MANOBRA PARA DERROTAR A REBELIÃO POPULAR NO SRI LANKA:
PARLAMENTO INDICARÁ NOVO PRESIDENTE
APÓS RENÚNCIA DO ODIADO RAJAPAKSA
Em uma clara manobra para conter a rebelião popular, o Parlamento do Sri Lanka irá indicar um novo presidente no próximo dia 20 para liderar o país de forma interina após a renúncia de Gotabaya Rajapaksa, pressionado pelo protesto de milhares de cidadãos. Após uma reunião dos partidos, uma vez formalizada a renúncia de Rajapaksa, a Câmara receberá as nomeações em 19 de julho, e no dia seguinte, um novo presidente será escolhido. Contra esse acordo burguês, os Marxistas Leninistas apontam objetivamente para a tomada do poder político diante da grave crise do capitalismo dependente deste país asiático.
Rajapaksa, eleito no final de 2019, anunciou sua renúncia neste sábado (9), com efeitos a partir da próxima quarta-feira (13), após um protesto em massa, impulsionado pela grave crise econômica do país, que terminou com a invasão à sua residência oficial, obrigando sua fuga. Sua renúncia foi confirmada pelo gabinete do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe.
Embora Wickremesinghe, que ascendeu ao cargo há apenas dois
meses, o que o torna o primeiro na linha de sucessão à Presidência, também
tenha anunciado sua renúncia no sábado, seu gabinete não informou a
formalização dessa decisão até o momento.
O Sri Lanka, atualmente, atravessa sua pior crise econômica
desde a independência do império britânico, ocorrida em 1948. Durante meses, o
país vem sofrendo uma profunda escassez de medicamentos, alimentos e
combustível, causada em parte por dívidas pesadas, políticas governamentais neoliberais e o impacto no turismo devido aos ataques na Páscoa e à pandemia.
De acordo com a Constituição do Sri Lanka, se tanto a presidência como o gabinete do primeiro-ministro ficarem vagos, o parlamento deve, no prazo de 30 dias, eleger um dos representantes como presidente interino, que pode completar os dois anos de mandato restantes.
Embora vários ministros do governo de Rajapaksa já tenham
anunciado sua renúncia, o restante do gabinete concordou que apresentará sua
renúncia conjunta assim que as partes conseguirem formar um governo de unidade da burguesia, o que deve ser repudiado pelos trabalhadores que precisam construir seu próprio poder operário e popular!