VITÓRIA PARCIAL DOS TRABALHADORES FRANCESES: APÓS 38 DIAS DE GREVE, GOVERNO RECUA DO AUMENTO DA IDADE MÍNINA NA PREVIDÊNCIA! MANTER A LUTA CONTRA O AJUSTE NEOLIBERAL E PELA DERRUBADA DE MACRON!
Após 38 dias de greve, os trabalhadores franceses tiveram
vitória parcial importante e conseguiram fazer com que o governo neoliberal de
Emmanuel Macron retirasse “provisoriamente” o aumento da idade mínima de 62
para 64 anos da reforma da Previdência. Decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro
Edouard Philippe neste sábado. “O compromisso que ofereço me parece a melhor
forma de reformar pacificamente nosso sistema de aposentadorias”. A concessão
foi apresentada mediante uma contrapartida. A partir de agora, sindicatos e
empregadores têm até o fim de abril para apresenta uma “solução alternativa”
para equilibrar as contas previdenciárias. Em troca desse recuo na questão da
idade, Philippe convocou uma conferência de sindicatos e patrões que, no fim de
abril, deve chegar a um acordo sobre quais medidas serão adotadas para obter o
equilíbrio financeiro até 2027. Macron sugeriu aumento no tempo de contribuição.
Em resumo, Macron deseja a ajuda das direções sindicais para levar adiante o
ajuste neoliberal ainda nesse semestre. Edouard Philippe propôs um “compromisso
transparente e sólido” dos sindicatos. Os trabalhadores não podem aceitar esse
engodo, devem seguir em luta pela derrubada do gerente neoliberal. A chamada
“idade de referência” ou “idade-pivô” bloqueava a negociação com a CFDT
enquanto a como a CGT exige a retirada completa da reforma, ou seja, o governo
deseja dividir o movimento para derrota-lo através de uma manobra
distracionista. A reforma foi uma de suas promessas fundamentais da campanha e
ceder seria uma demonstração de enorme fraqueza, além de uma decepção para seu
eleitorado. Sua estratégia de estender o conflito para corroer o apoio popular
a medidas de força não deu o resultado esperado, mas as greves têm menos apoio
do que no início, como esperado. Se, após 38 dias deintensa luta, os
trabalhadores franceses não conseguiram derrotar os planos do governo, isso se
deve principalmente às divisões impostas por suas lideranças sindicais,
principalmente a CFDT (central sindical amarela) que divide as ações de combate
e nem sequer chama para marchar. As bases combativas dos trabalhadores e dos
trabalhadores estatais, e até o setor privado, que vem realizando uma greve
histórica, precisam fortalecer suas organizações e promover a coordenação. Isso
permitiria impor nas direções burocráticas a unidade de todo o movimento operário,
a única maneira de travar o avanço do capital sobre os direitos conquistados. Desgraçadamente
a burocracia sindical da CGT e FO e o conjunto da centro-esquerda burguesa (PS,
PC, Jean-Luc Mélenchon) desejam que paralisação seja apenas um elemento de
pressão contra o governo para Macron retirar o projeto, quando na verdade o
eixo político deveria ser a derrubada deste frágil gerente a burguesia rumo a
construção de um Governo Operário e Camponês na França! Os trabalhadores
franceses conseguiram uma vitória parcial após 38 dias de greve. Agora é a manter
a luta contra o conjunto do ajuste neoliberal e pela derrubada de Macron!