sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

ENTREVISTA DO COMANDANTE DA FORÇA AÉREA IRANIANA (IRGC): GENERAL AMIR ALI HAJZADEH 


O comandante da Força Aérea da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), general Amir Ali Hajzadeh, revela nesta entrevista (traduzida em primeira mão no Brasil pelo Blog da LBI) pontos chaves a respeito dos recentes ataques militares iranianos, com mísseis balísticos, a bases dos EUA no Iraque.

“Atingimos com os nossos mísseis pontos chaves na base aérea norte-americana que eram utilizadas para equipar helicópteros de ataque. Estamos capazes de atingir os quartéis dos soldados norte-americanos na base aérea mas evitamos isso porque o nosso objetivo era alcançar o centro de comando. Atingimos o centro de comando da base Ain El-Assad e as imagens revelam a extensão da sua destruição. O presidente Trump costuma visitar a base aérea de Ain El-Assad quando visita o Iraque. Nosso objetivo era criar terror e pânico nos corações das forças norte-americanas (daquela base aérea). Forças norte-americanas transportaram seus soldados feridos para a entidade sionista (Israel) utilizando nove aviões. Nunca ouvimos falar, desde a II Guerra Mundial, de qualquer ataque a bases militares americanas sem a subsequente retaliação ianque. O que ouvimos de Trump é asneira, os EUA podiam ter atacado o Irã mas centraram-se na ação midiática. Há muitos alvos no Irã mas os EUA são incapazes de executar tais operações. O mundo agora sabe quem é que perdeu a batalha! As forças dos EUA inevitavelmente deixarão a região. O Eixo de Resistência é que chutará as forças americanas para fora da região. Não há dúvida de que há mortos e feridos entre as forças dos EUA, muito embora tenhamos alvejado os centros de comando da base. O próximo passo (da resposta) será executada pelas organizações do Eixo da Resistência. A resposta seguinte não será meramente uma “bofetada”, mas ao invés um passo que transformará a situação de toda a região. Nossa primeira operação não equivale ao sangue dos mártires, o líder anunciou que a retaliação será alcançada com a retirada total das forças americanas da região. Não somos criminosos como os ianques, podíamos ter alvejado os edifícios residenciais dentro da base americana. Com o martírio de Soleimani começou uma nova fase da Revolução. O importante é que conseguimos quebrar o prestígio dos EUA. Estávamos à espera de uma resposta dos EUA e estamos preparados para responder à resposta deles. Eu disse aos estados fronteiriços do Golfo Persa: os EUA não se mexerão para resgatá-los. Esta é a primeira vez que bases norte-americanas são alvejadas desde a II Guerra Mundial. Durante a operação de ataque à base dos EUA esperávamos receber uma resposta e estávamos preparados para uma guerra total. Decidimos mirar a maior base dos EUA e a mais distante das fronteiras iranianas. Não procurávamos matar soldados dos EUA com o nosso ataque de mísseis, mas certamente muitos foram mortos. Podíamos ter concebido a operação para matar 500 no primeiro passo e, se respondessem, podíamos ter morto 4.000 a 5.000 no segundo e terceiro passos”.

Teerã, 10 de Janeiro de 2020