domingo, 12 de janeiro de 2020

VITÓRIA PARCIAL DOS TRABALHADORES FRANCESES: APÓS 38 DIAS DE GREVE, GOVERNO RECUA DO AUMENTO DA IDADE MÍNINA NA PREVIDÊNCIA! MANTER A LUTA CONTRA O AJUSTE NEOLIBERAL E PELA DERRUBADA DE MACRON!


Após 38 dias de greve, os trabalhadores franceses tiveram vitória parcial importante e conseguiram fazer com que o governo neoliberal de Emmanuel Macron retirasse “provisoriamente” o aumento da idade mínima de 62 para 64 anos da reforma da Previdência. Decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro Edouard Philippe neste sábado. “O compromisso que ofereço me parece a melhor forma de reformar pacificamente nosso sistema de aposentadorias”. A concessão foi apresentada mediante uma contrapartida. A partir de agora, sindicatos e empregadores têm até o fim de abril para apresenta uma “solução alternativa” para equilibrar as contas previdenciárias. Em troca desse recuo na questão da idade, Philippe convocou uma conferência de sindicatos e patrões que, no fim de abril, deve chegar a um acordo sobre quais medidas serão adotadas para obter o equilíbrio financeiro até 2027. Macron sugeriu aumento no tempo de contribuição. Em resumo, Macron deseja a ajuda das direções sindicais para levar adiante o ajuste neoliberal ainda nesse semestre. Edouard Philippe propôs um “compromisso transparente e sólido” dos sindicatos. Os trabalhadores não podem aceitar esse engodo, devem seguir em luta pela derrubada do gerente neoliberal. A chamada “idade de referência” ou “idade-pivô” bloqueava a negociação com a CFDT enquanto a como a CGT exige a retirada completa da reforma, ou seja, o governo deseja dividir o movimento para derrota-lo através de uma manobra distracionista. A reforma foi uma de suas promessas fundamentais da campanha e ceder seria uma demonstração de enorme fraqueza, além de uma decepção para seu eleitorado. Sua estratégia de estender o conflito para corroer o apoio popular a medidas de força não deu o resultado esperado, mas as greves têm menos apoio do que no início, como esperado. Se, após 38 dias deintensa luta, os trabalhadores franceses não conseguiram derrotar os planos do governo, isso se deve principalmente às divisões impostas por suas lideranças sindicais, principalmente a CFDT (central sindical amarela) que divide as ações de combate e nem sequer chama para marchar. As bases combativas dos trabalhadores e dos trabalhadores estatais, e até o setor privado, que vem realizando uma greve histórica, precisam fortalecer suas organizações e promover a coordenação. Isso permitiria impor nas direções burocráticas a unidade de todo o movimento operário, a única maneira de travar o avanço do capital sobre os direitos conquistados. Desgraçadamente a burocracia sindical da CGT e FO e o conjunto da centro-esquerda burguesa (PS, PC, Jean-Luc Mélenchon) desejam que paralisação seja apenas um elemento de pressão contra o governo para Macron retirar o projeto, quando na verdade o eixo político deveria ser a derrubada deste frágil gerente a burguesia rumo a construção de um Governo Operário e Camponês na França! Os trabalhadores franceses conseguiram uma vitória parcial após 38 dias de greve. Agora é a manter a luta contra o conjunto do ajuste neoliberal e pela derrubada de Macron!