terça-feira, 14 de janeiro de 2020

EM DEFENSIVA TOTAL E SOB PROTESTOS INTERNOS: IRÃ ANUNCIA “ATAQUE CIBERNÉTICO” CONTRA O IMPERIALISMO



Apesar da aparente redução de tensão militar com os Estados Unidos, com o recuo político do regime dos aiatolás após terem reconhecido a responsabilidade pela derrubada do Boeing ucraniano, vários relatos oficiais indicam que o Irã pretende retaliar o imperialismo ianque na “arena digital”. Segundo o governo iraniano, pela primeira vez começaremos a ver ataques de inteligência artificial por computador contra o país que se arvora da total hegemonia tecnológica mundial, os alvos não serão nenhuma surpresa: além dos Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita poderão ser atingidos. Com a adoção desta “tática”, se for realmente levada a frente, é muito possível que a tensão política com o reacionário governo Trump mova-se para o terreno da guerra cibernética, uma área menos visível, mas igualmente crucial para os iranianos, que se rearmaram nos últimos anos no campo da computação. Um recente anúncio nos meios internacionais da cibernética ilustra essa capacidade de ataque iraniana: dois dias após a morte do general iraniano Qassem Soleimani, um grupo chamado "Cyber ​​Security Group Hackers" atacou o site da Federal Depository Library. A página inicial foi substituída por uma imagem sangrenta de Trump.  Foi um pequeno aviso. Os aeroportos usados ​​pelos soldados ianques no Oriente Médio podem ficar paralisados, já que hoje o Irã tem a mesma capacidade de ataque por computador da Rússia, China ou Coréia do Norte, países adversários que enfrentam as grandes potências imperialistas ocidentais. O Irã começou a investir pesadamente na guerra cibernética há dez anos por causa do ataque Stuxnet que sofreu. A agressão da NSA agiu como um sinal de alerta para Teerã. O aiatolá Khamenei é principal responsável no interior do regime pela arma da informação. Sob seu comando, a Guarda Revolucionária gerencia as unidades cibernéticas. O Stuxnet é um worm de computador desenvolvido ao longo de vários anos sob a direção direta de Washington, com o objetivo de interromper o programa nuclear iraniano parando as centrífugas, levando até à destruição de várias delas.  Foi um vírus que na época causou um enorme impacto, tanto por seus efeitos quanto pela sofisticação necessária. Desde então, o Irã entrou no contra-ataque com várias ofensivas cibernéticas.  Em 2012, ele fabricou seu primeiro grande vírus de computador, Shamoon, que infectou cerca de 30.000 computadores na empresa petrolífera saudita Aramco, a mais poderosa do mundo.  O vírus excluiu os dados administrativos da empresa. A unidade de ataque foi chamada APT 33. Os ataques não pararam.  Entre 2011 e 2013, sete piratas iranianos realizaram dezenas de ataques coordenados contra mais de quarenta bancos e instituições americanas, causando a perda de vários milhões de dólares.  Estes são principalmente ataques DDOS, que envolvem sobrecarga do servidor para impedir que funcionem corretamente. Entre janeiro de 2017 e o verão de 2018, eles lançaram mais ataques cibernéticos contra a Arábia Saudita e, em particular, contra a empresa de petróleo Aramco, a fim de causar explosões nas refinarias de petróleo. Os Marxistas não deixarão de apoiar qualquer iniciativa concreta do regime iraniano contra o imperialismo e seus “protetorados”, porém apontamos claramente que o anúncio desta nova “tática de enfrentamento virtual” corresponde a uma situação defensiva dos Aiatolás, que atravessam uma forte turbulência política no seu próprio país. Por mais de três dias consecutivos Teerã presenciou “protestos populares” exigindo o fim do regime. Obviamente que estas manifestações são induzidas diretamente pela mídia corporativa e a própria agência de inteligência ianque: CIA. Como um castelo de cartas desabando, o regime dos aiatolás vem acumulando reveses na arena política, o que já pode indicar uma fissura no bloco central de poder. Veremos se o anúncio do ataque cibernético não é mais um “blefe” dos aiatolás contra o governo Trump e o Estado terrorista de Israel.