quarta-feira, 9 de setembro de 2020

JUIZ BOLSONARISTA BRETAS ACIONA PF CONTRA ADVOGADOS: MEDIDA DO REGIME BONAPARTISTA DE EXCEÇÃO EM MEIO A DISPUTA PELA “VAGA TERRIVELMENTE EVANGÉLICA” NO STF

O juiz evangélico bolsonarista Marcelo Bretas mandou a PF invadir uma série de escritórios de advogados na manhã desta quarta-feira, 09. A operação seria em função de uma delação premiada sobre um suposto esquema de desvios no Sistema S do Rio de Janeiro. O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, também é alvo da delação. O juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro, anteriormente havia determinado a prisão do secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, aliado do governador João Doria, é um dos candidatos para ocupar a “vaga evangélica” no STF. Fica evidente que ações jurídico-policiais em curso são atos de propaganda do juiz direitista para alcançar uma cadeira na Suprema Corte, que antes atingiu aliados do governo de Doria e agora de Lula, como o advogado Cristiano Zanin e o presidente da OAB, ambos desafestos de Bolsonaro. O Bonapartismo Judiciário concentrado agora no STF e não mas na anômala “República de Curitiba” ganhou força como árbitro do real poder burguês, com a disputa da “vaga terrivelmente envangélica” ganhando cada vez mais cotornos mafiosos.

A operação acontece em consequência da delação de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio (Federação do Comércio do Rio). Os escritórios Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, advogado de Lula, são o principal alvo da ação. Os escritórios do advogado Eduardo Martins, filho do futuro presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, e de Tiago Cedraz, filho de Aroldo Cedraz, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) também foram invadidos. O escritório do ex-ministro do STJ César Asfor Rocha e seu filho Caio Rocha, foi igualmente invadido. 

Não temos dúvida que há fortes esquemas de corrupção no sitema S, por si uma anomalia que visa tranferir dinheiro do Estado para os empresários gerirem em uma suposta "assistência" aos seus empregados. As negociatas obviamente inclui os escritórios de advocacias de peso que são verdadeiros porta-vozes de interresses burgueses em conflito. Entretanto o móvel da operação arbitrária é evidentemente político, um ataque as liberdades democráticas e ao pleno direito dos advogados exercerem suas funções. 

A vanguarda classista deve compreender que a Justiça burguesa, apresentada como o sustentáculo “ético” do atual regime, na verdade tomam suas decisões em função das pugnas políticas existentes nas entranhas do poder republicano. Por isso declaramos: nenhuma ilusão nas instituições do regime político, no parlamento e no judiciário, lutemos pela via direta por construir uma alternativa de poder operário e popular baseado na democracia operária dos trabalhadores em luta contra a direita e a Frente Popular!