TERMINA A CÚPULA DA OTAN: RÚSSIA E CHINA SÃO OS ALVOS CENTRAIS DA
ALIANÇA IMPERIALISTA
O novo documento com prioridades e diretrizes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) apontou a Rússia como uma “ameaça mais significativa e direta” à segurança dos Estados Unidos e seus aliados europeus”. A China foi citada nominalmente pela primeira vez. O país, que antes estava fora do foco de atuação da aliança atlântica, foi classificado como um desafio de defesa da aliança militar imperialista na cúpula macabra que acaba de ocorrer em Madri.
O documento, aprovado por chefes de Estado e de governo dos 30 países que integram a Otan, não era revisto desde 2010. Na Espanha, o presidente dos EUA, o carniceiro Democrata Biden, disse que a Otan é “mais necessária agora do que nunca”.
Moscou considera a Otan uma ameaça. Recentemente, Putin acusou a entidade de ter “ambições imperiais” e de tentar afirmar sua “supremacia” por meio do conflito russo-ucraniano.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é uma aliança militar fundada em 1949 por 12 países, incluindo EUA, Canadá, França e Reino Unido. Seus membros concordam em prestar ajuda mútua caso qualquer país da aliança seja atacado ou mesmo um aliado útil a seus planos geopolíticos como agora na Ucrânia.
Em relação ao governo de Pequim, o texto afirma que “as ambições declaradas e políticas coercitivas da República Popular da China (RPC) desafiam nossos interesses, segurança e valores. A RPC emprega uma ampla gama de ferramentas políticas, econômicas e militares para aumentar sua presença global e poder de projeção, mantendo-se opaca sobre sua estratégia, intenções e desenvolvimento militar”.
O texto diz também que a China “procura controlar os principais setores tecnológicos e industriais, infraestrutura crítica e materiais estratégicos e cadeias de suprimentos. Ela usa sua alavancagem econômica para criar dependências estratégicas e aumentar sua influência. Ela se esforça para subverter a ordem internacional baseada em regras, inclusive nos domínios espacial, cibernético e marítimo”.
A retórica é próxima à atualmente adotada pelos Estados Unidos, que desenvolvem uma política de rivalidade entre grandes potências, e pressionam os europeus para fazerem o mesmo. Como sinal da importância da competição com a China, Coreia do Sul e Japão foram convidados para participar da cúpula em Madri, assim como Nova Zelândia e Austrália.
O documento também menciona a possibilidade de relações construtivas com Pequim, o que pode ser entendido como resultado de pressões de membros europeus da aliança, sobretudo Berlim e Paris. Alemanha e França permanecem mais reticentes do que os Estados Unidos quanto à abordagem de hostilidades diretas contra a China, embora cada vez mais cedam à linha de Washington.
“Continuamos abertos a um envolvimento construtivo com a RPC, inclusive para construir transparência recíproca, com o objetivo de salvaguardar os interesses de segurança da aliança”, diz a ressalva.
Durante a Cúpula de Madri, os líderes ocidentais anunciaram que as forças da Otan de prontidão subirão para 300 mil, de um atual contingente de 40 mil soldados. A este respeito, o conceito estratégico diz que os seus membros “reforçarão significativamente nossa postura de dissuasão e defesa para negar a qualquer adversário potencial quaisquer oportunidades possíveis de agressão. Para isso, iremos assegurar uma presença substancial e persistente em terra, no mar e no ar, incluindo através do reforço da defesa aérea e antimísseis integrada”.