domingo, 5 de janeiro de 2020

GOVERNO GOLPISTA MARCA A DATA DAS NOVAS ELEIÇÕES NA BOLÍVIA: UMA GRANDE FRAUDE ANUNCIADA COM O AVAL POLÍTICO DE EVO E DO MAS...


O governo golpista da Bolívia anunciou que irá promover novas eleições para presidente e o parlamento no próximo dia 3 de maio, mais de seis meses depois do golpe de Estado que provocaram  a renúncia “forçada” de Evo Morales e a posse da reacionária Jeanine Áñez como presidente interina. Para orquestrar a farsa da “volta da democracia”, toda uma operação de expurgos políticos foi montada, a começar pela destituição dos membros do antigo Tribunal Supremo Eleitoral, que agora será presidido pelo direitista Salvador Romero. O TSE até já determinou um eventual segundo turno que ocorrerá no prazo de até 45 dias após a primeira votação do início de maio. Depois de “depurarem” o TSE com todas as novas indicações inteiramente afinadas com o golpe de Estado, o regime de exceção tratou de proscrever a figura eleitoral de Evo Morales, que não poderá ser novamente candidato, apesar de estar mantido o registro do seu partido o Movimento ao Socialismo (MAS). Até o momento já se lançaram vários pré-candidatos para concorrer a farsa eleitoral, porém o líder nas pesquisas é o jovem líder “cocalero” Andrónico Rodríguez, considerado o herdeiro político de Morales, com 23% das intenções de voto, seguido pelo ex-presidente Carlos Mesa, com 21%, segundo colocado na eleição de outubro. Os dirigentes neofascistas Luis Fernando Camacho e Marco Antonio Pumari, fundamentais no suporte político ao golpe de Estado que derrubou Morales, aparecem com 13% e 10% das intenções de voto, respectivamente, mas já acertaram uma aliança da extrema direita e devem lançar uma chapa comum. No campo da esquerda existe uma grave crise, com uma possível fissura do MAS, que tem sua origem antes mesmo da renúncia de Morales. Um setor da Social Democracia aceitou e até mesmo impulsionou os protestos “populares” contra a suposta “fraude eleitoral” que resultaram na derrocada do MAS. Nesta trincheira por “eleições limpas” comandadas pelos “ratos” da OEA, se agruparam os fascistas, a direita neoliberal, a direção da COB, um setor do próprio MAS e por último os cretinos revisionistas do POR, que antes bradaram cinicamente contra o “eleitoralismo da esquerda”. Na expectativa reformista de ganhar as eleições manipuladas se encontra Rodríguez do MAS, que ainda aguarda uma decisão final do seu partido. Morales informou que no próximo dia 19/01 anunciará, em Buenos Aires, onde se encontra exilado, qual será a chapa presidencial do MAS. A “trampa” dos golpistas assim vai se legitimando com a valorosa colaboração do MAS, que desgraçadamente não conseguiu abstrair as trágicas lições do golpe de Estado, que vem penalizando as massas bolivianas com a severa “pauta do mercado” ditada pelo imperialismo ianque. Os reformistas do MAS sonham agora em repetir o fracassado ciclo histórico da Frente Popular no governo, enquanto o poder real do Estado continua sob o controle de uma burguesia totalmente submissa as ordens da Casa Branca em Washington. Os revisionistas do POR novamente irão fazer uma agitação vazia contra o “eleitoralismo”, até que ecloda o primeiro movimento reacionário nas ruas onde ingressarão sem o menor escrúpulo programático. A heróica classe operária boliviana, que já foi por muitas vezes a vanguarda revolucionária da América Latina, tem a tarefa de reconstruir seu verdadeiro partido Marxista Leninista!