Nesta última quinta-feira (16/01) começou o julgamento
político do presidente Donald Trump no Senado dos EUA, o chamado processo do
impeachment instrumento jurídico criado pelos ianques e que se “popularizou”
nas constituições do mundo todo. Após o envio pela Câmara dos Deputados da
acusação de abuso de poder e obstrução ao Congresso e depois de quase um mês de
protelação, o relógio começou a “correr” para depor o presidente do “monstro”
imperialista. A comitiva oficial da Câmara foi recebida pelo líder da maioria,
o conservador republicano, senador Mitch McConnell, que declarou que o Senado
imperial “está pronto” para receber os deputados designados ‘gerentes’, que
atuarão como promotores da acusação. O julgamento será dirigido pelo presidente
da Suprema Corte, John Roberts e os 100 senadores se tornam o júri. No último
ato na Câmara, controlada pelos democratas, foram eleitos os sete promotores do
processo: o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, que
encabeçou a investigação inicial e será o acusador principal; o presidente do
Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler, cujo painel redigiu os artigos de
impeachment; o presidente do Democratic Caucus, Hakeem Jeffries; e os deputados
Jason Crow, Sylvia Garcia, Zoe Lofgren e Val Demings. Jamais um presidente
norte-americano até hoje foi afastado ao final do processo de impeachment,
apesar de Richard Nixon ter renunciado a Casa Branca sob pressão do processo em
pleno curso e com uma clara tendência a cassação do seu mandato presidencial. Para ser afastado, 67 senadores (dois terços)
terão de votar contra Trump , o que em um cenário político estático é
formalmente improvável com os republicanos tendo controle por 53 a 47,
precisaria que 20 senadores republicanos abandonassem o barco “trumpista”. Para
se ter um parâmetro comparativo, na Câmara a aprovação do envio das acusações
ao Senado foi por 228 a 193, inteiramente por linhas partidárias fidelizadas,
todos os deputados republicanos votaram contra e todos os democratas a favor,
mais uma independente. Às vésperas da eleição presidencial em novembro próximo,
não é difícil prever que no Senado, a
menos que apareça aquela famosa figura do imaginário norte-americano, uma “arma
fumegante”, a votação vai ser nos mesmos parâmetros partidários. Com tantos
crimes hediondos para indiciar Trump (crianças separadas dos pais, incitação à
xenofobia, tratados imprescindíveis rasgados, ocultação de imposto de renda e
agora o assassinato do general Suleimani à luz do dia), os democratas acharam
por bem investigá-lo por um telefonema ao novo presidente ucraniano em julho,
Volodymyr Zelensky, uma verdadeira gentileza para “cumprir tabela”. O início do
governo do palhaço reacionário parecia que não sustentaria Trump por muito
tempo, porém a agressiva política belicista do imperialismo ianque acabou por
unificar as duas alas do grande partido do capital financeiro(Democrata e
Republicano), e o processo de impeachment apresentado no final do mandato foi
apenas uma mera formalidade da oposição. Por outro lado em sua última grande
cartada política na Casa Branca, ou seja o ataque militar ao Irã, foi
relativamente bem sucedido em virtude do flagrante recuo do regime dos
aiatolás. Por tudo isso podemos prognosticar que o processo do impeachment
contra Trump seguirá o curso previsto pelos próprios democratas: não dará em
nada!