sexta-feira, 8 de julho de 2022

MORRE O EX-PRIMEIRO MINISTRO JAPONÊS: FOI VÍTIMA DE UM EX-MILITAR NACIONALISTA

Tetsuya Yamagami é atualmente um desempregado de 41 anos que já havia servido no setor militar naval das Forças de Autodefesa do Japão por três anos, até 2005. Segundo a polícia local, o agressor usou uma arma de fabricação caseira para atirar duas vezes no ex-Primeiro Ministro do país japonês, Shinzo Abe. Após o ataque, Tetsuya foi preso em flagrante no local por suspeita de tentativa de homicídio, declarando a polícia como razão de sua ação o descontentamento com o político burguês neoliberal. 

Em imagens gravadas por um repórter da rede NHK antes do ataque, o suspeito pode ser visto esperando com os braços cruzados o início do discurso de campanha eleitoral do ex-Premier na rua perto de uma estação de trem. Outro vídeo gravado após o acidente mostra o momento em que o atirador tenta fugir, mas é contido pelos seguranças e levado sob custódia. Após a prisão, o suspeito afirmou em suas declarações à polícia que estava insatisfeito com o “político corrupto e tinha o objetivo de matá-lo".

Em 2006, Abe se tornou o Primeiro-Ministro mais jovem do Japão aos 52 anos, mas no ano seguinte teve que renunciar devido a uma doença crônica, colite ulcerativa. Após superá-lo, voltou ao governo em 2012, porém, renunciou em 2020 devido à mesma condição de saúde debilitada. Assim, o ex-líder do partido conservador, totalmente submisso aos EUA, foi o Premiê que mais tempo ocupou esse cargo na história do país asiático.

O atentado organizado por um ex-fuzileiro naval contra o importante líder do Partido Liberal Democrático, que segue no comando do governo japonês, representa a expressão política de um profundo descontentamento de frações militares nacionalistas com a subserviência histórica dos gerentes nipônicos em relação ao imperialismo ianque. Não é o primeiro ato violento que ocorreu na história recente do Japão, e tudo indica que não será o último. O atual governo do PLD vem se propondo a ser uma “base de lançamentos” das provocações militares do Pentágono contra a China e a Rússia, o que deve agravar ainda mais a revolta dos setores nacionalistas em relação aos mandatários fantoches da Casa Branca.