército Siseno Sarmentoperguntando o destino do marido e foi entregá-la
pessoalmente. Ao voltar para saber a resposta foi submetida a interrogatório e
ameaçada por caluniar o exército sem testemunhas.Ela e sua filha Lúcia
conseguiram, em 1987, que a União reconhecesse a responsabilidade civil por sua
prisão, morte e danos morais. Foi, assim, o primeiro caso em que a União
reconheceu sua responsabilidade por um desaparecimento político.
No dia 16 de janeiro de 1970, aos 46 anos, Mário Alves foi
capturado pelos organismos de repressão, depois de sair de sua casa no bairro
da Abolição, subúrbio carioca.Foi preso pelo DOI-CODI e levado ao quartel da
Polícia do Exército, na rua Barão de Mesquita, Tijuca, um dos centros de
tortura da ditadura militar. Foi espancado barbaramente de noite, empalado com
um cassetete dentado, o corpo todo esfolado por escova de arame, por se recusar
a prestar informações exigidas pelos torturadores do 1° Exército e do DOPS.
Alguns presos políticos que ali estavam, entre eles Antônio Carlos Carvalho
(Tonico), René Carvalho e Raimundo Teixeira Mendes, presenciaram sua agonia e
denunciaram, ainda no período da ditadura, as condições covardes de sua morte,
desmentindo versões oficiais que negavam o ocorrido.Sua companheira escreveu na
época uma carta ao comandante do Primeiro Exército, Siseno Sarmento,
perguntando o destino do marido e foi entregá-la pessoalmente. Ao voltar para
saber a resposta foi submetida a interrogatório e ameaçada por caluniar o
exército sem testemunhas. Ela e sua filha Lúcia conseguiram, em 1987, que a
União reconhecesse a responsabilidade civil por sua prisão, morte e danos
morais. Foi, assim, o primeiro caso em que a União reconheceu sua
responsabilidade por um desaparecimento político. Mário Alves foi um dos nossos
heróis no valente combate aos genocidas do regime militar. Sua memória ficará
viva nas gerações dos novos militantes Marxistas Leninistas que hoje enfrentam
com a mesma coragem política o governo neofascista de Bolsonaro.