“Amiguinhos” do PT, Eike Batista e Odebrecht, ganham de presente a privatização do Maracanã
Na quinta-feira (9/5), o
“Consórcio Maracanã S.A.” formado pelas empresas de Eike Batista (IMX) e a
empreiteira Odebrecht foi anunciado como o “grande” vencedor dos processos de
licitação destinados à privatização do estádio Maracanã, dando-lhe direitos de
geri-lo (exploração) por 35 anos. Desde o início, no entanto, a licitação foi
recheada de ilegalidades, tal como a empresa de Eike, a IMX – especializada em
negócios de esportes e entretenimentos – ela própria fez os estudos de
viabilidade do projeto “Complexo do Maracanã” e foi uma das beneficiadas. A
cara de pau do governo Sérgio “Caveirão” é tanta que o Ministério Público
carioca entrou com uma liminar suspendendo a concessão. Mas, os embargos
jurídicos é o que menos importa, logo, logo será cassado e tudo voltará ao
normal, como parte de uma grande encenação por parte da Justiça burguesa. É
necessário ressaltar, isso sim, as benesses públicas do governo da frente
popular, através do BNDES para com o bilionário Eike Batista e as empreiteiras
sob a justificativa de criar a infraestrutura de mobilidade para a Copa do
Mundo, mas que cumpre, na verdade, o objetivo de fomentar a acumulação capitalista
para um punhado de “empresários”.
A “parceria” do PT com seus “amiguinhos” ricaços de modo algum é concebida para combater o crescente processo de desindustrialização do Brasil como exigência do imperialismo sobre os países semicoloniais. Os “investimentos” que estão em curso no Rio de Janeiro cumprem um único objetivo, o de promover a acumulação capitalista para meia dúzia de burgueses “emergentes” simpáticos ao modelo político de governo do PT de colaboração de classes. Neste terreno, portanto, não há “luta comum” com os capitalistas: o proletariado deve combater o regime político com seu próprio norte estratégico, a revolução socialista!
A mamata dos cofres
públicos para os grandes capitalistas tem sido uma das características do
governo dos neopetistas. Só para se ter uma ideia, o Estádio Mário Filho, o
Maracanã, foi totalmente reformado em 2007 em razão dos jogos Pan Americanos
aqui no Brasil, sendo criado um grande complexo poliesportivo em seu entorno, o
qual sob a nova gestão, dos tubarões capitalistas, será todo demolido,
desconsiderando completamente o dinheiro estatal gasto nestas obras, na ordem
de cem milhões de reais. O Estádio de atletismo Célio de Barros, o Parque
Aquático Julio Delamare, ambos referências nacionais em se tratando de formação
de novos atletas e treinamento profissional virá abaixo. Uma das melhores
escolas públicas cariocas (a Escola Municipal Friedenreich) ao lado do Maracanã
também será destruída para “facilitar a vinda e o escoamento do público nos
dias de futebol”. Mesmo destino terá a Aldeia Maracanã. Em seu lugar será feito
um estacionamento e um gigantesco shopping Center... O novo complexo foi orçado
em 1,4 bilhões de reais, evidentemente financiado pelo BNDES, a fonte de
enriquecimento dos “amiguinhos” do PT. O Maracanã, que ao longo de décadas
tornou-se um patrimônio histórico e cultural não só dos cariocas (palco de
disputas memoráveis como os Fla-Flus, por exemplo) como também em nível
nacional, estará agora sob controle da ganância capitalista, tornando-o ainda
mais elitista e distante da paixão popular pelo futebol que lota estádios. São
os efeitos predadores do capital, do esporte como mercadoria, a serviço do
escoadouro de lavagem de dinheiro e da máquina de lucro fácil para poucos.
O preço do arremate foi
uma verdadeira pechincha, R$ 181,5 milhões, divididos em suaves 33 prestações
de R$ 5,5 milhões ao ano. Em essência, o “presente” dado pelo governo
Dilma/Cabral pode ser resumido nestas palavras: “gastei 181 milhões, o PT, meu
amigo, me deu 1,4 bilhões”! Não é de estranhar, deste modo, que Eike engordou
seus bolsos durante a gestão do PT a frente do Estado burguês, a custa da
“generosidade patrimonialista” do Estado brasileiro. Vale lembrar que para as
Olimpíadas de 2016 tudo será destruído novamente e novas construções serão
feitas! Lula/Dilma, aspirando quebrar a hegemonia nacional da Fiesp
“entucanada”, tem como meta criar uma “nova” burguesia fora do eixo paulista, o
que vem se expressando no casamento de interesses entre Eike e o Planalto e na
parceria de desenvolver megaprojetos bancados pelo BNDES. Como ilustração desta
política, a EBX recebeu de 2005 a 2012 nada mais nada menos do que 10 bilhões
de reais dos cofres públicos; a CSX vinculada à construção naval, a OGX que
abrange o petróleo, a MMX (mineração), MPX (energia), LLX (logística), CCX
(carvão), embolsaram outros milhões de reais! Em troca, Eike se compromete ser
politicamente fiel ao Planalto e a seus aliados mais próximos como Sérgio
“Caveirão” em seu projeto de colaboração de classes. Sérgio “Caveirão” agradece
e fica encarregado de gerenciar a fartura e de reprimir a população negra e
pobre, expulsa do entorno das obras da Copa.
A “Parceria Público
Privada” (PPP) com empreiteiras, cuja maior beneficiada é a Odebrecht, tal qual
está sendo efetivada na “reforma” do Maracanã, é o modelo empregado no território
nacional em todos os estádios que abrigarão jogos da Copa do Mundo. Os
empreiteiros se locupletam com o dinheiro público, atrasando obras,
superfaturando para, no fim, dar o bote sobre o botim estatal para dar
continuidade às obras à título emergencial, claro a preços exorbitantes. Ou
seja, os investimentos infraestruturais (prejuízos) ficam concentrados nas mãos
do Estado, enquanto o usufruto dos equipamentos (lucros) é estrategicamente
planejado para terminarem nos bolsos e paraísos fiscais da “iniciativa
privada”. Sem falar que muitos dos estádios construídos pelas PPPs após a Copa
não terão utilidade alguma, pois não há público nem times de futebol que
abarque grandes massas de torcedores.
A “parceria” do PT com seus “amiguinhos” ricaços de modo algum é concebida para combater o crescente processo de desindustrialização do Brasil como exigência do imperialismo sobre os países semicoloniais. Os “investimentos” que estão em curso no Rio de Janeiro cumprem um único objetivo, o de promover a acumulação capitalista para meia dúzia de burgueses “emergentes” simpáticos ao modelo político de governo do PT de colaboração de classes. Neste terreno, portanto, não há “luta comum” com os capitalistas: o proletariado deve combater o regime político com seu próprio norte estratégico, a revolução socialista!