A FARSA DA PANDEMIA COVID: A CRISE DO SISTEMA CAPITALISTA
DISFARÇADA DE “EMERGÊNCIA SANITÁRIA”
O modo de produção capitalista precisa continuar se expandindo ou criando novos mercados para potencializar a acumulação de capital para compensar a tendência histórica e estrutural da queda da taxa geral de lucro. O capitalista precisa acumular capital (riqueza) para poder reinvesti-lo e obter mais lucros. Ao pressionar para baixo a produção (lockdown) e os salários dos trabalhadores, o rentista financeiro que hoje é o capitalista majoritário extrai mais-valia suficiente para poder investir nos mercados parasitários do título bursátil que mais lhe auferir rendimentos.
Mas quando o capitalista não pode reinvestir o suficiente
(devido à diminuição da demanda por commodities, falta de oportunidades de
investimento e mercados, etc.), a riqueza (capital) se acumula em excesso, é
desvalorizada e o sistema entra em crise. Para evitar crises, o capitalismo
requer crescimento constante, mercados e demanda suficiente. De acordo com o
economista Ted Reese, a taxa de lucro capitalista caiu de cerca de 43% na
década de 1970 para cerca de 17% na década de 2000. Embora os salários e os
impostos corporativos tenham sido reduzidos, a exploração do trabalho foi cada
vez mais insuficiente para atender às demandas de acumulação de capital.
No final de 2019, um
ano antes da pandemia, muitas empresas não conseguiram gerar lucro suficiente.
O volume de negócios em queda, fluxos de caixa limitados e balanços altamente
alavancados prevaleceram. O crescimento econômico estava enfraquecendo no
período que antecedeu o enorme colapso do mercado de ações em fevereiro de
2020, que viu trilhões a mais injetados no sistema sob o pretexto de “alívio
Covid”.
Para evitar o colapso até aquele momento, várias táticas
foram empregadas pelo Fórum de Davos, uma espécie de “quartel general” do
rentismo. Os mercados de crédito se expandiram e a dívida pessoal aumentou para
acompanhar a demanda do consumidor à medida que os salários dos trabalhadores
se contraíam. A desregulamentação
financeira se seguiu e o capital especulativo foi autorizado a explorar novas
áreas e oportunidades de investimento, principalmente o da dívida pública dos
Estados nacionais. Ao mesmo tempo, recompras de ações, economia da emergência
sanitária, flexibilização trabalhista quantitativa, resgates e subsídios
maciços para as corporações, além da disseminação do militarismo ajudaram a
sustentar o crescimento econômico temporalmente, evitando um colapso
capitalista semelhante ao que ocorreu em 2008.
Houve também uma forte ascensão da governança global do
capital financeiro com uma estratégia que viu sistemas de produção nativos
deslocados por corporações globais, principalmente no setor farmacêutico e
Estados pressionados a se retirarem de áreas de atividade econômica, deixando
atores transnacionais para ocupar o espaço deixado em aberto.
Embora essas estratégias do Fórum de Davos produzissem bolhas especulativas e levassem a
ativos supervalorizados e aumentassem as dívidas pessoais e governamentais,
elas ajudaram a continuar a garantir ganhos viáveis e retornos de
investimentos da Big Pharma e Big Tech, já planejados anteriormente para uma
política de “Isolado Social”.
Mas ainda 2019, o ex-presidente do Banco da Inglaterra,
Mervyn King, alertou que o mundo estava caminhando como sonâmbulo para uma nova
crise econômica e financeira que teria consequências devastadoras. O rentista
argumentou que a economia mundial caiu na armadilha do baixo crescimento e que
a recuperação da crise de 2008 foi mais fraca do que a da “Grande Depressão”.
King concluiu que era hora de o Federal Reserve e outros
bancos centrais iniciarem conversas a portas fechadas com os políticos e
autoridades neoliberais. Foi exatamente isso que aconteceu quando os principais
“players”, incluindo a BlackRock, o fundo de hedge mais poderoso do mundo, se
uniram para traçar estratégias para o futuro. Isso tudo “coincidentemente”
ocorreu no período pré-Covid.
Além de aprofundar a dependência dos países mais periféricos
do capital imperialista, a pandemia permitiu que os bloqueios e a suspensão
global das transações econômicas levassem o Federal Reserve dos EUA a
inundar os mercados corporativos em
dificuldades (sob o disfarce de Covid) com dinheiro recém-impresso enquanto
fechava a economia real. Para evitar hiperinflação os bloqueios suspenderam
momentaneamente as transações comerciais, drenando a demanda por crédito e
interrompendo o consumo.
A Pandemia forneceu cobertura para um resgate de vários
bilhões de dólares para a economia capitalista que estava em crise antes do
Covid. Apesar de uma década ou mais de “flexibilização quantitativa”, esse novo
resgate veio na forma de trilhões de dólares injetados nos mercados financeiros
pelo Federal Reserve dos EUA (nos meses que antecederam março de 2020) e o
subsequente “alívio Covid”.
O FMI, o Banco Mundial e o Fórum de Davos, com a cobertura
dos líderes burgueses mundiais, sabiam muito bem qual seria o impacto sobre os
trabalhadores e o povo pobre do mundo acerca do “desligamento” da economia
mundial por meio de bloqueios relacionados ao coronavírus. No entanto, os
rentistas financeiros “sancionaram” a pandemia e agora existe a possibilidade
de que mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo caiam em níveis extremos
de pobreza somente em 2022.
Em abril de 2020, o Wall Street Journal afirmou que o FMI e
o Banco Mundial enfrentaram uma enxurrada de pedidos de ajuda de dezenas de
países mais pobres em busca de resgates e empréstimos de instituições
financeiras com US$ 1,2 trilhão para emprestar. Além de ajudar a reiniciar o
sistema financeiro, o desligamento da economia capitalista global aprofundou
deliberadamente a dependência dos países mais atrasados em relação aos
interesses dos conglomerados financeiros internacionais.
Os bloqueios econômicos também ajudaram a acelerar a
reestruturação do capitalismo que envolve empresas menores sendo expulsas do
mercado ou compradas por monopólios e cadeias globais, garantindo assim lucros
viáveis contínuos para Big Tech, gigantes de pagamentos digitais e
corporações globais online como Meta e Amazon e a erradicação de milhões de empregos.
Embora os efeitos do conflito na Ucrânia não possam ser
descartados, agora que a economia global está aberta novamente, a inflação está
aumentando e causando uma crise de “custo de vida”. Com uma economia
endividada, há espaço limitado para aumentar as taxas de juros para controlar a
inflação.
Mas agora esta crise capitalista é inevitável, a inflação
atual não é apenas induzida pela liquidez injetada no sistema financeiro,
também é alimentada pela especulação nos mercados de commodities alimentares e pela
ganância corporativa, pois a energia e os alimentos continuam a acumular
enormes lucros às custas das pessoas que possuem renda ordinária. Por outro
lado a Big Pharma com suas doses “eternas” de vacinas, e a produção de novas
epidemias(terrorismo sanitário), como a da varíola que recém se inicia,
continua sendo o grande lastro fiador da frágil estabilização econômica do
capitalismo nesta convulsionada etapa histórica.