O comandante da Força Aérea da Guarda Revolucionária
Islâmica do Irã (IRGC), general Amir Ali Hajzadeh, revela nesta entrevista (traduzida
em primeira mão no Brasil pelo Blog da LBI) pontos chaves a respeito dos
recentes ataques militares iranianos, com mísseis balísticos, a bases dos EUA
no Iraque.
“Atingimos com os nossos mísseis pontos chaves na base aérea norte-americana que eram utilizadas para equipar helicópteros de ataque. Estamos
capazes de atingir os quartéis dos soldados norte-americanos na base aérea mas evitamos
isso porque o nosso objetivo era alcançar o centro de comando. Atingimos o
centro de comando da base Ain El-Assad e as imagens revelam a extensão da sua
destruição. O presidente Trump costuma visitar a base aérea de Ain El-Assad
quando visita o Iraque. Nosso objetivo era criar terror e pânico nos corações
das forças norte-americanas (daquela base aérea). Forças norte-americanas
transportaram seus soldados feridos para a entidade sionista (Israel)
utilizando nove aviões. Nunca ouvimos falar, desde a II Guerra Mundial, de
qualquer ataque a bases militares americanas sem a subsequente retaliação
ianque. O que ouvimos de Trump é asneira, os EUA podiam ter atacado o Irã mas
centraram-se na ação midiática. Há muitos alvos no Irã mas os EUA são incapazes
de executar tais operações. O mundo agora sabe quem é que perdeu a batalha! As
forças dos EUA inevitavelmente deixarão a região. O Eixo de Resistência é que
chutará as forças americanas para fora da região. Não há dúvida de que há
mortos e feridos entre as forças dos EUA, muito embora tenhamos alvejado os
centros de comando da base. O próximo passo (da resposta) será executada pelas
organizações do Eixo da Resistência. A resposta seguinte não será meramente uma
“bofetada”, mas ao invés um passo que transformará a situação de toda a região.
Nossa primeira operação não equivale ao sangue dos mártires, o líder anunciou
que a retaliação será alcançada com a retirada total das forças americanas da
região. Não somos criminosos como os ianques, podíamos ter alvejado os
edifícios residenciais dentro da base americana. Com o martírio de Soleimani
começou uma nova fase da Revolução. O importante é que conseguimos quebrar o
prestígio dos EUA. Estávamos à espera de uma resposta dos EUA e estamos
preparados para responder à resposta deles. Eu disse aos estados fronteiriços
do Golfo Persa: os EUA não se mexerão para resgatá-los. Esta é a primeira vez
que bases norte-americanas são alvejadas desde a II Guerra Mundial. Durante a
operação de ataque à base dos EUA esperávamos receber uma resposta e estávamos
preparados para uma guerra total. Decidimos mirar a maior base dos EUA e a mais
distante das fronteiras iranianas. Não procurávamos matar soldados dos EUA com
o nosso ataque de mísseis, mas certamente muitos foram mortos. Podíamos ter
concebido a operação para matar 500 no primeiro passo e, se respondessem,
podíamos ter morto 4.000 a 5.000 no segundo e terceiro passos”.
Teerã, 10 de Janeiro de 2020