MILHARES PROTESTAM NAS RUAS DO PANAMÁ: MANIFESTAÇÕES CRESCEM COLOCANDO EM XEQUE ODIADO GOVERNO NEOLIBERAL DE CORTIZO
Protestos populares tomam as ruas do Panamá a mais de uma semana. As manifestações foram iniciados pelos sindicatos dos professores com marchas e greve, e foram acompanhados por trabalhadores do poderoso sindicato da construção (que anunciou uma greve de 24 horas) e por indígenas da zona oeste da país, que mantêm fechamentos no Pan-Americano. Todas essas lutas colocaram em xeque o odiado governo neoliberal de Cortizo.
O anúncio do congelamento do preço da gasolina e do controle de uma dezena de produtos da cesta básica não acalmou os maiores protestos sociais registrados contra o governo do presidente Laurentino Cortizo no Panamá.
Eles mantêm cortes em vários trechos da rodovia Pan-Americana e marchas maciças no país centro-americano. Cortizo, que acaba de completar três dos cinco anos no cargo, anunciou que estenderia temporariamente o congelamento do galão (3,7 litros) de gasolina a toda a população, medida que desde o final de maio só beneficiou transporte público de passageiros.
Na terça-feira, ele decretou o controle de preços de dez produtos —incluindo alguns tipos de carne bovina, pão e óleo vegetal— na tentativa de aliviar o aumento do custo da alimentação básica e tomar medidas de “austeridade” diante de questionamentos sobre a gestão de gastos.
O estopim para a indignação causada na população foi a divulgação de um vídeo nas redes sociais de um brinde com uísque por
parlamentares pró-governo após a posse de uma nova legislatura em 1º de julho, enquanto o povo passa fome.
Enquanto o governo anunciava as medidas de controle de preços, milhares de pessoas – incluindo professores em greve por tempo indeterminado – marcharam novamente para uma praça ao lado da Assembleia Nacional em sinal de que não estavam satisfeitos com as ações governamentais.
Ao mesmo tempo, os bloqueios continuaram em vários trechos
da rodovia Panamericana, afetando o transporte de cargas dos países vizinhos da
América Central para o Panamá e vice-versa, e dificultando o movimento diário
de centenas de migrantes irregulares da província de Darién, na fronteira com a
Colômbia, a uma estação na zona fronteiriça com a Costa Rica.
Ao contrário de outros países, a inflação não tem sido um problema para o Panamá, com uma economia de serviços e o dólar americano como moeda legal. No entanto, isso mudou na nação de mais de quatro milhões de habitantes e no canal interoceânico, que nos últimos tempos viu o aumento dos preços acelerar e agora chega a 4,0% ou mais ao ano, segundo economistas.
O aumento quase o dobro do preço do galão de gasolina – para
quase seis dólares hoje – também tem impacto no custo dos alimentos básicos
devido ao aumento do transporte de carga, acrescentam os especialistas.
Toda esse fúria popular deve desaguar na luta por um governo operário e popular parido da luta direta contra o fantoche Cortizo e o imperialismo ianque!