OCUPAÇÃO E DESTRUIÇÃO DA SEDE DO GOVERNO BURGUÊS NO SRI LANKA: REBELIÃO POPULAR APONTOU O CAMINHO DA TOMADA DO PODER PELA VIA INSURRECIONAL
Esta manhã de sábado (09/07) o presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, teve que fugir do Palácio Presidencial na capital do país em Colombo, pouco antes de ser ocupado por uma multidão de manifestantes furiosos e dispostos a tomar o poder corrupto da burguesia. O canal privado de TV Sirasa mostrou imagens da multidão invadindo a sede oficial da presidência, até agora fortemente vigiada. Rajapaksa ainda é o presidente do país, embora esteja sendo protegido pelo exército em um local escondido.
Há meses que a situação no Sri Lanka está instável devido aos protestos da população nas ruas. A polícia não pode mais conter a multidão. O governo burguês teve que recorrer ao exército, que abriu fogo contra os manifestantes. Apesar do toque de recolher, barricadas e incêndios são diários nas principais cidades do país.
A crise econômica capitalista é sem precedentes, marcada por escassez de alimentos e combustível, cortes de energia e inflação crescente, que atingiu 55% em junho. A ONU estima que cerca de 80% da população “pula“ uma refeição para lidar com a escassez de alimentos e o aumento dos preços. Nas ruas você vê longas filas da população para estocar um botijão de gás.
O Banco Central do Sri Lanka, seguindo a velha receita neoliberal do rentismo, elevou na última quinta-feira as taxas de juros em um ponto percentual, para 15,5 por cento, alertando que a inflação pode atingir 80 por cento até o final do ano.
A economia capitalista periférica do país está entrando em recessão. Após um crescimento de 3,7% em 2021 e uma contração de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, o Primeiro-Ministro Ranil Wickremesinghe estimou esta semana que o PIB pode cair 7% este ano, sem perspectiva de melhora. "Também teremos dificuldades em 2023", acrescentou o estafeta dos rentistas.
O país está literalmente falido, pois em abril deixou de pagar uma parcela da dívida externa de 51 bilhões de dólares. O governo está negociando um pacote de resgate com o Fundo Monetário Internacional, que se recusa a liberar qualquer coisa por causa dos laços econômicos e políticos do atual governo com a China. Em uma desesperada tentativa de conter a crise, o ministro da Educação do Sri Lanka, Susil Premajayanth, viajou para a Rússia para obter ajuda financeira para tentar amenizar a profunda crise.
Os Marxistas Leninistas apoiam integralmente a ação direta das massas insurretas do Sri Lanka, que apontam objetivamente para a tomada do poder político diante da grave crise do capitalismo dependente deste país asiático.
